sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O circo-teatro do Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços continua em dezembro

A trupe se apresenta na Zona Leste - de 3 a 7 em Ermelino Matarazzo  (Ecoponto da R. Arnould Lima, União de Vila Nova) e de 10 a 14 no Jardim Jaú (Parque Linear Tiquatira) - e na Zona Sul, de 15 a 19 na Vila do Sol (CEU VIla do Sol). Grátis.

Com direção de Fernando Neves (Os Fofos), O Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços iniciou, em novembro, uma temporada itinerante que vai levar cinco espetáculos de rua para 10 localidades de diferentes regiões da capital.

A trupe permanece por cinco dias em cada lugar, onde apresenta cinco montagens (uma por dia) encenadas em uma Kombi-Palco. O repertório traz clássicos do circo-teatro e peças de autores populares, passando pelo drama circense, pantomima, teatro de revista e comédia de costumes.

Os espetáculos são apresentados na seguinte ordem: O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa (1º dia), versão do grupo para O Mambembe, burleta (comédia musicada) de Artur Azevedo; Lágrimas de Mãe (2º dia), uma adaptação do dramalhão de José Soares; As Desgraças de uma Criança (3º dia), comédia de Martins Pena; Nosferatu: O Vampiro das Sombras (4º dia), pantomima baseada nos filmes homônimos de Friedrich Murnau e Werner Herzog; e A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho (5º dia), uma versão inusitada do clássico drama religioso da tradição popular.

Desde 2007, o grupo de atores da Academia de Palhaços, egressos do curso de artes cênicas da Unicamp, produz espetáculos a partir de sua pesquisa sobre palhaço de picadeiro e circo-teatro. Agora, com O Maravilhoso Teatro Ambulante a companhia tem olhar voltado para o universo do ator popular e faz um mergulho em sua dramaturgia e em seu caráter itinerante. A Kombi da trupe foi adaptada e se transformou em um teatro ambulante e autônomo, a Kombi-Palco, que carrega no porta-malas sua própria maquinaria, cenários, figurinos e instrumentos musicais.

Fernando Neves e a Academia de Palhaços já trabalharam juntos na Unicamp e na montagem de O Mistério Bufo, em 2012. Segundo o diretor, O Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços traz o necessário olhar libertário para a arte: “o circo é antropofágico e nesse trabalho todos os estilos são transportados para a linguagem circense”. Ele explica que os espetáculos, pinçados de estéticas diversas, têm como unidade a coerência como o a essência do circo-teatro.

Sobre o trabalho com os atores, Fernando explica que o tipo da personagem já determina o caminho e já vem impregnado pelo tom que ele deve ter. “No circo o trabalho é feito com linhas estabelecidas; há um rigor muito grande em seguir os caminhos determinados pelas personagens”. E finaliza: “o olhar é sempre para o público porque ‘aqui’ reza a cartilha do circo-teatro”.

Intercâmbio com moradores

Além dos espetáculos, a Academia de Palhaços promoverá um intercâmbio artístico em todas as localidades por onde passar com O Maravilhoso Teatro Ambulante, nos cinco dias de permanência. Serão convidados artistas do lugar e demais interessados. O espetáculo, criado conjuntamente, será apresentado no último dia, protagonizado pelos moradores.

Roteiro dos espetáculos, a cada dia, em cada localidade

1º dia - O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa (50 min)
2º dia - Lágrimas de Mãe (35 min)
3º dia - As Desgraças de Uma Criança (55 min)
4º dia - Nosferatu - O Vampiro das Sombras (45 min)
5º dia - A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho (50 min)

Programação – próximas apresentações

3 a 7 de dezembro - Ermelino Matarazzo
Quarta-feira a domingo – às 20h – Grátis. Livre
Parceria com as ONGs Varre Vila e Mundo em Foco
Ecoponto da R. Arnould Lima, S/N (próx. ao Parque Central). União de Vila Nova. ZL.

10 a 14 de dezembro - Jardim Jaú
Quarta-feira a domingo – às 20h. Grátis. Livre
Parceria com a Subprefeitura da Penha
Parque Linear Tiquatira. Av. Governador Carvalho Pinto, S/N – Zona Leste

15 a 19 de dezembro – Vila do Sol
Segunda a sexta-feira – às 20 horas. livre
Parceria com o CEU Vila do Sol
CEU Vila do Sol. Avenida dos Funcionários Públicos, 369. Zona Sul

Programação de 2015 será divulgada oportunamente.

