segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Amor Profano - Fabio Benetti inaugura exposição individual no Tucarena

Outro Mundo, obra de Fabio Bennetti (acervo)

O artista visual Fabio Benetti inaugura a exposição Amor Profano, no dia 4 de outubro (sexta, às 19h), no Lounge do Tucarena, com curadoria de Iago Calegari.

A temática da mostra está em consonância com o enredo da peça teatral de mesmo nome, em cartaz no local, com os atores Vivianne Pasmanter e Marcello Airoldi. Além das sete telas expostas, duas integram o cenário do espetáculo, de Motti Lerner, com direção de Einat Falbel.

Os confrontos a que estamos sujeitos, entre tradição e contemporaneidade, ancestralidade e fé, foram motes para as obras de Fabio Benetti, que dialogam com a dramaturgia da peça Amor Profano, trazendo a expressividade das manifestações inconscientes. As telas, que em sua maioria integram a série Fendas do artista, são trabalhadas com rasgos, rupturas e cortes sobre superfícies irregulares.

O enredo da peçaVivianne Pasmanter e Marcello Airoldi interpretam um casal que vive uma instigante história de amor, na qual Deus surge como o terceiro protagonista. Eles se reencontram 20 anos após o traumático divórcio. Criados em uma comunidade ortodoxa judaica, em Jerusalém, o casamento acaba quando ele abandona as leis religiosas e segue uma vida secular em Tel Aviv.

Conheça o trabalho de Fabio Benetti: www.fabbenetti.com.

Palavras do curador Iago Calegari

Pode o amor rasgar o tecido de uma tradição? Fender a superfície de instituições ancestrais para libertar-se e concretizar-se como sentimento puro? Num complexo e constante confronto entre tradição, ancestralidade, fé, sentimentos e contemporaneidade, estamos a todo tempo sujeitos à quebra de paradigmas e profanação de tradições. No tear da existência, tecemos nossas próprias realidades com fios carregados de história. Na peça Amor Profano, a força do amor pode ser condutora de grandes rupturas cuja racionalidade e tradição nem sempre têm resistência suficiente para segurar, lançando-nos em dilemas inquietantes e batalhas internas desgastantes.

Em diálogo com a proposta dramatúrgica, Fabio Benetti, artista que trabalha a expressividade das manifestações inconscientes, apresenta parte de sua série Fendas em consonância às reflexões incitadas em Amor Profano, cujo processo tem acompanhado desde o princípio e cuja compreensão da temática lhe é bem familiar, uma vez que convive com a cultura e tradição judaicas muito próximas de si. Sobre a tela, trabalha com rasgos, rupturas, cortes sobre superfícies quase sempre regulares, parecendo abrir novas possibilidades de ver e sentir para além do plano externo,  superficial, lançando-nos num processo imersivo em sua obra e em nós mesmos. Benetti fende o véu que cobre a superfície para que enxerguemos além, no interior, e descubramos o quanto a força do amor e outros sentimentos humanos podem profanar nossas crenças e mudar nossa percepção sobre os mesmos objetos.

Fabio Benetti

O pintor Fabio Benetti projeta-se como autodidata no universo de sua pintura. Soma-se aos cursos que frequentou - na maioria, voltados à arte contemporânea - o seu ímpeto, seu impulso natural que externaliza suas ideias envoltas de influências do inconsciente: o acaso assume a bússola sensorial como guia de suas manifestações. Não há esboço ou esquema preestabelecido, tampouco um tema cuidadosamente pensado, tudo se afigura e formaliza no próprio ato da criação, à mercê da volatilidade de sentimentos e pensamentos fugidios, em que sua atitude de pintar e esculpir sobre a tela busca a expressão mais sincera e verossímil daquilo que a palavra não pode expressar. Exposições – Em 2019: Uma Outra Estória (Galeria Zero). Em 2018: Purgatório (individual, Galeria Tribo), Interseções (Focus LDN), Pouso Alto (coletiva, Galeria Cumaru, Brasília), Experiência Coletiva Transforma x Transmuta (Cordas Arte e Cultura), Fendas (Fresta) e 12ª Biennale D’Arte Internazionale (3º Prêmio Arte Abstrata, Sala Bramante, Roma-ITA). Em 2017: Salões de Exposição da Secretaria de Cultura e FUNDACI (Ilhabela, SP) e Espaço no Olhar (mostra, Instituto Tomi Ohtake). Em 2016: Origem e o Tempo (Galeria Rabieh), Entre o Saber e o Criar (Galeria Spazio Surreale) e Crossing - A vida em diferentes ângulos (Nigra Shafo Art Gallery). Em 2015: 6ª Edição Parte - Feira de Arte Contemporânea e Inquietudes (Galeria Luiz Maluf). Em 2018: Inferno de Nós (com Angela fernandaes, Passagem Literária da Consolação).

