quinta-feira, 29 de agosto de 2019

CONECTADOS o Musical encerra temporada no Teatro das Artes no dia 31 de agosto


O espetáculo CONECTADOS o Musical faz sua última apresentação no Teatro das Artes neste sábado, dia 31 de agosto (sábado, às 18 horas). Hudson Glauber assina a direção geral e Thiago Gimenes é responsável pela direção musical, além de assinar as canções do espetáculo, que são interpretadas ao vivo. 

Sete jovens atores – Luckas Moura, Gabriel Moura, Vicky Valentim, Giulia Ayumi, Carol Amaral, Dorgival Júnior e Madu Araújo – protagonizam uma eletrizante, divertida e também dramática aventura musical em busca do sucesso, na qual a conexão entre eles precisa ir bem além da tecnologia.

A dramaturgia foi criada por Alexandra Garnier, a partir de ideias do próprio elenco.  Na ficha técnica tem ainda André Capuano na direção de movimento e Chico Spinoza na cenografia. A idealização é do próprio elenco que resolveu levar à diante um projeto de gente grande, que os artistas tinham em comum.

No enredo, sete jovens apaixonados pela música participam das audições de um grande concurso de talentos. Eles são Bia, July Mie, Angel, Tuco, Duda, Helena e JP, adolescentes de realidades e características muito diferentes, que se veem conectados pela música, em busca de um mesmo sonho.

Os ingredientes dessa trajetória passam pelo cotidiano das personagens e suas particularidades: diferenças sócio-culturais, relações familiares, romances, intrigas, amizade e dúvidas sobre o futuro. No decorrer da trama, os artistas descobrem que precisam transpor os obstáculos, enfrentar os percalços, tirar as máscaras e efetivar uma conexão real humana, fora do aplicativo do celular, para potencializar a possibilidade de sucesso pessoal e profissional.

O diretor Hudson Glauber comenta que há uma boa carga dramática na encenação que, somada à irreverência juvenil, explora também a intensidade das questões familiares, o distanciamento dos pais, a carência, a busca desses jovens por um lugar no mundo. “CONECTADOS o Musical reflete sobre as consequências da falta de tempo na sociedade contemporânea para cultivar os laços. A encenação passa pelas fragilidades de cada personagem com suas diferentes atitudes, personalidades e individualidades”, afirma o diretor.

A música assume também um papel dramatúrgico no espetáculo. O texto de CONECTADOS o Musical está nas letras das canções e, segundo o diretor musical Thiago Gimenes, traz fundos morais que aprofundam os conflitos desses jovens. “A trilha sonora acompanha a identidade de cada personagem e conta cada história em linguagem ‘broadway’, misturando ritmos como pop, rock, rap, reaggae e balada”, revela Gimenes .

FICHA TÉCNICA -  Dramaturgia: Alexandra Garnier. Direção: Hudson Glauber. Direção musical, composições e preparação vocal: Thiago Gimenes. Direção de movimento: André Capuano. Elenco: Luckas Moura, Gabriel Moura, Dorgival Júnior, Giulia Ayumi, Vicky Valentim, Carolina Amaral e Madu Araújo. Cenografia: Chico Spinoza. Desenho de luz: Rodrigo Alves ‘Salsicha’. Trilha sonora: Tomé Souza. Figurino: Liliane Ávilla. Assistência de cenografia: Kimiko Kobayashi. Assistência de direção: Rodrigo Trevisan e Felipe Caiafa. Cenotecnia e adereços: Marcos Santos. Operação de som: Felipe Moraes. Operação de luz: Jarbas Sardinha. Contraregras: Thiago Nunes e Martins Silva. Microfonista: Rodrigo Papa. Técnica de palco e camarins: Luana Pessi. Idealização: DGM Produções Artísticas. Produção e realização: Nosso Cultural, DGM Produções Artísticas e Ministério da Cidadania. Direção de produção: Ricardo Grasson. Produção executiva: Heitor Garcia e Felipe Aidar. Gestão de projeto: Lumus Entretenimento. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Comunicação visual e redes sociais: Teto Cultura. Book de apresentação: Felipe Barros. Fotos design cenário: Woodstock Produtora. Fotos: Caio de Biasi.

Espetáculo: CONECTADOS o Musical
Temporada: 6 de julho a 31 de agosto. Sábados, às 18h
Gênero: Musical. Duração: 60 min. Indicação de idade: 12 anos.
Ingressos: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia).

Teatro das Artes - Shopping Eldorado
Av. Rebouças, 3970 – 3º Piso – Pinheiros. São Paulo/SP
Telefone: (11) 3034-0075. Capacidade: 769 lugares.



quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Hugo Coelho dirige Vereda da Salvação em montagem com elenco da Escola Wolf Maya

Fotos de Rombolli Torres Photografia

No dia 6 de setembro, sexta-feira, estreia o espetáculo Vereda da Salvação, no Teatro Nair Bello, às 21 horas. A montagem é um estudo sobre a obra de Jorge Andrade com direção de Hugo Coelho, tendo no elenco os alunos formandos da Turma M6B da Escola de Atores Wolf Maya. A temporada segue até o dia 15 de setembro, sempre às sextas-feiras e sábados, às 21 horas, e domingos, às 19 horas.

A peça Vereda da Salvação foi escrita por Jorge Andrade no começo dos anos de 1960, sendo baseada nos trágicos acontecimentos ocorridos em 1955, no povoado de Catulé, no nordeste de Minas Gerais. No enredo, uma comunidade troca de religião, abandona a igreja “dos padres” e abraça a Igreja do Advento da Promessa. Abatidos pela miséria, pelo trabalho extenuante de sol a sol, não recompensado, buscam na fé religiosa uma redenção, um conforto, uma promessa de dias melhores, mesmo que esses dias estejam para além da vida terrena.

Segundo o diretor Hugo Coelho, o texto de Jorge Andrade tem muito a dizer sobre os dias de hoje. “A nossa montagem não é uma crítica à religião, muito menos uma reprovação a esta ou àquela religião, mas uma crítica contundente ao fanatismo. O fanático não distingue o outro, não consegue ter empatia, só é capaz de reconhecer a si mesmo, além de legitimar o uso da força para impor suas crenças”, comenta.

