sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A Graça do Vira se despede do Cabaré do Viradalata

Depois de quatro meses de sucesso, o espetáculo de humor A Graça do Vira encerra sua temporada no dia 16 de dezembro, terça-feira, na Sala Cabaré do Teatro Viradalata, às 21h30. Um elenco afiado – Antonio Ravan, Guilherme Uzeda, Marcela Leal e Alexandra Golik (também diretora do show) – apresenta quadros hilários com personagens autorais, que são amarrados pelo clima de um lúdico cabaré.

O público se diverte com um mosaico de cenas, onde a gargalhada é garantida pela surpresa, pela novidade, pelo nonsense. As cenas vão dos clássicos musicais aos mais variados estilos de humor. A diretora Alexandra Golik explica que “a brincadeira é amparada pelo talento de atores experientes: o lema é convergir para diversificar”.

O perfil dos personagens aponta o caminho do show em números solos ou em conjunto, totalizando 12 cenas. Alexandra Golik desmonta a platéia com a graça do endocrinologista “Dr. Gordon” e de “Sarinha”, uma adolescente infernal, politicamente incorreta. Antonio Ravan protagoniza, entro outras, o impagável “Troglodita”. Um dos personagens de Guilherme Uzeda é “Zildo”, um cara podre de pobre, mas feliz com sua condição e azar. E Marcela Leal traz para o espetáculo a “Loira Burra” e “Larissa”, a adolescente paranormal.

O cenário, de Paula di Paoli, é uma estrutura oval, um ciclorama com elásticos que possibilita aos atores brincarem com esse pano de fundo. O restante fica por conta dos elementos que atendem às cenas. O ambiente de cabaré é sugerido pela iluminação, pelo aconchego do espaço com apenas 120 lugares e pelo serviço de bar, disponível a partir das 20h30 até o final do espetáculo.

Espetáculo: A Graça do Vira
Direção geral: Alexandra Golik
Elenco: Alexandra Golik, Antônio Ravan, Guilherme Uzeda e Marcela Leal.
Cenário: Paula di Paoli
Local: Teatro Viradalata
Rua Apinagés, 1387. Perdizes/SP. Tel: (11) 3868-2535
Temporada: terças-feira – às 21h30 - até 16/12                                                            
Ingressos: R$ 30,00 (meia: R$ 15,00)
Bilheteria: terça (a partir de 19h), sábado (10h-21h) e domingo (10h-20h).
Ingressos antecipados: ingressorapido.com.br (Tel: 4003-1212).
Duração: 80 min. Classificação: 18 anos. Gênero: humor
Aceita cartões de débito/crédito (MC, RC, V, VE).
A casa abre às 20h30. Estacionamento / vallet: R$ 15,00
Site: www.viradalata.com.br. Estreia oficial: 5/8/14


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

CAIXA Cultural São Paulo apresenta Miúcha cantando Tom, Chico e Vinícius

O clima das reuniões em casas de amigos é resgatado por Miúcha nesse show que contempla a obra e o universo de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Chico Buarque.

A Caixa Cultural São Paulo apresenta a cantora Miúcha entre os dias 14 e 18 de janeiro, de quarta a domingo, às 19h15, com entrada Franca. O show Uma Cantora e Três Cariocas, patrocinado pela Caixa Econômica Federal, tem participação especial do cantor paulistano Renato Braz.

No palco, Miúcha revive com sofisticação e bom humor o clima e as histórias dos Anos Dourados do Rio de Janeiro por meio de composições de Antônio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes e Chico Buarque de Holanda.

Acompanhada pelos músicos Itamar Assiere (piano), João Lyra (violão), Jamil Joanes (baixo) e Ricardo Costa (bateria), a cantora desfila um repertório regado a histórias de amor e de boemias, traduzido em versos íntimos e arranjos primorosos. As melodias transportam o público para os anos 60 e 70, época em que a música brasileira ganhou bossa e delicadeza.

