quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Reciclópolis, de Ricardo Maia, usa a arte do circo para refletir sobre o meio ambiente

No elenco, ginastas, acrobatas, malabaristas, equilibristas, atores, palhaço e bailarinos. Curtíssima temporada: até dia 6 de abril.

O espetáculo circense Reciclópolis estreia no dia 15 de março, sábado, no Teatro Viradalata, às 19 horas. A direção é de Ricardo Maia, profissional reconhecido por realizações como Circo Roda Brasil, Bagun SA e Chefs do Riso.

O enredo fala de uma cidade que sofre com o surgimento de um lixão a céu aberto, gerado pelo comodismo e preguiça da própria população. Reciclópolis usa a arte do circo – aliada ao teatro e à dança - para contar a história de forma dinâmica e bem humorada, destacando a importância da reciclagem e da preservação do meio ambiente. As coreografias são assinadas por Fernanda Chamma e o elenco é formado por 10 artistas brasileiros e um ucraniano, todos com larga experiência em teatro musical e circo.

Números de malabarismo, equilibrismo, acrobacias aéreas e de solo, eletrizantes evoluções com parkour e pole dance (acrobacias em poste de ferro) e dança (contemporânea e circense), além de efeitos visuais proporcionam emoção e muita diversão para o espectador de qualquer idade. Todas as cenas são permeadas pela magia do circo, seja em primeiro ou segundo plano.

Segundo o diretor Ricardo Maia, “apesar dos temas reciclagem e defesa da natureza serem recorrentes na sociedade atual, poucos espetáculos abordam a questão, principalmente para mostrar o que podemos fazer no dia-a-dia em prol do meio-ambiente”. Ele explica que “a arte tem o poder de educar por meio da diversão e complementar o que é ensinado em casa e na escola”.

A trilha sonora é um atrativo á parte. São temas de compositores clássicos, como Bach, Beethoven e Mozart, que ganharam releitura eletrônica do DJ Rogério Mello.

O enredo

No país de Ciclópolis o volume do lixo cresce tanto que faz nascer Lixúrio (Kostya Biriuk), um vilão carismático que faz da sujeira a sua fonte de poder, com a ajuda do rato Chorume (Eric Rubin de Freitas) e do urubu Escória (Beto Salles). Ele convence a população de que não há nada de mal em jogar o lixo na rua e assim vai aumentando, cada vez mais, o seu poder. Mas Lixúrio tem uma forte adversária, a princesa Gaia (Karina Mathias), filha do Rei Cyclópis (Renan Miguel), que organiza uma mobilização contrária ao culto à sujeira, em defesa da cidade e do planeta. Ela conta com a ajuda de Sucata (Ingrid Daniele) e Cacareco (Cauã Kubaski), catadores de materiais recicláveis. Eles são hilários e bastante atrapalhados; e chegam com sua Recicleta, uma carroça mágica que transforma, instantaneamente, o lixo coletado (eletroeletrônicos, plástico, papelão, vidro, alumínio) em objetos de arte, brinquedos ou utensílios domésticos.

Cacareco se apaixona por Gaia, mas quem pretende se casar com ela - e destronar o Rei - é o vilão, cujo poder cresce proporcionalmente ao lixo. A guerra está decretada! Uma nuvem negra e o mal cheiro tomam conta das ruas. Lixúrio domina os inimigos, mas por quanto tempo? Os heróis conseguirão mobilizar a população para reciclar o lixo, cuidar da água e, assim, reduzir o poder do vilão? Com um final surpreendente, Reciclópolis promete uma experiência única com alto impacto para a transformação social.

Ficha técnica
Espetáculo: Reciclópolis
Criação e direção: Ricardo Maia
Elenco: Beto Salles, Cauã Kubaski, Cintya Rodrigues, Eric Rubin de Freitas, Erika Henriques, Ingrid Daniele, Karina Mathias, Kostya Biriuk, Renan Miguel, Tânia Oliveira e Thiago Calafate.
Produção executiva: Jeanlise Velloso Couto
Coreografias: Fernanda Chamma
Assistente de coreografias: Adenis Vieira
Trilha sonora (recriação a partir de clássicos de D.P.): DJ Rogério Mello
Assistentes de produção: Hyna Flow e Fátima Galdino
Figurinos: Jeanlise Velloso Couto e Hyna Flow 
Maquiagem: Lennoxdreams Oliveira
Patrocínio: Coca-Cola Femsa
Copatrocínio: Amanco e Wurth
Apoio: Supermercados Nagumo
Realização: Ricardo Maia Produções Artísticas, Instituto Paulo Kobayashi – IPK, Ministério da Cultura e Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Programa de Ação Cultural 2013 - ProAC.
Serviço
De 15 de março a 6 de Abril
Teatro Viradalata
Rua Apinajés, 1387 – Perdizes - Tel: (11) 3868-2535
Horários: sábados e domingos - às 19 horas
Ingressos a R$ 20,00 (meia: R$ 10,00)
Bilheteria: quinta (19h-22h), sábado (10h-21h) e domingo (10h-20h).
Duração: 1h15 (c/ intervalo, 15 min.). 273 lugares. Classificação/idade: 3 anos
Ingressos antecipados: ingressorapido.com.br  (Tel: 4003-1212).
Aceita cartões de débito/crédito (MC, RC, V, VE). Não aceita cheques.
Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento / vallet no local: R$ 15,00

Sobre os realizadores:

Ricardo Maia - Atuando a mais de 20 anos no setor de entretenimento, Ricardo Maia já criou, produziu e viabilizou diversos shows musicais, peças de teatro, espetáculos de circo, festivais, exposições e eventos temáticos por todo o país. Site: www.ricardomaiaproducoes.com.br
Instituto Paulo Kobayashi - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público protagonizando desde 2005 o papel de agente promotor de ligação entre o Poder Público, a Iniciativa Privada e a Sociedade Civil, com reconhecida atuação de responsabilidade social, promovendo a inclusão cultural, social, digital e qualidade de vida. Site: www.ipk.org.br