Hugo explica que esta obra foi uma escolha da turma M6B, abraçada por ele com a paixão que o texto merece. Denso, poético, trágico e pleno de brasilidade, Vereda da Salvação é ainda, sob muitos aspectos, um retrato do Brasil. “Somos um povo que transita entre o sagrado e o profano com a mesma desenvoltura. As festas religiosas e o carnaval convivem ou deveriam conviver em harmonia assim como todas as profissões de fé, sejam elas católicas, evangélicas, muçulmanas, orientais ou de matriz africana”, reflete o diretor. “Mas alguma coisa está mudando no nosso Brasil, a intolerância ganha espaço, o preconceito verticaliza seu discurso, o ódio ocupa o lugar do debate e da troca de ideias. Esses radicalismos, ao longo da história, levam inevitavelmente a um confronto onde não há vencedores. Oxalá que tenhamos discernimento e possamos aprender com este belo texto”, finaliza Hugo Coelho.

Ficha técnica - Autor: Jorge Andrade. Direção: Hugo Coelho. Assistência de direção: Bell Rodrigues e Henrique Garcia. Preparação vocal: Edi Montecchi. Figurino: Elenco. Maquiagem: Elenco. Ambientação cênica: Hugo Coelho. Coreografia de ação: Bell Rodrigues. Direção musical e trilha sonora: Jonatan Harold. Criação de luz: Beto Martins ‘Salsicha’. Operação de som: Henrique Garcia. Produção executiva: Maristela Bueno. Produção: Rodrigo Trevisan e Renato Campagnoli. Design gráfico: Felipe Barros. Fotos: Dani Rombolli Photografia. Coordenação pedagógica: Josemir Kowalick. Coordenação geral: Hudson Glauber. Realização: Escola de Atores Wolf Maya Ltda.

Elenco: Ana Flávia Nery, Anna Bia Salgado, Amanda Martins, Audrey Akemi, Bell Rodrigues, Bruno Sette, Carina Coutinho, Clara Jardim, Gabriela Clímaco, Joice Falcato, Josué Cândido, Kaah Dianobraga, Mariana Barbosa, Michael Albuquerque,Milton Novas, Orlando Neto, Renata Brandão e Taís Dierings.

Serviço

Espetáculo: Vereda da Salvação
Estreia: 6 de setembro. Sexta, às 21h
Temporada: de 6 a 15 de setembro/2019
Horários: sextas e sábados (às 21h) e domingos (às 19h)
Ingressos: R$ 30,00 (valor único) - Vendas na bilheteria do teatro.
Duração: 90 min. Gênero: Drama. Não recomendado para menores de 12 anos.
Bilheteria: quarta a sábado (15h às 21h) e domingo (15h às 19h).

Teatro Nair Bello
Rua Frei Caneca, 569 - Shopping Frei Caneca, 3º Piso. Centro - SP/SP.
Tel: (11) 3472-2442. Capacidade: 201 lugares.
Ar condicionado. Acessibilidade.


quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Barracão Cultural segue com o espetáculo NÓS pelos parques da capital em setembro


As apresentações acontecem no Parque Chuvisco (Jardim Aeroporto, no dia 14/9, às 11h e às 15h), no Centro Cultural Arte em Construção (Cidade Tiradentes, no dia 21/9, às 16h) e no Parque da Aclimação, fechando a circulação, no dia 22/9, às 11h e às 15h.

A Cia. Barracão Cultural encerra, em setembro, as apresentações (grátis) do espetáculo NÓS em parques públicos de cidade de São Paulo. Inspirada em livro homônimo de Eva Furnari, a peça - que tem dramaturgia de Sérgio Pires e direção de Cris Lozano - reflete sobre as diferenças em uma encenação lúdica e bem humorada, onde a música ao vivo, criada por Dr Morris, tem papel de destaque na dramaturgia.

Com Eloisa Elena, Leandro Goulart, Lucas Nuti e William Simplício no elenco, a montagem narra a trajetória de Mel, uma garota que, por não conseguir chorar, vai descobrindo “nós” pelo seu corpo. Este é o terceiro espetáculo de rua da Barracão Cultural, que já realizou os bem sucedidos O Tribunal de Salomão (2011) e A Condessa e o Bandoleiro (2014).

Mel nasceu de um repolho mofado, na pequena Pamongas, onde vivia feliz e rodeada de borboletas: motivo de brincadeiras e zombarias por parte dos habitantes 'normais' da cidade. Um dia, de tanto segurar as mágoas e o choro, que não caia nem mesmo descascando cebolas, seu corpo ficou cheio de nós, cada um mais apertado que o outro. Diante disso, resolveu ir embora para um lugar distante, saindo disfarçada de geladeira. Mel não sabia que havia tantas coisas para conhecer. Cinco nós foram necessários para que ela se aventurasse. À medida que se permitiu vivenciar cada coisa diferente na jornada, seus nós foram se desfazendo. Ela encontrou alguém que ganhou sua confiança e uma cidade onde cada um tinha seu próprio nó e ninguém ligava para isso.

Para a Barracão Cultural, Eva Furnari é hábil em abordar temas sensíveis e polêmicos de forma objetiva, lúdica e fantástica. Em NÓS, ela propõe uma reflexão sobre temas como diversidade, intolerância, respeito e alteridade. A relação que se estabelece entre as características peculiares de Mel e a relação com o ambiente onde vive gera “nós” em seu corpo e a leva a uma jornada de autodescoberta.

“Essa menina traz uma coisa bela e poética para o mundo, que são as borboletas, mas ser diferente a torna uma pessoa deslocada e com marcas no corpo”; comenta a atriz Eloisa Elena, que vive a personagem. “Acreditamos ser urgente falar sobre os temas propostos por Eva para estimular a convivência e o respeito”. Ela ainda ressalta que NÓS não mostra apenas a dificuldade, nem retrata a resignação na dor. “Mel representa a força de vontade, a busca. Ela não esmorece no desejo de encontrar o seu lugar no mundo”.

Para a diretora Cris Lozano, “o micro-bullying, aquele que pode ser praticado quase sem perceber, não é apresentado como julgamenteo ou denúncia, mas como propulsor da autorreflexão em uma encenação lúdica e cheia de humor”. A narrativa passa pelo realismo fantástico, deixando livre o imaginário do público. Lozano explica que a peça coloca o espectador na história e o faz pensar sobre como agiria naquela situação, entendendo que não se deve tratar com naturalidade a banalização das diferenças.

NÓS tem um coro de vozes masculinas que mostra como essa menina é vista. “Esse coro traz a herança polifônica do coletivo masculino que espera da mulher um comportamento limitado do que não é poético”. Os atores-músicos se revezam nas personagens que surgem na trajetória de Mel. Mas um dos garotos não se encaixa, exatamente, na posição de antagonista; ele tem afeição por Mel, apesar de não ir contra a posição dos colegas.