Serviço

Exposição: Fabio Benetti: Amor Profano
Abertura: 4 de outubro . Sexta, às 19h
Local: Tucarena (Lounge)
Visitação: sextas, sábados (das 19h às 21h30) e domingos (das 17h às 20h30).
Grátis. Encerramento: 23 de novembro de 2019

Espetáculo: Amor Profano. Texto: Motti Lerner. Tradução: Debi Aronis e Diana Berezin. Direção: Einat Falbel. Elenco: Vivianne Pasmanter e Marcello Airoldi. Temporada: 28/09 a 23/11/19. Sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h. Ingressos: R$ 60 (sexta) e R$ 80 (sábado e domingo). Duração: 80 min. Classificação: 12 anos. Drama.

Tucarena
Rua Monte Alegre, 1024 (entrada pela Rua Bartira) – Perdizes. São Paulo/SP.
Tel: (11) 3670.8455 / 8454 - http://www.teatrotuca.com.br


Assessoria de imprensa - VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181 - verbena@verbena.com.br

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Novo CD de Consuelo de Paula, Maryákoré, tem show de pré-lançamento em Campinas

Consuelo de Paula. Foto de f.cabral

A cantora e compositora mineira Consuelo de Paula faz show de pré-lançamento de seu novo CD, Maryákoré, no Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo - Campinas, SP, integrando a programação do projeto Primavera da Canção.

O espetáculo acontece no dia 11 de outubro, sexta, às 20 horas. E os ingressos são contribuições espontâneas no chapéu.

Consuelo (voz, violão e percussão), acompanhada por Carlinhos Ferreira (percussão), interpreta, além do repertório de Maryákoré, o catimbó “Tupinambá” (D.P.), um canto dos índios Kiriris e músicas dos seus discos anteriores que ‘conversam’ esteticamente com o novo trabalho. O cenário do show, criado por Marli Wunder e Alik Wunder, coloca o som de Consuelo de Paula e Maryákoré em sintona com o charme do Casarão.

O Primavera da Canção acontece entre os dias 4 e 25 de outubro, sempre às sextas, às 20h, com curadoria e produção de João Arruda.

Maryákoré

O sétimo disco da carreira de Consuelo de Paula é uma obra provocadora naquilo que tem de mais feminina, mais negra, mais indígena e mais reveladora de nós mesmos. O título pode ser entendido como uma nova assinatura de Consuelo de Paula: maryá (Maria é o primeiro nome de Consuelo), koré (flecha na língua paresi-haliti, família Aruak), oré (nós em tupi-guarani) e yakoré (nome próprio africano).

Além de assinar letras e músicas - tendo apenas duas parcerias, uma com Déa Trancoso e outra com Rafael Altério -, Consuelo é responsável pela direção, pelos arranjos, por todos os violões e por algumas percussões de Maryákoré (caixa do divino, cincerro, unhas de lhama, entre outros). A harmonia entre Consuelo e sua música, sua poesia, sua expressão e a estética apresentada é nítida nesse CD. Ao interpretar letras carregadas de imagens e sensações, ao dedilhar os ritmos que passam por Minas Gerais e pelos sons dos diversos “brasis”, notamos a artista imersa em sua história: ela traz a vida e a arte integrada às canções.

Segundo Consuelo, desde o nome, o trabalho “traduz uma arte guerreira e amorosa, que se alimenta da força dos ventos, das brisas e das tempestades; nasceu entre o dia e a noite, entre a cidade e as matas, entre raios e trovões”. Essas energias, movimentos e gestos de amor e de luta, estão condensados nas músicas, nos arranjos e na voz da cantora e compositora, de modo a reafirmar a fisionomia vigorosa de uma artista inquieta, de expressividade singular e força criativa que se renova a cada trabalho.