Elenco:

Beto Salles - O paulista de 21 anos é praticante de Parkour (há cinco anos) e de Kung Fu (há quatro), além de ser dublê profissional e de ter participado de diversos comerciais para TV.
Cauã Kubaski - Natural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Cauã tem 24 anos e é bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal Santa Maria. Elea já participou de festivais, inclusive em Portugal. Em seu currículo hátrês premiações como Melhor Ator Coadjuvante.
Cintya Rodrigues - Artista de 25 anos, Cintya carrega o título de bicampeã paulista em acrobacias, em 2003 e 2004. Já fez apresentações no Bar Brahma com o espetáculo Cabaret da Nina e tem trabalhos realizados pelo Circo Vox. Formada em Psicologia, a profissional também ministra aulas de técnicas acrobáticas e tecido há 3 anos.
Eric Rubin de Freitas - Natural de Campinas, SP, Erik Rubin de Freitas, 21 anos, é dublê profissional e praticante de Parkour, tendo participado de diversos comerciais e programas para TV (SBT e Record).
Erika Henriques - Natural do Rio de Janeiro, com apenas 15 anos, Erika já participou de diversos musicais como Annie, Os Saltimbancos, Sonhos de uma Noite de Verão e O Auto da Compadecida. Também é premiada internacionalmente em ballet, sapateado, ginástica rítmica, piano, violino e canto, tendo participado de diversas novelas e programas de TV da Rede Globo (Zorra Total, Avenida Brasil  e Cheias de Charme).
Ingrid Daniele: atriz profissional formada pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul e palhaça formada pelos Doutores da Alegria.
Karina Mathias - Cantora e atriz, com bacharelado e licenciatura em teatro pela Universidade Anhembi Morumbi, Karina participou de musicais como Shrek - O Musical, O Mágico de Oz, Um Violinista no Telhado, As Bruxas de Eastwick, A Noviça Rebelde e outros. Também gravou três CDs independentes, que têm participação de grandes nomes da música brasileira, e foi finalista do programa Îdolos (SBT).
Kostya Biriuk - Nascido em Nicolaev (Ucrânia), o artista de 29 anos é formado em dança folclórica russa, ballet clássico (método Vaganova) e acrobacia. Começou na afamada escola de dança Dgereltse (Ucrânia). Em sua trajetória atuou em países como Turquia, Polônia, Coreia, Egito e Brasil, como bailarino e acrobata. No Brasil há quatro anos, ele já participou da comissão de frente da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e do espetáculo O Mágico de OZ, entre outros.
Renan Miguel - O paulista Renan Miguel, de 23 anos, começou aos 16, na escola Galpão do Circo. Hoje ele faz malabarismo com aros, claves, objetos domésticos, fogo e outros.
Tânia Oliveira - Acrobata e equilibrista há 10 anos, a artista paulista de 30 anos faz equilíbrio sobre bengalas, trapézio e lira. Em seu currículo, tem uma passagem pelo Circo Vox e foi pré-selecionada, para o Cirque du Soleil.
Thiago Calafate - Natural de São Luís, MA, Thiago é ator, dançarino e acrobata, com graduação em educação física e formação livre em ballet clássico, dança contemporânea, jazz, ballet aéreo, dança de salão, circo, teatro e dança-teatro. Participou de diversos espetáculos  musicais no Maranhão tais como “A Bela e a Fera”, “O Mágico de Oz”, “Saltimbancos”, “Família Addams”, entre outros.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O Jovem Príncipe e a Verdade faz promoção no carnaval para a criançada

Fotos de Marilia Scarabello 
 Basta ir fantasiada!

O musical infanto-juvenil O Jovem Príncipe e a Verdade, em cartaz no Teatro Viradalata, aos sábados e domingos (às 16 horas) anuncia promoção para o fim de semana do CARNAVAL: as crianças que comparecerem fantasiadas, nos dias 1º e 2 de março, não pagarão pelo ingresso.

Com direção de Regina Galdino, o texto de Jean-Claude Carrière conta a história do Jovem Príncipe que recebe a missão de encontrar a Verdade para poder se casar com sua amada. Ele, então, sai pelo mundo, acompanhado pelo engraçado Contador de Histórias. A montagem tem trilha sonora original, tocada e cantada ao vivo, assinada por Fernanda Maia, profissional reconhecida pelos prêmios Shell e indicações no Femsa, entre outros. O elenco desta divertida comédia é formado por Gerson Steves, Daniel Costa, Leonardo Santiago e Amanda Banffy (também tradutora).

Músicas como “O Burro”, “O Príncipe”, “Ao Norte, ao Sul, a Leste e a Oeste” e “O Crocodilo”, apresentam personagens,  narram a história, mostram a passagem de tempo ou sublinham as regiões por onde os personagens passam. As interpretações são ao vivo e os instrumentos são executados Rafa Miranda (piano) e Flávio Rubens (clarinete).
 

O enredo

A história é inspirada, entre outros, em um antigo conto indiano (A Mentira da Verdade), sobre um príncipe que recebe a missão de encontrar a “Verdade” para poder se casar com a jovem que ama. Pronto para cumprir sua missão, o Jovem Príncipe (Leonardo Santiago) inicia uma viagem pelo mundo, sempre acompanhado pelo Contador de Histórias (Gerson Steves), personagem foi inspirado no hilário Nasreddin Hodja, homem de grande senso de humor, contador de anedotas, que viveu no Oriente Médio.