A trilha sonora original, criada por Dr Morris, é tocada ao vivo pelos atores. A Barracão Cultural tem o privilégio de ter como integrante um diretor musical. A cada espetáculo, a sonoridade vem sendo um dos fatores determinantes nas montagens. Em NÓS, reverencia o artista popular de rua que, além de interpretar e narrar, também canta e toca os instrumentos. “Algumas canções têm papel fundamental na trama, seja dramatúgico, poético ou narrativo”, comenta Dr Morris. Ele ainda acrescenta que buscou por uma sonoridade que fosse além do popular e trouxesse originalidade e graça. “Conseguimos isso com o violão de nylon, os tambores, a marimba de porcelanato e a marímbula, uma espécie de calimba grave e grande, que foi construída pelo ator Leandro Goulart”, explica o músico.

Foram programadas 30 apresentações de NÓS, todas ao ar livre. A estreia oficial, em junho, foi no Parque da Aclimação, e a montagem seguiu para os parques Do Povo, Jardim da Luz, Previdência e Raposo Tavares, Linear Tiquatira, Rodrigo de Gásperi, Buenos Aires e Chácara do Jockey, além de temporada na Praça do Sesc Pinheiros.

Ficha técnica

Texto: Livre adaptação da obra de Eva Furnari. Dramaturgia: Sérgio Pires. Direção: Cris Lozano. Elenco: Eloisa Elena, Leandro Goulart, Lucas Nuti e William Simplício. Direção musical e canções originais: Dr Morris. Cenografia: Marco Lima. Figurinos: Marichilene Artisevskis. Coordenação técnica: Maurício Mateus. Confecção de cenografia e adereços: Tetê Ribeiro, Lucas Luciano e Fábio Ferretti.  Orientação de movimento e coreografias: Andrea Soares. Aulas de beatbox: Thiago Mautari. Aulas de saxofone: Leonardo Muniz. Construção da marimbula: Leandro Goulart. Confecção de escada e suporte dos instrumentos: Ciro Schu. Costureiras: Judite de Lima e Marinil Ateliê. Design gráfico: Cláudio Queiroz. Ilustrações do material gráfico: Marina Bethanis. Coordenação de encontros com jovens: Cláudio Queiroz. Direção de vídeo-documentário: Murilo Alvesso. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Produção executiva: Geondes Antônio. Direção de produção: Eloisa Elena. Administração: Tetê Ribeiro. Produção e realização: Barracão Cultural. Apoio: Prêmio Zé Renato de Apoio à Produção e Desenvolvimento da Atividade Teatral para a Cidade de São Paulo.

Apresentações – Setembro/2019
Grátis

14 de setembro. Sábado, às 11h e às 15h
Parque do Chuvisco
Rua Ipiranga, 792 - Jardim Aeroporto, Santo Amaro. SP/SP.

21 de setembro. Sábado, às 16h
Centro Cultural Arte em Construção
Avenida dos Metalúrgicos, 2100 - Cidade Tiradentes. SP/SP.

22 de setembro. Domingo, às 11h e às 15h
Parque da Aclimação
Rua Muniz de Sousa, 1119 – Aclimação. SP/SP.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Programação de resistência no Teatro do Incêndio segue com O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica

Gabriela Morato - foto por Don Fernando

O projeto Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida apresenta o espetáculo O Pornosamba e Bossa Nova Metafísica (montagem de 2014), nos dias 14 e 15 de setembro (sábado, às 21h, e domingo, às 20h).

Diante do atual momento de ‘estrangulamento’ cultural, a Cia. Teatro do Incêndio, sem nenhum apoio ou incentivo cultural, reage com programação de resistência, iniciada em julho, que segue até dezembro, reunindo cinco espetáculos de repertório, além de outras atividades.

O Pornosamba e Bossa Nova Metafísica é um espetáculo, em grande parte, auditivo que procura ‘recuperar’ o ouvido para o chiado do disco e a qualidade incomparável da música popular brasileira, revivendo mestres do samba e da bossa nova por meio de seus sentimentos

As demais montagens - todas dirigidas por Marcelo Marcus Fonseca - a serem encenadas são: O Santo Dialético (2016), A Gente Submersa (2017) e Rebelião - O Coro de Todos os Santos (2018), respectivamente em outubro, novembro e dezembro. São Paulo Surrealista abriu a programação em agosto, com direito a sessão extra. Esta mostra sintetiza o trabalho de pesquisa de linguagem dos últimos sete anos do coletivo, período em que construiu três teatros até conquistar sua sede definitiva na emblemática entrada do bairro Bixiga, esquina das ruas Treze de Maio e Santo Antônio, onde já funcionou a lendária boate Igrejinha e o Café Soçaite.

Dirigido por Marcelo Marcus Fonseca com textos de Schopenhauer, Umberto Eco e diálogos criados pelo diretor, O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica foi criado em sala de ensaio por experimentos de associação livre e sugestões sonoras. O título é uma citação do poeta Roberto Piva, que faz uma analogia do samba com a pornografia no sentido de que o “bom ouvido” não dá lucro às gravadoras. Carregada de símbolos, a encenação conta com uma primeira parte expressionista, conduzida por Carmen Miranda (Gabriela Morato) e Ismael Silva (Renato Silvestre). Gravações originais sintetizam uma parte da história do Brasil até “a morte” do samba junto com sua embaixatriz em depressão, amparada por milhares de comprimidos. Cenas também recriam fatos sobre compositores que se tornaram lendas da música brasileira, como o suicídio de Assis Valente, o soco de Madame Satã (Valcrez Siqueira) em Geraldo Pereira, que o levou à morte, e a partida precoce de Noel Rosa (Gustavo Oliveira) e sua relação com a cantora Aracy de Almeida (Bia Sabiá).

O espetáculo lança mão ainda de outras linhas de vanguarda como Dadaísmo, Modernismo e Naturalismo para contar a trajetória da MPB e a influência da música estrangeira no comportamento e “ouvido” do brasileiro. Figura ímpar musica brasileira, Vinícius de Moraes (Marcelo Marcus Fonseca) transita com leveza pelas cenas como se fosse o próprio espírito do samba, da bossa nova. Além de sua relação com Tom Jobim (Gustavo Oliveira), em uma cena ele convida a plateia a se deitar na Praia de Itapuã, junto com um coro de Iemanjás; outras cenas merecem destaque: Ary Barroso realiza um show de calouros em um canteiro de obra; a noite em que Baden Powell (Gui Mameluco) e Vinícius compuseram o “Samba em Prelúdio”; as mortes de Maysa e Dolores Duran; e a partida de Nara Leão (Elena Vago)  conduzida por um “coro de morte”.