Espetáculos - sinopses
  
O  Teatro Mambembe do Dr.  Fracassa - A montagem é uma versão da Academia de Palhaços para O Mambembe, der Arthur de Azevedo, com pitadas de comedia dell’arte. Nesta revista o tema principal o próprio teatro e as multifacetas do artista que tem que se virar para colocar o pão na mesa. Uma trupe de atores mambembes faz uma viagem para apresentar seu trabalho, mas o dinheiro acaba e algo deve ser feito para conseguirem voltar para sua cidade natal. O  Teatro Mambembe do Dr.  Fracassa, Peça de abertura da temporada, conta sua história através de músicas tocadas e cantadas pelos próprios atores - violino, banjo, acordeon, sousafone (uma tuba especial para marchas) e washboard (tábua de lavar roupa usada como instrumento de percussão).

Lágrimas de Mãe - O dramalhão Lágrimas de Mãe, de José Soares, conta as tristezas de uma pobre mãe que sofre os maus tratos de seu filho ingrato, enquanto espera a volta do outro filho, o bom e trabalhador, que fora trabalhar além da fronteira para ganhar dinheiro e mudar de vida. A peça mescla referências do sertão agreste nordestino e do México com sua Fiesta de los Muertos e Nossa Senhora de Guadalupe. Esses dois lugares nem tão opostos assim, permeiam a estética da peça. O colorido da santa contrasta com o tema dramático do texto peça.

As Desgraças de Uma Criança - De Martins Pena, “As Desgraças de uma Criança” traz à cena uma sequência de quiproquós e divertidas histórias que se encontram na noite da Missa do Galo. Os arquétipos da comédia dell’arte e as sucessões de desencontros fazem da peça um humor leve e ágil. Uma jovem mãe apaixonada, um sacristão desviado, um velho libidinoso, um soldado picareta e a empregada bagaceira se revezam para cuidar do pobre bebê que, apesar de estar no título da peça, acaba ficando totalmente em segundo plano.


Nosferatu: o Vampiro das Sombras - Um clássico do expressionismo alemão, esta adaptação foi baseada em dois filmes ícones do cinema mundial: Nosferatu - Eine Symphonie des Grauens (1922), dirigido por Friedrich W. Murnau e Nosferatu - Phantom der Nacht (1979), de Werner Herzog. A pantomima Nosferatu: O Vampiro das Sombras conta a história de um corretor de imóveis que vende a casa ao lado da sua para o estranho Conde de Orlok. Sem saber, o ingênuo corretor traz para sua cidade a peste e a morte personificadas em um vampiro terrível, o lendário Nosferatu. Por ser uma pantomima, a peça é muda e conta apenas com narrações em off para situar a ação. Os atores usam o corpo expressionista para dialogar com a música e criar as atmosferas de terror e suspense.

A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho - Esta é uma história universal, o espetáculo teatral mais montado na história do país. O texto foi escrito pela própria Academia de Palhaços, com referências dos mais diversos filmes e textos teatrais, dentre eles, A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorcese. A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho conta esta célebre história a partir de um fictício evangelho apócrifo escrito por São Rubinho, um suposto décimo terceiro apóstolo que, além de discípulo de Cristo, era ator. É uma tragicomédia, cuja preocupação maior não é contar a história, mas sim encená-la e trazê-la para perto do público. Cristo, por exemplo, mescla em suas falas frases de Gandhi e Martin Luther King Jr.

Ficha técnica

Projeto: O Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços
Elenco: Breno Tavares, Bruno Spitaletti, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio
Direção: Fernando Neves
Assistência de direção: Kátia Daher
Cenário: Breno Tavares e Os Demolidor e as Pantera
Maquiagem e figurino: Bruno Spitaletti e Carolina Hovaguimian
Iluminação: Guilherme Bonfanti e Paula Hemsi
Assistência de iluminação: Grissel Piguillem
Desenho de som: Kako Guirado e Laiza Dantas
Assistência de desenho de som: Michel de Oliveira (Xerxes)
Composições originais: Bruno Spitaletti
Locuções: Eduardo Reyes
Gravação e mixagem de som: Tiago de Mello
Aulas de canto: Fernanda Maia
Estrutura e visagismo da Kombi-Palco: Leopoldo Pacheco, Breno Tavares e Laíza Dantas
Funilaria da Kombi-Palco: Oficina Artesanal
Fotografia: Lígia Jardim
Design gráfico: Carlos Roncoletta Jr.
Produção: Mauricio Inafre e Rodrigo Pocidônio
Assistência de produção: Régis Feliciano
Apoio: Os Fofos Encenam
Suporte administrativo: Cooperativa Paulista de Teatro
Coordenação geral: Academia de Palhaços
Realização: Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e Academia de Palhaços

O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa - Autor: Arthur de Azevedo. Arranjo e direção musical: Fernando Esteves. Adaptação dramatúrgica: Academia de Palhaços.