Eles passam por diferentes situações, atravessam regiões e períodos históricos, onde oriente e ocidente se misturam por meio do contato com os outros personagens. O Jovem Príncipe, porém, não encontra uma definição simplista para a “Verdade”. O tema é tratado como uma surpreendente questão filosófica. Sua jornada é uma grande metáfora: um jovem em busca do amadurecimento, até se tornar um homem capaz de contar sua própria história. O espetáculo provoca reflexão, curiosidade e muitas gargalhadas. E o final desta história está bem longe do típico “felizes para sempre” dos contos de fadas. Surpresa!

Espetáculo: O Jovem Príncipe e a Verdade
Autor: Jean-Claude Carrière
Tradução: Amanda Banffy
Direção geral: Regina Galdino
Elenco: Gerson Steves, Leonardo Santiago, Daniel Costa, Amanda Banffy e os músicos Rafa Miranda e Flávio Rubens.
Direção musical e música original: Fernanda Maia
Cenografia e adereços: Luis Rossi
Figurino: Rosângela Ribeiro
Desenho de luz: Fran Barros
Direção produção: Henrique Benjamin
Assistente de direção: Renata Calmon
Produção administrativa/executiva: Fabio Hilst
Assistente de produção: Fernanda Lorenzoni
Operação de luz: Bianca Livonius
Teatro Viradalata
Rua Apinagés, 1387. Perdizes/SP. Tel: (11) 3868-2535
Temporada: 18/01 a 06/04 - sábados e domingos - às 16 horas.
Ingressos: R$ 30,00 (meia: R$ 15,00).
Nos dias 1 e 2 de março, criança fantasiada não paga o ingresso.
Gênero: infanto-juvenil. Duração: 60 min. Indicação: 6 anos
Bilheteria: quarta (19h-21h), sábado (14h-21h) e domingo (10h-20h).
Ingressos antecipados: ingressorapido.com.br  (Tel: 4003-1212).
Aceita cartões de débito/crédito. Estacionamento/vallet: R$ 15,00


Marilyn em Branco e Preto encerra temporada no Augusta

Crédito/foto: Dicastanha
Dinah faz uma releitura de poemas e textos extraídos do livro, bem como de algumas cenas antológicas de seus filmes. Fragmentos dessas cenas pontuam o espetáculo onde o corpo, por meio da dança, é usado como símbolo de identidade. “A linguagem corporal é marcante nos trejeitos, no carisma e na sensualidade de Marilyn”, comenta.

A trilha sonora traz músicas inéditas, inspiradas nas composições originais, criadas pela pianista Deise Hatumm, que também toca o instrumento, ao vivo, durante o espetáculo. No palco, Dinah Perry contracena e dança com os atores/bailarinos Átila Freire, Ricardo Januário e Yuri Ruppini.

A dança contemporânea é o artifício de Perry para reproduzir o perfil da estrela, desse mito do cinema, e também contempla a sua face de mulher, na intimidade. A encenação segue contrapondo o lado obscuro ao claro da personalidade da diva; a provável tristeza na intimidade e a alegria perante o público; o particular e o privado. Dinah descontroi o mito para revelar a faceta interior, o lado humano da atriz.

Ficha técnica
Espetáculo: Marilyn em Branco e Preto
Concepção, direção e coreografia: Dinah Perry
Elenco: Dinah Perry e bailarinos/atores (Átila Freire, Ricardo Januário e Yuri Ruppini).
Trilha sonora e piano: Deise Hattum
Fotos: Silvia Machado
Serviço
Estreia: 15 de janeiro de 2014 – quarta-feira – às 21 horas
Teatro Augusta (Sala Nobre)
Rua Augusta, 943 – Consolação/SP – Tel: (11) 3151-4141
Temporada: quarta e quintas-feiras – às 21 horas – Até 27/02
Ingresso: R$ 50,00 (meia: R$ 25,00) – Duração: 75 minutos – Gênero: Musical

Classificação etária: 15 anos - Bilheteria: 4ª a 5ª (14h às 21h), 6ª (14h às 21h30), sáb. (15h às 21h) e dom. (15h às 19h) - Lotação: 302 lugares - Aceita dinheiro e cartões (MC, D, V, RS e VE). Reservas p/ telefone: 4ª a sáb. (15h às 19h) e dom. (15h às 17h) - Ingressos antecipados: www.ingressorapido.com.br (tel 4003-1212). Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento conveniado no local – Site: www.teatroaugusta.com.br

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

"Morro Como Um País" faz curta temporada no CIT-Ecum

Fernanda Azevedo ganhou o Prêmio Shell 2014 de Melhor Atriz.

No ano em que se completa 50 anos do golpe militar no Brasil, a Kiwi Companhia de Teatro volta à cena com Morro Como Um País, montagem que estreou em março de 2013, com direção de Fernando Kinas. A reestreia acontece no dia 26 de março, quarta-feira, no CIT-Ecum (Centro Internacional de Teatro), às 21 horas, com interpretação de Fernanda Azevedo, vencedora do Prêmio Shell de Melhor Atriz por esse trabalho.

Na noite de reestreia, após a apresentação, haverá performance musical com o Cordão da Mentira. O grupo apresenta quatro números, aquecendo os instrumentos para o Grande Desfile / Escracho, do 1º de abril de 2014, cujo tema é “Quando vai acabar a ditadura civil-militar”. O lema do grupo é batucar contra a militarização, o genocídio e o ufanismo.

Morro Como Um País dá continuidade ao trabalho de pesquisa da Kiwi, desenvolvido com foco na reflexão política, social e estética. O espetáculo não segue um padrão tradicional de encenação; não há uma história com princípio, meio e fim. A referência para a encenação é o texto literário Morro Como Um País, escrito em 1978 por Dimitris Dimitriadis (nascido em 1944), um relato poético de como o povo grego viveu a “ditadura dos coronéis” (1967/1974).