FICHA TÉCNICA - Direção e dramaturgia: Marcelo Marcus Fonseca. Direção musical: Bisdré Santos e Marcelo Marcus Fonseca. Elenco: Gabriela Morato, Marcelo Marcus Fonseca, Vinicius Arabe, Diogo Cintra, Gustavo Oliveira, Valcrez Siqueira, Kaena Chioratto, Elena Vago, Jade Buck, Heloisa Feliciano, Isabela Madalena, Gui Malemuco, Renato Silvestre (ator e percussão) e Bisdré Santos (Violão de 7 cordas), Xantilee Jesus (baixo acústico), Luiz Viola (piano), Yago Medeiros (percussão). Iluminação: Valcrez Siqueira e Marcelo Marcus Fonseca. Figurinos: Gabriela Morato. Produção: Gabriela Morato e Cia. Teatro do Incêndio.

“Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida tem duas intenções: não aceitar a regra do jogo para a arte que não seja a do artista criador e contar com o nosso público para manter nossas atividades”, comenta Marcelo Marcus Fonseca, diretor artístico do Teatro do Incêndio. Sobre o valor dos ingressos para os espetáculos ser de R$ 80,00, o diretor justifica: “um preço razoável para o trabalho sério que o grupo desenvolve. A companhia tem 23 anos de sobrevivência. Sabemos que nosso trabalho vale até mais. Neste momento, ingressos populares só com subsídio”.

Serviço

Espetáculo: O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica
Projeto: Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida
Datas: 14 e 15 de setembro. Sábado (às 21h) e domingo (às 20h)
Duração: 80 min. Classificação: 16 anos. Gênero: Musical surrealista sociológico. Capacidade: 99 lugares
Ingressos. R$ 80,00. Bilheteria: 2 horas antes das sessões
http://www.teatrodoincendio.com/ / Twitter e Facebook: @teatrodoincendio

Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 - Bela Vista. SP/SP.
Tel: (11) 2609 3730 / 2609 8561

Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida
Cronograma até dezembro

Espetáculo: O Santo Dialético
19 e 20 de outubro. Sábado (às 20h) e domingo (às 9h)
150 min (intervalo de 20). 14 anos. Drama brasileiro. R$ 80,00

Espetáculo: A Gente Submersa
23 e 24 de novembro. Sábado (às 20h) e domingo (às 19h)
120 min. 14 anos. Comédia dramática musical. R$ 80,00

Apresentações: Sol-Te
7 de dezembro. Sábado, às 15h30 e às 19h30
60 min. Livre. Contribuição voluntária.

Espetáculo: Rebelião - O Coro de Todos os Santos
14 e 15 de dezembro. Sábado (às 20h) e domingo (às 19h)
90 min. 14 anos. Drama apocalíptico. R$ 80,00
  
Assessoria de imprensa – Verbena Comunicação
Eliane verbena e João Pedro
Tel.: (11) 2738-3209 / 99373-0181 – verbena@verbena.com.br

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Escola de Atores Wolf Maya abre inscrições para Curso Intensivo para TV e Cinema


Estão abertas, até o dia 31 de agosto, as inscrições para o Curso Intensivo para TV e Cinema nas unidades paulista e carioca da Escola de Atores Wolf Maya.

Com metodologia desenvolvida por Wolf Maya, o Curso Intensivo para TV e Cinema proporciona ao aluno o domínio das técnicas de atuação para câmera. O método é focado no desenvolvimento das habilidades cênicas nas linguagens de televisão e cinema. A partir da gravação de cenas dramáticas e de constante avaliação dos professores, são trabalhadas técnicas de posicionamento em cena, noções de enquadramento, áreas, planos e movimentos de câmera, entre outros exercícios específicos para atuação frente às câmeras.

turma Iniciante é formada por alunos que não têm experiência com interpretação em frente às câmeras; a turma Avançada tem como foco alunos que já participaram de cursos de interpretação para TV ou já fizeram trabalhos na televisão; já a turma Profissional é para atores e atrizes formados(as), que possuem DRT e buscam aprimoramento nesse campo. Informações detalhadas no site: http://wolfmaya.com.br/cursos/

Inscrições – São Paulo

Em São Paulo, o curso é divido em três turmas - Iniciante, Avançada e Profissional - com duração de quatro meses. As aulas têm início no dia 2 de setembro. A matrícula pode ser feita pelo e-mail cursos@wolmaya.com.br ou de forma presencial na unidade. Os documentos necessários são: RG, CPF, comprovante de residência e uma cópia do DRT (apenas alunos da turma profissional).

Na capital paulista a Escola de Atores Wolf Maya está localizada no 3º piso do Shopping Frei Caneca, à Rua Frei Caneca, nº 569. Telefones(11) 3472-2444 ou (11) 94790-8386 (WhatsApp).

Inscrições – Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro o curso oferece duas turmas – Iniciante e Avançada – com duração de três meses. Nesta unidade as aulas começam no dia 13 de setembro. A matrícula online pode ser feita pelo e-mail cursos.rj@wolfmaya.com.br ou presencialmente na Escola, apresentando RG, CPF e comprovante de residência.

A Escola de Atores Wolf Maya, no Rio de Janeiro, está localizada no Freeway Center, à Avenida das Américas, nº 2.000, Barra da Tijuca. Telefones(21) 3388-5864 ou (21) 97919-2449 (WhatsApp).


Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181- verbena@verbena.com.br

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Sesc São Paulo apresenta a exposição META-ARQUIVO: 1964-1985 – Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da Ditadura, na unidade Belenzinho

Exposição aborda, por meio de nove obras inéditas, importância da preservação dos acervos de documentos relacionados à história do Brasil

Perguntas às Pedras (Giselle Beiguelman), foto de Júnior Pacheco 
A partir de 22 de agosto de 2019, o Sesc São Paulo apresenta, na unidade Belenzinho, a exposição Meta-Arquivo: 1964-1985. Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da Ditadura. Com curadoria e pesquisa de Ana Pato e em parceria com o Memorial da Resistência, a mostra reúne nove obras inéditas, elaboradas por Ana Vaz, Grupo Contrafilé, O grupo inteiro, Giselle Beiguelman, Ícaro Lira, Mabe Bethônico, Paulo Nazareth, Rafael Pagatini e Traplev, e que seguem expostas até o dia 24 de novembro de 2019.

