sexta-feira, 27 de abril de 2012

É Tradição e o Samba Continua... faz reverência ao samba paulista

O projeto É Tradição e o Samba Continua... II Edição - que apresenta um panorama atual do samba paulista - acontece a partir do dia 2 de maio (quarta-feira), no Memoria da América Latina, às 21 horas. Reunindo sambistas da velha e da nova geração, o festival segue até 6 de maio (domingo) com ingressos populares a R$ 6,00.

O grupo Quinteto em Branco e Preto abre a programação (2/5) em espetáculo com participação das cantoras Célia e Virgínia Rosa. O palco do Memorial recebe ainda: Fabiana Cozza convida Adriana Moreira e Tereza Gama (3/5); Comunidades do Samba com Comunidade Maria Cursi, Pagode da 27, Samba da Tenda e Samba dá Cultura (4/5); Mulheres do Samba com Ana Elisa, Elizeth Rosa, Railídia, Graça Braga, e Dona Inah (5/5); Osvaldinho da Cuíca, Chapinha, Toinho Melodia, Velha Guarda da Camisa Verde e Branco e participação de Mestre Sala e Porta Bandeira (6/5).

No dia 20 de maio, domingo, às 19 horas, o projeto aporta no Auditório do Ibirapuera com o show Comunidade Samba da Vela, tendo como convidados Graça Braga, Samba da Laje e Tia Cida (do Berço do Samba de São Matheus), com ingressos a R$ 20,00.

A primeira edição do projeto foi realizada em 2009, no CCBB-SP. Em 2012, o repertório é formado por músicas marcantes das carreiras dos artistas e grupos, além de obras de mestres do samba paulista como Adoniran Barbosa, Toniquinho Batuqueiro, Paulo Vanzolini, Vadico, Osvaldinho da Cuíca, Eduardo Gudin e Geraldo Filme, entre outros.
 

Esta edição do É Tradição e o Samba Continua... - realizado pela Pôr do Som Produções Culturais com patrocínio da Brahma - contou com o apoio do Governo de São Paulo - Secretaria de Estado da Cultura, por meio do ProAC, Programa de Ação Cultural. Foi também selecionado pelo Ministério da Cultura – Funarte para o Prêmio Procultura de Apoio a Festivais e Mostras de Música.


Ficha técnica
Projeto: É Tradição e o Samba Continua... II Edição
Realização: Pôr do Som Produções Culturais
Coordenação Geral: Sérgio Mendonça
Produção executiva: Laura Lopes
Direção artística: Chapinha e Pôr do Som
Curadoria: Chapinha e Sérgio Mendonça (Pôr do Som)
Patrocínio: Brahma

Memorial da América Latina (Auditório Simon Bolívar)
De 2 a 6 de maio – quarta a sábado (21 horas) e domingo (20 horas)
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda/SP - Tel: (11) 3823-4600
Ingressos: R$ 6,00 (à venda na bilheteria partir das 14h do dia 2/5)
Duração: 90 min - Censura: Livre - Capacidade: 800 lugares. Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento (Portão 15): R$ 10,00. Entrada/pedestres: Portão 13.
Programação:
2/5 - Quinteto em Branco e Preto convida Célia e Vigínia Rosa
3/5 - Fabiana Cozza convida Adriana Moreira e Tereza Gama
4/5 - Comunidades do Samba: Samba dá Cultura, Comunidade Maria Cursi, Samba da Tenda e Pagode da 27
5/5 – Mulheres do Samba: Ana Elisa, Elizeth Rosa, Graça Braga, Railídia e Dona Inah.
6/5 - Toinho Melodia, Chapinha, Osvaldinho da Cuíca e Velha Guarda da Camisa Verde e Branco.  Participação de Mestre Sala e Porta Bandeira.

Auditório do Ibirapuera
Dia 20 de maio – domingo – às 19 horas
Show: Comunidade Samba da Vela
Convidados: Graça Braga, Samba da Laje e Tia Cida de São Matheus
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Portão 2, Parque Ibirapuera/SP
Tel: (11) 3629-1075 – Site: www.auditorioibirapuera.com.br begin_of_the_skype_highlighting
Ingressos: R$ 20,00 (meia: R$10,00) – Duração: 90 min – Classificação: Livre
Ingressos à venda na bilheteria do Auditório ou pelo site www.ticketforfun.com.br.

