segunda-feira, 30 de setembro de 2013

NOTURNO, de Dinah Perry, une a poesia de Fernando Pessoa com a música de Chopin


foto de Arnaldo J.G. Torres
Dinah assina concepção direção e coreografia da montagem que une elementos do teatro e da dança para falar de amor e solidão.
 
O espetáculo de teatro e dança Noturno, concebido e dirigido por Dinah Perry, estreia no dia 18 de outubro, sexta-feira, no Teatro Augusta, às 21h30. A montagem, inspirada no poeta português Fernando Pessoa, costura seus poemas com coreografias criadas pela diretora. Ao som de músicas de Frederic Chopin, as atrizes-bailarinas Ana Carolina Barreto e Marina Mancini Lima mergulham nas nuances do amor e da solidão e na eterna luta travada entre sonho e realidade.
 
O espetáculo de teatro coreográfico aborda questões atuais que envolvem o homem pelo olhar contemporâneo de Dinah Perry. Na poesia atemporal de Pessoa, o amor e a solidão - temas explícitos no enredo - soam ternos, mas, ao mesmo tempo, fortes e contundentes. “Em um tempo aonde atitudes pessoais e sociais ainda são rotuladas e preconceituosas, o espaço lírico de cada um fica sufocado. É isto que a dança busca potencializar dentro do universo de cada poema de Pessoa”. Comenta a diretora.
 
Noturno é o resultado de um jogo cênico entre as atrizes-bailarinas e a coreógrafa para dar vida aos personagens que vão surgindo. A proposta de Dinah une com delicadeza o teatro e a dança. Os “textos” do grande poeta e os “movimentos” contemporâneos vão sendo costurados pela linguagem desse teatro coreográfico. Com cenas independentes e interligadas pelas músicas de Chopin, Noturno propõe a releitura dos poemas de Fernando Pessoa numa abordagem lúdica que faz contraponto com a realidade dos grandes centros urbanos.
 
Espetáculo: Noturno
Com: Núcleo de Pesquisa Artista do Corpo
Concepção e coreografia: Dinah Perry
Textos (poemas): Fernando Pessoa
Elenco: Ana Carolina Barreto e Marina Mancini
Preparação física: Luana Miessa
Arte Gráfica: Patrícia Alessandri
Realização e produção: Cia. Artista do Corpo
 
Teatro Augusta (Sala Experimental)
Rua Augusta, 943 – Cerqueira César/SP - Tel: (11) 3151- 4141
Temporada: 18 de outubro a 10 de novembro
Horários: sextas (21h30), sábados (21 horas) e domingos (19 horas)
Ingressos: R$ 40,00 (meia: R$ 20,00). Bilheteria: 4ª a 5ª (14h às 21h), 6ª (14h às 21h30), sáb. (15h às 21h) e dom. (15h às 19h). Lotação: 50 lugares
Gênero: Drama. Duração: 50 min. Classificação etária: 12 anos.
Aceita dinheiro e cartão (MC, D, V, RS e VE). Reservas/telefone: 4ª a sáb. (15h-19h) e dom. (15h-17h)
Ingressos antecipados: www.ingressorapido.com.br (tel 4003-1212).
Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento conveniado no local.

Cia. Artista do Corpo

Fundada, em 2000, pela diretora, coreógrafa e bailarina Dinah Perry, a Cia. Artista do Corpo tem como objetivo desenvolver pesquisa de linguagem e movimento. Desde então vem realizando trabalhos que contam com total liberdade de criação, utilizando referências do cotidiano como forma de construção da teatralidade de seus movimentos. A coreógrafa desenvolve sua pesquisa objetivando uma arte que vá além da criação, por meio do aperfeiçoamento de uma linguagem própria e autoral em dança contemporânea.
 
Espetáculos realizados: Janelas Abertas (2000); O Cavalo Na Montanha (2002); Manifesto de uma Pessoa Feliz (2003); Retiro dos Anjos (2003); X Y, A Verdadeira Diferença entre os Sexos (2003); Fração de Segundo (2004); Afrodites (2006); Sonho de uma Noite de Verão (2006); Por um Triz (2007); Amor por Nelson (2007); A Noite do meu Bem (2007); Ir, mas aonde Ir? (2007); Mulheres Alteradas (2007); Teatro Coreográfico (2008); Por Enquanto... (2009); Solos, Duos e Trios (2010); Pensando Sobre (2011); Divas (2011); Quantas Almas Tenho (2011); Projeto Sala Aberta (2013).