Com caráter pedagógico, a exposição surge como um espaço expandido de aprendizado, cujo objetivo primordial é despertar a reflexão acerca da documentação pública arquivada pelo Estado Brasileiro: como ler esses arquivos? Como construir memória a partir deles? Como aprender coletivamente sobre a história do país e de seu povo, a partir de sua análise? Como preservar esses acervos e, como consequência, a memória dos processos civilizatórios que alicerçam a sociedade atual?

Tais ponderações nortearam a gênese da exposição, a partir do programa de ação curatorial Arquivo e Ficção, desenvolvido por Ana Pato desde 2014, que busca valorizar os processos de construção da história brasileira. Sua metodologia de trabalho consiste na articulação de pesquisas artísticas e na formação de grupos de trabalho em torno de arquivos e acervos, diante da invisibilidade, do abandono e do risco de desaparecimento que os acervos documentais e artísticos vivenciam.

Um desses grupos de trabalho se consolidou em julho de 2018, tendo como foco de pesquisa o período da Ditadura Civil Militar Brasileira (1964-1985), formado pela curadoria, os artistas e equipe do Memorial da Resistência. Os artistas passaram a desenvolver uma ação artística junto a esses arquivos, que culminou nas obras que serão apresentadas na exposição. Criadas a partir desses documentos históricos, tais obras visam trazer à discussão os processos que levam ao apagamento da memória - e a importância de se manter relevantes e presentes os acervos documentais da história.

Dentre as fontes consultadas para construção dessas obras estão o Arquivo Público do Estado de São Paulo, Arquivo Nacional, Brasil: Nunca Mais digit@l, Memorial da Resistência de São Paulo, Centro de Documentação e Memória da Unesp, Instituto Vladimir Herzog, Museu do Índio, Sesc Memórias, Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf) - Unifesp, Fundación Augusto y León Ferrari Arte y Acervo, entre outros centros de memória, arquivos, institutos e fundações. Seu desenvolvimento partiu de temas específicos, norteado pelas questões: “como construir um arquivo?”, “como torná-lo público?” e “como falar do trauma?”.

Todo o conjunto foi reunido em um projeto arquitetônico desenvolvido por Anna Ferrari, cujas estruturas metálicas aparentes atravessam o galpão expositivo do Sesc Belenzinho, fixadas entre o piso e o teto, enquadrando as obras e suas superfícies em madeira. A estrutura sem paredes permite a sobreposição das histórias ali apresentadas e faz referência ao mobiliário arquivístico e escolar.

A exposição conta também com o Espaço de Pesquisa Meta-Arquivo, que disponibiliza ao público a consulta dos livros, documentos e referências levantados durante o processo de pesquisa dos artistas. Esse material, coletado pelo grupo de trabalho, foi reunido pela curadoria em dossiês e organizado como uma pequena biblioteca.

Os temas abordados ao longo do período expositivo serão complementados com os Programas Públicos, formados por uma série de atividades propostas para aprofundamento e reflexão acerca das pesquisas realizadas pelos artistas presentes em Meta-Arquivo: 1964-1985, e a Programação Integrada que, de agosto a novembro, traz atividades diversas que dialogam com os assuntos abordados pela exposição.

AS OBRAS

Ana Vaz, na obra Apiyemiyekî? [Por quê?], aborda questões como a marcha para o centro-oeste e o genocídio do povo Waimiri-Atroari, durante a década de 1970, quando suas terras foram invadidas para a construção da BR 174 (rodovia que liga Manaus-AM à Boa Vista-RR) e instalação de uma mineradora. A obra, criada a partir de filme em 16mm e transferida para vídeo, destaca ilustrações criadas pelos indígenas sobre o período.

Giselle Beiguelman com a instalação Gaveta de Ossos (áudio e jato de tinta sobre papel algodão) reflete sobre as histórias reveladas pela medicina forense e seus procedimentos na busca de mortos e desaparecidos. Tal trabalho é reflexo do acompanhamento do grupo de trabalho sobre a Vala de Perus, descoberta no Cemitério Dom Bosco, em 1990, com 1.047 ossadas enterradas clandestinamente. A obra é complementada por Perguntas às Pedras, Série 2 (neon), jogo no qual se interroga: “O que você esqueceu de esquecer?”, “o que você esqueceu de lembrar?”, “o que você lembrou de esquecer?” e “o que você lembrou de lembrar?”. Ainda na exposição, e problematizando questões sobre arte, arquivo e história, a artista apresenta a publicação Impulso Historiográfico (impressão offset, 50 pps) uma tradução, em forma de paráfrase, do texto ainda inédito em português, “An Archival Impulse”, de Hal Foster, publicado na revista estadunidense de crítica de arte October.

O Grupo Contrafilé traz a obra Escola de Testemunhos, com um espaço formado por uma mesa-lousa redonda, quinze cadeiras escolares e fones de ouvido, onde serão reproduzidos relatos pertencentes ao arquivo do programa Coleta Regular de Testemunhos - projeto do Memorial da Resistência de São Paulo para ampliar o conhecimento sobre a história do DEOPS - Departamento Estadual de Ordem Política e Social. Tais testemunhos partem de ex-presos e perseguidos políticos, de familiares de mortos e desaparecidos ou de trabalhadores e frequentadores dessa instituição.

Ícaro Lira apresenta Crítica Radical, uma estrutura biográfica formada a partir de fotos, recortes de jornais, áudio, objetos e vídeo que revisita a memória viva do grupo cearense, cuja alcunha dá nome a sua obra. Formado em Fortaleza em 1973, o Crítica Radical teve importante papel na fundação do Movimento Feminino pela Anistia, nos anos 1970, essencial para a formulação da Lei de Anistia, de 1979 (Lei nº 6.683/79). Várias integrantes do movimento fundaram, posteriormente, a União das Mulheres Cearenses, ainda ativa, que luta contra a violência de gênero, contra o feminicídio e pela solidariedade às vítimas de violência e suas famílias.

Mabe Bethônico, com a obra Elite Mineral [Gabinete de Aprendizado] traz, por meio de impressos e vídeos, o estudo da atuação de empresas mineradoras no período da Ditadura Civil Militar e a memória do evento Semana Popular em Defesa ao Minério, realizada na década de 1960, em Minas Gerais. O trabalho toma a forma de um “gabinete de aprendizado” para transmissão de conteúdos, buscando resgatar meios pedagógicos dos anos 1960, como cartilhas e cartazes, tomando como referência materiais do programa de alfabetização de adultos do Movimento de Educação de Base, elaboradas em convênio com o Ministério da Educação (MEC), que visava educar o adulto para exercer seus direitos, além de ensinar a escrever.