A peça coloca em foco a discussão sobre o “estado de exceção permanente”, definido pela suspensão de direitos, mesmo em períodos de aparente “normalidade democrática”. São situações em que a ilegalidade toma a aparência de legalidade. Também apresenta momentos históricos de especial tensão entre o desejo de transformação e de justiça social e a violência praticada pelo Estado.

A concepção de Fernando Kinas articula mais de 30 tableaux (cenas independentes) articulados de forma a provocar a reflexão e compreensão do espectador. A encenação delineia quadros como em um jogo onde todos os presentes estão inseridos, incluindo uma referência às brincadeiras coletivas infantis. O jogo cênico propõe reunir prazer e reflexão sobre a história do país.

Com a intenção de inquietar o espectador, o trabalho se inspira e utiliza recursos do teatro documentário e da matriz brechtiana, inspirando-se ainda na obra do diretor russo Meierhold. O material retirado da realidade e usado em cena é formado por relatos, matérias jornalísticas, depoimentos, imagens, canções, brincadeiras, poemas, trechos de romances e letras de músicas.

Segundo o diretor, “não há carga emocional pela reconstrução psicológica, a contundência se dá mais pela informação narrativa do que pelos recursos dramáticos convencionais”. A atriz Fernanda Azevedo completa dizendo que “não temos as respostas para tudo, mas tentamos fazer as perguntas certas”.

A música é usada com função dramatúrgica, a exemplo da música cigana (povo historicamente perseguido), dos clássicos de exaltação nacionalista durante a ditadura (Eu te amo meu Brasil) e das músicas de protesto. A companhia trabalha com alguns conceitos na montagem, entre eles, o de cânone, figura musical que supõe um padrão de repetição (há um relógio em cena com mostrador e mecanismo invertidos) e desmontagem das personagens clássicas em favor do depoimento e da exposição de contradições, tanto na forma como no conteúdo do que é exposto cenicamente. A iluminação de Heloísa Passos (cineasta e diretora de fotografia em curtas e longas-metragens) traz referências cinematográficas e prioriza as luzes frias.

O projeto do grupo, que existe há 16 anos, alia reflexão e experimentação estética. Isto tem relação com a trajetória de Fernando Kinas, que tem Doutorado em Teatro pela Sorbonne Nouvelle e Universidade de São Paulo. Uma longa pesquisa de cerca de oito meses foi desenvolvida para este trabalho, que incluiu viagem à Argentina para investigar processos autoritários na América Latina.

A Montagem Morro como Um País estreou em março de 2013, no Teatro Grande Otelo, e fez temporada também em São Bernardo do Campo (uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Ministério da Cultura), além de apresentações em diversos espaços e eventos do País. Em 2014, fará temporada nacional em cidades do Nordeste (Fortaleza, Crato e João Pessoa), Brasília e Rio de Janeiro. Em junho deste ano, a Kiwi Companhia de Teatro seguirá para o Canadá, onde encenará uma performance inédita criada especialmente para o Encontro do Instituto Hemisférico (o evento refletirá sobre as manifestações populares). Também viajará pelo interior de São Paulo com o espetáculo Carne, com apoio do ProAC.

Ficha técnica
Trabalho cênico: Morro Como Um País
Roteiro e direção geral: Fernando Kinas
Interpretação: Fernanda Azevedo
Cenário: Júlio Dojcsar
Figurino: Maitê Chasseraux
Iluminação: Heloísa Passos
Pesquisa e música original: Eduardo Contrera e Fernando Kinas
Pesquisa e tratamento de imagens: Maysa Lepique
Assessoria e treinamento musical: Luciana Fernandes e Armando Tibério
Direção de produção: Luiz Nunes
Assistência de produção: Dani Embón
Programação visual: Camila Lisboa
Realização e produção: Kiwi Companhia de Teatro
Serviço
Reestréia: 26 de março - quarta-feira - às 21 horas
CIT-Ecum (Centro Internacional de Teatro)
Rua da Consolação, 1623 – Consolação/SP. Tel: (11) 3255 5922 ou 3129 9132
Temporada: quartas e quintas – às 21 horas - Até 17/04
Ingressos: R$ 40,00 (meia: R$ 20,00). Bilheteria: 1h antes das sessões.
Duração: 95 min. Classificação etária: 14 anos. Capacidade: 134 lugares.

Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento conveniado ao lado: R$ 15,00

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O FUTURO DOS ROLEZINHOS JÁ ESTÁ NO PALCO DA FAAP

Crítica - Bola de Ouro 

Quem com mais de dezoito nunca se meteu num protesto de praça pública, noutro caminhando pelas ruas e praças, com ou sem cartaz, deixando claro o que pretende e em quem confia? Faz parte da juventude e dos sonhos de mudar o mundo de um modo quase exato, mas por caminhos que não dão exatamente onde se sonha. A revolução russa procura uma saída, o atual presidente dos Estados Unidos assim como quase toda a humanidade quer. Quando acha-se que se conseguiu, pode-se morrer na ilusão de que tudo foi conquistado e o que ainda estiver faltando vai ser. Quando se fica mais maduro, as ilusões de felicidade e acertos totais não parecem mais viáveis e sim sonhos. Como os dos olhos das crianças que imaginam o que querem que o mundo seja e ela vai descobrir. Nada toca mais fundo a emoção das avós e avôs e às vezes mesmo quando ainda são pais. É com essa consciência que Jean-Pierre Sarrazac escreveu “Bola de Ouro”, um prêmio recebido pelo jornal revolucionário em que todos os personagens se encontram, como nos velhos tempos, onde lá, além de imprensa, era o partido em que se reuniram por anos. Com os mesmos objetivos.