Intimista, Miúcha aproxima o público desses poetas que retratam a alma do país em forma de música. Cada canção revela cumplicidade e descontração, marcas de seu convívio com esses compositores. O repertório reúne músicas representativas dos encontros que ocorriam em casas de amigos e também nos botequins, palcos e praças.

Segundo Miúcha, “com Tom Jobim dividi vozes e boemia, acordes e trocadilhos, afeto e admiração”. Para celebrar esse encontro, ela canta pérolas como “Águas de Março”, “Eu Te Amo” e “Anos Dourados”. E as canções vão sendo costuradas por revelações e lembranças, histórias vividas com o músico.

De Vinícius de Moraes, grande amigo de seu pai Sérgio Buarque de Holanda e presença assídua nas noites musicais que aconteciam na casa da família, ela resgata os versos de “Gente Humilde”, “Sei Lá”, “Pela Luz dos Olhos Teus”, além de parcerias dele com Tom Jobim e Baden Powell, entre outros. A cantora conta que aprendeu com Vinícius alguns acordes no violão e muitas músicas de compositores que o poetinha admirava.

Sambas e canções do irmão Chico Buarque de Holanda completam o roteiro afetuoso do espetáculo. Composições como “Todo Sentimento”, “João e Maria” e “Maninha” (esta feita especialmente para o primeiro disco que Miúcha gravou com Tom Jobim) poetizam o show e selam um pacto entre eles, pela música e pelo companheirismo.

Esse trabalho não se restringe a um show no qual a cantora interpreta ícones da música brasileira; retrata com simplicidade uma época importante da nossa música pela voz de uma de suas mais importantes intérpretes. Miúcha viveu e cantou esse momento.

Serviço
Show: Miúcha
Músicos: Miúcha (voz), Itamar Assiere (piano), João Lyra (violão), Jamil Joanes (baixo) e Ricardo Costa (bateria).
Participação especial: Renato Braz
Temporada: 14 a 18 de janeiro de 2015
Horário: quarta-feira a domingo - às 19h15
Local: CAIXA Cultural São Paulo
Endereço: Praça da Sé, 111 – Centro/SP
Informações: (11) 3321-4400
Grátis: retirar ingresso na bilheteria no dia do espetáculo, a partir das 12h.
Duração: 60 min. Classificação: Livre. Capacidade: 80 lugares. Acesso universal.
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Show de patinação dos Periquitos em Revista, da Soc. Esp. Palmeiras, comemora 60 anos

Grupo protagoniza o maior show de patinação artística sobre rodas do Brasil.

Com direção artística de Marcello Coria Massaini e direção geral de Maria Thereza Bellangero, o grupo de patinadores Periquitos em Revista apresenta Diamonds nos dias 6 e 7 de dezembro, sábado (20h30) e domingo (20h), no Ginásio de Esportes da Sociedade Esportiva Palmeiras.

De caráter beneficente, os ingressos devem ser trocados por 2 litros de leite (longa vida). O leite arrecadado será doado para entidades filantrópicas e creches que atendem a região da Pompéia.
  
O novo espetáculo do Periquitos em Revista comemora os 60 anos do grupo, considerado como o maior show de patinação artística sobre rodas do Brasil com atividades ininterruptas, desde sua criação, em 1954, pelo Comendador Hiada Torlay. O Espetáculo Diamond traz coreografias inéditas e também uma compilação de números de sucesso do grupo. Esse show de boda de diamante também faz homenagem aos antigos integrantes.

O Show – com duas horas de duração - apresenta 16 coreografias (entre conjuntos, solos e duplas) que utilizam músicas extraídas de grandes musicais da Broadway, da trilha sonora de filmes de sucesso, além de hits de cantores internacionais e também brasileiros. Desta forma, faz valer o termo "revista" que era usado por companhias de teatro nos anos 50 e 60, cujo elenco exibia um luxuoso guarda-roupa (com pedrarias, plumas e brilhos). O nome "Diamons" é uma homenagem às bodas de diamante dos Periquitos em Revsita.

O número final celebra época natalina com o número Christmas Time: Papai e Mamãe Noel chegam à pista a bordo de um de trenó e todo o elenco usa figurinos em tons vermelho e branco.

A história

Para viabilizar a criação de um espetáculo, Hiada Torlay importou os coreógrafos Carmem Folk e Hugo Set do Uruguai (patinadores do famoso Holiday on Ice) e montou no Brasil a primeira fábrica de patins, de onde também saia toda a infraestrutura de equipamentos de luz e de som, inexistentes no Brasil naquela época, para a montagem dos espetáculos. Os Periquitos em Revista criaram o lema “brincando ajudamos” e, nesses 60 anos, nunca cobrou por suas apresentações realizadas por todo o país (que somam mais de 1.500 shows). Os recursos, arrecadados com apoio de entidades filantrópicas locais, são convertidos em doações assistenciais.

O grupo teve seu trabalho reconhecido mundialmente, em 1968, quando recebeu a Gran Cruz de Mérito Social da Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO). Durante essas seis décadas, já passaram pela equipe mais de mil patinadores. Alguns se tornaram campeões brasileiros, sul-americanos e até participaram expressivamente de campeonatos mundiais. O Periquitos em Revista, acreditando na inclusão social, foi o primeiro grupo de patinação a incluir atletas especiais, portadores da síndrome de down, em seu elenco.

SERVIÇO

Dia 06/12 – Sábado – 20h30
Dia 07/12 – Domingo – 20h
Duração: 2 horas (15 minutos de intervalo) 
Local: Ginásio de Esportes da Sociedade Esportiva Palmeiras
Rua Turiassu, 1840. Perdizes/SP
Informações: 11 3874-6500. Site: www.periquitosemrevista.com.br
Ingresso p/ pessoa: 2 litros de leite (longa vida)
Pode ser trocado, antecipadamente, na secretaria do clube ou no próprio dia do espetáculo.
(O leite arrecadado será doado para entidades filantrópicas e creches que atendem a região da Pompéia, onde se localiza a Sociedade Esportiva Palmeiras).

Programa do espetáculo (sujeita a alteração)

1 – Abertura: Gala Show - Diamond - Todo o Elenco de Periquitos em Revista
2 – Branca de Neve – destaques e elenco infantil (escola de patinação)
3 – O Eterno Chaplin - Regilson Feliciano, Inês Polo e Helena Ferrari
4 – Solo: A Pequena Notável – Bia Eremberg (campeã de patinação)
5 – Dança Brasil – Destaques: Nathalia Rosolen, Ana Paula Ferrari / Ensemble
6 – Solo Campeã de Patinação – Ana Beatriz Martins
7 – Show Life – Conjunto/Ensemble
Intervalo - 15 minutos
1 – Grease - Nos tempos da Brilhantina, destaque de duplas e Ensemble
2 – Atletas “Especiais” (Clara Pappa, Marcelo Versolato, Henrique e Daiane)
3 – Cinema Mudo - Ensemble
4 – Solo:  Tatiana Abraão
5 – Quarteto – Campeãs brasileiras de dança sincronizada sobre patins
6 – Solo: Cesar Rivas – Campeão de patinação na categoria Free Dance
7 – Final: Christmas Time – Todo o elenco de Periquitos em Revista

Curiosidades

Hoje ainda, se encontra no staff dos Periquitos em Revista, a terceira geração de uma mesma família que faz parte do show.São mais de 500 figurinos luxuosos que são trocados durante o show.300 placas/pisos (chapas de madeira) são usadas para a montagem da pista de patinação.
Ficha Técnica

Espetáculo: Diamonds
Gênero: Patinação Artística sobre Rodas
Direção geral: Maria Thereza Bellangero
Direção artística: Marcelo Coria Massaini
Coreografias: Marcello Coria Massaini
Assistente de coreografia: Patricia Fanti
Coordenação do staff: Mapa de posições : Marcia Mesquita
Diretora de departamento e escola de patinação: Lucile Fanti
Cenário, figurinos e trilha sonora: Marcelo Coria Massaini
Cenotécnia e contrarregragem: Amado Dias e equipe
Iluminação e som: Luciano Coutinho
Locuções: REF Estúdios
Montagem de estrutura de som, luz e estrutura de palco: GICA produções
Montagem da pista de patinação: Técnicos da Sociedade Esportiva Palmeiras
Confecção de figurinos: Ateliê Maysa
Administração de guarda-roupa: Ana Torres e equipe
Perucaria e adereços: Ricardo M.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O Pornosamba – Contundência crítica, poética e anti-musical

