quarta-feira, 29 de julho de 2015

Companhia de Danças de Diadema apresenta Anseio nas comemorações de seus 20 anos

Como parte das comemorações de seus 20 anos, a Companhia de Danças de Diadema apresenta, no Teatro Sérgio Cardoso, o espetáculo Anseio, entre os dias 6 e 9 de agosto, de quinta a sábado, às 20 horas, e domingo, às 19 horas.

Com direção geral de Ana Bottosso, o espetáculo tem coreografia assinada por Claudia Palma. No elenco estão os bailarinos Carolini Piovani, Daniele Santos, Danielle Rodrigues, Elton de Souza, Fernando Gomes, Jean Válber, Rafael Abreu, Thaís Lima, Ton Carbones e Zezinho Alves, além da própria diretora e coreógrafa da companhia Ana Bottosso.

O espetáculo busca, por meio da poética da dança, o mergulho profundo em um universo de imagens densas, carregadas de memórias de um tempo que está por terminar. O último suspiro! É necessário fazer a passagem, transcender... O corpo é denso, cheio de ar. É preciso renovar, esvaziar e preencher os espaços novamente. O corpo quer ar.

“Foi proposto à Companhia de Danças de Diadema processos de pesquisa cênica para improvisação direcionada, com perguntas e respostas. Algumas perguntas foram lançadas ao elenco e  imagens surgiram a partir dessas respostas/propostas. A investigação e o desenvolvimento do processo corporal se deu pelas práticas utilizadas, que colaboraram para a tradução de um corpo denso, pesado e lento, proposto pelo tema, o anseio pelo ar – pelo último suspiro. Ao longo do processo, provocações e diálogos se ampliavam, transformando-se e esculpindo os corpos e as cenas até encontrar um ponto de equilíbrio entre os desejos do Anseio do elenco e o meu, como coreógrafa”.  (Claudia Palma)

Ficha técnica
Espetáculo: Anseio
Com Companhia de Danças de Diadema
Concepção e coreografia: Cláudia Palma
Direção: Ana Bottosso
Elenco: Ana Bottosso, Carolini Piovani, Daniele Santos, Danielle Rodrigues, Elton de Souza, Fernando Gomes, Jean Válber, Rafael Abreu, Thaís Lima, Ton Carbones e Zezinho Alves.
Assistente de direção e produção Administrativa: Ton Carbones
Concepção musical: Renato Jimenez
Assistente de coreografia: Carolini Piovani
Desenho de luz: Melissa Guimarães
Operação de Luz: Diogo
Sonoplastia e assistência de produção: Renato Alves
Figurinista: Nani Brisque
Costureira: Mirian Cassemiro
Maître de dança clássica: Eduardo Bonnis
Condicionamento físico: Carolini Piovani
Estagiária: Dayana Brito

Serviço
Dias 6, 7, 8 e 9 de agosto
Horários: quinta, sexta e sábado (às 20 horas) e domingo (às 19 horas)
Teatro Sérgio Cardoso - Sala Paschoal Carlos Magno
Rua Rui Barbosa, 153. Bela Vista. São Paulo/SP
Informações: (11) 3288-0136. Classificação: 12 anos. Duração: 60 minutos
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia entrada)


Encontro de teatro reúne artistas da América Latina para debater cultura e pedagogia em Cidade Tiradentes

Evento tem programação gratuita com espetáculos, workshops, festas bate-papos e shows.

Entre os dias 15 a 23 de agosto, acontece o 6º Encontro Comunitário de Teatro Jovem da Cidade de São Paulo que tem como tema Teatro, Pedagogia e Comunidade, reunindo grupos da Colômbia, Chile, Peru e Brasil em 14 apresentações teatrais, oficinas e debates e shows. Além do teatro, o encontro tem como atração musical a Comunidade Samba da Vela, além de apresentação do OCA Escola Cultural na linguagem da dança e cultura popular.

Todos os convidados desenvolvem processos artísticos e pedagógicos permanentes junto a comunidades periféricas de seus países. Com patrocínio do Programa Iberescena (Fundo de Ajuda para as Artes Cênicas Ibero-americanas) e Co-Patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo, o Encontro é uma realização do Instituto Pombas Urbanas.

Os grupos foram selecionados levando-se em consideração a excelência artística e o vínculo entre teatro e pedagogia no trabalho cultural junto às comunidades. Os grupos internacionais são: Grupo Vichama (Peru), Teatro Aleph (Chile) Colectivo Artístico de Nuestra Gente (Colômbia) e Corporación Nuestra Gente (Colômbia). Completam a lista os paulistanos: Grupo Pombas Urbanas, Núcleo Teatral Filhos da Dita, Cia. Teatral Aos Quatro Ventos e Circo Teatro Palombar.

Os espetáculos e atividades acontecem no Centro Cultural Arte em Construção, sede do Instituto Pombas Urbanas, e também no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, além de escolas públicas do bairro.

O Encontro

O Encontro, realizado desde 2008 pelo Instituto Pombas Urbanas, vem ganhando força na cena teatral periférica da cidade com participação de grupos brasileiros e da América Latina. O objetivo é ampliar o debate sobre a inclusão de novas práticas pedagógicas no contexto do desenvolvimento cultural da comunidade do bairro paulistano Cidade Tiradentes e de diversas outras comunidades latinoamericanas, por meio da troca de experiências..

O Instituto Pombas Urbanas é membro e co-fundador da Rede Latino Americana de Teatro em Comunidade criada em 2009 por 10 países da América Latina como Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, El Salvador, Guatemala, México e Peru. Nas cinco edições anteriores, houve intenso diálogo sobre teatro em comunidade, teatro jovem, redes de comunicação social, processo artístico, estética e outros. Os encontros trazem um impacto positivo para a comunidade, envolvendo várias instituições e escolas locais.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
http://encontrodeteatrojovem.blogspot.com.br

  • 18 de agosto (terça-feira)
20h – Espetáculo: Uma Arriscada Trama de Picadeiro e Asfalto
Grupo: Circo Teatro Palombar
Local: Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes.
Sinopse: O enredo narra a saga de Dimbo, um vendedor de pipocas que sonhava ser artista de circo. Um belo dia ele se depara com uma trupe circense que o convida para acompanhá-los. A partir daí, Dimbo mergulha no universo da lona e do picadeiro e, por meio de uma narrativa divertida e envolvente, conta um pouco da história desta fantástica arte milenar. As cenas mesclam técnicas de teatro, acrobacias, pirofagia, malabarismo e números aéreos, entre outras, para contar as aventuras dessa trupe. Elenco: Eder Farina, Esmael Ferreira, Guilherme Torres, Henrique Nobre, Jaqueline Lobato, Larissa Evelyn, Leonardo Galdino, Marcelo Nobre, Paulo Wesley e Rafael Garcia.

  • 19 de agosto (quarta-feira)
10hOficina de Teatro e Pedagogia
Com: UPAC – Universidade Popular de Arte e Ciência (Rio de Janeiro)
Local: Praça do 65 (próximo ao Centro Cultural Arte em Construção)
Abordagem: Membros da UPAC apresentam os princípios filosóficos e as ideias que regem seu ‘antiprograma’ pedagógico, cuja proposta educacional tem a vivência como caminho, tem o saber, por meio da experiência, como base do conhecimento.

15hRoda de Arte e Pedagogia
Local: Centro Cultural Arte em Construção
Abordagem: Espaço de troca entre os grupos convidados, artistas, educadores, produtores culturais locais, comunidade e interessados em geral. O objetivo é que os participantes compartilhem seus conhecimentos potencializando uns aos outros. 

16h - Espetáculo Domitilio, el Rei de la Rumba
Grupo: Colectivo Artístico de Nuestra Gente (Colômbia)
Local: E.M.E.F Maurício Goulart
Sinopse: Em uma história que vai sendo contada no caminhar pelas ruas, como numa viagem, o espetáculo demonstra que a miscigenação de povos, raças, culturas e tradições, inundam nosso cotidiano e nossa vida com cores, forças, energias que servem para nos sensibilizar, nos fazer mais felizes, mais unidos, vivermos melhor. Tudo sob os olhos e sensibilidade de um homem comum, que vê em todas essas misturas uma grandiosa festa, capaz de purificar sua alma e aproximá-lo do que é sublime. Dessa forma, ele segue, com seu espírito enlevado com sons, cores, danças e alegria, captadas de negros, índios, brancos e convertidas em dança, música e teatro, para as ruas onde possa encontrar outros, que queiram ser felizes e alegres como ele.

20h – Espetáculo musical: As Três Marias Quando Cantam, o Sol e a Lua Respondem
Grupo: As Três Marias, o Sol e a Lua (Brasil-SP)
Local: Centro Cultural Arte em Construção
Sinopse: A partir de um repertório de música popular, o grupo insere no espetáculo elementos cênicos que surgem a partir das histórias que cada música traz. São brincadeiras, lendas e mitos da cultura popular. Além das músicas relembradas, o grupo também cria outras canções que misturam em seus versos histórias do cotidiano e a relação de cada uma com a comunidade em que vivem. O espetáculo As Três Marias Quando Cantam, o Sol e a Lua Respondem traz imagens cênicas e sonoras que traduzem a vida das mulheres que moram e atuam no bairro Cidade Tiradentes. Elenco: Benedita dos Santos, Lindalva dos Santos, Maria Aparecida Lopes, Palmira Nobre Machado, Ricardo dos Santos Ferreira, Letícia Cruz e Natali Santos.

  • 20 de agosto (quinta-feira)
10hOficina de Teatro e Pedagogia
Com integrantes dos grupos convidados.
Público – alvo: artistas, educadores, professores da rede pública de ensino, atores, comunidade e interessados em geral,
Local: Centro Cultural Arte em Construção

15h – Espetáculo: La Gallina y el Maicito
Grupo: Grupo Vichama (Peru)
Local: Centro Cultural Arte em Construção

Sinopse: Uma galinha trabalhadora encontra um grão de milho e decide plantá-lo para que nasçam muitos milhos. Ela vai pedir ajuda a seus vizinhos: Sr. Pato, Senhora Gata e Sr. Porco.
Eles se recusam a ajudá-la, várias vezes, preferindo descansar, comer e se divertir. No final, a galinha com grande cuidado prepara um delicioso pastel de milho que ela sozinha, plantou, regou, colheu, moeu e cozinhou. Quando os animais estão animados para comer, a Galinha não os convida por não terem colaborado em nada. Muito feliz ela celebra e come com seus filhotes os deliciosos pastéis.

20h – Espetáculo: A Guerra
Grupo: Núcleo Teatral Filhos da Dita (Brasil-SP)
Local: Centro Cultural Arte em Construção
Sinopse: A peça dirigida por Paulo Carvalho e Marcelo Palmares, atores do grupo Pombas Urbanas, conta a história de três soldados que partem para a guerra e esquecem, durante o caminho, quem é o inimigo. A partir dessa constatação, são apresentadas cenas que revelam os absurdos das guerras invisíveis, vividas cotidianamente. Num campo de batalha que constantemente se transforma o elenco de encarna personagens que vivem diversas situações inter-relacionadas, trazendo à tona um mundo onde a espetacularização da violência - impulsionada pelo desejo de poder, ganância e interesses privados – pode alienar as pessoas, separando-as dos reais valores da vida. No palco, artistas de Cidade Tiradentes: Cláudio Pavão, Ellen Rio Branco, Guilherme Sousa, Luara Sanches, Rafael Pantoja e Thábata Leticia.

  • 21 de agosto (sexta-feira)
10hOficina de Teatro e Pedagogia
Com integrantes dos grupos convidados.
Público alvo: artistas, educadores, professores da rede pública de ensino, atores, comunidade e interessados em geral.
Local: Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes

15hRoda de Arte e Pedagogia
Com integrantes dos grupos convidados.
Público alvo: artistas, educadores, professores da rede pública de ensino, atores, comunidade e interessados em geral,
Local: Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes

16h – Espetáculo: La Gata y el Ratón
Grupo: Corporación Cultural Nuestra Gente (Colômbia)
Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes
Sinopse: A peça surge da preocupação do grupo em criar uma reflexão nas crianças e em suas famílias sobre a importância do “saber”. O texto de Fidel Galván fala de um tema delicado e profundo: a importância de aprender, em uma linguagem lúdica e afetiva que dialogue com as crianças. “Uma gata mimada, preguiçosa e vaidosa, passou toda a vida se enfeitando, comendo e dormindo, desinteressada por aprender. Isso tem como consequência, uma série de acontecimentos até que a Gata é enganada por um Rato malvado e esperto, que através de sua inteligência consegue tirá-la da casa e viver às suas custas”.

20h – Espetáculo: El Exilado Mateluna
Grupo: Grupo de Teatro Aleph (Chile)
Centro Cultural Arte Em Construção
Sinopse: O espetáculo é uma criação musical que conta os problemas de inserção social dos refugiados latino americanos na França, por meio de 16 canções, baseadas em ritmos populares latino-americanos. Fernando Mateluna Rojas, refugiado Chileno, chega à Paris em 1° de dezembro de 1976, como exilado político. Sua luta começa com o telefone público, que lhe repete incessantemente a mesma música incompreensivel e acaba por levar sua última moeda. Logo, começa a busca para conseguir papéis: visto, carteira de trabalho. A noite chega e para esquecer seus problemas administrativos, passa a desvendar Paris. O Exilado Mateluna é uma homenagem a todos os “sem papéis” do mundo.

  • 22 de agosto (sábado)
10h - Sarau poético e Apresentação dos Resultados das Oficinas de Teatro e Pedagogia
Local: Centro Cultural Arte em Construção
Sarau: A cena de sarau da periferia de São Paulo vem ganhando cada vez mais espaço por serem ações de grande impacto nas comunidades. No encontro, o sarau é conduzido pelo Sarau dos Loucos, grupo composto por jovens da Zona Leste de São Paulo.

16h – Espetáculo: El Exilado Manteluna
Grupo: Grupo de Teatro Aleph (Chile)
Local: Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes

16h – Espetáculo: La Gallina y el Maicito
Grupo: Grupo Vichama (Peru)
Local: Centro Cultural Arte em Construção
Sinopse: Uma galinha trabalhadora encontra um grão de milho e decide plantá-lo para que nasçam muitos milhos. Ela vai pedir ajuda a seus vizinhos: Sr. Pato, Senhora Gata e Sr. Porco.
Eles se recusam a ajudá-la, várias vezes, preferindo descansar, comer e se divertir. No final, a galinha com grande cuidado prepara um delicioso pastel de milho que ela sozinha, plantou, regou, colheu, moeu e cozinhou.
Quando os animais estão animados para comer, a Galinha não os convida por não terem colaborado em nada. Muito feliz ela celebra e come com seus filhotes os deliciosos pastéis.

20h – Espetáculo: Domitilio El  Rei de la Rumba
Grupo: Corporación Cultural Nuestra Gente (Colômbia)
Local: Centro Cultural Arte em Construção
Sinopse: Uma história que vai sendo contada no caminhar pelas ruas, como numa viagem, o espetáculo demonstra que a miscigenação de povos, raças, culturas e tradições, inundam nosso cotidiano e nossa vida com cores, forças, energias que servem para nos sensibilizar, nos fazer mais felizes, mais unidos, vivermos melhor. Tudo sob os olhos e sensibilidade de um homem comum, que vê em todas essas misturas uma grandiosa festa, capaz de purificar sua alma e aproximá-lo do que é sublime.

23 de agosto (domingo)

10h – Visita ao Espaço Cultural Casa da Fazenda
Endereço: Avenida Sarah Kubitschek, 165. Cidade Tiradentes

O Espaço Cultural Casa da Fazenda foi criado pela Subprefeitura da Cidade Tiradentes, revitalizando a sede de uma antiga fazenda, a partir de 2004, passando a ser a ser um equipamento vinculado a Secretaria Municipal de Cultura.

15hFesta de encerramento: Grupo Pombas Urbanas e Samba da Vela
Local: Centro Cultural Arte em Construção
No encerramento, o Grupo Pombas Urbanas e o tradicional Samba da Vela, do bairro de Santo Amaro, Zona Sul da Capital, tomam conta da festa com muito teatro e música para celebrar o Encontro.

Serviço / endereços

6° Encontro Comunitário de Teatro Jovem da Cidade de São Paulo
De 15 a 23 de agosto - Das 10 às 21h
Centro Cultural Arte em Construção
Avenida dos Metalúrgicos, n° 2100- Cidade Tiradentes. São Paulo/SP
Informações: (11) 2285-7758. http://encontrodeteatrojovem.blogspot.com.br
Grátis. Ingressos e inscrições 1h antes, no local das atividades.

Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes
Conjunto Habitacional Sítio Conceição. Cidade Tiradentes/SP

EMEF Professor Mailson Delani
Rua Salvador Vigano, 100, Cidade Tiradentes. São Paulo/SP

EMEF Maurício Goulart
Rua Renê de Toledo, 700. Cidade Tiradentes/SP 

G.R.E.S. Príncipe Negro
Av. dos Metalúrgicos, altura do nº 1.111
Próximo à Escola Osvaldo Aranha. Cidade Tiradentes/SP


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Festival ABCDança termina no dia 26 de julho com programação na capital

Ton Carbones. Foto de Silvia machaco
A décima edição do ABCDança 2015 – 10 anos, que teve inicio em 3 de junho com circulação pelas sete cidades da região do ABCD Paulista, termina no dia 26 de julho com programação no  Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo. O evento apresentou diversificada programação de dança em seus múltiplos, totalizando 12 espetáculos, além de intervenções, vários cursos, oficinas e fóruns, apresentações livres (Palco Livre), jams de dança, batalha locking e outros.

Com todas as atividades gratuitas, a proposta é contemplar obras e artistas da dança das cidades de Diadema, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e São Paulo. O ABCDança é uma iniciativa da Associação Projeto Brasileiro de Dança e Companhia de Danças de Diadema e neste ano tem apoio do ProAC (Programa de Ação Cultural - Festivais de Artes), da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, através da Cooperativa Paulista de Dança, das prefeituras das cidades envolvidas e das unidades do SESC Santo André e São Caetano do SESC SP.


PROGRAMAÇÃO FINAL - ABCDança 2015 – 10 anos

SÃO PAULO

Exposição
Local: CRD - Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo
Baixos do Viaduto do Chá s/n, Galeria Formosa. Centro (antiga Escola Municipal de Bailado)

 Até 31/7: Terça a domingo, das 10 às 21h, até 31/7
“20 anos – Companhia de Danças de Diadema”
Organização do fotógrafo Paulo César Lima.

Espetáculos e Intervenção
Local: CRD - Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo
Baixos do Viaduto do Chá s/n, Galeria Formosa. Centro (antiga Escola Municipal de Bailado)

23 de julho. Quinta, às 21h
“Platô” - iNSAiO Cia de Arte
Direção, coreografia e cenografia: Cláudia Palma. Figurino: Lia Damasceno. Iluminação: André Boll e Silviane Ticher. Sonoplastia ao vivo: Celso Nascimento. Provocação cênica: Mariana Muniz. Provocação filosófica: Rodrigo Vilalba. Audiovisual (processo): Felipe Teixeira. Gravação, edição e finalização: Osmar Zampieri. Elenco: Armando Aurich, Claudia Palma.Celso Nascimento (música original e ao vivo).
Classificação: 14 anos. Duração: 50 min.

Sinopse: "Ninguém entra num mesmo rio uma segunda vez. Pois quando isso acontece, já não se é o mesmo; assim como as águas, que já serão outras." (Heráclito de Éfeso, filósofo). Corpos que se reencontram no tempo e no espaço. Trajetos que se acompanham por muito tempo, desviam e voltam a se tocar. Pensar as diferenças enquanto caminhos traçados. É no cruzamento da textura destes diversos discursos que delicadezas e memórias criam o desejo de outras perspectivas. Não se parte mais de onde parou. É preciso haver inversões, reversões, outro tempo. “É no cume da montanha que o percurso começa.” (Michel Serres).


24 de julho. Sexta, às 21h
“Bolero” – Cia Perversos Polimorfos
Direção: Ricardo Gali. Coreografia: Luis Viana. Iluminação: Vinicius Andrade.Figurino: Ricardo Gali. Vídeo e foto: Fábio Furtado. Colaboração artística: Natália Mendonça, Gabriel Tolgyesi, Patrícia Bergantin, Juliana De Bonis. Elenco: Maurício Flórez Raigoza.
Classificação: Livre. Duração: 30 minutos.

Sinopse: “Bolero” é uma performance da Cia Perversos Polimorfos para a música “El bolero” do compositor Maurice Ravel, interpretado pelo bailarino colombiano Maurício Flórez Raigoza, atualizando a coreografia “Arrojo” do venezuelano Luis Viana, sob direção de Ricardo Gali. Teve sua estreia em novembro de 2014 no Sesc Pinheiros em São Paulo e apresentações em Medellin/COL e em Paris/FRA.

24 de julho. Sexta, às 21h30
“Ser Híbrido” – Corpo Único
Direção: Ton Carbones. Coreografia: A Cia. Figurino: Orlando Dantas. Intérprete criador: Orlando Dantas.
Classificação: 16 anos. Duração: 20 minutos.

Sinopse: Livremente inspirado na obra “Orlando” de Virgínia Woolf, onde a personagem, passando por diversas situações amorosas, políticas e poéticas, sofre modificações psicológicas e físicas se transformando em mulher. O homem contemporâneo a cada dia se torna mais mutante e muito disso se dá mais pela necessidade de se enquadrar em um ambiente, do que pelas suas vontades. Instigado por essas transformações, “Ser Híbrido” tem o objetivo de revelar esse corpo contemporâneo em suas diversas situações, onde o mundo externo interfere de forma direta em sua vida.

25 de julho. Sábado, às 21h
“Cisza – o último silêncio é a morte” - Com[som]ante Cia de Arte
Direção: Harrison Rodrigues. Coreografia: Cleber Vieira, Francisco Souza, Giovana Santos, Harrison Rodrigues, Jeniffer Mendes, Joelma Souza, Lucas Lopes, Mia Assumpção, Victor Almeida e Wellington Al. Cenografia e figurino: Com[som]antes Cia de Arte. Iluminação: Fernando Ramos. Sonoplastia: Frank Matos. Elenco: Cleber Vieira, Camila Pam, Frank Vinicius, Giovana Santos, Harrison Rodrigues, Jeniffer Mendes, Lucas Lopes e Welington Al.
Classificação: Livre. Duração: 50 minutos.

Sinopse: “Cisza - o último silêncio é a morte” é um espetáculo que percorre linguagens artísticas, enfatizando a dança. Seu embrião surgiu em 2012, em um Laboratório de Criação proposto pelo Projeto Núcleo Luz e pôde amadurecer e ganhar força através do incentivo do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais - VAI 2014. O espetáculo aborda múltiplas relações com o silêncio e, consequentemente, com o som. Desde a busca da quietude externa até uma decorrente colisão com a calmaria do âmago. O foco dessa dança não está apenas nos extremos pontuados, mas sim em seus entremeios.

Fórum
Local: CRD - Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo
Baixos do Viaduto do Chá s/n, Galeria Formosa. Centro (antiga Escola Municipal de Bailado)

26 de julho. Domingo, às 17h
”Entre águas: um encontro entre a tradição afro-brasileira e a dança clássica indiana” - Irani Cippiciani
Público alvo: maiores de 15 anos

Conteúdo: Na palestra “Entre águas: um encontro entre a tradição afro-brasileira e a dança clássica indiana”, Irani Cippiciani discorre sobre o papel e as possíveis contribuições da tradição dentro do universo contemporâneo em dança, partindo do processo de criação do espetáculo ‘Orè Yéyè O, Oxum Tarangam’, coprodução Brasil/Índia que une a técnica da dança clássica indiana ao riquíssimo universo cultural brasileiro.

Batalha
Local: CRD - Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo
Baixos do Viaduto do Chá s/n, Galeria Formosa. Centro (antiga Escola Municipal de Bailado)

26 de julho. Domingo, das 19h às 21h
Batalha Locking de B-boys e B-girls
Colaboração: Chemical Funk

Ficha técnica: ABCDança 2015 - 10 anos


Coordenação geral: Ana Bottosso. Produção administrativa: Ton Carbones. Produção executiva: Rodrigo Castelo Branco. Assessoria de comunicação: Renato Alves. Comissão de seleção de projetos: Ana Bottosso (Presidente da comissão), Débora Carvalho (Sesc São Caetano), Isis Lourenço (Secretaria de Cultura de Mauá), Lígia Azevedo (Sesc Santo André), Luiz Rocha (Centro Cultural Diadema), Marcos Ferraz (CLAC - Centro Livre de Artes Cênicas, São Bernardo do Campo), Nelson Donizete (Departamento de Cultura de Rio Grande da Serra), Paula Kirstus (Secretaria de Cultural de São Caetano do Sul), Satie Marina Wapanabe (Sesc São Caetano do Sul), Vânia Cristina Ribeiro (ELD - Centro de Dança de Santo André), Yáskara Manzini (CRD - Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo). Concepção gráfica: Phoenix Art Studio. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Fotografia: Paulo César Lima. Vídeomaker: Cristina Ávila e Produção ABCDança. Parceirias: Cooperativa Paulista de Dança, Sesc São Paulo, Prefeitura do Município de Diadema, Prefeitura do Município de São Bernardo CLAC – Centro Livre de Artes Cênicas, Prefeitura de São Caetano do Sul, Prefeitura de Mauá, Prefeitura de Ribeirão Pires, Prefeitura de Rio Grande da Serra, Prefeitura de São Paulo, CRD – Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Fred Martins lança CD gravado em Portugal

Para Além do Muro do Meu Quintal é seu primeiro disco solo a ser lançado na Europa.

Um verso de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa), Para Além do Muro do Meu Quintal, extraído do poema Noite de São João, também musicado por Fred Martins, dá nome ao primeiro álbum do cantor e compositor brasileiro gravado na Europa. O trabalho foi gravado em Lisboa, Portugal, com produção musical do pianista e arranjador açoriano Paulo Borges e traz participação especial da cantora cabo-verdiana Nancy Vieira e do paulistano Renato Braz.

Com três CDs e um DVD lançados no Brasil, Fred Martins registra neste disco algumas das canções mais marcantes de sua trajetória. São composições que se tornaram indispensáveis em seus concertos, inclusive aquelas que ficaram também conhecidos nas vozes de outros intérpretes como Ney Matogrosso, Maria Rita, Renato Braz e Zélia Duncan. “É um disco comemorativo que reúne minha experiência no Brasil e pelo mundo fora, reúne também parceiros e músicos que admiro”. Vivendo na Espanha (região da Galícia, há cinco anos), o artista explica que o novo trabalho registra a impressão que teve da Europa. O disco - de música brasileira - dialoga com essas outras culturas e traz as sonoridades experimentadas nas duas décadas de carreira. “Reconhecer Brasil na Península Ibérica, nossos colonizadores, com sua música popular forte e poética, foi inspirador e ampliou as fronteiras da arte”.
Lisboa Portugal

O CD - lançado no Brasil pelo selo paulistano Sete Sóis e distribuído pela Tratore - traz o estilo arrojado e contemporâneo de Fred Martins, combinando fluidez e densidade estética que dialoga com a bossa de João Gilberto, com o samba de Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho e Cartola, incluindo o nordeste modal brasileiro e também elementos do blues e do rock. Seguindo a linhagem dos clássicos autores da música brasileira, a poesia permeia de forma intensa todo o trabalho do autor, não só na já citada canção poema, como na parceria frequente com os poetas Marcelo Diniz (“Depressa a Vida Passa”), Manoel Gomes (“Poema Velho”), Fred Girauta (“Meu Silêncio”), Roberto Bozzeti (“Terras do Sem Fim”) e Alexandre Lemos (“Novamente") e Francisco Bosco (“Sem Aviso).

Tendo como fio condutor a voz e o violão de Fred Martins, as canções recebem tratamento camerístico e predominantemente acústico ou eletroacústico (com filtragem sonora, teclados vintage e piano minimalista de Paulo Borges). O violoncelo, de Sergio Menem, ganha destaque entre as percussões de Márcio Bahia, Alexandre Frazão e João Ferreira e a sonoridade árabe é acentuada pelo uso do cumbus (instrumento de cordas de origem turca). Também atuam neste disco os músicos Bony Godoy (baixo), Marcelo Martins (flautas) e Pedro Pascual (acordeão diatônico). E o projeto gráfico tem assinatura do premiado artista Pablo Giraldez, o Pastor.

Para Além do Muro do Meu Quintal – Faixa a faixa

Abrindo o CD Para Além do Muro do Meu Quintal, a inédita “Terras do Sem Fim” (parceria com Roberto Bozzetti) aborda o imaginário amazônico Brasileiro, a partir de poema de Raul Bopp (Cobra Norato), e tem participação preciosa do cantor Renato Braz. A toada-xote “Novamente” (Parceria com Alexandre Lemos; já gravada por Ney Matogrosso) passeia pela sonoridade ibérica influenciada pela colonização dos mouros, que também pousa no nordeste brasileiro. Destaque para os pandeiros de Márcio Bahia, o som oriental do cumbus (Fred Martins) e o violoncelo de Sérgio Menem. “Noite de São João” (que teve registro também no DVD Tempo Afora) é um poema de Alberto Caeiro que Fred Martins musicou, do qual foi extraído o verso que dá nome álbum (Noite de São João... Para além do muro do meu quintal... Do lado de cá eu sem... Noite de São João). “Esta música é muito representativa do atual momento de minha vida, gravando meu primeiro CD fora do Brasil”, comenta o artista.

A quarta faixa, “Flores” (de Fred Martins e Marcelo Diniz; conhecida na voz de Zélia Duncan), mostra a interpretação do autor para essa bela e divertida arquitetura poética. Já a melancólica “Meu Silêncio” (com Fred Girauta) mostra a perfeita harmonia da voz e do violão de Fred Martins para falar de solidão. Com participação da cabo-verdiana Nancy Vieira, “O Samba Me Diz” (de Fred e Marcelo Diniz; gravada anteriormente por Regina Machado) é um samba com tratamento bossa que tem a clássica leitura da música brasileira apresentando a obra em primeiro plano. Segundo Fred Martins, “Poema Velho” é a música mais nordestina do disco. É quase um lamento com letra de seu parceiro de longa data, o poeta Manoel Gomes.

A oitava música do CD, “Telefonema” (parceria com Marcelo Diniz), tem estética pop tropicalista, onde o samba abraça o blues. Na sequência, vem outro samba tradicional: “Sem Aviso” (com Francisco Bosco) segue a ‘linha Nelson Cavaquinho’, gravado também por Maria Rita. E, fechando o álbum, vêm duas músicas compostas com Marcelo Diniz. Parceiros desde a adolescência, afastaram-se por 10 anos. Do reencontro musical nasceu “Tempo Afora”, a primeira da fase profissional. E “Depressa a Vida Passa” é um soneto musicado. “Gosto das rimas que imprimem a idéia de tempo, que materializam o tempo onipresente”, finaliza Fred Martins.

Fred Martins - perfil

Destacado entre os artistas da sua geração, o cantor e compositor fluminense Fred Martins é autor de um repertório variado e muito relacionado com o ‘artesanato’ da canção brasileira contemporânea. Suas composições dialogam com o samba, a bossa nova e o nordeste modal, pinçando também elementos do rock e de blues. Seu talento foi reconhecido no último Prêmio Visa de Música Brasileira, quando recebeu o prêmio máximo do júri, por unanimidade, e também venceu pelo voto popular. Em decorrência do prêmio, ele gravou o especial de TV Tempo Afora (Canal Brasil), posteriormente lançado em DVD. Suas composições já foram gravadas por Ney Matogrosso, Renato Braz, Zélia Duncan e Maria Rita, entre outros. Seu primeiro CD Janelas foi lançado em 2001, seguido por Raro e Comum (2005), Tempo Afora (2008) e Guanabara (2009). Em 2011, gravou também Acrobata em duo com Ugia Pedreira, na Galícia. Fred Martins participou de vários festivais internacionais como Lula World Festival (Canadá), Músicas Portuárias (Espanha), Cantos na Maré (Espanha), Jawhara Festival (Marrocos) e Músicas do Mundo (Portugal), entre outros. Atualmente, participa como compositor e intérprete no espetáculo Utopia (inspirado na obra de Oscar Niemeyer), da Companhia de Flamenco de María Pagés, e trabalha o lançamento do CD Para Além do Muro do Meu Quintal (selo Sete Sóis), seu primeiro disco solo gravado na Europa. No disco participam músicos do Brasil. Argentina, Espanha, Portugal, Angola e Cabo Verde.

Serviço

Lançamento de CD: Para Além do Muro do Meu Quintal
Artista: Fred Martins
Selo: Sete Sóis (http://www.setesois.com.br)
Distribuição: Tratore (www.tratore.com.br). Preço sugerido: R$ 20,00

Agenda de shows

Brasília / DF
Dia 24 de julho. Sexta-feira, às 22h
Feitiço Mineiro
CLN 306, bloco B, lojas 45/51 - Asa Norte, Brasília/DF. Tel: (61) 3272-3032

São Francisco Xavier / SP
Dia 8 de agosto. Sábado, às 21h30
Photozofia Arte & Cozinha
Largo São Sebastião, 105 - São Francisco Xavier/SP. Tel: (12) 3926-1406
Ingressos: R$ 20,00. Duração: 75 min. - Classificação: 10 anos.

Rio de Janeiro/RJ
Dia 20 de agosto. Quinta-feira, às 19h
Funarte - Sala Sidney Miller
Rua da Imprensa, 16 – Castelo. Rio de Janeiro/RJ. Tel: (21) 2279-8104

Violeiro Chico Lobo lança CD e livro que conta causos e histórias sobre a viola caipira

Álbum com faixas inéditas traz participação de Rolando Boldrin e Tavinho Moura. Livro foi escrito em parceria com Fábio Sombra

O violeiro, cantor e compositor mineiro Chico Lobo, expressão nacional no universo da viola, tem projetos literário e musical lançados pela gravadora e editora KuarupEscrito em parceria com o autor e pesquisador carioca Fábio Sombra, o livro Conversa de Violeiro - Viola Caipira: Tradição, Mistérios e Crenças de um Instrumento com a Alma do Brasil, cujo prefácio é assinado pelo jornalista e especialista em cultura popular Assis Ângelo, entra no mercado simultaneamente ao CD Cantigas de Violeiro. O disco, que revisita os 30 anos de carreira de Chico Lobo, traz sua releitura para Calix Bento, clássico da música popular brasileira além de canções inéditas criadas especialmente para o projeto.

Chico Lobo – cujo primeiro CD foi indicado ao Prêmio Sharp de Revelação, em 1996, e que recentemente, teve uma canção sua escolhida por Maria Bethânia para integrar o show e DVD comemorativo dos seus 50 anos de carreira - conta que o livro reflete anos de vivência no mundo da viola e dos violeiros. “Conversa de Violeiro nada tem a ver com aprendizado do instrumento. É um sonho antigo, desde a época em que eu era colunista da revista Viola Caipira, aonde cheguei a registrar algumas curiosidades que vivenciei de perto. Não é ficção, é vivência popular”, explica.

A obra mostra em detalhes o folclore que envolve as origens da viola, instrumento que melhor reflete a alma do Brasil raiz, explorando essa matéria-prima mística por meio de causos, crendices e demais tradições populares. Segundo Fábio Sombra: "Esse trabalho traz uma visão ampla do universo mágico da viola caipira. O livro está repleto dessas curiosidades que recolhemos pessoalmente nos rincões mais remotos do Brasil. É o trabalho de quem foi pesquisar nas fontes e não se limitou a reproduzir o que outros pesquisadores escreveram. Deu um trabalhão, mas acho que temos em mãos um livro que nos enche de orgulho e satisfação." Os autores buscaram preservar na obra o mesmo tom das conversas interioranas, o mesmo clima tranqüilo e descontraído de onde vieram as histórias. O leitor vai descobrir, por exemplo, que o nome Diabo tem mais de 200 variações no vocabulário popular ou porque alguns violeiros usam o guizo da cobra cascavel dentro da viola ou, ainda, como é feito o pacto com o “coisa ruim” para adquirir destreza no instrumento. “Esses conhecimentos são bens imateriais e precisam ser preservados no século XXI”, comenta Chico Lobo.

O álbum Cantigas de Violeiro ‘conversa’ com o livro e mostra a rica sonoridade da cultura popular com as folias, modas, batuques, catiras, folguedos, bois e toques de viola, sons inspiradores que fazem o músico mergulhar, assim como no livro, na cultura regional, resultado de suas andanças por Minas Gerais e pelo Brasil. O trabalho reúne 14 canções do violeiro, mais duas músicas inéditas autorais, além de convidados especiais: Rolando Boldrin (recitando em Simpatia da Cobra Coral), Tavinho Moura (Breu) e participações do músico Xangai (Boi Carreador), do violeiro Pena Branca (Tropa) e de Aldo Lobo (Criação), pai de Chico. 

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CD: Chico Lobo – Cantigas de Violeiro (2015)
Faixas: 1. Brasil Violeiro / 2. Beira de Mato / 3. Morena / 4. Ciranda de Roda / 5. Calix Bento / 6. Louvação / 7. Criação / 8. Palmeira Seca / 9. Alma Caipira / 10. Juriti Madrugadeira / 11. Moda Caipira / 12. Couro de Boi / 13. Tropa / 14. Boi Carreador / 15. Breu / 16. Simpatia da Cobra Coral.
Preço sugerido: R$ 24,90

Livro: Chico Lobo e Fábio Sombra – Conversa de Violeiro (2015)
Especificações: Idioma: português - Encadernação Brochura - 1ª Edição - 144 Páginas - Peso: 260 Gramas - Largura: 14 cm - Altura: 21 cm - Editora: Kuarup - Autores: Chico Lobo e Fábio Sombra - Ano de lançamento: 2015 - ISBN: 978-85-68494-02-8. Preço sugerido: R$ 45,00

Faixa a faixa – Cantigas de Violeiro

O trabalho abre com a faixa Brasil Violeiro (parceria com Tadeu Martins, do CD Viva a Viola - Viva a Cantoria), uma ode ao Brasil que revela os caminhos traçados por Chico Lobo e as cordas de sua viola caipira. Ele canta o Brasil com sua geografia, cultura, folguedos, tradições e a força da miscigenação do seu povo. Quatro canções: Beira de Mato, Morena, Couro de Boi e Criação - fazem parte de seu disco de estreia, No Braço Dessa Viola (1995). Beira de Mato mostra a beleza das manifestações interioranas como catira, guaiano, fandango, danças de palmeado e sapateado. Morena é um batuque de beira de rio e expressa o cotidiano do ribeirinho que, para encontrar seu amor, enfrenta o rio com sua canoa. Couro de Boi fala das festas de boi espalhadas pelo Brasil. Com participação especial de seu pai, o seresteiro Aldo Lobo, Criação mergulha no místico universo que cerca a viola, no qual, a partir do amor do violeiro com a lua, nascem os bichos, as matas, os seres. Essa moda de viola foi revisitada por Maria Bethânia e integra o repertório do espetáculo Festejar e Agradecer que celebra os 50 anos de carreira da cantora.

De autoria de Fábio Sombra, parceiro de Chico no livro Conversa de Violeiro, Ciranda de Roda (do CD Manheceu - Fábio Sombra nas Violas de Chico Lobo) é uma divertida cantiga que convida o ouvinte a brincar de roda. Cálix Bento (de domínio público, recolhida por Tavinho Moura, do CD Paixão e Fé na Canção Brasileira) é uma bela versão para o principal canto da tradição das folias de reis. Também na esteira da folia vem Louvação (gravada no CD homônimo do poeta Paulinho de Andrade) que retrata a fé do homem interiorano brasileiro diante das dificuldades do cotidiano. Destaque para o acordeom de Célio Balona. Palmeira Seca e Alma Caipira (parcerias com o escritor Jorge Fernando dos Santos, de CD Chico Lobo e Convidados) fizeram parte da trilha da minissérie Palmeira Seca, inspirada no premiado romance do autor, nas quais observamos clara influência do universo de Guimarães Rosa.

Da relação de Chico Lobo com Portugal, em shows e pesquisas, nasceram as cantigas Juriti Madrugadeira e Moda Caipira (do CD Encontro de Violas, gravado em terras lusitanas). Executadas somente na viola caipira, que tem origem na viola de arame portuguesa, elas buscam a familiaridade com esses instrumentos ancestrais. A faixa Boi Carreador (gravada ao vivo em Viola Popular Brasileira) traz participação de Xangai - cantador do sertão baiano que tem forte ligação com a música dos sertões mineiros. A música Tropa (CD Reinado, 2000), uma homenagem de Chico ao ícone da música de raiz Pena Branca (1939-2010), deu origem a uma parceria de 10 anos entre os artistas com o show Encontro de Raízes, que fizeram por todo o Brasil.

O álbum Cantigas de Violeiro traz ainda duas faixas inéditas que mergulham nas crenças e nos “causos” que envolvem o universo da viola, abordados no livro Conversa de Violeiro, de Chico Lobo e Fábio Sombra. A primeira, Breu, com participação especial de Tavinho Moura, fala da dramática história do pactário, aquele que, para conseguir o dom de tocar a viola, faz um o pacto com o capeta. A segunda, Simpatia da Cobra Coral, tem Rolando Boldrin como convidado recitando uma “simpatia” muito usada no interior para o violeiro adquirir destreza, agilidade no toque da viola (fato já presenciado por Chico Lobo em suas andanças nas Minas Gerais).

Chico Lobo


Considerado pela crítica como um dos violeiros mais ativos e importantes no processo de valorização e divulgação da cultura da viola caipira no Brasil, Chico Lobo é um incansável artista barroco que mantém em seu trabalho a simplicidade e a leveza dos sons e culturas regionais. Mineiro de São João Del Rey, ele já se apresentou na Itália, Canadá, Chile, Colômbia, Argentina, Áustria, Portugal e China, entre outros. É apresentador dos programas Canto da Viola (Rádio Inconfidência FM) e Viola Brasil (TV Horizonte), além de ter sido colunista revista Viola Caipira. Herdou do pai, o seresteiro Aldo Lobo, o amor pela música. Preocupado com a valorização, divulgação da cultura regional e da viola caipira, Chico Lobo fundou em sua cidade natal, o Instituto Sócio Cultural Chico Lobo, entidade que leva o ensino das tradições e do instrumento em duas escolas da zona rural da região com apoio da prefeitura. Em 1997, foi indicado ao Prêmio Sharp como Revelação da Música Regional Brasileira pelo disco No Braço Dessa Viola (1995). Em 1998, lançou com o cantor Jackson Antunes o disco Nosso Coração Caipira (Atração). Em 2000, gravou o terceiro trabalho, Reinado (Kuarup), com participações de Jackson Antunes, Caju e Castanha, Renato Borghetti e Pena Branca. No ano seguinte veio Palmeira Seca - Chico Lobo e Convidados, resultado da trilha sonora do seriado Palmeira Seca, de Breno Milagres; seguido por Viola Caipira - Tradição, Causos e Crenças (Kuarup). Em 2004, lançou O Violeiro e a Cantora, com participação de Dea Trancoso, Os Bambas da Viola, coletânea da Kuarup que reuniu seis violeiros, e participou do disco Nóis é Jeca Mas é Joia, de Xangai e Juraíldes da Cruz. Chico lançou seu primeiro DVD Viola Popular Brasileira, em 2005. Dois CDs foram lançados pela Kuarup nos anos de 2013 e 2014: o instrumental 3 Brasis (com duas indicações ao Prêmio da Música Brasileira) e Folias de um Natal Brasileiro, respectivamente. Em 2015, lança pela Kuarupo o CD Cantigas de Violeiro junto como o livro Conversa de Violeiro (este em parceria com Fábio Sombra). 

Fábio Sombra

O carioca Fábio Sombra é escritor, ilustrador e pesquisador da cultura popular brasileira. Possui 38 livros publicados e suas obras para crianças e jovens frequentemente abordam temas da cultura popular brasileira como folias de reis, desafios em versos e cantorias de viola. Seus livros A Lenda do Violeiro Invejoso (2005) e Vladimir e o Navio Voador (2013) foram premiados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) com o selo “Altamente recomendável para o jovem”. Fábio Sombra faz parte da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel e nas horas vagas se dedica a tocar seu instrumento preferido: a viola de 10 cordas. Em 2006, em parceria com o violeiro Chico Lobo lançou o CD autoral Manheceu com toadas, modas e ritmos de viola do Brasil central.