A decoração do palco assinada por Sylvia Moreira que também criou os ótimos figurinos é valorizada pela música de Zema Tâmatchan e a ótima iluminação de Fran Barros. Os técnicos compõem as cenas com perfeição o que torna a direção do espetáculo de Marco Antônio Braz brilhante, para não falar na interpretação irretocável do elenco pra lá de experiente: Celso Frateschi; Walter Breda; Marlene Fortuna, Luiz Amorim e Carolina Gonzales. Momentos onde eles se questionam como é comum entre amigos tão próximos e que o espectador também pensa nos assuntos, noutras o público rola de rir. Não perca. Você vai adorar mesmo que pertença aos “rolezinhos” atuais e os considere um pouco pessimistas.

Maria Lúcia Candeias
(Doutora em Tteatro pela USP e Livre Docente pela Unicamp).

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

NUO apresenta A Ópera do Mendigo, de John Gay, no Espaço b_arco


O NUO (Núcleo Universitário de Ópera), dirigido pelo maestro Paulo Maron, apresenta a segunda temporada de A Ópera do Mendigo (The Beggar’s Opera), ópera-balada concebida pelo inglês John Gay, em 1724. As apresentações acontecem nos dias 8, 9, 15 e 16 de março, sábados (às 20h30) e domingos (às 19 horas), no Espaço b_arco, em São Paulo.

A Ópera do Mendigo sempre foi uma obra muito atual, em qualquer época que fosse montada. Inspirou, inclusive, uma famosa adaptação de Bertolt Brecht com o título de Ópera dos Três Vinténs. A ideia de John Gay foi escrever uma peça teatral intercalada por canções bem populares da época, incluindo Arias de Purcell e canções folclóricas, escocesas, Irlandesas e inglesas. Essa ideia deu um charme todo especial a obra, que desde então teve várias versões e adaptações.

Com esta criação Gay desejava fazer uma dura crítica à maneira de encenar ópera, tanto nos libretos quanto na musicalização dos mesmos, sobretudo as árias “Da Capo”. Isso (vale lembrar) em pleno início do século XVIII. Portanto, ele pediu ao amigo compositor Johann Pepush para selecionar uma série de canções que fossem bem famosas na época. Ele, então, escreveu novos poemas para essas canções e tirou todas as repetições, fazendo com que os diálogos se intercalassem às músicas de maneira a não comprometer o ritmo cênico. O sucesso foi estrondoso para a época com centenas de récitas, fazendo com que John Gay ficasse rico e seu nome fosse perpetuado por toda a Inglaterra.

Na versão do NUO, tanto os atores-cantores como os instrumentistas fazem parte da cena. A orquestra de câmara, formada por 12 instrumentistas, toca a obra “décor” e, constantemente, entram na cena. As canções, em inglês, são legendadas. E os diálogos, em português.

Sinopse

A história de A Ópera do Mendigo tem início na casa do Sr. Peachum, homem corrupto que ganha a vida tirando uma porcentagem de tudo que é roubado pela maior parte dos ladrões da cidade de Londres. Em troca promete proteção caso eles sejam presos. Mas ele descobre que pode lucrar ainda mais se manipular o sistema jurídico para que alguns sejam executados, contando com a ajuda de seu sócio, o Tenente Lockit.

Peachum e sua esposa Célia ficam preocupados ao descobrir que a filha Polly se casou com um jogador profissional - e ladrão -, conhecido como Capitão Macheath. Com receio de que ele roube a fortuna da família, tramam um jeito de prendê-lo e levá-lo à forca. Esse é o ponto de partida para uma história que faz uma profunda crítica social, política e cultural, e que permanece extremamente atual.

Personagens / intérpretes

Sr. Peachum – Pedro Ometto (barítono); Sra. Peachum – Gabrielle Agura (soprano); Polly – Marcela Panizza (soprano); Lockit – André Estevez (tenor); Lucy – Isabel Nobre (soprano); Capitão Macheath – Luis Fidelis (barítono); Jenny – Angélica Menezes (mezzosoprano); Molly – Natália Capucim (soprano); Suky – Rafaela Martinelli (soprano); Filch – Wesley Fernandez (tenor); Matt – Murilo Vilas Boas (tenor); Mendigo – Paulo Maron (ator).

Pioneiro no trabalho operístico com jovens, oriundos das mais diversas faculdades de música, o NUO é reconhecido pela interpretação e pelo forte trabalho corporal. O trabalho de formação artística vai além da música. Os jovens estudam interpretação e passam por preparação corporal para formar um grupo atuante com performance totalmente particular. Anualmente, duas montagens são realizadas com sucesso pela companhia.

Espetáculo: A Ópera do Mendigo
Autor: John Gay
Direção geral: Paulo Maron
Com: NUO – Núcleo Universitário de Ópera
Cenário, iluminação e produção: Paulo Maron
Preparação corporal: Marília Velardi
Coreografia: Wesley Fernandez
Orquestra Sinfônica do Núcleo Universitário de Ópera
Solistas e coro do Núcleo Universitário de Ópera
Dias 8, 9, 15 e 16 de março - sábados (20h30) e domingos (19 horas)
Espaço b_arco
Rua Dr. Virgilio de Carvalho Pinto, 426. Pinheiros/SP. Tel: (11) 3081-6986
Ingresso promocional / preço único: R$ 25,00
Bilheteria: 1h antes das récitas. Duração: 90 min. Classificação etária: 12 anos

Capacidade: 100 lugares. Acesso universal. Ar condicionado.

TODA DONZELA TEM UM PAI QUE É UMA FERA

Comédia de época de Gláucio Gill ganha montagem com direção de Roberto Lage.