CRÍTICA
por Evill Rebouças[i]

Geralmente quando se produz teatro musical no Brasil, a busca pela virtuosidade do cantar, bem como os aparatos técnicos (entre eles, microfones sem fio e caixas amplificadas), se sobrepõem à teatralidade. Isso pode ser conferido em boa escala nas produções exportadas da Broadway para o Brasil. O belting – técnica norte-americana para se alcançar uma das excelências no canto – nunca foi tão apreciado e exigido como nos dias de hoje, pois em algumas dessas produções não se exporta apenas a dramaturgia, mas um conjunto de modelos estéticos, entre eles, a cópia exata da técnica de canto, do cenário, do figurino, da luz. Necessário também um staff de profissionais nos bastidores, dada a grandiosidade das produções e, consequentemente, põe-se no palco e na coxia uma espécie de franchising, tal qual o Mcdonald´s. Paradoxalmente, quanto mais esses espetáculos se aproximam do formato original, mais frequentados e ovacionados são.

O pornosamba e a bossa nova metafísica, espetáculo produzido pelo Teatro do Incêndio, com dramaturgia e direção de Marcelo Marcus Fonseca, vai pela contramão das experiências citadas e de tantas outras que se aproximam ao show ou se isentam de construir discurso crítico. Aqui, o grupo cria poéticas a partir da precariedade para expor irônica crítica aos modelos vigentes de musicais. Os atores, acompanhados por banda ao vivo e com instrumentos amplificados, cantam no gogó e quando há microfone, este é utilizado para outra função. A personagem de Carmen Miranda, desempenhada de modo soberbo e aurático por Gabriela Morato, dupla playbacks. Concebível esse recurso para um “musical modelo” ou tal escolha é uma crítica a atual indústria fonográfica, na qual maquia vozes para vender bundas? Numa das cenas mais poéticas do espetáculo, Carmen – aquela que voltou americanizada - toma pílulas e morre, tendo ao fundo a gravação de um mix de choros de Villa Lobos, para posteriormente ser coberta por nomes de magistrais compositores brasileiros.  Mas para que não paire dúvida sobre a virtuose vocal de Gabriela Morato, ela em vez de dublar também canta Recadinho de papai noel, de Assis Valente, quando a performance ao vivo se faz necessária à cena.

A dramaturgia de Pornosamba é fragmentada. Como boa parte de textos criados a partir de experimentos em cena, o resultado é uma tessitura repleta de humanidades, pois explora e se adequa aos perfis dos profissionais envolvidos, além de abrir um leque para leituras múltiplas. É o espectador quem irá construir os sentidos para as situações mostradas, mas Fonseca desenha amarração para os fragmentos: seria a memória da morta Carmen Miranda ou os devaneios, oriundos dos hilários porres de Vinícius de Morais que fazem chegar ao palco as situações mostradas? Por meio desse expediente desfilam pela passarela do Teatro do Incêndio ícones que criavam e cantavam o samba e a bossa nova de outrora: Assis Valente, Noel Rosa, Ary Barroso, Cartola, Candeia, Araci de Almeida, Nara Leão, Maísa, Dolores Duran, Elis Regina, Baden Powell, Tom Jobim, João Gilberto, Madame Satã, entre tantos outros. Para os mais velhos, facilmente se reconhece algumas dessas personalidades sem precisar chama-las pelo nome ou caracterizá-las mimeticamente. Carmen ou Elis, por exemplo, são facilmente reconhecíveis pelos trejeitos de braços e mãos, ou Noel com sua incessável e grotesca tosse. Para aqueles que jamais ouviram falar dessas personalidades, o dramaturgo utiliza o recurso de chamar alguns deles pelo apelido ou pelo primeiro nome. Mais informações? Só dando uma “googada”, pois o espetáculo não está a serviço do didático, mas da reflexão.

De todas as encenações assinadas por Marcelo Marcus Fonseca, esta é a mais madura e pungente. Existe um equilíbrio entre poética e crítica – não subsidiada pela palavra, mas essencialmente pela riqueza de imagens. Absolutamente poético caracterizar Elis com as narinas sangrando e momentos depois a cantora se dirigir a uma bandeja de pó; ver Carmen atravessando a passarela com roupa fúnebre, gestos minimalistas e maquiagem que sublinha sua boca, qual ventríloquo; ou ver a cabeça de Nara Leão sendo enfaixada com gases estampadas de sangue, apenas informando que o seu tumor estourou. Nenhuma palavra ou julgamento sobre as situações, apenas imagens que subsidiam leituras e críticas múltiplas.

Os recursos surrealistas presentes na luz, a qual deixa parte do rosto dos intérpretes sombreados, bem como as maquiagens e adereços grotescos possibilitam contrapontos e diferentes modos de recepção: distanciar-se e pensar sobre, ou, a inevitável comoção contida diante de imagens tão avassaladoras.  Num outro momento ilustres artistas mortos caminham sobre lixo reciclável; eis outra imagem que reforça a crítica sobre o descarte, o capitalismo fonográfico e seus desdobramentos.  Fonseca flerta e oferece também possibilidades de experiência (no sentido Bondiano) ao espectador, pois em dado momento, parte da plateia deita-se sobre as ondas de uma praia. Inevitável não fechar os olhos, seja pela luz dos refletores que incide sobre a nossa visão ou pela sonoridade de Tarde em Itapuã.


Durante a apresentação de Pornosamba me lembrei de dois espetáculos do festejado grupo francês Ex Machina, dirigido por Robert Lepage. O que tem a ver uma coisa com outra? Tudo e nada! Nas duas montagens de Jogos de carta (subdivididas em Copas e Espada) existe um exército de contra-regras escondidos sob uma plataforma para fazer brotar espetacularidades. Mas, paradoxalmente, em um destes espetáculos o grupo crítica o capitalismo e utilizam maquinário e mão de obra que custam milhões e milhões. No caso de Pornosamba, não houve recursos financeiros para a montagem, não há espetacularidade e quando se faz necessário trazer um objeto para a cena, isso é transformado em poética: simultaneamente a uma cena principal, os objetos são colocados no palco como se atores/contra-regras deslizassem no tempo, saíssem da memória daquele que executa a cena principal, sem necessariamente essas ações coincidirem com os conteúdos daquilo que está em foco.

Lembrei-me também de Cabeça de papelão, musical escrito por Ana Roxo e dirigido por Kleber Montanheiro. Como em Pornosamba, o espetáculo da Cia. da Revista fugia do padrão musical brasileiro, pois em ambos os casos se exploram as qualidades de atores que cantam e, essencialmente, a construção de poéticas críticas. Para ouvidos e olhos padronizados, não recomendo Pornosamba; para pessoas desejantes de reflexão, é indispensável passar por experiência cruel, incompleta e tocante.

[1] Evill Rebouças é um dos fundadores da Cia. Artehúmus de Teatro. Dramaturgo, diretor, ator e orientador de artes cênicas.  Graduado em artes cênicas pelo Instituto de Artes da Unesp. Publicou A dramaturgia e a encenação no espaço não convencional, livro resultante de sua pesquisa de mestrado.

Musical: O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica
Teatro do Incêndio. Rua da Consolação, 1219. Tele: (11) 2609-8561
Temporada: sábados às 21h e domingos às 20h - Até 14/12
Ingressos: R$ 40,00 (meia: R$ 20,00) – Bilheteria 2h antes da sessão
Duração: 80 min. Classificação: 16 anos.