Lágrimas de Mãe - Autor: José Soares. Violonista: Marco Spitaletti

As Desgraças de Uma Criança - Autor: Martins Pena

Nosferatu – O Vampiro das Sombras - Dramaturgia: Academia de Palhaços. Ilustrações: Paloma Franca Amorim. Animação: Carlos Roncoletta Jr.. Narração: Eduardo Reyes

A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho - Texto: Academia de Palhaços

Academia de Palhaços - perfil

A Academia de Palhaços surgiu em 2007 quando cinco estudantes do curso de Artes Cênicas da Unicamp decidem mergulhar no universo da linguagem cômica. Em 2008, montam o primeiro espetáculo, A Academia de Palhaços com orientação de Luís Monteiro. Em 2009, o grupo estreou a comédia clássica Vespas, de Aristófanes, com direção de Isa Etel Kopelman, que integrou a tese de doutorado da diretora. Em 2010, pelo Edital Chamamento SESI - SP, a companhia produziu o infantil Reciclonices, de Enéas Carlos, com direção de Charles Giraldi. O espetáculo fez mais de 50 apresentações viajando pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. Em 2012, sob a direção de Fernando Neves, o grupo estreou O Mistério Bufo, de Vladimir Maiakovski, que fez breves temporadas no Teatro Popular João Caetano, na Sala Olido e na Funarte-SP, além de viajar por mais de 10 cidades do interior paulistano. No mesmo ano, ao lado do ator e diretor José Roberto Jardim, a Academia de Palhaços se aventurou pelo universo shakesperiano, a partir da obra Titus Andronicus, e realizou uma performance no Espaço dos Fofos. No início de 2013 o grupo retornou às suas origens com a reencenação de seu primeiro espetáculo: A Academia de Palhaços se Apresenta, que foi criado coletivamente, em 2008, e ganhou versão dirigida por Fernando Neves, além de novo cenário, novo figurino e uma banda ao vivo.


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Charlie Chaplin inspira o Cirandança 2014, evento da Companhia de Danças de Diadema

A Companhia de Danças de Diadema apresenta nos dias 4, 5 e 6 de dezembro, de quinta a sábado, às 20h30, o 17º Cirandança tendo como inspiração Carlitos, o inesquecível personagem de Charlie Chaplin que completa 100 anos em 2014.

O espetáculo “Sessão Carlitos” presta justa homenagem ao grande gênio do cinema mudo com apresentações grátis no Teatro Clara Nunes, no Centro Cultural de Diadema.

A diretora Ana Bottosso explica que a obra de Chaplin, rica em sua diversidade poética serviu como inspiração para que, ao longo do semestre, os artistas orientadores da Companhia e os integrantes das oficinas do Projeto de Difusão e Acesso à Dança desenvolvessem o espetáculo. 

O célebre Carlitos comoveu e emocionou o mundo com seu carisma e sensibilidade; e sua figura marcante atravessa o tempo e permanece no imaginário de todos. O enredo de “Sessão Carlitos” fala de um cinema muito especial, onde um homem que lá trabalha vive um dia diferente em que muitas surpresas o aguardam. A Companhia de Danças de Diadema promete aos participantes e espectadores uma viagem no mundo mágico do cinema.
O Cirandança

O Cirandança é o encontro dos alunos que, durante o ano, participam do Projeto Oficinas – Difusão e Acesso à Dança, realizado pela Companhia de Danças de Diadema, Associação Projeto Brasileiro de Dança e Secretaria de Cultura do Município de Diadema. O evento conta com participação de, aproximadamente, 600 alunos das oficinas, além dos artistas orientadores, agentes de cultura, familiares e pessoas da comunidade.

São três dias de apresentações, quando os integrantes das oficinas têm a oportunidade de mostrar o resultado do trabalho desenvolvido ao longo do ano. O evento possibilita ao aluno ter contato e se apresentar no espaço de espetáculos mais importante da cidade de Diadema, o Teatro Clara Nunes.

Durante as oficinas eles recebem orientações dos professores sobre iluminação, trilha sonora, posicionamento de palco, figurino, acessórios cênicos, plateia e, neste encontro, todo aprendizado é colocado em prática.

Vídeos - Links de edições anteriores:

Serviço
17º Cirandança - Sessão Carlitos
Com a Companhia de Danças de Diadema
Dias 4, 5 e 6 de dezembro – quinta a sábado - às 20h30
Local: Centro Cultural Diadema - Teatro Clara Nunes
Rua Graciosa, 300 - Centro, Diadema. Tel: (11) 4056-3366
Grátis (ingressos 1h antes das sessões) - Classificação Livre - 370 lugares

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Consuelo de Paula lança novo CD no Auditório Ibirapuera

fotos de Alessandra Fratus
Em novo disco autoral, O Tempo E O Branco, a cantora visita o universo poético de Cecília Meireles.

A cantora e compositora mineira Consuelo de Paula faz show de lançamento de seu sexto álbum, O Tempo E O Branco, no dia 1º de fevereiro de 2015, domingo, no Auditório Ibirapuera, às 19 horas. O CD, inspirado no universo poético de Cecília Meireles, traz uma sonoridade ímpar, marcada pelo acordeom e pela viola caipira, instrumentos que estarão presentes também no espetáculo.

A voz precisa de Consuelo transporta o ouvinte, sem escalas, para as riquezas de um Brasil surpreendente. O repertório do show retrata bem essa profundidade poética de sua música e de seu canto. Do CD atual ela interpreta “Sincera”, “Asa Ritmada” (parceria de Consuelo com Rubens Nogueira, inspirada no famoso poema “Motivo”, de Cecília Meireles) e outras parcerias com o violonista, como “Revoada”, “À Flor do Arco-íris”, “Cecílias e Dálias” e “Outro lugar”.

O repertório do show não poderia deixar de fora canções que marcaram a carreira da artista, registradas nos discos anteriores. Do CD Dança das Rosas ela canta “Curativo”; de Tambor & Flor apresenta um arranjo inédito para a linda composição “Rainha”, na qual mescla temas populares mineiros à sua letra; e do disco Negra ela interpreta a arrebatadora “Piedra y Camino”, de Atahualpa Yupanqui. E composições de outros autores garantem lindas surpresas no espetáculo.

Além de uma homenagem ao parceiro e amigo Rubens Nogueira, falecido em 2012, Consuelo vai mostrar alguns versos cecilianos que a inspiraram. “Isso deixará o diálogo com a Cecília Meireles mais claro, mais presente. O roteiro tem também um pequeno poema do meu livro A Poesia dos Descuidos”, comenta a compositora.

O Tempo E O Branco vem sendo elogiado pela crítica brasileira, bem como pela imprensa internacional (Japão e EUA):

"Atemporal e contemporâneo: as levadas diversificadas arrebatam, num CD musicalmente rico. Consuelo canta parecendo estar certa de que está alçando seu trabalho ao rol dos discos que tatuaram seu tempo." (Aquiles Reis, Diário do Comércio, Correio da Bahia e Brazilian Voice).

"Diálogo de poetas." (Kiko Ferreira, Estado de Minas).

"Uma lindeza sem tamanho." (Julinho Bittencourt, A Tribuna).

"Consuelo nos revela um mundo desconhecido entre o belo e o perfeito, entre o amor e o tempo." (Dery Nascimento, Folha Metropolitana e Metrô News).

"Consuelo constrói um belo relicário de canções." (Beto Feitosa, Ziriguidum)


Serviço
Show: Consuelo de Paula
Lançamento do CD O Tempo E O Branco
Músicos: Consuelo de Paula (voz, violão e caixa do divino), Guilherme Ribeiro (acordeom) e João Paulo Amaral (viola e violão).
Dia 1º de fevereiro – domingo – às 19 horas
Local: Auditório do Ibirapuera
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Portão 2 - Parque Ibirapuera/SP
Tel: (11) 3629-1075 – Site: www.auditorioibirapuera.com.br – 806 lugares
Ingressos: R$ 20,00 (meia: R$10,00) – Duração: 75 min. – Classificação: Livre
Ingressos (a partir de 23/1): www.ingressorapido.com.br (4003-1212)
Bilheteria: quin. (11h-20h), sex. e sáb. (11h-22h) e dom. (11h-20h).
Ar condicionado. Acesso universal.
Não possui estacionamento. Entrada de carros: Portão 3

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

9ª Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas acontece entre os dias 3 e 7 de dezembro

Acontece entre os dias 3 e 7 de dezembro, de quarta a domingo, a 9ª Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas, que reúne 13 grupos em apresentações no Centro, Zona Leste e Zona Norte de São Paulo. Todas as vertentes do teatro popular de rua são contempladas no evento, garantindo muito humor, música, circo-teatro e diversão. Os espetáculos ocorrem sempre em lugares públicos, privilegiando os transeuntes.