Um clássico do teatro brasileiro, a comédia Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera, de Gláucio Gill (1932-1965), estreia no dia 12 de março, quarta-feira, no Teatro Folha, às 21 horas. Com direção de Roberto Lage, a peça conta a divertida história de um coronel que defende a honra de sua filha, forçando-a a se casar com o amigo libertino de seu namorado, em consequência de um mal entendido.

O elenco é formado por Augusto Zacchi, Elvis Shelton, Greta Antoine, Isser Korik e Mariana Hein. A ficha técnica traz ainda Heron Medeiros na cenografia, Kleber Montanheiro no figurino, Paulo Henrique Jordão na iluminação, Aline Meyer na trilha sonora e Maurício Inafre na direção de produção.

A história - escrita em 1962 - se passa na década de 50, retratando a juventude brasileira dos Anos Dourados. O diretor Roberto Lage diz que é “um grande deleite trabalhar com uma peça de época”. Ele argumenta que o texto é muito bem escrito: “Gill propõe um jogo lúdico, arquitetado em uma dramaturgia que envolve e diverte o espectador com as surpresas da trama”.

Gláucio Gill usa o humor também como pano de fundo para fazer uma crítica aos valores morais vigentes na metade do século passado. “Se não fosse para retratar fielmente aquela sociedade não haveria sentido em montar esse texto”, afirma o diretor, lembrando que os conceitos morais e sociais sofreram grandes transformações desde que o autor escreveu Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera. O figurino e o cenário, além da trilha sonora, ajudam a embalar o público nessa hilária viagem aos anos 50 para testemunhar as atitudes e os comportamentos da época.

A idéia de remontar essa peça surgiu em 2005, quando o ator Elvis Shelton foi convidado por Roberto Lage para participar de uma produção desta mesma obra para a TV Cultura, dentro da série Senta que Lá Vem Comédia. “Apaixonei-me pelo texto e pensei na importância de trazer aos palcos comédias clássicas de autores importantes que estejam esquecidas”. A ideia amadureceu e, há cerca de dois anos, Elvis deu início à concretização de seu projeto com a compra dos direitos para encenar Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera. O ator afirma que não pretende parar por aqui. Já tem um ciclo de leituras programado para o segundo semestre com oito textos de oito comediógrafos brasileiros. “Quem sabe não surgirá uma nova montagem a partir desses encontros?”, finaliza.

O enredo

Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera apresenta Dayse (Greta Antoine), filha de um coronel linha dura (Isser Korik), que vai morar com o namorado Joãozinho (Elvis Shelton). O pai, quando descobre, fica uma fera e vai armado atrás do rapaz. Desesperado, o moço pede ao amigo e vizinho Porfírio (Augusto Zacchi) que receba Dayse por alguns minutos. O coronel vasculha o apartamento e não a encontra, mas o porteiro lhe conta que ela está no apartamento de Porfírio, um libertino. Pensando que a filha não é mais virgem, ele obriga Porfírio a se casar com ela. Enquanto o coronel prepara os papeis do casamento, os dois amigos pedem para a vizinha Loló (Mariana Hein) fingir ser casada com Porfírio, na esperança de melar a união.

Mas a moça se atrapalha, o Coronel descobre a farsa e obriga Porfírio a assinar os papéis. Dayse, sentindo-se praticamente casada, diz ao “noivo” que terá que sustentá-la, porém não irá para a cama com ele, pois passará as noites com seu amado Joãozinho. Porfírio abre o jogo e conta ao Coronel que sua filha morava com Joãozinho, afirmando que ele é um rapaz respeitador e que Dayse ainda é virgem. O pai da moça vai falar com o verdadeiro namorado, mas um mal entendido se instala: Joãozinho pensa que ele está falando da vizinha Loló; confessa que ela não é mais virgem e que vai se casar com ela.

Depois de esclarecidos os fatos, Dayse se prepara para retornar à casa do pai. Vai ao apartamento do ex-namorado apanhar os seus pertences e desaba a chorar por causa da separação. Joãozinho a consola e o inevitável acontece. Ele entra em desespero: vai ter que encarar a fera. Enquanto isso, Porfírio tenta seduzir Loló. Ofendida, a moça sai do apartamento aos prantos e encontra o coronel que acaba se apaixonando por ela. O Coronel precisa, então, ter uma conversa séria com seu “noivo” Joãozinho, e vice versa. E os dois casais decidem se casar no mesmo dia. Porfírio, sentindo-se mal-sucedido no amor, faz as malas e volta a morar com a mãe.

Ficha técnica
Espetáculo: Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera
Texto: Gláucio Gill
Direção: Roberto Lage
Elenco: Augusto Zacchi (Porfírio), Elvis Shelton (Joãozinho), Greta Antoine (Dayse), Isser Korik (Coronel) e Mariana Hein (Loló).
Cenografia: Heron Medeiros
Figurino: Kleber Montanheiro
Iluminação: Paulo Henrique Jordão
Trilha sonora: Aline Meyer
Assistência de direção: Paulo Henrique Jordão
Direção de produção: Maurício Inafre
Produção executiva: Regilson Feliciano
Design gráfico: Lucas Blat
Costureira: Euda Alves de Souza
Fotos: Manolo Pacheco
Realização: Abideque Produções
Patrocínio: Theraskin
Co-patrocínio: Sonda Supermercados
Apoio: J. Macedo
Serviço
Estréia: dia 12 de março - quarta-feira - às 21 horas
Teatro Folha - Shopping Pátio Higienópolis (Terraço)
Avenida Higienópolis, 618 - SP/SP. Tel: (11) 3823-2323.
Ingressos: Setor 1 - R$ 30,00 (meia: R$ 15,00); Setor 2 - R$ 10,00.
Bilheteria: ter. a qui. (15h-21h), sex. (15h-24h), sáb. (12h-24h) e dom. (12h-20h).
Aceita todos os cartões de crédito.
Temporada: quartas e quintas - às 21 horas – Até 29 de Maio
Duração: 80 min. Gênero: Comédia. Classificação etária: 12 anos.
Capacidade: 305 lugares. Acesso universal. Ar condicionado.
Ingressos Antecipados: www.ingresso.com