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Encontro de Culturas Populares e Tradicionais, acontece entre 1 e 6 de outubro, no Sesc Itaquera

O evento rompe o distanciamento geográfico para promover o encontro da diversidade por meio de rodas de conversa, grupos de trabalho, culinária tradicional, feira de artesanato, oficinas, vivências, manifestações artísticas e lançamento de livros.


Entre os dias 1 e 6 de outubro, de terça a domingo, acontece no Sesc Itaquera o Encontro de Culturas Populares e Tradicionais, um evento que reúne artistas, lideranças de povos e comunidades de todo o país, agentes do Estado e da sociedade civil para debater ações de proteção e promoção da diversidade cultural. A programação reverencia as manifestações tradicionais, desde a produção artística popular, passando pela culinária, até o artesanato e a religiosidade, além de outros aspectos fundamentais desse universo simbólico. 
No dia 3, quinta-feira, a solenidade oficial de abertura (aberta ao público) conta com presença de Danilo Santos de Miranda (Diretor Regional do SESCSP), Juca Ferreira (Secretário Municipal de Cultura de São Paulo), Alcides de Lima – Mestre Alcides (Presidente de Honra do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais) e Marta Suplicy (Ministra da Cultura).
Idealizado pela Rede das Culturas Populares e Tradicionais e resultado da parceria entre Sesc São Paulo, o Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e Ministério da Cultura, o Encontro conta com participação de representantes das Culturas Populares, Culturas Indígenas, Circo, Teatro de Rua, Culturas Afro-brasileiras e de Povos e Comunidades Tradicionais.  
Com a programação dividida entre Reuniões dos Colegiados Setoriais do Conselho Nacional de Política Cultural, da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura e Conferência Livre de Cultura e Mostra Cultural, o evento tem como objetivo proporcionar uma vivência profunda da comunidade com as diversas expressões das culturas popular e tradicional, discutir políticas públicas e propor diretrizes para um novo ciclo.  
12
1 - Maracatu Rural. Mestres de Folguedos Zona da Mata Pernambucana (de Verônica Manevy)
2 - Povo Kalapalo - de Xingu/MS (de Ulysses Fernades)

Destaques da programação

A programação do Encontro de Culturas Populares e Tradicionais traz a diversidade cultural do Brasil, contemplando as manifestações indígenas, o teatro de mamulengo e de rua, as folias, o cavalo marinho, o jongo e o samba de roda. Traz ainda grupos de maracatu, tambor de crioula, bumba meu boi, carimbó e fandango, entre outros.
Entre as atrações (grupos e artistas) temos: Pereira da Viola (MG) e Dinho Nascimento (SP); Ivanildo Vilanova (PE) e Zé Cardoso (CE); Pombas Urbanas (SP); Povo Kalapalo (MT); Afoxé Omo Orunmila (SP); Povos Tradicionais de Matriz Africana (SP); Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis (MG); Mestre Valdeck de Garanhuns (SP); Mestres Jongueiros do Sudeste (SP/RJ/ES); Tambor de Crioula de Seu Teodoro (DF); Mestres do Fandango Caiçara (PR/SP); Folias de Roraima (RR); Mestres de Folguedos da Zona da Mata Pernambucana (PE); Povo Karajá (TO); Mestres do Carimbó do Pará (PA).
A programação inclui ainda feira de artesanato, culinária tradicional (barracas de comidas tradicionais) e oficinas de culinária: Culinária Quilombola, Frutas do Brasil e Da Mandioca à Tapioca.

Encontro de Culturas Populares e Tradicionais
De 1 a 6 de outubro
Sesc Itaquera
Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 – Itaquera/SP
Telefones: (11) 2523-9265 e 2523-9289
Horário de funcionamento da Unidade: quarta e quinta (9h às 17h), sexta e sábado (9h às 21h) e domingo (9h às 18h)
Horário das atividades do “Encontro de Culturas”: verificar programação abaixo
Acesso à unidade: de R$1,00 a R$7,00 - grátis para comerciários.
Grátis para todo o público: após 17h dos dias 4 e 5/10 (sexta e sábado)
Estacionamento: Preço único – R$7,00 - www.sescsp.org.br/itaquera

PROGRAMAÇÃO (resumida)

01/10 – Terça-feira

13h - Quilombaque (São Paulo/SP).
15h às 19h - Reuniões dos Colegiados Setoriais (CNPC/MinC) e da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNdPC). 

02/10 – quarta-feira

10h às 18h - Reuniões dos Colegiados Setoriais (CNPC/MinC) e da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNdPC).
13h - Grupo UMOJA (São Paulo/SP). 

03/10 – quinta-feira

10h - Recepção, credenciamento e apresentação da metodologia e dinâmicas do Encontro aos participantes.
10h30 - Abertura oficial com Hino Nacional executado por Pereira da Viola (Belo Horizonte/MG) e Dinho Nascimento (São Paulo/SP).
11h30 - Cortejo de Abertura - Povo Kalapalo (Parque Nacional do Xingu/MT), Afoxé Omo Orùnmilá e Povos Tradicionais de Matriz Africana (Ribeirão Preto/SP) e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis (Ribeirão das Neves/MG).
12h30 às 14h30 - Feira de Artesanato.
12h30 - Folia Brasileira com o Teatro de Mamulengo do Mestre Valdeck de Garanhuns (Guararema/SP).
13h - Mestres Jongueiros do Sudeste (SP/RJ/ES) e Tambor de Crioula de Seu Teodoro (Sobradinho/DF).
13h45 às 14h45 - Oficina Fortalecimento das Redes de Culturas Populares e Tradicionais, com Marcelo Manzatti (Brasília/DF).
15 às 18h - Rodas de Conversa e de Convivência.
15h às 18h - Oficina Cartografia dos Mestres e das Expressões das Culturas Populares, com José Jorge de Carvalho.
18 às 19h - Oficina Patrimônio Imaterial, com Júlio Moracen (São Paulo/SP).

04/10 – sexta-feira

10h - Continuação das Rodas de Conversa e de Convivência.
10h às 12 / 15h às 18h - OficinaCartografia dos Mestres e das Expressões das Culturas Populares, com José Jorge de Carvalho.
12h - Chegança dos Marujos Fragata Brasileira (Saubara/BA).
12h30 às 14h30 - Feira de Artesanato.
12h30 - Folias de Roraima (Boa Vista/RR).
13h - Cavalo Marinho - Mestres de Folguedos da Zona da Mata Pernambucana (PE) e Povo Karajá (São Félix do Araguaia/TO).
13h45 às 14h45 - Oficina Fortalecimento das Redes de Culturas Populares e Tradicionais, com Marcelo Manzatti (Brasília/DF).
15h às 18h - Continuação das Rodas de Conversa e de Convivência.
17h - Oficina de culinária: Expressões culturais e tradições alimentares dos Quilombolas, com Claudia Mattos.
18h às 19h - Oficina Patrimônio Imaterial, com Julio Moracen (São Paulo/SP).
18h às 20h - Feira de Artesanato. 
18h às 20h - Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis (Ribeirão das Neves/MG). 
18h às 20h - Bumba Meu Boi de Seu Teodoro (Sobradinho/DF).
18h às 20h - Mestres do Carimbó do Pará (PA). 

05/10 – sábado

10h - Rodas de Conversa e de Convivência.
10h às 12h - OficinaCartografia dos Mestres e das Expressões das Culturas Populares, com José Jorge de Carvalho.
12h - Bumba Meu Boi de Seu Teodoro (Sobradinho/DF).
12h30 às 14h30 - Feira de Artesanato.
12h30 - Mestres do Fandango Caiçara (PR e SP).
13h - Povo Kalapalo (Xingu/MT) e Mestres do Carimbó do Pará (PA).
13h45 às 14h45 - Oficina Fortalecimento das Redes de Culturas Populares e Tradicionais, com Marcelo Manzatti (Brasília/DF).
15 às 18h - Plenária Final do Encontro.
17h - Oficina de culinária: Frutos do Brasil - Douglas Bello.
18h às 19h - Oficina Patrimônio Imaterial, com Julio Moracen (São Paulo/SP).
18h às 20h - Feira de Artesanato. 
18h às 20h - Maracatu Rural - Mestres de Folguedos da Zona da Mata Pernambucana (PE).
18h às 20h - Samba de Roda (Saubara/BA).
20h - Bá: O Canto dos Tambores - Léo Leobons (Rio de Janeiro/RJ). 

06/10 – domingo

10h às 13h - Assembleia Geral do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais.
10h às 16h - Feira de Artesanato.
12h30 – Show - Ivanildo Vilanova (Gravatá/PE) e Zé Cardoso (Limoeiro do Norte/CE).
13h30 - Folia Brasileira com o Teatro de Mamulengo do Mestre Valdeck de Garanhuns (Guararema/SP).
12h - Mestres Jongueiros do Sudeste (SP/RJ/ES).
12h - Povo Karajá (São Félix do Araguaia/TO).
13h - Folias de Roraima (Boa Vista/RR).
14h - Mestres do Fandango Caiçara (PR e SP).
15h - Povo Kalapalo (Xingu/MT).
16h - Cortejo Teatro de Rua – Pombas Urbanas (São Paulo/SP).
17h - Oficina de Culinária: Da Mandioca à Tapioca, com Neide Rigo.
Mais detalhes sobre a programação no portal www.sescsp.org.br.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

LOGOS-DIÁLOGOS - 6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança, no Sesc Vila Mariana

Espetáculo concebido por Dimos Goudaroulis, virtuose do violoncelo, faz temporada em outubro tendo o músico “dialogando” ao vivo com a arte de premiado elenco de coreógrafos, conduzidos pela sublime música de Bach.

O Sesc Vila Mariana apresenta, nas duas últimas semanas de outubro, Logos-Diálogos - 6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança. O espetáculo - concebido pelo violoncelista Dimos Goudaroulis e idealizado por Luiz Felipe d’Ávila - reúne criações originais de seis importantes coreógrafos brasileiros contemporâneos, especialmente para as seis Suítes de Bach.

Os coreógrafos são: Jorge Garcia, Luis Arrieta e Henrique Rodovalho (criadores para a primeira trilogia, apresentada nos dias 18, 19 e 20 de outubro) e Tíndaro Silvano, Ismael Ivo (foto) e Deborah Colker (segunda trilogia, nos dias 25, 26 e 27 de outubro). No palco, uma performance única que coloca a música de Bach, executada ao vivo por Dimos Goudaroulis, em constante diálogo e sintonia com a dança.

Goudaroulis estreou Logos-Diálogos em maio de 2012, no Teatro Alfa, em São Paulo. A curta temporada só não atingiu o ápice porque o músico sofreu um acidente fraturando o punho direito, fato que o impediu de tocar durante as apresentações. O espetáculo seguiu com a música mecânica de seu álbum Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo. Em 2013, o Sesc SP encampou a realização, pela originalidade em levar ao palco toda a complexidade da obra do compositor, reunindo expoentes da dança contemporânea brasileira. E Dimos traz novamente o espetáculo à cena, agora apresentado na real forma de sua concepção.

Dimos Goudaroulis é o fio condutor deste singelo e também sofisticado jogo entre a multiplicidade cênica dos coreógrafos e a unidade musical do compositor. Cada um exibe sua leitura poética em forma de dança para esta obra prima universal. Jorge Garcia abre a primeira trilogia com uma leitura teatral, muito propícia ao início, à criação, ao Gênesis. Na Suíte II, de tonalidade mais escura, Luis Arrieta interioriza Bach, em solo mais conceitual para simbolizar a queda, o sofrimento. Fechando a primeira trilogia, com a eloquente e sonora Suite III, Henrique Rodovalho inspira-se na luminosidade para expressar o sentimento que eleva e liberta a alma.

A coreografia de Tíndaro Silvano para a Suíte IV (primeira da segunda trilogia) tem estética neoclássica para reportar à figura do Pai, à nobreza, à reverência. Para a Suíte V, a mais escura e profunda de toda a obra, Ismael Ivo apresenta uma performance contemporânea/instalação de corpo e música, interiorizando as notas de Bach carregadas do simbolismo da Paixão. Fechando a trilogia, bem como o espetáculo concebido por Goudaroulis, Deborah Colker traz para a excepcional e virtuosística Suíte VI uma coreografia que simboliza a transformação, a salvação, a iluminação.  

 
“Minha opção é a de tocar as suítes o mais fielmente possível ao original” (D.G.)

Para todos os grandes violoncelistas, as seis Suítes Para Violoncelo Solo de Bach são fontes inesgotáveis de todo conhecimento e sabedoria, um caminho para a iluminação. “As Suítes de Bach têm me acompanhado durante toda a minha vida de músico. Elas são o meu pão de cada dia, o texto sagrado que nunca parei de tentar entender, explicar, decodificar, interpretar...”, afirma o músico grego, radicado no Brasil desde 1996. 

A música de J. S. Bach tem intensa carga de simbolismos que passam por religião e numerologia. As Suítes, divididas em duas trilogias, são perfeitamente simétricas na forma e no significado, tendo o número 3 (e a simbologia da Trindade) no cerne da construção da obra. 

Logo depois do lançamento, em Julho de 2011, de seu álbum duplo Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo, executadas com violoncelo barroco e absoluta fidelidade ao manuscrito de Anna Magdalena, Goudaroulis passou a se dedicar ao audacioso projeto Logos-Diálogos - 6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança

O músico propôs a cada um dos coreógrafos convidados uma determinada suíte. A partir do diálogo contínuo sobre o caráter e cor de cada suíte, eles trabalharam individualmente na concepção e elaboração das coreografias. “As Suítes são música pura, íntima, profunda; e a música de Bach é um discurso, segue as leis da retórica. Assim, as coreografias foram concebidas também como discurso. Um discurso de gestos ricos na representação do simbólico resultando num mergulho profundo em Bach, traduzindo as muitas e muitas camadas de significado que estão presentes na obra dele”.

Logos-Diálogos é carregado de significados. “Logos”, palavra grega, significava inicialmente a palavra, o Verbo, mas também o Princípio. No cristianismo, passou a referir, especificamente, Jesus Cristo: “No princípio era o verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” [O Evangelho Segundo João, 1:1,2]. Ao longo do tempo, acabou ganhando novos sentidos, passando a traduzir amplamente o conceito de ‘razão’, tanto a capacidade de racionalização como o princípio cósmico da Ordem e da Beleza.

‘Diálogos’, palavra também vinda do grego [dia = através, logos = palavra], traduz uma conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas. No caso do projeto simboliza todos os diálogos – entre música e dança, entre som e movimento, entre passado e presente, que inclui os envolvidos, inclusive a plateia. 

Johann Sebastian Bach & Dimos Goudaroulis

Johann Sebastian Bach inventou uma linguagem para o instrumento e marcou a história do violoncelo com uma obra inovadora, de alta dificuldade técnica e insuperável profundidade musical. As 6 Suítes a Violoncello Solo Senza Basso foram escritas em Köthen entre 1720 e 1723. As partituras originais se perderam, e o que existe são quatro manuscritos do século XVIII. O mais fiel, e certamente o mais valioso deles, é a cópia feita pela musicista Anna Magdalena Bach, segunda esposa de Bach e sua copista habitual. Consideradas obras máximas obrigatórias a qualquer violoncelista, as seis Suítes são identificadas com os índices BWV 1007 a BWV 1012. Cada Suite tem sempre seis movimentos: um (1) Prelúdio; as danças (2) Allemande, (3) Courante, (4) Sarabande, (5) Menuet - para as Suítes 1 e 2; Bourrée, para as Suítes 3 e 4; Gavotte para as duas últimas -e, finalmente, (6) Gigue.

Dimos Goudaroulis lançou em 2008 o CD Bach - 3 Suítes para Violoncelo Solo, com as Suítes I, II e III, que recebeu o Prêmio Bravo! de Cultura como Melhor CD Erudito do ano. Em 2010 voltou ao estúdio para gravar as outras três Suítes; e em 2011 lançou o álbum duplo com a integral: Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo.

Nas cinco primeiras, utiliza um violoncelo barroco – “meu velho e querido violoncelo francês do final do século XVIII, instrumento nobre com graves generosos e som escuro; e seu som escurece ainda mais na quinta Suíte, a ‘suíte francesa’ da série a mais profunda e dramática de todas com a scordatura requerida no manuscrito, da corda lá afinada em sol e com tonalidade de dó menor”. Na sexta, também como especificado no manuscrito – Suíte 6me à cinques cordes – toca um violoncello piccolo de 5 cordas.
 

“Existe grande polêmica em torno do manuscrito da Anna Magdalena”, afirma Dimos. “Muitos se inspiram nele, mas ninguém acredita na extrema variedade de articulações e arcadas. Com a desculpa de que o manuscrito seria impreciso e incoerente, os violoncelistas, mesmo os modernos e bem informados sobre o estilo de interpretação da época, não conseguem admitir as arcadas aparentemente anárquicas do manuscrito, consideram que vão contra a regra e são praticamente inexecutáveis... E partem para interpretações pessoais, cada vez mais distanciadas do original.”

Segundo Dimos, as arcadas no manuscrito da Anna Magdalena Bach não estão lá por acaso; ao contrário, são extremamente bem pensadas e construídas e fazem parte integral da composição e do discurso. “As articulações e arcadas são de variedade e riqueza surpreendentes, propondo e definindo soluções musicais na interpretação do texto. A técnica de arco é realmente muito difícil, mas a musica fica bem eloquente! Toco todas as articulações e arcadas escritas, sem nunca corrigir o arco, sempre “como vem”... Surpresa agradável: mesmo dentro de uma visão tão focada, encontra-se tanta liberdade, espaço para se mover, sonhar, interpretar!”

Ficha técnica
Espetáculo: LOGOS-DIÁLOGOS
6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança 
Concepção, direção artística e violoncelo: Dimos Goudaroulis
Realização: Sesc SP
Idealização: Luiz Felipe d’Ávila
Coreógrafos: Jorge Garcia, Luis Arrieta, Henrique Rodovalho, Tíndaro Silvano, Ismael Ivo e Déborah Colker.
Cenografia e figurinos: Fábio Namatame
Iluminação: Joyce Drummond
Direção de produção: Darson Ribeiro 

Serviço
Dias 18, 19 e 20 de outubro (sexta a domingo) - primeira trilogia:
  • Jorge Garcia e seis bailarinos da J.Gar.Cia: Suíte I
  • Luís Arrieta solo: Suíte II
  • Henrique Rodovalho e nove bailarinos da Quasar Cia. de Dança: Suíte III 

Dias 25, 26 e 27 de outubro (sexta a domingo) - segunda trilogia:
  • Tíndaro Silvano e nove bailarinos do Grupo Vórtice: Suíte IV
  • Ismael Ivo solo: Suíte V
  • Deborah Colker e seis bailarinos convidados: Suíte VI 
Sesc Vila Mariana (Teatro)
Rua Pelotas, nº 141. Vila Mariana/SP. Tel: (11) 5080-3000
Horários: sextas e sábados (21 horas) e domingos (18 horas)
Ingressos: R$ 32,00 (inteira), R$ 16,00 (usuário e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública), R$ 6,40 (trabalhador no comércio e dependentes) - INGRESSOSESC (unidades ou Portal Sesc).
Bilheteria: Terça a sexta (9h-21h30), sábado (10h-21h30), domingo/feriado (10h-18h30).
Aceita cartões. Classificação etária: 12 anos. Duração: 75 min (1ª trilogia) e 80 min (2ª trilogia)
Capacidade: 611 lugares. Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento: R$3,00 (+ R$1,00, hora adicional): matriculados. R$ 6,00 (+ R$2,00, hora adicional): não matriculados.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

8º Festival Cine Favela bate recorde de inscrições


As inscrições para a Mostra Competitiva, do 8º Festival Cine Favela de Cinema terminaram (10/9) com razões para comemorar. Não é à toa que ele é considerado o maior evento dedicado ao cinema periférico do mundo. Segundo Daniel Gaggini, diretor do festival, a produção recebeu 554 filmes, oriundos não só de todos os estados brasileiros, mas de países como Estados Unidos, França, México, Argentina, Portugal, Chile. Alemanha, Espanha, Panamá, Peru, Israel e Camboja.
E, superando as expectativas, o recorde de inscrições foi batido. Até então o maior número de filmes inscritos era da sétima edição, em 2012, ano em que o Cine Favela recebeu 460 obras interessadas em participar da Mostra Competitiva. O 8º Festival Cine Favela de Cinema está sendo realizado sem patrocínio, somente com o trabalho de seus realizadores e parcerias com entidades e profissionais. Segundo Gaggini, “isto não impediu o interesse na participação e não impedirá sua realização”.

No site www.festivalcinefavela.com.br estão todas as informações sobre o 8º Festival Cine Favela de Cinema, que acontecerá entre os dias 01 a 12 de novembro. O tema da mostra é livre e participam filmes de todos os gêneros e formatos, com duração de até 90 minutos (incluindo tempo dos créditos), que tenham sido realizados a partir de 2010. O Melhor Filme será eleito pelo público (voto popular).

O Festival Cine favela tem o propósito exclusivo de difundir de filmes realizados por ONGs, Associações, Coletivos, Universitários, Periferias e Produtores Independentes e Periféricos, traçando um panorama do cinema periférico produzido no mundo. A programação deste ano chegará a sete comunidades populares de São Paulo (Heliópolis, Paraisópolis, Cidade Tiradentes, Grajaú, Brasilândia, Jardim Ângela e Capão Redondo) e terá exibições também em estações do metrô, escolas públicas, unidades da rede SESC SP, MIS (Museu da Imagem e do Som) e Memorial da América Latina.

O projeto CINE FAVELA (www.cinefavela.org.br) foi fundado, em 2003, por um grupo de moradores da Comunidade de Heliópolis/SP com a missão de capacitar e promover inclusão sociocultural de jovens por meio do cinema.  

Informações / Festival Cine Favela: (11) 3141 –1595 ou contato@festivalcinefavela.com.br.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Infantil estrelado por Patrícia de Sabrit encerra temporada dia 29/9

fotos de CarlosTorres
Em cartaz aos sábados e domingos no Teatro Bibi Ferreira, o espetáculo infantil A Cigarra e as Formigas encerra sua temporada no dia 29 de setembro, às 11 horas. A clássica fábula ganhou livre adaptação e dramaturgia, feitas pelo diretor Alex Moreno em parceria com André Grecco (também ator e produtor da peça). Estrelado por Patrícia de Sabrit, a Cigarra desta montagem sonha em ser estrela de musicais.

No enredo, as formigas Arlindo, o Formigão (vivido por André Grecco), e Lisbela (Maju Martins) estão preocupadas em trabalhar e armazenar alimentos para quando o inverno chegar. Já a Cigarra (Patrícia de Sabrit) está preocupada com os ensaios de seu novo espetáculo musical, assessorada pela talentosa Borboleta Dalva (Carla Martelli), que também quer ser artista. O inverno chega e a Cigarra procura desesperadamente ajuda, sendo rejeitada pelas formigas que não reconhecem o real valor de seu trabalho, artístico.
 
A montagem

Tendo por base o conceito de fábula (narrativa simbólica centrada em animais que se comportam como seres humanos), a concepção de A Cigarra e as Formigas parte das diferenças ideológicas entre os insetos para criar um espetáculo que brinca com a linguagem do teatro e do cinema musical. No olhar de Grecco e Moreno, a história coloca a Cigarra como um artista aspirante que vê a vida com toda a sua poesia. E as Formigas mantêm a eterna preocupação com a sobrevivência, da história original, fazendo do trabalho apenas uma forma de obter o sustento.

As diferenças entre as duas maneiras de ver o mundo colocam em foco as reais necessidades de cada ser e suas respectivas visões de trabalho. No desenrolar da trama, os personagens passam a buscar harmonia e respeito na vida em sociedade, sem desrespeitar as diferenças.

Espetáculo: A Cigarra e as Formigas
Livre adaptação da fábula de Esopo
Dramaturgia e concepção: Alex Moreno e André Grecco
Direção: Alex Moreno
Elenco: Patrícia de Sabrit, André Grecco, Carla Martelli e Maju Martins
Elenco stand by: Henrique Rizzo e Tatiana Toyota
Sonoplastia, figurinos e maquiagens: Alex Moreno
Adereços: Márcio Merigui
Iluminação e cenografia: André Grecco e Sílvia Andrade
Responsável técnico: Fábio Galvão
Direção de produção: André Grecco
Produção executiva: Sílvia Andrade
Realização: Cão Bravo Produções Artísticas
 
Teatro Bibi Ferreira - www.teatrobibiferreira.com.br
Av. Brg. Luís Antônio, 931 - Bela Vista/SP - (11) 3105-3129
Temporada: sábados e domingos – às 11 horas – Até 29/9
Ingressos: R$ 40,00 (meia: R$ 20,00).
Duração 60 min. Indicação de idade: 3 anos. Lotação: 300 lugares
Bilheteria: 3ª a 5ª (15h-21h), 6ª (16h-0h), sáb. (14h-0h) e dom. (14h-21h). Aceitas cartões de crédito (AE, MC, V) e débito. Ingressos antecipados: www.ingresso.com (tel: 4003-1212). Acesso para deficientes. Ar condicionado. Estacionamento (Av. Brigadeiro Luis Antônio, 759): R$ 15,00

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Grande Gala ENDA festeja a arte da dança, em outubro


Nos dias 5 e 6 de outubro, sábado (às 20 horas) e domingo (às 18 horas), acontece a 19ª edição do Grande Gala ENDA no palco do Auditório do Memorial da América Latina. O espetáculo apresenta cerca de 50 coreografias (curtas) vencedoras no 32º ENDA (Encontro Nacional de Dança 2013), realizado em agosto, que reuniu modalidades de balé clássico, contemporâneo, neoclássico, moderno, jazz e estilo livre (dança de salão, sapateado e outros).
 
O Grande Gala - com direção de Maria Pia Finócchio e realizado pelo Sinddança - foi criado para festejar os vencedores do ENDA, promovendo um espetáculo com os grupos que foram classificados em primeiro e em segundo lugar. Ao final de cada noite são entregues os troféus aos bailarinos e coreógrafos e também os prêmios em dinheiro para aqueles que obtiveram as maiores notas do júri, além de bolsas de estudos no exterior (Cuballet). 
 
O espetáculo se estende ao foyer do Auditório com o Palco Alternativo. Durante os intervalos acontecem breves apresentações com bailarinos e dançarinos profissionais que se alternam em números de sapateado, dança de salão, dança do ventre, passo double e street dance. 
 
Neste ano, os grupos que conquistaram a nota máxima (10) do júri foram: Ballet Art'Expressão (livre, Entre Eles), Ballet Paula Gasparini (clássico, Valsa Para Léhar), Cia. das Artes (pas de deux livre, Zwei), CEDAN - Cia. Estável de Dança de Piracicaba (neoclássico, Três Movimentos), EDAP - Esp. Dança e Artes Paulista (conj. de repertório, Suíte de La Bayadere) e Studio 415 (Gand Pas de Deux de Ganzatti).
 
Dois bailarinos foram destaques no Encontro: Rafael Gerage, do Studio 415, recebeu Menção Honrosa por Gand Pas de Deux de Ganzatti, e Felipe Moraes, do CEDAN, ganhou o Prêmio Bailarino Revelação dançando Pássaro Azul. 
O corpo de jurados que avaliou as coreografias e os bailarinos foi formado por Carlota Portela (Rio de Janeiro), Grazianni Canalli (Curitiba), Maiza Tempesta (São Paulo), Sara Debenedetti (Milão) e Norma Masella (São Paulo).
 
O Encontro Nacional de Dança é uma realização do Sindicato dos Profissionais de Dança do Estado de São Paulo (Sinddança), dirigido por Maria Pia Finócchio desde sua fundação, em 1991. Há 32 anos, o Encontro vem revelando talentos da dança, levando-os a participar de importantes grupos nacionais e internacionais, além de inspirar a realização de outros festivais pelo País, como o Festival de Joinville. O Grande Gala é uma extensão do ENDA, criado para homenagear os vencedores do Encontro. Ambos são idealizados para estimular a carreira dos bailarinos profissionais e semi-profissionais, bem como a carreira daqueles que estão iniciando na arte da dança.

Espetáculo: Grande Gala ENDA 2013
Direção: Maria Pia Finócchio
Realização: SINDDANÇA www.sinddanca.com.br
Dias 5 e 6 de outubro – sáb. (20h) e dom. (18h)
Memorial da América Latina www.memorial.sp.gov.br
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664
Barra Funda. Tel: (11) 3823-4600
Ingressos: R$ 20,00 (meia R$ 10,00 ). Dur.: 2h30.
Classificação: 5 anos. Estacionamento/Portão 15: R$ 10,00 Pedestres: Portão 13.

Grupos/coreografias classificados em 1º lugar:
Classificação completa no www.sinddanca.com.br
(*) Notas máximas do júri

  • *Ballet Art'Expressão - Livre - amador - Entre Eles.
  • *Ballet Paula Gasparini - Conjunto clássico - amador - Valsa Para Léhar.
  • Ballet Art'Expressão - Clássico - semi-profissional - Suíte Espanhola.
  • Ballet Paula Gasparini - Conjunto de repertório - amador - Amigas de Coppélia.
  • Ballet Paula Gasparini - Pas de deux de rep. completo - amador - Le Corsaire.
  • Ballet Paula Gasparini - Pas de deux de rep. completo - amador – Paquita.
  • Ballet Paula Gasparini - Pas de deux de rep. completo - semi-prof. - Dom Qixote.
  • Cia. das Artes - Clássico - amador - Harlequim e as Bailarinas.
  • *Cia. das Artes - Pas de deux livre - amador - Zwei.
  • Cia. Kridans - Contemporâneo - profissional - O Mar e Suas Metáforas.
  • Cia. da Dança - Livre - amador - Cotidiano.
  • CEDAN (Cia. Estável de Dança de Piracicaba) - Contemporâneo - amador - Cumplicidade.
  • *CEDAN (Cia. Estável de Dança de Piracicaba) - Neoclássico - amador - Três Movimentos.
  • *EDAP (Esp. Dança e Artes Paulista) - Conj. de repertório - amador - Suíte de La Bayadere.
  • Experimental Dans La Danse - Conj. clássico - amador - Variações Sob Elgar.
  • Grupo Quintaessência - Contemporâneo - amador - Scelta.
  • Grupo Líria Dourado - Pas de deux de rep. completo - amador - Diana e Acteon.
  • Grupo La Danse - Conjunto livre - amador - Harmônica.
  • Grupo Arqdança - Jazz - amador - Incógnita.
  • Oficina Cultural Contemporânea - Livre - semi-prof. - O Dia de Amanhã Chegou.
  • Scala-Mi (Soc. Esportiva Palmeiras) - Conjunto moderno - semi-prof. - Acluo - Deusas da Escuridão.
  • *Studio 415 - Pas de deux de rep. completo - amador - Gand Pas de Deux de Ganzatti.
  • Stúdio 415 - Pas de deux contemporâneo - profissional - Karma.