Vários grupos da capital e grande São Paulo estão na programação ao lado de outros vindos de Presidente Prudente, Icapuí (CE) e Natal (RN). A mostra se caracteriza, desde a primeira edição, por envolver os grupos reforçando sua identidade e profissionalismo, além de oferecer uma programação diversificada e contribuir com a difusão do fazer teatral em espaços públicos abertos, propondo que a rua deixe de ser um mero corredor de passagem e se torne um espaço de troca, decorrente das práticas artísticas.

No dia 3, apresentam-se, na Praça do Patriarca (Centro), os grupos paulistanos Núcleo Pavanelli, Cia. Teatro dos Ventos e Trupe Lona Preta. No dia 4, também na Praça do Patriarca, as atrações são Buraco d’Oráculo, Pombas Urbanas e Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Teatro. Já no dia 5, acontece o Encontro do Movimento de Teatro de Rua e apresentação do grupo Jongo dos Guaianás, no CDC Vento Leste (ZL). Dois locais da Zona Leste recebem a Mostra no dia 6: na Praça do Casarão/Estação Via Mara tem Teatro Popular União e Olho Vivo, e no Arsenal da Esperança tem Núcleo Teatral Filhos da Dita. Fechando a programação, no dia 7, tem Cervantes do Brasil e Bando La Trupe no Jardim Julieta (Zona Norte), e os grupos Rosas dos Ventos e Mamulengo Rasga Estrada no Centro Cultural Arte em Construção (Zona Leste).

A Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas faz parte do calendário do teatro de rua do Estado de São Paulo, além de integrar também o roteiro nacional. Sua importância é crucial para o público, a cidade, o Estado e o País, atingindo centenas de pessoas que interrompem suas trajetórias cotidianas para os assistirem os espetáculos.

Outro aspecto fundamental para a Mostra é a mobilização, a organização dos artistas de rua que fazem do evento um momento de encontro, troca de experiências, discussão de agendas políticas para o segmento e propostas de intercâmbios. Além disso, aproxima artistas e grupos de outros movimentos convidados. Para o Movimento de Teatro de Rua, a Lino Rojas é um dos maiores exemplos do chamado “direito à cidade”. Sendo realizada com verbas públicas, mas pela sociedade Civil organizada, a Mostra dá voz a um segmento cultural antes marginalizado, promove a celebração da arte em espaços públicos e privilegia uma produção popular e engajada. 

Sobre o MTR/SP

O Movimento de Teatro de Rua de São Paulo, desde 2002, agrega diferentes grupos e companhias, pensadores e afins que defendem a existência de políticas públicas permanentes para garantir a continuidade de pesquisa, produção e circulação do teatro de rua. O Movimento propõe ações reflexivas em âmbito nacional e regional sobre a relação do teatro de rua com as cidades, defendendo o espaço público aberto como local de criação, expressão e encontro. O MTR-SP busca um novo significado para esses, dando-lhes vida por meio da arte, retirando as pessoas, ainda que por alguns momentos, do ritmo urbano acelerado e lhes permitindo a distração, o riso, o sonho e a crítica; coisas que a arte propicia. Os seminários e encontros programados, anualmente, buscam unir e reunir os fazedores de teatro, principalmente grupos ligados à arte popular. Os participantes são convidados a refletir e trocar experiências sobre seu ofício, priorizando temas sobre a prática do teatro de rua, em seus diversos aspectos e contextos (histórico, social, técnico, estético, organizacional, modos de produção e políticas públicas).

PROGRAMAÇÃO - 9ª Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas

3 de dezembro – quarta-feira
Local: Praça do Patriarca. Centro

14h30 horas - Núcleo Pavanelli (São Paulo/SP)
Espetáculo: Dia de Benedito - Se fugir o bicho pega, se ficar o mundo come

Sinopse: Na festa de São Benedito um homem sai do interior com sua família e vai pra cidade grande em busca de vida melhor. Ao tentar se matar, o homem é abordado por Lúcifer que lhe propõe repassar fatos de sua vida para depois decidires qual a melhor escolha: ir para o inferno ou continuar na mesma vida na qual mal conseguem sobreviver com sua família. Entre as histórias de sua mulher e seus filhos, o público testemunha a resistência brincante da cultura popular paulista e o estranhamento das mazelas do cotidiano.