Os PERFIS

Gláucio Gill - autor

Gláucio Gill foi dramaturgo, ator de teatro e fundador do Teatro Santa Rosa, criado no início dos anos 60 junto com Hélio Bloch e Léo Jusi. O teatro foi assim batizado em homenagem ao artista plástico Thomaz Santa Rosa. Gláucio escreveu peças como Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera, que Roberto Farias levou para a telona, com o mesmo título da peça original, além de Procura-se uma Rosa, que inspirou o filme italiano Una Rosa per Tutti, dirigido por Franco Rossi e estrelado por Cláudia Cardinale. Toda Donzela Tem um Pai que é uma Fera e O Bem Amado (de Dias Gomes) foram dois dos maiores sucessos de Gláucio no Teatro Santa Rosa. Ele também era muito ligado ao dramaturgo Nelson Rodrigues.

Tido pelos companheiros de cena como um empresário generoso, Gláucio é desconhecido até mesmo pela maioria dos funcionários do teatro que leva o seu nome, cujas paredes não possuem sequer uma foto sua. Ele foi ainda precursor dos talk shows, apresentando o programa Show da Noite (TV Globo), produzido por Domingos de Oliveira, e, ao lado de Ziraldo, foi relações-públicas da revista O Cruzeiro, publicação com tiragem semanal de mais de 700 mil exemplares.

Apesar de dar seu nome a um teatro e a uma avenida, no Rio de Janeiro, pouco se sabe sobre a vida de Gláucio Gill, que nasceu em 1932, sendo uma das personalidades mais populares da televisão brasileira, nos anos 60, e um importante nome do teatro carioca. Morreu, aos 33 anos, de um ataque cardíaco diante das câmeras de TV, quando apresentava o Show da Noite, no dia 13 de agosto de 1965, 10 minutos depois da introdução, quando proferiu o texto: "Hoje é sexta-feira, 13 de agosto. Dia aziago, mas até agora vai tudo caminhando bem, felizmente".

Roberto Lage - diretor

Roberto Lage começou a carreira de diretor, em 1969, no teatro amador. Em 1974 dirigiu seu primeiro sucesso, Mrozek, reunião dos textos Strip Tease e Em Alto Mar, de Slawomir Mrozek. Com o espetáculo A Flor da Pele, de Consuelo de Castro, recebeu o Prêmio Molière de melhor direção. Em 1993 dirigiu, em Portugal, Para Tão Longo Amor de Maria Adelaide Amaral. A montagem de Clips e Clops, uma colagem de quadros clássicos de clowns, rendeu-lhe o prêmio APCA de melhor diretor, em 1998, ano em que ao lado do ator Celso Frateschi fundou o Ágora – Centro para Desenvolvimento Teatral.

Em 2002 dirigiu A Mandrágora, de Maquiavel, para o projeto de formação de público da Secretaria Municipal de Cultura, com curadoria de Gianni Ratto. No ano seguinte levou à cena Orgia, de Pier Paolo Pasolini, uma produção do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), além de Distante, de Caryl Churchill, e Quase Nada, de Marcos Barbosa, textos desenvolvidos no Royal Court Theatre, centro britânico que promove intercâmbio entre a dramaturgia inglesa e autores de outros países (produção do Teatro Popular do SESI). No mesmo ano estreou no Ágora a montagem inédita Os Justos, de Albert Camus, e, a seguir, dirigiu Celso Frateschi em Sonho de Um Homem Ridículo, de Dostoievski, Ricardo III, de W. Shakespeare, espetáculos produzidos pelo Ágora.

A Flauta Mágica, adaptação de Vladimir Capela, foi a sua primeira direção em 2007, numa produção do Teatro Imprensa e Centro Cultural Grupo Silvio Santos. Em 2008, voltou a Portugal para dirigir Um Merlin, de Luis Alberto de Abreu, uma produção da Seiva Trupe de Portugal. De volta ao Brasil o desafio foi adaptar a obra de Milton Hatoum, Dois Irmãos (também uma produção do CCBB) e, em 2010, dirigiu a comédia Escola de Mulheres, de Molière, e o monólogo Dos Escombros de Pagu, de Tereza Freire, uma homenagem ao centenário de Pagu. Em 2011 dirigiu a ópera Carmen, de G. Bizet, no Theatro São Pedro/SP. Francesca (de Luís Alberto de Abreu) e Enlace – A Loja dos Ourives (de Karol Wojtyla, dramaturgia de Elísio Lopes Jr.) são produções que ele comandou em 2012.  Em 2013, dirigiu Coração Bandoleiro (de José Antônio de Souza) e Tic Tic Tati (com a cantora Fortuna), entre outros.

Augusto Zacchi - ator

Augusto Zacchi é formado em Artes Cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e fez a oficina de atores da Rede Globo. Estreou no teatro, em 1999, com o espetáculo Um Homem Chamado Shakespeare, com texto e a direção da Bárbara Heliodora. Em 2000 fez Fausto Gastrônomo, de Richard Scheschner, direção de Luis Furlanetto, e pelo seu personagem - Mefistófeles - foi indicado ao prêmio de melhor ator.

Em 2001, fez Trainspotting, de Harry Gibson, direção de Luis Furlanetto. No ano seguinte, atuou em Laranja Mecânica, de Anthony Burges, direção de Paulo Afonso de Lima; em 2003, O Dia do Redentor, de Bosco Brasil, direção de Ariela Goldman; em 2004, fez Indecência Clamorosa, de Moises Kaufman, direção de Jackeline Laurence; e, em 2005, atuou em Bent, de Martin Sherman, direção de Luis Furlanetto. 