O grupo inteiro, formado por Carol Tonetti, Cláudio Bueno, Ligia Nobre e Vitor César discute os sistemas de informação e vigilância do Estado. Com referências ao conto Na Colônia Penal (1914), de Franz Kafka, a peça instalativa Texto-Tecido-Teia, em tricô e metal, parte de palavras/ações/verbos encontrados nas apostilas de formação dos agentes do Serviço Nacional de Informações - SNI, órgão criado em 1964 para controlar as atividades de informação e contrainformação no Brasil e no exterior, visando à segurança nacional.  Palavras como nomear, infiltrar, manipular e interrogar fazem parte do universo vocabular da obra.

A semântica dos inquéritos policiais e a criminalização de negros e negras são tratadas por Paulo Nazareth na obra Inquérito, que apresenta uma leitura de inquéritos policiais, gravados em colaboração com os artistas Michelle Matiuzzi e Ricardo Aleixo. No espaço, estará disposta a série de desenhos de Nazareth, denominadas Histórico do Camburão, com representações desse automóvel e a série de fotografias Autorretrato com os Mortos.

Rafael Pagatini, com a instalação Tecituras, traz imagens que abordam as relações entre o setor cultural e a esfera política durante o período da ditadura, as histórias e mecanismos de colaboração entre o universo cultural e o regime ditatorial, e de como se desenvolveram e se financiaram as instituições de arte nesse período. A obra é um desdobramento da pesquisa que realizou nos arquivos do Centro de Pesquisa e Biblioteca do Masp, Centro de Documentação da Pinacoteca de São Paulo e Acervo do Memórias do Sesc.

Arma da Crítica / Orientação para a Prática, obra desenvolvida por Traplev, partiu de extensa pesquisa em arquivos, como do Brasil: nunca mais (1979-1985), projeto realizado clandestinamente pela sociedade civil, por iniciativa do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, que se debruçou nas mais de 850 mil páginas de processos do Superior Tribunal Militar. O nome da instalação traz dois títulos de documentos do MR8, de 1970, e apresenta dois painéis, em lados opostos, com organogramas pertencentes ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS): um sobre organizações de esquerda e outro sobre órgãos de repressão. Traplev também apresenta Antimonumento para Anísio Teixeira (2018), que traça linha histórica a partir da Escola Parque Anísio Teixeira.

Programas Públicos

Ao longo do período expositivo, diversas atividades serão propostas para aprofundamento das temáticas apresentadas na exposição Meta-Arquivo: 1964-1985. No dia 22 de agosto, quinta, às 18h, o bate-papo Encontro com Artistas – Apresentação dos Processos de Pesquisa marca o encerramento do Grupo de Trabalho Meta-Arquivo, com participação de Ana Pato e de todos os artistas envolvidos na exposição, e apresentação de seus processos de pesquisa ao longo da produção das obras.

Ainda no dia 22, ocasião da abertura da exposição, Paulo Nazareth apresenta, às 20h30, a performance Inquérito, ação na qual reproduzirá, a partir de uma matriz em pedra de litogravura, um documento dos militantes do Comando Nacional da VAR-Palmares encontrado em um “aparelho”, que ensina como sobreviver à tortura. Um escrivão aposentado, em uma mesa de delegacia, datilografará o documento que ficará exposto como resíduo da ação.

No dia 24 de agosto, sábado, às 15h, haverá o encontro Memória e Resistência, com o artista Ícaro Lira e o grupo Crítica Radical (CE), representado pelas integrantes Rosa da Fonseca, Maria Luiza Fontenele e Jorge Paiva, que se reúnem para uma fala pública; às 16h30, o encontro  Memória e Resistência com Traplev e a escritora, feminista e membro da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos Amelinha Teles, que abordam a memória das organizações clandestinas do período de 1960-1970 que lutaram contra a ditadura militar no Brasil; já às 18h, o encontro Mineração e Ditadura, que traz uma aula pública com Mabe Bethônico. A partir de pesquisa sobre a atuação de empresas mineradoras durante a ditadura militar brasileira, Mabe Bethônico, em colaboração com o artista Victor Galvão, apresenta uma aula pública com a convidada Ana Carolina Reginatto Moraes, doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a tese A Ditadura Empresarial-militar e as Mineradoras (1964-1988).

A programação segue até o fim de novembro com as atividades:

Escola de Testemunho (dias 7/9, 5/10 e 9/11, sábados, 16h): Aula-performance com o Grupo Contrafilé e convidados. Em três encontros, os integrantes do Grupo Contrafilé realizam conversas abertas entre o público e os depoentes da Coleta Regular de Testemunhos, iniciativa do Memorial da Resistência.

Impulso Historiográfico (dias 7/9 e 23/11, sábados, 18h): Aula-performance com Giselle Beiguelman e lançamento de livro. Giselle Beiguelman toma como ponto de partida o texto, ainda inédito em português, An Archival Impulse, de Hal Foster, publicado na revista estadunidense de crítica de arte October. Beiguelman propõe uma tradução, em forma de paráfrase e fac-símile, indagando, a partir da obra dos brasileiros Bruno Moreschi, Bianca Turner e Tiago Sant’ana, o impulso historiográfico, que levaria os artistas do Sul Global contemporâneo de volta à história e ao (re)processamento dos documentos.

A Ditadura nos Vernissages: Construção Hegemônica e Relações de Controle em Espaços Culturais de São Paulo (dia 5/10, sábado, 18h): Encontro com Rafael Pagatini e Paulo César Gomes, historiador e autor do livro Liberdade Vigiada - as Relações entre a Ditadura Militar Brasileira e o Governo Francês.

Memória e Resistência (dia 9/11, sábado, 18h): Encontro com Traplev e Marília Bonas.
A partir de sua pesquisa sobre a memória das organizações clandestinas do período de 1960 a 1970 que lutaram contra a Ditadura Civil Militar no Brasil, Traplev propõe uma conversa com Marília Bonas, historiadora e coordenadora do Memorial da Resistência de São Paulo.

Programação Integrada

Dentre as atividades que dialogam com a exposição, o Sesc Belenzinho apresenta a temporada do espetáculo teatral Comum, do Grupo Pandora de Teatro, de 30 de agosto a 15 de setembro, com histórias ligadas à descoberta de uma vala comum clandestina, criada no período da Ditadura Militar Brasileira. Com texto e direção de Lucas Vitorino, o enredo traz a busca de um filho por informações de seus pais desaparecidos políticos, o dilema de dois coveiros encarregados da criação de uma vala e uma jovem estudante que se aproxima do ativismo político, em três períodos históricos diferentes, entre 1970 e 1990.

De 30 de agosto a 8 de setembro, a Cia Estável de Teatro apresenta o espetáculo Patética que, por meio de estética circense, reflete sobre as circunstâncias e o assassinato do jornalista e dramaturgo Vladimir Herzog (1937-1975), morto nos porões do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações/Centro de Operações de Defesa Interna) em outubro de 1975. O texto foi escrito um ano depois de seu falecimento, por seu cunhado e também dramaturgo João Ribeiro Chaves Neto.

De 11 de setembro a 2 de outubro, o curso O Documentário como Arquivo da Ditadura, ministrado por Liniane Haag Brum, aborda a história política contemporânea por meio da linguagem audiovisual e cinematográfica, propondo o arquivo como conceito
transdisciplinar e como método.

Por fim, haverá a exibição de quatro filmes originalmente censurados durante o período da ditadura: em 10 de setembro, O Bandido Da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla, Brasil, 1968); em 17 de setembro, Eles não Usam Black‑Tie (Leon Hirszman, Brasil, 1981); em 24 de setembro, Pra Frente, Brasil (Roberto Farias, Brasil, 1982) e, em 1º de outubro, Cabra Marcado Para Morrer (Eduardo Coutinho, Brasil, 1984).

Sobre o Memorial da Resistência

O Memorial da Resistência de São Paulo é uma instituição de memória política constituída a partir de parceria entre sociedade civil organizada e Estado. Seu trabalho consiste na preservação de referências das memórias da resistência e da repressão políticas do Brasil republicano (1889 à atualidade), na valorização da democracia e dos Direitos Humanos por meio de suas pesquisas, exposições e ações educativas. É gerido pela Associação Pinacoteca Arte e Cultura e localizado na Estação Pinacoteca, antigo edifício do Departamento de Ordem Política e Social - Deops-SP. O Memorial da Resistência é uma Organização Social da Cultura, vinculado à Associação Pinacoteca Arte e Cultura – APAC. Desde 2009, é Membro Institucional da Coalizão Internacional de Sítios de Consciência, uma rede mundial que agrega instituições em lugares históricos dedicados à preservação das memórias de eventos passados de luta pela justiça.

Sobre a curadoria

Ana Pato (São Paulo, SP) é curadora, pesquisadora e professora. Doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2017), mestra em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina (2011), bacharel em Comunicação Social pela Fundação Armando Alvares Penteado (1994) e possui especialização em Gestão da Cultura pela Fundação Getúlio Vargas (1996). Desde 2009 investiga a relação entre arte contemporânea e arquivo.

É autora do livro Literatura Expandida: o Arquivo e a Citação na Obra de Dominique Gonzalez-Foerster, de 2013, lançado pelas Edições Sesc. Pato foi curadora-chefe da 3ª Bienal da Bahia (Salvador, 2014) e foi diretora da Associação Cultural Videobrasil, onde trabalhou entre 2000 e 2012. Dentre os principais projetos que ela coordenou no Videobrasil estão o banco de dados on-line do Acervo Videobrasil e a direção executiva das exposições dos artistas Sophie Calle (2009), Joseph Beuys (2010), Olafur Eliasson (2011) e Isaac Julien (2012), além de quatro edições do Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (2001, 2005, 2007 e 2011) e duas exposições dedicadas à arte contemporânea africana (2000 e 2005). Em 2017 integrou o grupo de curadores convidados do 20º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil.            

Sobre os artistas

Ana Vaz (Brasília, DF) - Em filmes, instalações e performances, Ana Vaz explora as relações entre ambientes, territórios e histórias. Com associações entre imagens, sons e textos, seus trabalhos propõem uma experiência corporal e subjetiva do estar no mundo. Participou de mostras em instituições como Tate Modern (Londres - Reino Unido), Palais de Tokyo (Paris - França), Jeu de Paume (Paris - França), Cinéma du Réel (Paris - França), New York Film Festival (Nova York - EUA), Festival Sesc_Videobrasil (São Paulo) e outras.

Giselle Beiguelman (São Paulo, SP) - Artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU USP). Pesquisa preservação de arte digital, arte e ativismo na cidade em rede e as estéticas da memória no século 21. Desenvolve intervenções artísticas no espaço público e com mídias digitais. Entre seus projetos artísticos recentes destacam-se Odiolândia (2017); Memória da Amnésia (2015); e as exposições individuais Monumento nenhum (2019), Cinema Lascado e Quanto pesa uma Nuvem? (2016). É autora de Memória da Amnésia: Políticas do Esquecimento (Edições Sesc, 2019), entre outros livros, artigos e ensaios.

Grupo Contrafilé (São Paulo, SP) - Grupo Contrafilé é um coletivo transdisciplinar, formado por Cibele Lucena, Joana Zatz Mussi e Rafael Leona, que investiga as possíveis relações entre arte, política e educação e indaga como essas relações ampliam o direito à produção criativa da/na cidade. Entre seus projetos, destacam-se: Programa para a Descatracalização da própria Vida (2004); A Rebelião das Crianças (2005), que deu origem a Parque para Brincar e Pensar (2011), e a Quintal (2013); A Árvore-escola (2014); A Batalha do Vivo (2016). O grupo participou de mostras como Arte-Veículo (Sesc, 2018/2019); Talking to Action (Art, Pedagogy and Activism in the Americas, Los Angeles, Chicago, Nova York, 2017-2019); Playgrounds 2016 (MASP, 2016); 31ª Bienal de São Paulo (2014); Radical Education (Eslovênia, 2008); If You See Something Say Something (Austrália, 2007); La Normalidad (Argentina, 2006); e Collective Creativity (Alemanha, 2005).

Ícaro Lira (Fortaleza, CE) - Ícaro Lira investiga as implicações e os desdobramentos de atos políticos e históricos da história brasileira através de um trabalho documental, arquivista, arqueológico e de ficção. Suas exposições apresentam estruturas similares a pequenos “museus”, onde reúne fragmentos esquecidos, produzindo um sistema de objetos que articula materiais artísticos e não artísticos, e um conjunto de ações, não necessariamente confinadas a um objeto, mas dispersas em exposições, livros, oficinas, debates e caminhadas. Em 2013, recebeu o prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio do Iphan.

Mabe Bethônico (Belo Horizonte, MG) - É artista-pesquisadora, professora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, com doutorado pelo Royal College of Art (Londres - Reino Unido). Trabalha a partir de materiais de arquivo, construindo ficções, viabilizando debates. Lida com os limites entre documentação e construção, evidenciando como a informação pode ser construída e retrabalhada continuamente. Na forma de jornal, pôster, website, palestra e instalação, seu trabalho foi exibido em mostras como as 27ª e 28ª edições da Bienal de São Paulo, Museu da Pampulha, Centre de la Photographie (Genebra - Suíça), Museo de Antioquia (Medellín – Colômbia), Kunstverein Muenchen (Munique - Alemanha), hmkv (Dortmund - Alemanha) e Kunsthal Aahus (Aahus - Dinamarca), entre outros.

O grupo inteiro (São Paulo, SP) - Composto por Carol Tonetti, Cláudio Bueno, Ligia Nobre e Vitor Cesar, reúne, desde 2014, diferentes formações e práticas - nos campos da arquitetura, design, arte, comunicação, aprendizagem e tecnologia - que convergem, estabelecem correspondências e se expandem. Os projetos realizados pelo grupo incluem: Condutores (Masp e Sesc Interlagos, 2016); Manejo, em colaboração com Jorge Menna Barreto (32ª Bienal de São Paulo, 2016); Campos de Preposições (Sesc Ipiranga, 2016); Octopus (Sesc Belenzinho, 2018); e Correspondence (Pro- Helvetia/FAR°/Collège de Marens, Suíça).

Paulo Nazareth (Governador Valadares, MG) - O trabalho de performance e instalação de Paulo Nazareth explora, com frequência, suas raízes africanas e indígenas. Sua caminhada-performance representa um questionamento lento e em tempo real de sua própria experiência e daquela dos indivíduos que encontra, traçando uma sutil matriz de conexões que vincula pessoas, comunidades e histórias compartilhadas. Ganhou o Prêmio MASP de Artes Visuais (2012). Seu trabalho já foi apresentado em mostras individuais e coletivas ao redor do mundo. Sua obra integra as coleções Boros Collection (Alemanha), Thyssen-Bornemisza Art (Áustria), Pinault Collection (França), Rubbel Family Collection (EUA), Coleção Banco Itaú, MAM São Paulo e Pinacoteca de São Paulo.

Rafael Pagatini (Caxias do Sul, RS) - É professor e pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo. Seu trabalho faz uso principalmente de mídias associadas a linguagens da gravura e fotografia. Investiga as relações entre arte, memória e política. Realizou projetos como Retrato Oficial (2017); Manipulações, DOPS (série Movimentos religiosos) e Camadas e Grito Surdo (2016); e Bem-vindo, Presidente! (2015-2016), a partir de pesquisas nos arquivos do DOPS do Espírito Santo. Entre suas exposições, estão Fissuras (2016), Conversas com a Paisagem (2014), Rumos Itaú Cultural (2013) e Em Suspensão (2012). Recebeu o Prêmio Energias Artes Visuais, Bolsa Estímulo à Produção em Artes Visuais (Funarte), Bolsa Iberê Camargo e V Prêmio Açorianos de Artes Plásticas.

Traplev (Caçador, SC) - Em pesquisas sobre outras formas de narrar os acontecimentos políticos, o artista discute as estratégias de comunicação da grande mídia, a partir da apropriação e da interferência gráfica em material jornalístico e notícias compartilhadas em redes sociais. É editor geral e cofundador da publicação Recibo, com mais de 74 mil exemplares distribuídos gratuitamente de 2002 a 2016. Entre as exposições recentes, destacam-se as Individuais Novas Bandeiras entre Almofadas Pedagógicas, na Sé Galeria, e Sistemas de Estruturas e Elementos de Fachada, Sala 7, na Galeria Fayga Ostrower em Brasília (DF) / Funarte, e as coletivas Mitomotim, no Galpão Videobrasil, e Trienal Frestas de Arte Contemporânea, em Sorocaba (SP).

Sobre o Sesc São Paulo

Mantido pelos empresários do comércio de bens, turismo e serviços, o Sesc - Serviço Social do Comércio é uma entidade privada que tem como objetivo proporcionar o bem-estar e a qualidade de vida aos trabalhadores deste setor e sua família. Sua base conceitual é a Carta da Paz Social e sua ação é fruto de um sólido projeto cultural e educativo que trouxe, desde a criação pelo empresariado do comércio e serviços em 1946, a marca da inovação e da transformação social.

Ao longo destes mais de 70 anos, o Sesc inovou ao introduzir novos modelos de ação cultural e sublinhou, na década de 1980, a educação como pressuposto para a transformação social. A concretização desse propósito se deu por uma intensa atuação no campo da cultura e suas diferentes manifestações, destinadas a todos os públicos, em diversas faixas etárias e estratos sociais. Isso não significa apenas oferecer uma grande diversidade de eventos, mas efetivamente contribuir para experiências mais duradouras e significativas.

No estado de São Paulo, o Sesc conta com uma rede de 40 unidades operacionais – centros destinados à cultura, ao esporte, à saúde e à alimentação, ao desenvolvimento infantojuvenil, à terceira idade, ao turismo social e a demais áreas de atuação. Este patrimônio forma um conjunto arquitetônico de múltiplas linguagens e influências, constituído a partir da contribuição de nomes como Lina Bo Bardi, autora do Sesc Pompeia, e Paulo Mendes da Rocha, responsável pelo Sesc 24 de Maio.

SERVIÇO

Exposição:
META-ARQUIVO: 1964–1985 - Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da Ditadura
Curadoria e pesquisa: Ana Pato
Artistas convidados: Ana Vaz, Contrafilé, Giselle Beiguelman, O grupo inteiro, Ícaro
Lira, Mabe Bethônico, Paulo Nazareth, Rafael Pagatini e Traplev
Projeto expográfico: Anna Ferrari
Design gráfico: O grupo inteiro
Produção executiva: Nós da produção | Alita Mariah e Rafael Moretti
Coordenação editorial: Julia Ayerbe
Parceria: Memorial da Resistência de São Paulo | APAC - Associação Pinacoteca Arte e Cultura | Secretaria de Cultura e Economia Criativa | Governo do Estado de São Paulo
Realização: Sesc São Paulo

Abertura: 22 de agosto de 2019, quinta-feira, às 20h
Visitação: 23 de agosto a 24 de novembro de 2019
Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 19h30
Local: Galpão
Grátis
Livre para todos os públicos

Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700

Estacionamento - De terça a sábado, das 9h às 22h. Domingos e feriados, das 9h às 20h.
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional.
Transporte Público - Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)

Informações à Imprensa

Verbena Comunicação
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181

Assessoria de Imprensa Sesc Belenzinho
Poliana M. Queiroz
Tel: (11) 2076-9762
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