O violão é seu instrumento de composição que, nesse trabalho, revela-se também, de maneira ousada e criativa, como parte de seu corpo; e como koré provoca as composições ao mesmo tempo em que comanda e orienta os ritmos que dão originalidade à obra. Consuelo gravou juntos o violão e a voz, ao vivo, no estúdio Dançapé do músico Mário Gil, transpondo para o disco a naturalidade e a energia original das canções. Um desafio que pode ser conferido em cada uma das dez faixas: ora o violão silencia as cordas para servir de tambor, ora se ausenta para deixar fluir a voz à capela; em outros momentos as cordas produzem somente um pizzicato para acompanhar o movimento da melodia; e, às vezes, soa como percussão e instrumento harmônico. Tudo ao mesmo tempo.

Além do violão, um piano e vários instrumentos percussivos compõem a sonoridade de Maryákoré. Consuelo conta com o percussionista Carlinhos Ferreira para produzir paisagens e novos sons com instrumentos criados por ele, como goopchandra com arco, flautas de tubos, rabeca de lata, tambor de mar, gungas de sementes e outros. O piano de Guilherme Ribeiro enriquece esse cenário ao fazer destacar na obra, utilizando suavidade e desenhos sonoros, os contrastes imaginados por Consuelo.

O CD é apresentado em dois movimentos. Da mesma maneira que assistimos a um bom filme, acompanhar o roteiro de Maryákoré é uma experiência surpreendente. “São gestos, ventos que impulsionam ciclos, são lutas internas e externas que foram trazendo o disco e apontando o rumo das canções”, revela Consuelo. Maryákoré é uma guerreira em meio às batalhas cotidianas pela vida e pela arte, é uma obra-síntese da dedicação da artista, de sua fina sensibilidade musical, poética e social. É a voz de Consuelo de Paula frente aos desafios dos nossos tempos.

O primeiro movimento começa com “Ventoyá” (poesia de Déa Trancoso, que Consuelo musicou logo na primeira leitura). Consuelo abre o disco batucando no violão, trazendo um clima de ventos e tempestades que anunciam uma nova estação. Na sequência ouvimos o piano, o violão e a percussão que revelam a nova textura sonora, feita para a canção “Andamento”. Consuelo a compôs quando viu um instrumento feito por índios brasileiros (pau de chuva) e se lembrou de um verso do terno dos marinheiros de sua cidade natal (Pratápolis, MG): “eu vou, eu vou remando contra a maré”. Aqui ela cita também um verso do poeta Paulo Nunes (“o uivo perdido no meio da floresta, passados mil anos, virou esse canto”) e acrescenta: “um grito que a noite me empresta / um fado cigano / um índio, um banto / na voz que me resta / que por uma fresta / vazou nesse canto”. É clara a poesia contrastante da artista que traduz a comoção pelo belo. E o trio de aberturas se faz com a próxima canção: “Chamamento”- em um clima de capoeira que Consuelo realiza com o seu toque de violão-berimbau. A cantora criou um arranjo crescente, um a um os instrumentos entram - flauta de tubos, violão, piano, rabeca de lata (criada por Carlinhos Ferreira), caxixis, unhas de lhama (instrumento indígena e andino), triângulo, pandeiro e caixa do divino. É um grito de guerra, uma convocação: “vai chamar meu povo / o pajé, o capoeira / as senhoras, as meninas / ... / vai chamar o sol mais quente / a lua cheia, a ventania, o trovão fora de hora / o raio e a nossa alegria / ... /”.

Com seu violão harmônico e percussivo, Consuelo traz na quarta faixa a canção homônima ao CD, Maryákoré: “Sou a fumaça que sobe na mata na hora mais quente / a fogueira no quintal da minha gente / sou maryákoré, katxerê, marielle da maré / sou a lua, a luta e os nossos olhos brilhando horizontes”. E no final Consuelo cria um outro ambiente no qual cita Tom Jobim (“deixe o índio vivo”) e um ponto de candomblé. A canção “Separação” encerra o primeiro movimento. É a música da ausência, do silêncio. O violão em pizzicato é perfeito para o sentimento que a canção nos causa. “Esse é um poema meu, que redescobri durante o processo do disco, e musiquei”, conta Consuelo.

Abrindo o segundo movimento de Maryákoré, “Caminho de Volta” traz Consuelo cantando à capela, anunciando um recomeço com um canto limpo e forte: “avistei grande búfalo do oriente / travessei o mar / ... / morte não vai me matar / longe do meu lugar”. É um moçambique, ritmo afro-mineiro (compasso em seis por oito) de forte presença nas origens da música de Consuelo de Paula. O álbum segue com “Arvoredo” que traz o clima das paisagens mineiras: “minha casa é madeira, tronco, galho e raiz / minha casa é cordilheira / fiz pra gente ser feliz / ... /”. E aqui ela constrói ‘nossa casa’ ao lado de várias tribos (kariris, puris, guaranis, kiriris). Essa é mais uma composição na qual mostra sua forma particular de respirar, cantar e tocar ritmos, que quando ouvimos já sabemos que se trata de Consuelo de Paula. “Os Movimentos do Amor” é um samba de Consuelo tocado com caixa de congo e berimbau. Traz uma harmonia rica que passa pela sonoridade mineira mais urbana. Na abertura, um poema dela entre notas suaves de piano e berimbau: “o amor é o som do seu nome / o rastro que fica quando você some / a alga verde que o mar come entre brancas ondas / pra depois matar a fome do peixe e do homem”.

A nona faixa, “Remando Contra a Maré” (melodia de Rafael Altério, letrada por Consuelo), conversa com a segunda abertura do CD - “Andamento” - por meio do canto dos congadeiros: “eu vou, eu vou remando contra a maré” (aqui apresentado no final da canção). Impossível não se emocionar com essa bela toada. “Saudação” encerra o segundo movimento do CD e traz, ao mesmo tempo, a despedida e a abertura para um recomeço: “Vou saudar a gira do tempo / ogunhê meu pai / vou cantar despedida / ... /  e com o olhar cruzado no teu / abrirei caminho / noite afora, noite adentro / até que o sol retorne da casa de Lia / com o cheiro da terra que nossos olhos não alcançam / com aromas de um novo dia”. E, conversando com a terceira faixa de abertura do CD - “Chamamento” - Maryákoré termina com o contagiante violão percussivo de Consuelo de Paula, como uma energia que nos visita, como um ciclo que se fecha e se abre no tempo.

Lançamento/CD: Maryákoré
Artista: Consuelo de Paula
Distribuição: Tratore. Ano: 2019. Preço sugerido: R$ 35,00
Disponível em todas as plataformas digitais / Teaser:  Maryákoré

Serviço

Show: Consuelo de Paula
Projeto: Primavera da Canção
Data: 11 de outubro. Sexta, às 20h
Local: Centro Cultural Casarão
Rua Maria Ribeiro Sampaio reginato, s/n. Barão Geraldo. Campinas/SP
Ingressos no Chapéu – Retirar 1h antes do show. Livre.
Duração: 70 min. Capacidade: 130 lugares. Informações: (11) 99904-6777



Assessoria de imprensa - VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181 - verbena@verbena.com.br

Curso de Teatro Dança tem matrículas abertas na unidade Rio de Janeiro da Escola Wolf Maya


Estão abertas, até o dia 8 de outubro, as matrículas para o Curso de Teatro Dança, na unidade Rio de Janeiro da Escola de Atores Wolf Maya, que é indicado para atores, bailarinos, cantores e performers em busca do aperfeiçoamento na presença no palco.

O curso tem duração de seis meses e  no  dia 5 de outubro (sábado, às 10h), acontece uma aula experimental grátis, e segue até março de 2020. Durante a jornada, será montado um espetáculo de teatro dança com os participantes, o qual ficará em cartaz no Teatro Nathalia Timberg.

O curso tem como objetivo trabalhar a presença do intérprete no palco, alinhando corpo, voz e ritmo para a realização de um espetáculo. Segundo Dani Visco, diretora artística do curso, a proposta é fazer com que o aluno mergulhe de forma intensa no processo para que possa entender seu corpo como instrumento artístico cênico. “Esse Curso de Teatro Dança é voltado para aqueles que usam o corpo para expressar sentimentos e transmitir a sensação de pertencimento para os que assistem”, explica Dani, que é professora de expressão corporal, diretora de movimento e preparadora corporal.

Uma equipe de professores compõem o programa do curso. Além de Dani Visco (Energia dos Corpos), as aulas serão ministradas por Soraya Ravenle (Voz, seu devir), Brisa Caleri (Teatro Físico), Eliane Carvalho (Dança Flamenca), Alexandre Mendes (Contato Improvisação) e Lucas Ciavatta (Ritmo).

As aulas serão ministradas às segundas, quartas e quintas, das 10h às 12h30. Os interessados (idade mínima de 15 anos) podem se inscrever pelo e-mail cursos.rj@wolfmaya.com.br ou presencialmente na unidade, que fica na Avenida das Américas, nº 2.000 - Freeway Center, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.


Tel: (21) 3388-5864 ou (21) 97919-2449 (WhatsApp)

Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181- verbena@verbena.com.brShare Button

O Santo Dialético dá sequência à programação de resistência do Teatro do Incêndio em outubro

Fotos de Arô Ribeiro

O projeto Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida apresenta o espetáculo O Santo Dialético (montagem de 2016, com texto e direção de Marcelo Marcus Fonseca), nos dias 19 e 20 de outubro, sábado, às 21h, e domingo, às 20h.

O Santo Dialético – que resultaou do processo de pesquisa do projeto A Teoria do Brasil - investiga os vestígios da essência ancestral do brasileiro por meio de pessoas que perderam o contato com suas origens, vivendo em São Paulo, e passaram a habitar um mundo determinado por valores urbanos.

O Santo Dialético é dividido em dois atos e parte do ponto de vista de pessoas comuns, inquietadas pelo esquecimento e pela perda de fatos de sua própria história, que seguem em busca de uma mitologia que possa explicá-la. A peça propõe o entendimento da descaracterização do negro, do índio e do próprio europeu (transformados em outra raça), indo à procura desse “novo povo”, o brasileiro, levando cada personagem numa espécie de voo interior rumo à própria raiz.

No enredo, seis histórias paralelas criam um mosaico da mistura racial brasileira: um índio, tirado aos oito anos de sua tribo por padres, retorna do seminário para encontrar sua aldeia; uma moradora de rua acredita ter sido chamada para uma missão e encontra o sincretismo pelo caminho; um casal negro, evangélicos, vive o drama de não conseguir ter filhos, enquanto o marido é atormentado por ritmos antigos que ele não reconhece; e um publicitário não se encontra no próprio corpo, enquanto sua mulher sofre de uma doença terminal. Com música ao vivo e trilha sonora original, a peça propõe uma paisagem diversa, levando o público por lugares do centro, periferia e interior do Brasil. No intervalo, pratos da culinária brasileira, preparados durante o primeiro ato pelo próprio diretor, são oferecidos ao público por um valor à parte.

Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida

Diante do atual momento de ‘estrangulamento’ cultural, a Cia. Teatro do Incêndio, sem nenhum apoio ou incentivo cultural, lancou, em julho, uma programação de resistência que segue até dezembro, reunindo cinco espetáculos de repertório, entre de outras atividades. As demais montagens - todas dirigidas por Marcelo Marcus Fonseca - a serem encenadas são: A Gente Submersa (2017) e Rebelião - O Coro de Todos os Santos (2018), respectivamente em novembro e dezembro. São Paulo Surrealista abriu a programação em agosto, com direito a sessão extra, seguida por O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica em setembro. Esta mostra sintetiza o trabalho de pesquisa de linguagem dos últimos sete anos do coletivo, período em que construiu três teatros até conquistar sua sede definitiva na emblemática entrada do bairro Bixiga, esquina das ruas Treze de Maio e Santo Antônio, onde já funcionou a lendária boate Igrejinha e o Café Soçaite.

“Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida tem duas intenções: não aceitar a regra do jogo para a arte que não seja a do artista criador, e contar com o nosso público para manter nossas atividades”, comenta Marcelo Marcus Fonseca, diretor artístico do Teatro do Incêndio. Sobre o valor do ingresso para os espetáculos ser de R$ 80,00, o diretor justifica: “um preço razoável para o trabalho sério que o grupo desenvolve. A companhia tem 23 anos de sobrevivência. Sabemos que nosso trabalho vale até mais. Neste momento, ingressos populares só com subsídio”.

Ficha técnica / Serviço

FICHA TÉCNICA - Texto e direção geral: Marcelo Marcus Fonseca. Figurino: Gabriela Morato. Direção musical, composições originais: Bisdré Santos. Música ao vivo: Bisdré Santos, Yago Medeiros e Renato Silvestre. Iluminação: Marcelo Marcus Fonseca e Valcrez Siqueira. Assistência de sonoplastia: Victor Castro. Adereços: André Souza, Gabriela Morato e Fabrízio Casanova. Trilha sonora mecânica: Marcelo Marcus Fonseca e Bisdré Santos. Coreografias e preparação corporal: Gabriela Morato. Fotos: Giulia Martins e João Caldas. Realização e produção: Teatro do Incêndio. Elenco: Gabriela Morato, Marcelo Marcus Fonseca, Elena Vago, Ágata Matos, Carlos Gomes, Valcrez Siqueira, André Souza, Victor Castro, Yago Medeiros, Renato Silvestre, Gui Mameluco, Heloisa Feliciano, Jade Buck, Luiz Castro, Natália Burger, Amanda Santana, Giovana Kuczynski, Kaena Chioratto, Rafael Américo, André Ortiz, Mauricio Caetano, Moisés Santos. Atriz mirim: Laura de Rita.

Espetáculo: O Santo Dialético
Projeto: Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida
Datas: 19 e 20 de outubro. Sábado (às 20h) e domingo (às 19h)
Duração: 150 min (com intervalo de 20). Classificação: 14 anos. Gênero: Drama brasileiro.
Ingressos. R$ 80,00. Bilheteria: 2 horas antes das sessões. Capacidade: 99 lugares.
http://www.teatrodoincendio.com / Nas redes: @teatrodoincendio

Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 - Bela Vista. São Paulo/SP.
Tel.: (11) 2609-3730 / 2609-8561

Próximas apresentações

Espetáculo: A Gente Submersa
23 e 24 de novembro. Sábado (às 20h) e domingo (às 19h)
120 min. 14 anos. Comédia dramática musical. R$ 80,00

Apresentações: Sol-Te
7 de dezembro. Sábado, às 15h30 e às 19h30
60 min. Livre. Contribuição voluntária.

Espetáculo: Rebelião - O Coro de Todos os Santos
14 e 15 de dezembro. Sábado (às 20h) e domingo (às 19h)
90 min. 14 anos. Drama apocalíptico. R$ 80,00



Assessoria de imprensa – Verbena Comunicação
Eliane verbena e João Pedro
Tel.: (11) 2738-3209 / 99373-0181 – verbena@verbena.com.br

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Inferno de Nós, exposição de Angela Fernandes & Fabio Benetti encerra temporada no dia 4 de outubro


Mentes Corrompidas - Fábio Benetti
A exposição Inferno de Nós com obras dos artistas visuais Angela Fernandes & Fabio Benetti termina no dia 4 de outubro, na Passagem Literária da Consolação. A mostra – com curadoria de Iago Calegari – tem visitação livre, sendo uma ótima oportunidade para conhecer o inusitado espaço cultural subterrâneo que fica na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação.

Inferno de Nós reúne 14 obras que, segundo o curador, buscam expor o complexo diálogo entre os dois artistas: embora apresentem diferentes polarizações, não são expressões contrárias. O ponto de interseção está na reflexão, na tênue linha entre o internar de Angela e o externar de Fabio.

“O diálogo entre as obras de Angela Fernandes e Fabio Benetti firma-se num processo contínuo de alternância entre superfície e substância, evocando à volatilidade existencial e às manifestações dos sentimentos e sofrimentos que por vezes tomam o outro como oposição, inimigo, e acabam por voltarem a si, aos infernos com que lidamos todos os dias, infernos internos, infernos externos, infernos outros e os mesmos”, comenta o curador.

A arte de Angela Fernandes leva à reflexão interna, provoca o expectador a pensar com um trabalho de óleo sobre tela carregado de sensações. Sua obra nasce de um sentimento e parte para o subconsciente sem ser totalmente abstrata. As obras de Fábio Benetti exploram de forma crítica as sensações externas (políticas, sociais, morais, econômicas) e fazem refletir sobre o que somos e sobre as agruras do viver em sociedade. Em suas criações ele usa técnica mista de material reciclado, retirado do lixo, com pigmentos.

Angela Fernandes (artista) - Nascida em 1975, na cidade de Grandes Rios (PR), Angela vive e trabalha em São Paulo (SP), há 22 anos. Em sua obra, opera na relação do nosso mais profundo eu entrelaçado com a natureza, onde fluxos e destinos são cruzados, imbricados, construindo uma espécie de estrutura rizomática de seres e fatos que culminam num todo que é diferente de seus componentes. Cada um de seus trabalhos pode ser fragmentado em incontáveis detalhes, que nunca se esgotam, sempre levam a diferentes percepções e despertam diferentes sentimentos. A desordem ordenada em que a natureza se manifesta no trabalho da artista pode nos remeter à ordem desordenada da vida, em que, apesar de nossos planos e
Submundo - Angela Fernandes
expectativas, impera a incerteza; em que seres, caminhos, fenômenos e pensamentos são constantemente imbricados, num plexo ao mesmo tempo contínuo e inconstante que nos faz humanos, seres complexos, vivos.
Exposições (SP) – Em 2019: Natureza Viva (individual de Angela Fernandes, Galeria Tribo). Em 2018: Coletiva Artes Plásticas Novos Talentos (Escola Panamericana), Amigos da Tribo (exposição coletiva, Galeria Tribo), Inconsciência (mostra coletiva, Galeria Tribo) e Despir-se e Vestir-se (Passagem Literária da Consolação). Em 2017: Estranhas Entranhas (Espaço Elevado), Assemblage Panamericana – A Casa de Antônio (Escola Panamericana) e Ready-Made e Outras Coisas - Projeto Estupido (Escola Panamericana).

Fabio Benetti (artista) - O pintor Fabio Benetti projeta-se como autodidata no universo de sua pintura. Soma-se aos cursos que frequentou e acumulou - na maioria, voltados à arte contemporânea - o seu ímpeto, seu impulso natural que externaliza suas ideias envoltas de influências do inconsciente: o acaso assume a bússola sensorial como guia de suas manifestações. Não há esboço ou esquema preestabelecido, tampouco um tema cuidadosamente pensado, tudo se afigura e formaliza no próprio ato da criação, à mercê da volatilidade de sentimentos e pensamentos fugidios, em que sua atitude de pintar e esculpir sobre a tela busca a expressão mais sincera e verossímil daquilo que a palavra não pode expressar. Exposições – Em 2019: Uma Outra Estória (Galeria Zero, SP). Em 2018: Purgatório (individual, Galeria Tribo, SP), Interseções (Focus LDN, SP), Pouso Alto (mostra coletiva, Galeria Cumaru, Brasília), Experiência Coletiva Transforma x Transmuta (Cordas Arte e Cultura, SP), Fendas (Fresta, SP) e 12ª Biennale D’Arte Internazionale (3º Prêmio Arte Abstrata, Sala Bramante, Roma-ITA). Em 2017: Salões de Exposição da Secretaria de Cultura e FUNDACI (Ilhabela, SP) e Espaço no Olhar (mostra, Instituto Tomi Ohtake, SP). Em 2016: Origem e o Tempo (Galeria Rabieh, SP), Entre o Saber e o Criar (Galeria Spazio Surreale, SP) e Crossing - A vida em diferentes ângulos (Nigra Shafo Art Gallery, SP). Em 2015: 6ª Edição Parte - Feira de Arte Contemporânea (SP) e Inquietudes (Galeria Luiz Maluf, SP). www.fabbenetti.com.

Serviço

Exposição: Inferno de Nós
Artistas: Angela Fernandes & Fabio Benetti
Curadoria: Iago Calegari
Visitação: 3 de agosto a 5 de outubro
Horários: Segunda a sexta (7h às 20h) e sábados e feriados (10h às 20h)
Grátis. Classificação: Livre.

Local: Passagem Literária da Consolação
Rua da Consolação, esquina com a Av. Paulista (metrô Consolação), s/ nº. São Paulo/SP.
Informações: www.iagocalegari.com

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Sarau das Luzes concebido por Helder Mariani integra colóquio internacional sobre J.J. Rousseau


No dia 25 de setembro (quarta, às 19h) acontece no Tucarena (PUC-SP) o Sarau das Luzes com dramaturgia de Helder Mariani, integrando a programação do I Colóquio Internacional Jean-Jacques-Rousseau: a voz e a escritura & do IX Colóquio Nacional Rousseau, do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Jean-Jacques Rousseau e do GT Rousseau e o Iluminismo da ANPOF. A entrada é franca.

Dagoberto Feliz assina a direção geral do evento que tem ainda assessoria filosófica de Maria Constança Peres Pissarra. No elenco, além de Helder e Dagoberto, estão Demian Pinto, Mariana Galindo e Ricardo Arantes. A produção é da Cia. da Palavra.

O Sarau das Luzes é uma criação dramática que apresenta o clima cultural francês efervescente do Movimento das Luzes, auge da Modernidade, a partir de um olhar contemporâneo. No Café de la Régence, ponto de encontro dos artistas e intelectuais da Paris setecentista, encontram-se três importantes figuras daqueles tempos: Voltaire, Rousseau e Diderot, acompanhados da grande atriz da Comédie Française, Mademoiselle Clairon. O objetivo do evento é discutir sobre o teatro, coisa que tantos fizeram naquele século XVIII. “Vai ser um momento lúdico de expressão de ideias, com música e poesia”, comenta Helder Mariani.

O Colóquio

O I Colóquio Internacional Jean-Jacques-Rousseau: a voz e a escritura - que acontece entre os dias 23 e 27 de setembro de 2019, na PUC-SP e na UNIFESP (no dia 26), juntamente com o IX Colóquio Nacional Rousseau, do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Jean-Jacques Rousseau e do GT Rousseau e o Iluminismo da ANPOF - reúne pensadores e pesquisadores de vários países e faz homenagem a Jean Starobinski (1917-2019), linguista, filósofo e crítico de artes suíço.

O encontro – realizado pelo Centro de Estudos Jean-Jacques Rousseau do Brasil e pela PUC-SP - tem por objetivo discutir o tema A voz e a escritura a partir dos diversos domínios do saber aos quais Jean-Jacques Rousseau dedicou suas reflexões, entre eles a política, a educação, a literatura, a música, o teatro e a religião.  As abordagens buscam contribuir para o aprofundamento da compreensão do pensamento de Rousseau, bem como para sua contínua atualização, segundo os variados aspectos formulados pela recepção contemporânea de seu pensamento.

Além de diversas universidades brasileiras (PUC-SP, USP, UNIFESP, UNESP, UNICAMP, SENAC, UFMA, UFMG, UFBA, UFPR, UFG, PUC-PR, PUC-RS, UFABC, FDC, UFPA, UFRN, UFSCar, UFAL, UFRGS, UFES, UNIR, UFSC, UFPA, FEUSP, UFCG, UEM, UEL, IFAP, IFRS e IFG), o evento tem participação de representantes de instituições estrangeiras, como Alain Grosrichard (Université de Genève - Siuiça); Custódia Martins (Universidade do Minho, Portugal); Blaise Bachofen (Université Cergy-Pontoise, França); Cristophe Martin (Université Paris-Sorbonne, França); Karlfriedrich Herb (Universidade de Regensburg, Alemanha); Ourida Mostefai (Brown University, EUA); Vera Waksman (Universidade Nacional de La Plata, Argentina).

Nascido em Genebra (Suíca), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo social, teórico político, escritor e compositor autodidata, considerado um dos principais pensadores do Iluminismo e precursor do Romantismo. Suas ideias serviram de inspiração para a Revolução Francesa. Merece destaque o fato de que, n’O Contrato Social, sua obra mais evocada, Rousseau afirma que a soberania reside no povo.

Serviço

Sarau teatral: Sarau das Luzes
25 de setembro. Quarta, às 19h
Local: Tucarena / PUC-SP
Rua Bartira, esquina com a Rua Monte Alegre, 1024. Perdizes, SP/SP.

Colóquio: A voz e a escritura
I Colóquio Internacional do Centro de Estudos Jean-Jacques Rousseau &
IX Colóquio Nacional Rousseau do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Jean-Jacques Rousseau e do GT Rousseau e o Iluminismo da ANPOF
Dias 23, 24, 25 e 27 de setembro
Tucarena / PUC-SP (R. Bartira, esquina com R. Monte Alegre, 1024. Perdizes. SP).
PUC-SP (R. Monte Alegre, 984, Perdizes – SP/SP). Tel: (11) 3670-80000.
Dia 26 de setembro
EFLCH / UNIFESP (Estrada do Caminho Velho, 353. Jardim Nova Cidade, Guarulhos-SP).

Organização: Centro de Estudos Jean-Jacques Rousseau do Brasil (CER/PUC-SP)
Apoio: Société Jean-Jacques Rousseau – Université de Genève; Associação Brasileira de Estudos do século XVIII (ABES18); Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Jean-Jacques Rousseau (GIP Rousseau); GT Rousseau e o Iluminismo (da ANPOF); Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Universidade de São Paulo (USP); Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).