Ficha técnica - Criação: Núcleo Pavanelli. Texto final: Calixto de Inhamuns. Atores e músicos: Beatriz Barros, Jéssica Duran, Lucas Branco, Marcelo Molina, Mizael Alves, Otávio Correia, Sabrina Motta e Tiago Cintra. Direção: Marcos Pavanelli. Assistente de direção e dramaturgia: Simone Brites Pavanelli. Direção musical: Charles Raszl. Assistente de direção musical: Mizael Alves e Otávio Correia. Percussão: Luiz Bastos. Danças brasileiras: Karla Magalhães. Figurinos e adereços: Marcio Rodrigues e Cleydson Catarina. Assistente de figurinos e adereços: Beatriz Barros. Produção: Cristiane Accica e Simone Brites Pavanelli. Duração: 60 min. Classificação: livre.

15h30 – Cia. Teatro dos Ventos (Osasco/SP)
Espetáculo: A Via Nada Sacra da Revolução

SinopseA partir de colagem de cenas e canções revolucionárias o grupo constrói uma narrativa poética acerca de processos revolucionários do século XX. Para isso, lança mão de cenas de peças montadas anteriormente pelo grupo, como Preço do FeijãoMáquinas Paradas (ambas peças de rua) e Maikovski - a Voz da Revolução (para espaços não convencionais), além de canções revolucionárias, como “Bella Ciao” e “Comandante Che”. A Via Nada Sacra da Revolução é um espetáculo onde lírico e épico dialogam para potencializar uma mensagem de luta e transformação.

Ficha técnica - Texto e direção: Luiz Carlos Checchia. Elenco: Camila Costa Melo, Iohann Iori Thiago, Fernanda Mendes e Paulo Gonçalves. Produção: Luiz Carlos Checchia e Camila Costa Melo. Duração: 60 min. Classificação: livre.

17h30 - Trupe Lona Preta (São Paulo/SP)
Espetáculo: O Concerto da Lona Preta

Sinopse: O Concerto da Lona Preta é um espetáculo inspirado na tradição circense e em músicas que fazem parte do imaginário popular. Cinco músicos, ou melhor, cinco palhaços tentam de forma divertida executar um concerto musical com um amplo e variado repertorio, que abrange arranjos musicais concernentes às manifestações populares, eruditas e popularescas.

Ficha técnica - Direção: Sergio Carozzi. Elenco: Alexandre Matos, Elias Costa, Joel Carozzi, Sergio Carozzi e Wellington Bernado. Produção: Henrique Alonso. Duração: 60 min. Classificação: livre.

18h30 - Batucada
Celebração musical de abertura da 9ª Mostra entre todos os grupos do MTR (Movimento de Teatro de Rua)

4 de dezembro – quinta-feira
Local: Praça do Patriarca. Centro

14 horas - Buraco d’Oráculo (São Paulo/SP)
Espetáculo: O Cuzcuz Fedegoso

Sinopse: Dona Maria do Cuscuz vende seus quitutes nas ruas. Entre as guloseimas está o cuscuz feito com fedegoso, um matinho cheiroso. Como não encontra comprador, oferece o tal cuscuz a um pedinte, que ao se deliciar com a iguaria, finge passar mal para não ter de pagar. Desesperada dona Maria pede ajuda a Mãezinha do Quixadá, uma raizeira que vende ervas medicinais. A raizeira, então, lança mão de toda sua charlatanice para identificar a suposta doença do pedinte, de forma que possa arrebanhar mais fregueses para seus miraculosos produtos. Fica armada uma grande confusão, que só acaba com a presença dos guardas de plantão, que chegam para estabelecer a ordem e os bons costumes.

Ficha técnica - Direção: Elizete Gomes. Texto: Edson Paulo. Elenco: Edson Paulo, Lu Coelho, Humberto Teixeira, Thiago Thalles e Nataly de Oliveira (atriz convidada). Preparação corporal: Elizete Gomes. Preparação e arranjos musicais: Rafa da Rabeca. Cenotécnico: Romison Paulo
Cênario e adereços: Romison Paulo e Buraco d`Oráculo. Figurinos: Buraco d’Oráculo. Confecção de boneco: Fabio Supérbi. Duração: 60 min. Classificação: livre.

17 horas - Pombas Urbanas (São Paulo/SP)
Espetáculo: Era Uma Vez Um Rei

Sinopse: Um grupo de mendigos se encontra no final de tarde na cidade. Com latas, plásticos e papelões eles “criam” o espaço onde vivem, descansam e fazem festas. De suas relações nasce uma brincadeira na qual, a cada semana, um deles será rei, depois presidente e em seguida, ditador. O jogo humano e imaginativo se torna intenso e esses mendigos saem da realidade em que vivem para representar as relações de poder da mesma sociedade que os marginaliza. 

Ficha técnica - Texto: Oscar Castro. Direção: Juliana Flory. Elenco: Adriano Mauriz, Marcelo Palmares, Paulo Carvalho, Cinthia Arruda, Juliana Flory, Marcos Kaju, Ricardo Big e Natali Santos. Cenógrafo: Alexandre Souza. Figurinista: Carlos Alberto Gardim. Direção musical: Giovanni di Ganzá. Duração: 60 min. Classificação: livre.

18h30 - Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Teatro (São Paulo/SP)
Espetáculo: Rolezinho Político Carnavalesco

Sinopse: Foi durante a brincadeira de carnaval que surgiu, em meio à folia, a vontade de acrescentar espécies de evoluções teatrais ao folguedo de rua. O cortejo político-cênico-carnavalesco simula a firme decisão da população periférica em derrubar o Rei Momo de seu trono. Tudo isso, em meio a muito sexo, fartura e festa. Assim, a sátira operária do “trabalho” ilustra a batalha entre o Capetalismo e a Santa Preguiça, padroeira dos vagabundos, acompanhada pela potente sonoridade da batucada do Dolores.

Ficha técnica - Elenco: Bruno Orlando, Cristiano Carvalho, Cristina Assunção, Dirce Ane, Elaine Mineiro, Erika Viana, Glória Orlando, Karina Martins, Letícia Carvalho, Luciano Carvalho, Luís Mora, Maria Aparecida, Mariana Moura, Tati Matos, Tiago Mine, Tita Reis e Xandi Gonça. Mestre de bateria: Tita Reis. Máscaras: Tiago Mine. Coordenação de figurino: Erika Viana. Coordenação de produção: Tati Matos. Coordenação de documentação: Xandi Gonça e Luís Mora. Produção gráfica: Mariana Moura. Duração: 60 min. Classificação: livre.

5 de dezembro – sexta-feira
Local: CDC Vento Leste
Rua Frederico Brotero, n° 60. Patriarca. Zona Leste

Das 11h às 20h - Encontro do MTR (Movimento de Teatro de Rua)

20 horas - Jongo dos Guaianás (São Paulo/SP)

Sinopse: Há 10 anos, o grupo de educadores, festeiros e batuqueiros de Guaianases criaram a roda Jongo dos Guaianá, inspirada no Jongo do Tamandaré, de Guaratinguetá (interior paulista), que promove esta manifestação da cultura popular há mais de 100 anos, contando e cantando a história dos negros e das negras escravizados. Tombado como Patrimônio Cultural Brasileiro, o Jongo chama as pessoas presentes para entrar na roda, cantar e dançar ao som dos batuques do tambu e do candongueiro.

Integrantes: Monici Gomes, Monica Gomes, Pedro Rafael, Clodoaldo Rocha, Ana Paula Cordeiro, Renato Abana, Patricia Alves, Tita Reis e Gloria Orlando. Duração: 60 min. Classificação: livre.

6 de dezembro – sábado
Local: Praça do Casarão / Vila Mara – Zona Leste
Ao lado da estação de trem Vila Mara/Jardim Helena

17 horas - Teatro Popular União e Olho Vivo - TUOV (São Paulo/SP)
Espetáculo: A Cobra Vai Fumar - Uma estória da FEB

Sinopse: A partir de relatos de ex-pracinhas da Força Expedicionária Brasileira, que combateram na Itália na Segunda Guerra Mundial (1944-1945), o espetáculo conta, em fragmentos, um “passado presente”, como se a memória teimasse em esquecer e também lembrar.

Ficha técnica - Texto e direção: César Vieira (Idibal Pivetta). Elenco: Ana Lucia Silva, Césinha Pivetta, Cícero Almeida, Camila Morelli, Daniele Andrade, Edir Evaristo da Silva, Isaias Cardoso, Luiza Maia, Michelle Gabriolli, Neriney Moreira, Osmar Azevedo, Oswaldo Ribeiro, Rafinha Werblowsky e Thiago Nogueira. Assistente de direção: Oswaldo Ribeiro. Figurino, cenário e fotografia: Graciela Rodriguez. Acompanhantes: Pedro Inovador e Talita Ferreira. Duração: 60 min. Classificação: livre.

6 de dezembro – sábado
Local: Arsenal da Esperança – Zona Leste
R. Dr. Almeida Lima, 900 – Brás

20 horas: Núcleo Teatral Filhos da Dita (São Paulo/SP)
Espetáculo: A Guerra

Sinopse: Três soldados partem para a guerra e, no caminho, esquecem quem é o inimigo. A partir dessa constatação, o espetáculo apresenta cenas que revelam o absurdo de guerras invisíveis vividas cotidianamente. Num campo de batalha que se transforma constantemente, atrizes e atores representam diversos personagens e situações que se inter-relacionam, trazendo à tona um mundo onde a “espetacularização” da violência, impulsionada pelo desejo de poder, ganância e interesses privados, aliena e desumaniza o homem, separando-o da vida.

Ficha técnica - Autor: Oscar Castro (Teatro Aleph). Direção: Marcelo Palmares e Paulo Carvalho Jr.. Elenco: Cláudio Pavão, Ellen Rio Branco, Marcelo Nobre, Luara Sanches, Rafael Pantoja e Thabata Letícia. Co-direção de sonoplastia: Giovanni Di ganzá. Trilha sonora: Filhos da Dita. Concepção de iluminação: Filhos da Dita e Aurea Karpor. Cenário e figurino: Filhos da Dita. Duração: 60 min. Classificação: livre.

7 de dezembro – domingo
Local: Praça Carlos Kozeritz. Jardim Julieta. Zona Norte

11 horas - Cervantes do Brasil (Icapuí/CE) e Bando La Trupe (Natal/RN)
Espetáculo: Trecos e Trecos

Sinopse: Trecos e Trecos é uma ação de arte pública de rua, composta por um repertório de breves espetáculos (“trecos”), que são apresentados, normalmente, ao longo de um dia de ocupação de espaços público (praças, ruas, feiras, parques). Entre os espetáculos, acontecem rodas de conversas com temas levantados na hora entre os artistas e espectadores.

Ficha técnica - Elenco: Junio Santos (Cuscuz) e Filippo Rodrigo (Popó). Duração: 60 min. Classificação: livre.

7 de dezembro – domingo
Local: Centro Cultural Arte em Construção – Zona Leste
Av. dos Metalúrgicos 2.100. Cidade Tiradentes

11 horas: Grupo Rosa dos Ventos (Presidente Prudente/SP)
Espetáculo: Saltimbembe Mambembancos

Sinopse: Saltimbembe Mambembancos é uma festa popular na qual palhaços se apresentam como artistas saltimbancos, formando uma roda para exibir suas habilidades. As técnicas de malabarismo, acrobacias de solo e perna de pau são mostradas sem formalidades, acompanhadas por música ao vivo. O espetáculo brincante representa a essência da linguagem desenvolvida pelo Rosa dos Ventos, com interpretação livre de artistas cômicos populares e verborrágicos, improvisadores por opção, influenciados pelo teatro, circo, palhaço de circos e principalmente pelos artistas de rua.

Ficha técnica - Texto e direção: Grupo Rosa dos Ventos. Elenco: Fernando Ávila (Dez pras Sete), Gabriel Mungo (Beterraba), Luiz Paulo Valente (Tiuria), Robson Toma (Nicochina) e Tiago Munhoz (Custipíl de Pinoti). Música original e sonoplastia: Robson Toma. Cenário: Deva Bhakta e Grupo Rosa dos Ventos. Duração: 60 min. Classificação: livre.

16 horas - Mamulengo Rasga Estrada (Presidente Prudente/SP)
Espetáculo: O Sumiço boi Pintadinho

Sinopse: O espetáculo conta a história do sumiço do boi Pintadinho, fato que causa mil confusões com personagens clássicos do mamulengo e faze com que Simão passe por apuros para recuperá-lo. Com linguagem popular a história é narrada de maneira leve e solta, com trocadilhos, escatologias e pitadas de críticas sociais. Quitérina, Coroné João Redondo, a cobra e até o Cão dos Inferno vão aparecer para ajudar Simão a entrar e sair das enrascadas criadas por ele próprio.

Ficha técnica - Autor: Mamulengo Rasga Estrada. Música original e sonoplastia: Robson Toma. Bonequeiro: Felipe Fernandes de Barros. Manipulação: Felipe Barros e Camila Peral. Duração: 60 min. Classificação: livre.