Crítica "Fogo-Fátuo - ATÉ O ESPETÁCULO É FLUIDO COMO O TEXTO


Por Maria Lúcia Candeias

Que “Fogo Fátuo” é um texto excelente não é novidade para ninguém, pois é assinado pelo premiado Samir Yazbek (“O Fingidor” e “As Folhas de Cedro”).  As novidades são a maneira extremamente delicada com a qual ele lida com a consciência da constante mutação de nosso tempo e a dificuldade com que até mesmo Mefisto lida com a questão. Outra surpresa é que o autor interpreta sua própria obra ao lado do consagrado Hélio Cícero (que palpitou também na dramaturgia) e se dá muito bem nessa estreia. Hélio faz um Mefisto moderno, mas que parece uma visão, e não se tem certeza que é de carne e osso. O diálogo entre eles é primoroso, nem uma palavra de sobra.

Todos esses acertos são mérito inclusive da ótima direção do conhecido (nas áreas universitárias) Janô (Antônio Januzelli) professor da São Judas e da USP que torna tudo isso muito singelo, sem dramalhões. Muito comunicativo e impactante, a despeito da dificuldade do tema. O visual da montagem agrada muito, obedecendo ao mesmo tom dos interpretes: A discretíssima cenografia é de Laura Carone, os figurinos de Telumi Hellen, a ótima trilha original é de Marcello Amalfi e a iluminação nota dez é de Osvaldo Gazotti.

Quem gosta de teatro muito bom não deve perder, lá no SESC Santana.

Maria Lúcia Candeias (Doutora em teatro pela USP e Livre Docente pela UNICAMP  


quinta-feira, 5 de abril de 2012

SESC Santana apresenta “Fogo-Fátuo”, peça inédita de Samir Yazbek

O espetáculo faz uma releitura contemporânea do mito de Fausto, tendo o autor no papel de Fausto e Helio Cicero como Mefisto.

O novo espetáculo da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou, “Fogo-Fátuo”, estreia dia 21 de abril, sábado, no Teatro do SESC Santana, às 21h. Com texto de Samir Yazbek, a peça propõe a releitura de um dos mitos mais importantes da modernidade, que consiste, com poucas variações, no pacto entre Fausto – na peça, um Escritor - e Mefisto, em que o primeiro deseja obter conhecimento, em troca de vender sua alma.

Num encontro com um Escritor obcecado por sua obra, Mefisto se dá conta de que não há mais espaço para ele no mundo contemporâneo.

O elenco de “Fogo-Fátuo” é formado por Helio Cicero e Samir Yazbek, com direção de Antônio Januzelli. O espetáculo conta ainda com cenografia de Laura Carone, figurino de Telumi Hellen, trilha sonora original de Marcello Amalfi e iluminação de Osvaldo Gazotti.

Para explorar este tema, revisitado por autores como Marlowe, Goethe, Fernando Pessoa e Paul Valéry, o dramaturgo Samir Yazbek aceita o convite/provocação do ator Helio Cicero: entra em cena como Fausto/Escritor, fazendo as perguntas cruciais sobre seu papel de artista no mundo contemporâneo.

Na peça, Yazbek é um Escritor que pretende que sua obra tenha ressonância na sociedade, mesmo reconhecendo que o público pode não estar muito interessado em seu trabalho. Cicero, co-autor do texto, é Mefisto, quando se conscientiza de que foi relegado ao esquecimento, sobretudo após a Era da “banalidade do mal”, expressão cunhada pela filósofa Hannah Arendt para o Pós-Holocausto, e esses tempos de demonização do mundo árabe, após a queda das torres gêmeas.

Esta montagem dá continuidade à bem sucedida parceria do autor e diretor Samir Yazbek com o ator Helio Cicero, na Companhia Teatral Arnesto nos Convidou. Eles já realizaram juntos cinco espetáculos, entre os quais se destacam “O Fingidor” (Prêmio Shell 1999 de Melhor Autor) e “As Folhas do Cedro” (Prêmio APCA 2010 de Melhor Autor).

Enredo

O encontro entre as personagens começa com uma mútua provocação, em que Mefisto ironiza os motivos que fizeram o Escritor procurá-lo, e evolui para um momento que as aproxima – a revelação de que Mefisto conhecera o Escritor num Teatro –, passa pela conscientização do Escritor em relação à sua natureza mefistofélica, e culmina na proposta de Mefisto, para que o Escritor aceite fazer um pacto com ele.

Tal pacto consiste, além da negociação da alma, em fazer com que o Escritor reescreva o mito de Mefisto no mundo contemporâneo, enquanto Mefisto promete ajudar o Escritor na realização de sua obra artística.

No entanto, o Escritor recusa a proposta, despertando a fúria de Mefisto, que não admite renunciar à sua função de aliciar almas para o inferno.

Como forma de reinserir Mefisto no contexto de nossa época, o Escritor propõe reescrever o mito, sem que haja a negociação da alma, mas esperando contar com a ajuda de Mefisto na escritura de sua obra.

Ao término, sugere-se a complementaridade entre as personagens, com a possibilidade de que a obra que reescreverá o mito de Mefisto no mundo talvez seja a mesma que o Escritor tanto deseja escrever.

Espetáculo

“Fogo-Fátuo” é um espetáculo concebido para dois atores, num Teatro, onde o público é a terceira personagem, participando da encenação. O fato da ação se passar em tempo real potencializa a utilização do metateatro como recurso cênico expressivo.

A peça - dirigida por Antônio Januzelli, que já tinha trabalhado com a Companhia Teatral Arnesto nos Convidou em As Folhas do Cedro, como preparador de elenco – valoriza o trabalho dos intérpretes, e estará em constante processo de evolução, sobretudo devido à presença do autor em cena.

A cenografia de Laura Carone preserva o despojamento da área de atuação, compondo a cena com elementos cenográficos de outras peças do Escritor, recriando a magia do encontro entre o Homem e o Mito.

O figurino de Telumi Hellen ressalta as máscaras sociais do Escritor, situando sua crise em relação ao culto às celebridades.  as personagens, situando-as no contexto do culto às celebridades. No caso de Mefisto, em se tratando de uma figura mitológica, a ênfase também será dada ao aspecto atemporal de sua vestimenta, carregada de aspectos smibólicos.

A trilha sonora de Marcello Amalfi mistura referências arcaicas e modernas, criando, em alguns momentos do espetáculo, uma atmosfera onírica; em outros, irônica e bem humorada.

A iluminação de Osvaldo Gazotti envolve palco e plateia, entre a luz geral e a estética expressionista, influenciada em parte pelo mito de Fausto.

Projeto

Por meio do encontro entre esses dois “homens/atores/personagens”, “Fogo-Fátuo” pretende levantar alguns questionamentos: poderá o Homem deter sua ambição fáustica? Já estamos com as almas vendidas? O cinismo dará a última palavra no debate intelectual da pós-modernidade? Haverá lugar para os mitos no mundo contemporâneo? Em que medida o artista tem algo a dizer? Em que medida o público se interessa pelo que o artista tem a dizer?

Histórico

A primeira versão de Fogo-Fátuo” amadureceu durante as atividades do projeto “Fausto – a reconstrução do mito”, realizado de abril a junho de 2011, no âmbito da Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo.

Tal iniciativa ofereceu workshops de dramaturgia, com Samir Yazbek, e de interpretação, com Helio Cicero, resultando na criação e encenação de textos dos alunos, a partir de “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa, “Macbeth”, de Shakespeare etc., além da montagem de cenas das peças de Marlowe (“Fausto”), Fernando Pessoa (“Fausto – Tragédia Subjetiva”), Goethe (“Fausto – Partes I e II”), Paul Valéry (“Meu Fausto”) etc., inspiradas no mito de Fausto.

Também foram ministradas, na ocasião, palestras com o professor e pesquisador Cassiano Sydow Quilici, o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé e o tradutor e professor Marcus Mazzari, além da leitura dramática da primeira versão de “Fogo-Fátuo”, em junho de 2011.

A peça teve sua segunda leitura dramática no Auditório da Folha de S. Paulo, em novembro de 2011, quando ainda tinha o título provisório de “Encontro com Mefistófeles”.

Espetáculo: “Fogo-Fátuo”
Com a Companhia Teatral Arnesto nos Convidou
Texto: Samir Yazbek
Co-autoria: Helio Cicero
Elenco: Helio Cicero e Samir Yazbek
Direção: Antônio Januzelli
Cenário: Laura Carone
Figurino: Telumi Hellen
Trilha sonora original: Marcello Amalfi
Iluminação: Osvaldo Gazotti
Programação visual: Diego Garcia Spino
Fotografia: Fernando Stankuns
Vídeo: Daniel Lopes
Assistência de produção: Marcela Sanchez Cappabianco e Raquel Médici Biondi
Direção de produção: Silvia Marcondes Machado / Mecenato Moderno
Realização: SESC São Paulo
Temporada: 21 de abril a 27 de maio de 2012
SESC Santana (Teatro) - www.sescsp.org.br
Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Santana/SP - (11) 2971-8700
Horários: sextas e sábados (às 21 horas) e domingo (às 18 horas)
Ingressos: R$ 20,00, R$ 10,00 e R$ 5,00
Gênero: Drama - Duração: 60 min - Classificação: 14 anos
Estacionamento - R$ 7,00 o período (desc. de 50% p/ matriculados no SESC).
Bilheteria do SESC Santana: de terça a sábado (10h às 21h) e domingos (10h às 19h)
Ingressos em todas as unidades do SESC.

Projeto Adoniran: Benito di Paula apresenta Agora Chegou a Vez, Vou Cantar...

No dia 12 de abril, quinta-feira, o Memorial da América Latina apresenta mais um espetáculo do Projeto Adoniran, às 21 horas. Desta vez o Auditório Simon Bolívar recebe um nome que se confunde com a própria história da música brasileira: Benito di Paula com o show Agora Chegou a Vez, Vou Cantar... O espetáculo tem ainda participação especial de seu filho Rodrigo Vellozo, que toca piano e canta junto com o pai.

Com mais de 40 anos de carreia e cerca de 50 discos lançados, entre gravações e relançamentos, Benito di Paula está em plena forma. O artista promete emocionar a platéia com seu suingue e suas inesquecíveis canções, entre elas “Bandeira do Samba”, “Maria Baiana Maria”, “Você Vai Ficar Na Saudade”, “Pagode da Cigana”, “Violão Não Se Empresta a Ninguém”, “Não Precisa me Perdoar”, “Se Não For Amor”, “Sanfona Branca”, “Mulher Brasileira” e “Charlie Brown”.

Junto com Rodrigo Velloso, Benito interpreta ainda “A Beleza Que é Você Mulher”, “Ela”, “Fui Chegando Fui Sambando” e “Retalhos de Cetim”. O repertório traz também, entre outras músicas, uma homenagem a Adoniran Barbosa: “Não Precisa Muita Coisa” (parceria de Benito com Adoniran).

Projeto Adoniran
Show: Benito di Paula
Participação especial: Rodrigo Vellozo (voz e piano)
Músicos: Benito di Paula (piano e voz), Ney Veloso (guitarra), Júlio César (bateria), Saymon Souza (contrabaixo), Raphael Lizandro (percussão) e Eduardo Souza (percussão).
Dia 12 de abril – quinta-feira – às 21 horas
Memorial da América Latina – Auditório Simon Bolívar
Ingressos: R$ 15,00 - Bilheteria: 14h às 19h (dia 11/4) e a partir de 14h (dia 12/4).
Estacionamento: R$ 10,00. Entrada/pedestres: Portão 13.
Realização: Fundação Memorial da América Latina - www.memorial.sp.gov.br
Produção: PG Music