No cinema, Zacchi interpretou Pedro no filme Foliar Brasil, de Carolina Paiva, e, em 2004 atuou em Olga, de Jayme Monjardim, vivendo um garoto de Moabit. Na televisão, participou de Malhação (Rede Globo, 2004), como Mateus, e Maria esperança (SBT, 2007) interpretando Thomas.

Elvis Shelton – ator e idealizador

Elvis Shelton é ator, produtor, apresentador de programas e locutor. Em seu currículo constam as peças Bodas de Sangue, de Federico Garcia Lorca, Zona Contaminada, de Caio Fernando Abreu, e As Aventuras de Pardoca, todas com Direção de Atílio Bellini Vaz. Ainda merece destaque Pente Fino, espetáculo realizado dentro do banheiro do Teatro Renaissance, com direção de Roberto Lage, e De Corpo Presente, texto e direção de Mara Carvalho.

No cinema, ele atuou nos curtas Identidade, com direção de Fernando Meirelles e Nando Olival, e A Última Partida, com direção de André Vianco. Com forte atuação em peças publicitárias, participou de mais de 80 filmes para marcas como Parmalat, Peugeot, Telefônica e Tim, entre outras. Atualmente, pode ser visto em duas séries de programas pela Internet; fez parte do elenco do programa Senta que Lá Vem Comédia, da TV Cultura, e das novelas Pícara Sonhadora e Amigas e Rivais, ambas no SBT; também integra o programa Telecurso Tec, veiculado na Rede Globo, TV Cultura e Canal Futura. Seu trabalho mais recente é no espetáculo Novelo, de Nanna de Castro, direção de Zé Henrique de Paula, apresentado no Teatro Augusta, em São Paulo.

Greta Antoine - atriz

Greta Antoine começou como modelo em 1998. Em 1999, apesar da pouca idade, passou nos testes para a telenovela infantil Chiquititas, do SBT, onde interpretou a ambiciosa Inês. Em 2002, retornou à televisão no seriado Ilha Rá Tim Bum (TV Cultura), onde viveu Rouxinol, uma garota mimada que possuía uma bela voz, apaixonada por Gigante (Paulo Nigro), irmã de Micróbio (Rafael Chagas) e melhor amiga (e às vezes rival) de Majestade (Thuanny Costa). Devido à boa aceitação, a série não parou em 25 episódios previstos, sendo prorrogada em mais 54, além render um filme, lançado em 2003. Greta fez duas vezes o Teatro Rá Tim Bum, onde apresentou A Odisseia de Arlecchino e O Doente Imaginário, junto com a Cia. da Revista, do Mini Teatro, na Praça Roosevelt, em São Paulo.

Em 2006, de volta ao SBT, atuou na telenovela Cristal, onde interpretou duas personagens, em fases distintas: Vitoria Ascanio, quando jovem, e Eliana Ascanio. Ainda no SBT, em 2007, participou de Maria Esperança, vivendo Isabel Muniz Hurtado, uma adolescente fútil e perigosa. Em 2010 Greta integrou o elenco de Uma Rosa com Amor, remake da novela exibida originalmente, em 1972, pela Rede Globo, agora adaptada por Tiago Santiago para o SBT, no papel de Cleide.

Isser Korik - ator

Paulistano, Isser Korik nasceu em 28 de junho de 1961. Iniciou sua carreira como ator, em 1985, com o dramaturgo e diretor Carlos Alberto Soffredini, líder do Grupo de Teatro Mambembe e do Núcleo de Estética Teatral Popular. Durante oito anos ininterruptos atuou em Vacalhau e Binho, peça de sucesso de Zé Fidélis. Entre seus trabalhos como ator, destaque para O Dia que Raptaram o Papa, de João Bethencourt, e O Vento Não Levou, direção de Roberto Lage.

Como diretor, além de liderar a Cia. do Pátio, concebeu o projeto Nunca Se Sábado..., que marcou a cena paulistana durante quatro anos, e dirigiu o sucesso O Mala, de Larry Shue, em 2008, o infantil A Pequena Sereia (2009), também de Fábio Torres, baseado no conto de Hans Christian Andersen, e Grandes Pequeninos, projeto idealizado por Tania Khalill e Jair Oliveira. Assinou ainda a direção da trilogia Enquanto Isso..., versão brasileira da peça The Norman Conquests, de Alan Ayckbourn. Isser é também diretor artístico da Conteúdo Teatral, que administra o Teatro Folha, em São Paulo, e Teatro do Parque D. Pedro Shopping, em Campinas.

Mariana Hein - atriz

A atriz Mariana Hein nasceu em São Paulo, em 24 de setembro de 1979. Aos 17 anos, depois de fazer um curso de interpretação nos Estados Unidos, decidiu que seria atriz. De volta ao Brasil, chegou a se matricular na faculdade de Letras, mas logo abandonou o curso. Também tentou dar aulas de inglês para crianças e adultos, mas a carreira artística falou mais alto.

Antes de se firmar na teledramaturgia, fez dez campanhas publicitárias e atuou na peça Anjo Proibido, de Nelson Rodrigues. Sua estreia na televisão foi em 2000, quando participou do programa humorístico Garotas do Programa, da Rede Globo. Logo depois participou de programas, seriados, minisséries e novelas, entre eles: Brava Gente (2001), Um Anjo Caiu do Céu (2001), O Quinto dos Infernos (2002), Malhação (2002/2003), Kubanacan (2003), Vídeo Show (como repórter - 2004/2005), Zorra Total (2007), Casos e Acasos (2008). Na rede Record, Mariana atuou nas novelas Chamas da Vida (2008) e Ribeirão do Tempo (2010). No cinema, ela estreou em 2001, no filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles.