quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Inédito no Brasil, Bola de Ouro, de Sarrazac, estreia no Sesc Santo Amaro


Montagem dirigida por Marco Antônio Braz tem elenco formado por Celso Frateschi, Walter Breda, Marlene Fortuna, Luis Serra e Carolina Gonzalez.
 
Bola de Ouro é o primeiro texto de Jean-Pierre Sarrazac, expoente da dramaturgia francesa contemporânea, que ganha montagem brasileira. A estreia acontece no dia 14 de novembro, quinta-feira, no Sesc Santo Amaro, às 21 horas. 
 
Com direção de Marco Antônio Braz, o espetáculo tem elenco formado por Celso Frateschi, Walter Breda, Marlene Fortuna, Luis Serra e Carolina Gonzalez. No enredo, os personagens são levados a ter um encontro com o passado, provocando o confronto de gerações, visto pelo espelho das próprias histórias.
 
Bola de Ouro é o nome de um café parisiense que não existe mais. Em seu lugar funciona uma livraria. Nele se reunia, em 1968, um grupo de jovens "revolucionários" que conspiravam contra o sistema vigente e planejavam a revolução futura. Passados 30 anos, três membros deste grupo recebem uma estranha convocação anônima: e-mails, assinados por um pseudônimo, diz que eles devem retornar ao Café Bola de Ouro para uma reunião. Este convite, com cheiro de vingança, desencadeia um processo reflexivo sobre suas vidas e atitudes.
 
O diretor Marco Antônio Braz afirma que “o atrativo maior desta trama é provocar a reflexão sobre as gerações e discutir sobre como pensa a pessoa que era jovem quando se torna velha”. Cada personagem da história é uma parte simbólica de sua geração. O Escritor Herói (Celso Frateschi) era um rapaz de forte veia revolucionária que se tornou autor consagrado, assimilado pelo Estado. O Jornalista (Walter Breda) saiu dos panfletos revolucionários para ser editor de um jornal burguês. A Imóvel (Marlene Fortuna), que foi grande jornalista de causas feministas dos anos 70, tornou-se pintora reclusa, voltada para si mesma. E O Praguejador (Luis Serra) não quis abrir mão dos seus ideais, ficou esquecido e foi aquele que mais envelheceu.
 
A Estagiária (Carolina Gonzalez) é quem puxa o fio condutor da narrativa. Filha de A Imóvel, ela chega à redação do velho jornalista e suscita nele as lembranças que vão revelando ao público os meandros da trama e a relação entre os personagens que, possivelmente, levará ao ajuste de contas.
 
A trama apresenta diferentes lugares que se misturam e os personagens podem falar na presença um de outro ou mesmo à distância. A “conspiração”, divulgada no passado, pode ir se modificando nestes lugares “invisíveis”, onde os protagonistas tentam se libertar do passado, reencontrando-o.
 
Marco Antônio Braz explica que uma das características da dramaturgia de Sarrazac é não deixar explícito o que é diálogo e o que é pensamento. “Os solilóquios são frutos do movimento interno da obra e não revelam se eles estão pensando ou dialogando. Esta pequena desordem na estrutura dramatúrgica é a maior riqueza desse texto. Bola de Ouro é teatro que se assume como teatral”.
 
Segundo o diretor, esta obra mostra a amplitude da dramaturgia francesa: “o teatro na França vai bem além dos autores tradicionais e excelentes que conhecemos”. E completa dizendo que para encenar Jean-Pierre Sarrazac, lança mão das “ferramentas” contemporâneas para que a estética da montagem tenha reflexo na força de síntese do dramaturgo. E finaliza: “é claro que mais que fundamental é ter em cena atores experientes, conscientes de serem atores, conscientes de estarem no teatro vivendo personagens”. 
 


Jean-Pierre Sarrazac - autor
Jean-Pierre Sarrazac, nascido na França, em 1946, é ensaísta, autor dramático, encenador, professor emérito no Instituto de Estudos Teatrais da Universidade de Paris III– Sorbonne Nouvelle e professor convidado na Universidade Católica de Louvain. Nos últimos trinta anos, vem desenvolvendo uma importante reflexão sobre as dramaturgias modernas e contemporâneas, registrada em uma importante e obra ensaística, premiada recentemente com Prêmio Thalia 2008, da Associação Internacional de Críticos de Teatro. Sarrazac é autor de mais de 20 peças de teatro, entre elas, A Paixão do Jardineiro, Cantiga para J.A., Diverte-me, Envelhecer, Lázaro, Também ele Sonhava com o Eldorado, O Menino Rei e A Paixão do Jardineiro, além dos livros A Invenção da Teatralidade, Brecht em Processo,O Jogo dos Possíveis e O Futuro do Drama.
 
Ficha técnica Espetáculo: Bola de Ouro
Texto: Jean-Pierre Sarrazac
Tradução: Carolina Gonzalez
Direção: Marco Antônio Braz
Elenco: Celso Frateschi, Walter Breda, Marlene Fortuna, Luis Serra e Carolina Gonzalez.
Elenco/apoio: Luiz Amorim
Cenografia e figurino: Silvia Moreira
Iluminação: Fran Barros
Trilha sonora: Zema Tämatchan
Assistência de direção: Marcelo Peroni
Visagismo: Jorge Abreu
Direção de produção: Henrique Benjamin
Assistente produção: Fernanda Lorenzoni
Produção administrativa: Fabio Hilst
Produção executiva: Ana Nero
Assessoria jurídica: Martha Macruz de Sá
Assessoria contábil: Paulo Exel
Programação visual: Benoit Jeay
Fotografia: Lenise Pinheiro
Patrocínio: Ache laboratórios e Vedacit
Realização: Sesc SP
Serviço
Temporada: 14 de novembro a 21 de dezembro
Sesc Santo Amaro - Teatro
Rua Amador Bueno, 505 - Santo Amaro/SP – Tel (11) 5541-4000
Horário: de quinta a sábado - às 21 horas
(Dia 15/11 a peça será apresentada, excepcionalmente, às 19 horas)
Ingressos: R$ 16,00 (inteira), R$ 8,00 (usuários, estudantes, maiores de 60 anos, aposentados, pessoa com deficiência e professor da rede pública), R$ 3,20 (comerciário), pelo Ingressosesc (Unidades e Portal Sesc).
Duração: 80 min. Classificação etária: 12 anos. Gênero: drama
Ar Condicionado. Acesso universal. Capacidade: 270 lugares
Estacionamento: R$ 3,00 a R$ 6,00 (1ª hora). www.sescsp.org.br



terça-feira, 29 de outubro de 2013

Dinah Perry reestreia musical Divas em homenagem às estrelas do cinema

O mágico e eterno encantamento provocado pelas estrelas do cinema foi o quê inspirou Dinah Perry a montar Divas, espetáculo de teatro musical que reestreia em 15 de novembro, sexta-feira, no Teatro Augusta (Sala Experimental), às 21h30.

Dinah assina concepção e direção da montagem que mescla textos autorais, coreografias criadas e interpretadas pela própria atriz e bailarina e direção musical do maestro Edmundo Villani-Côrtes. O espetáculo conta também com participação de quatro bailarinos - Atila Freire, Ricardo Januário, Yuri Ruppini - que contracenam e dançam com Dinah Perry.

Divas é uma montagem que traz como referência o glamour das estrelas dos anos 30, 40 e 50 do século XX, que marcaram época pelo talento, versatilidade e charme. Dinah Perry faz uma releitura desses “anos dourados” dos musicais de Hollywood, simbolizados pelas divas Marilyn Monroe, Liza Minelli, Cyd Charisse, Leslie Caron e Ginger Rogers, mulheres que usaram o corpo como uma forma de expressão.

As cenas e coreografias são inspiradas nas fitas originais do cinema e nas características que imortalizaram as estrelas homenageadas. As referências são explícitas em Divas, mas o espetáculo é uma adaptação das películas originais, feita por Dinah Perry. Inclusive a trilha sonora segue a mesma linha: são temas originais, criados pelo maestro Villani-Côrtes, que trazem apenas referências das trilhas dos filmes. A música ao vivo, executada pela pianista Deise Hattum, é outro artifício usado pela atriz e bailarina para promover interação entre as cenas e maior proximidade ccom o espectador.

O cenário reconstitui um cabaré, proporcionando o clima apropriado à encenação intimista e densa. Os elementos cênicos ficam expostos. As caracterizações são coreografias à parte: realizadas na frente do público, provoca curiosidade e fascínio ao revelar o ato de compor uma personagem com simplicidade, delicadeza e arte.

As personagens vividas por Dinah são instrumentos para elucidar e explorar o universo feminino mergulhando em temas como paixão, sensualidade, melancolia e amor, traduzidos em diferentes situações vividas pelas “divas”. Ela quer mostrar de forma poética a força da mulher; uma mulher que deixa sua marca na história da sociedade por meio do comportamento e das posturas sociais e artísticas.

O espetáculo une teatro e dança com a linguagem artística particular de Dinah Perry. Ela selecionou algumas cenas marcantes de musicais, estrelados pelas atrizes em questão, e as traduziu para o palco explorando os simbolismos das expressões femininas universais, contrapondo a realidade e o sonho, características antagônicas comuns ao universo da mulher. A realidade aparece nos textos autorais lúdicos, abrindo cada cena teatral; já o sonho da mulher se revela em forma de idealismo e fantasia, quando Dinah incorpora Marilyn, Liza, Cyd, Leslie ou Ginger e o corpo dançante se revela como expressão máxima da alma feminina. 

Ficha técnica
Musical: Divas
Concepção, direção e coreografia: Dinah Perry
Elenco: Dinah Perry e bailarinos/atores (Atila Freire, Ricardo Januário, Yuri Ruppini).
Música (composição e adaptação): Edmundo Villani-Côrtes
Piano: Deise Hattum
Preparação vocal: Efigênia Côrtes
Preparação corporal: Fernando Machado
Fotos: Dennis Phillipps
Serviço
Estreia: 15 de novembro de 2013 – sexta-feira – às 21h30
Teatro Augusta (Sala Experimental)
Rua Augusta, 943 – Consolação/SP – Tel: (11) 3151-4141
Temporada: sexta (21h30), Sábado (21 horas) e domingo (19 horas) – Até 15/12/13
Ingresso: R$ 50,00 (meia: R$ 25,00) – Duração: 70 minutos – Gênero: Teatro musical
Classificação etária: 12 anos - Bilheteria: 4ª a 5ª (14h às 21h), 6ª (14h às 21h30), sáb. (15h às 21h) e dom. (15h às 19h) - Lotação: 50 lugares - Aceita dinheiro e cartões (MC, D, V, RS e VE). Reservas p/ telefone: 4ª a sáb. (15h às 19h) e dom. (15h às 17h) - Ingressos antecipados: www.ingressorapido.com.br (tel 4003-1212). Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento conveniado no local – Site: www.teatroaugusta.com.br

Dinah Perry

Com formação clássica, teve um papel importante no contexto da dança dos anos 80 ao lado da Cia. de Dança Jazz Company, na qual assinou direção, além de contribuir ativamente com a formação do panorama atual da dança e teatro-dança no Brasil. Formada pela Escola Municipal do Teatro Municipal de São Paulo, trabalhou com grandes nomes do jazz da dança de Nova York como Lene Dalle, Fred Beijamin, Jojo Smith e Redha Beintejour, entre outros. Dirigiu e coreografou inúmeros musicais e eventos no Brasil e Exterior, entre os quais destaque para O Mágico de OZ, ganhador do Prêmio APETESP de Melhor Coreografia.

No campo da dança contemporânea, Dinah já trabalhou com Sandro Borelli, Zetta, Ivonice Satie, Anselmo Zolla, Henrique Rodovalho, Denise Namura e Michel Bugdan, Armando Duarte (radicado nos E.U.A.), Mário Nascimento, Luis Arrieta, Jorge Garcia e Sérgio Rocha. Em teatro, com grandes diretores como Jorge Fernando, Paulo Goulart, Wolf Maia, Abelardo Figueiredo, Bárbara Bruno e José Capraroli. Possui também ampla vivência em circo ao lado do Circo Escola Picadeiro, Oz e Denise Lopes. Ela foi primeira bailarina e coreógrafa da tradicional casa de espetáculos Palladium, além de estagiar na Alemanha (Berlim), na Companhia Friedrichstadst – Palast.

Como coreógrafa e bailarina, Dinah Perry trabalhou nas seguintes montagens: São Paulo Night and Day (com Wilma Dias, Agnaldo Rayol, Pery Ribeiro e Maria Della Costa); Em Dia Com a Noite (com Elizete Cardoso); Sampa Rio Samba (com Mielle e Rose Meyre); Fantópera da Asma (com Lucinha Lins e Cláudio Tovar); Burlesque (com Dercy Gonçalves); Spot Light (com Lucinha Lins e Mielle); Meu Brasil Brasileiro (com Vilma Dias, Osaka/Japão), Meu Refrão Olê Ola (com Tony Ramos), Dercy e Peri Ribeiro; Broadway 125 e Dança dos Corpos (de Cláudio Maksoud); Oh! Calcutá; O Show Não Pode Parar; Jazz Company in Concert; Muito Especial; Brazilian In Concert (Osaka/Japão); musicais Vanessa Rangel, Zezé de Camargo e Luciano (direção Wolf Maia) e Criança Esperança (direção Jorge Fernando).

Dançou nas companhias FAR 15 (de Sandro Borelli), Pults (de Marcelo Bucoff e Jorge Garcia) e Cia. de Dança de Diadema (de Ivonice Satie). Atualmente, Dinah desenvolve o projeto de pesquisa Teatralização do Movimento, ligada à dança, teatro e circo, que insere uma visão teatral na estrutura e conceito da dança, buscando novas formas de pensar e fazer a dança contemporânea. Trabalhos desenvolvidos dentro do processo desta pesquisa: O Mágico de Oz, dir. José Caprarole (intérprete, coreógrafa e criação corporal); Cinderela, de José Wilker (intérprete, coreógrafa e criação corporal); Look, Book, Hip, House, direção Bárbara Bruno (intérprete, coreógrafa e criação corporal); O Amor Venceu, direção Bárbara Bruno (criação corporal);  Vertigem, da 7 Cia de Dança (intérprete, direção e coreografia); O Cavalo na Montanha (criação corporal e coreografia); Manifesto de Uma Pessoa Feliz”, (criação corporal e coreografia); X Y, A Verdadeira Diferença Entre os Sexos (criação, direção, interpretação e coreografia); Retiro dos Anjos (concepção, direção, criação corporal e coreografia).

Atualmente desenvolve seu trabalho de pesquisa de linguagem com a companhia Artista do Corpo, na qual assina concepção e preparação corporal de O Cavalo na Montanha; concepção e coreografia de XY A Verdadeira Diferença Entre os Sexos (+ direção), Fração de Segundo (+ direção), Sonhos de Uma Noite de Verão (também direção), A Noite do meu Bem, Por um Triz, Ir, Pra Onde Ir?, Mulheres Alteradas (também direção), Por Enquanto.... (também direção), Solo, Duo e Trio (também direção) e Pensando Sobre... (também direção).

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Dimos Goudaroulis apresenta segunda trilogia de Bach: LOGOS-DIÁLOGOS tem coreografias de Tíndaro Silvano, Ismael Ivo e deborah Colker

Sesc Vila Mariana apresenta a última semana de Logos-Diálogos - 6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança. O espetáculo, concebido pelo violoncelista Dimos Goudaroulis reúne criações originais de coreógrafos brasileiros contemporâneos, especialmente para as seis Suítes de Bach. Fechando a programação, Tíndaro Silvano, Ismael Ivo (foto) e Deborah Colker mostram suas coreografias para a segunda trilogia das Suítes de Bach para Violoncelo e Dança. 
 
As apresentações acontecem nos dias 25, 26 e 27 de outubro, sexta e sábado, às 21 horas, e domingo, às 18 horas. No palco, uma performance única que coloca a música de Bach, executada ao vivo por Goudaroulis, em constante diálogo e sintonia com a dança.
 
Goudaroulis estreou Logos-Diálogos em maio de 2012, no Teatro Alfa, em São Paulo. A curta temporada só não atingiu o ápice porque o músico sofreu um acidente fraturando o punho direito, fato que o impediu de tocar durante as apresentações. O espetáculo seguiu com a música mecânica de seu álbum Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo.
 
Dimos Goudaroulis é o fio condutor deste singelo e também sofisticado jogo entre a multiplicidade cênica dos coreógrafos e a unidade musical do compositor. Cada um exibe sua leitura poética em forma de dança para esta obra prima universal. A primeira trilogia foi apresentada nos dias 18, 19 e 20 de outubro. Jorge Garcia abriu o espetáculo com uma leitura teatral para esta trilogia, muito propícia ao início, à criação, ao Gênesis. Na Suíte II, de tonalidade mais escura, Luis Arrieta interiorizou Bach, em solo mais conceitual para simbolizar a queda, o sofrimento. Fechando a primeira trilogia, com a eloquente e sonora Suite III, Henrique Rodovalho inspirou-se na luminosidade para expressar o sentimento que eleva e liberta a alma.
   
A coreografia de Tíndaro Silvano para a Suíte IV (primeira da segunda trilogia) tem estética neoclássica para reportar à figura do Pai, à nobreza, à reverência. Para a Suíte V, a mais escura e profunda de toda a obra, Ismael Ivo apresenta uma performance contemporânea/instalação de corpo e música, interiorizando as notas de Bach carregadas do simbolismo da Paixão. Fechando a trilogia, bem como o espetáculo concebido por Goudaroulis, Deborah Colker traz para a excepcional e virtuosística Suíte VI uma coreografia que simboliza a transformação, a salvação, a iluminação. 
 
“Minha opção é a de tocar as suítes o mais fielmente possível ao original” (D.G.)
 
Para todos os grandes violoncelistas, as seis Suítes Para Violoncelo Solo de Bach são fontes inesgotáveis de todo conhecimento e sabedoria, um caminho para a iluminação. “As Suítes de Bach têm me acompanhado durante toda a minha vida de músico. Elas são o meu pão de cada dia, o texto sagrado que nunca parei de tentar entender, explicar, decodificar, interpretar...”, afirma o músico grego, radicado no Brasil desde 1996.
 
Logo depois do lançamento, em Julho de 2011, de seu álbum duplo Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo, executadas com violoncelo barroco e absoluta fidelidade ao manuscrito de Anna Magdalena, Goudaroulis passou a se dedicar ao audacioso projeto Logos-Diálogos - 6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança
 
O músico propôs a cada coreógrafo convidado uma determinada suíte. A partir do diálogo contínuo sobre o caráter e cor de cada suíte, eles trabalharam individualmente na concepção e elaboração das coreografias. “As Suítes são música pura, íntima, profunda; e a música de Bach é um discurso, segue as leis da retórica. Assim, as coreografias foram concebidas também como discurso. Um discurso de gestos ricos na representação do simbólico resultando num mergulho profundo em Bach, traduzindo as muitas e muitas camadas de significado que estão presentes na obra dele”.
 
Logos-Diálogos é carregado de significados. “Logos”, palavra grega, significava inicialmente a palavra, o Verbo, mas também o Princípio. No cristianismo, passou a referir, especificamente, Jesus Cristo: “No princípio era o verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” [O Evangelho Segundo João, 1:1,2]. Ao longo do tempo, acabou ganhando novos sentidos, passando a traduzir amplamente o conceito de ‘razão’, tanto a capacidade de racionalização como o princípio cósmico da Ordem e da Beleza. ‘Diálogos’, palavra também vinda do grego [dia = através, logos = palavra], traduz uma conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas. No caso do projeto simboliza todos os diálogos – entre música e dança, entre som e movimento, entre passado e presente, que inclui os envolvidos, inclusive a plateia.
Ficha técnica
Espetáculo: LOGOS-DIÁLOGOS
6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança
Concepção, direção artística e violoncelo: Dimos Goudaroulis
Realização: Sesc SP
Idealização: Luiz Felipe d’Ávila
Coreógrafos: Jorge Garcia, Luis Arrieta, Henrique Rodovalho, Tíndaro Silvano, Ismael Ivo e Déborah Colker.
Cenografia e figurinos: Fábio Namatame
Iluminação: Joyce Drummond
Direção de produção: Darson Ribeiro
Serviço
Dias 25, 26 e 27 de outubro (sexta a domingo) - segunda trilogia:
  • Tíndaro Silvano e nove bailarinos do Grupo Vórtice: Suíte IV
  • Ismael Ivo solo: Suíte V
  • Deborah Colker e seis bailarinos convidados: Suíte VI 
Local: Sesc Vila Mariana (Teatro) - www.sescsp.org.br
Rua Pelotas, nº 141. Vila Mariana/SP. Tel: (11) 5080-3000
Horários: sextas e sábados (21 horas) e domingos (18 horas)
Ingressos: R$ 32,00, R$ 16,00 , R$ 6,40. Bilheteria: Terça a sexta (9h-21h30), sábado (10h-21h30), domingo (10h-18h30). Classificação etária: 12 anos. Duração: 75 min (1ª trilogia) e 80 min (2ª trilogia). Estacionamento: R$3,00 (R$1,00, h adicional) e R$ 6,00 (R$2,00, h adicional) 
 
Os coreógrafos
Tíndaro Silvano formou-se bailarino pelo Palácio das Artes, em Belo Horizonte e aperfeiçoou-se com mestres como Hugo Dellavalle e Bettina Bellomo. É hoje maître de balé e coreógrafo do Ballet Jovem do Palácio das Artes de Belo Horizonte, e ao mesmo tempo atua com diversas companhias de dança brasileiras, entre elas Ballet Guaíra, Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Grupo Cisne Negro. Tem forte presença no exterior, com atividades em Portugal, Alemanha, França, Holanda, Argentina e Finlândia.
 
O paulistano Ismael Ivo teve carreira meteórica como bailarino, destacando-se rapidamente no Brasil e logo na cena internacional. Em 1983 tornou-se membro da Alvin Ailey Dance Center. De 1985 a 1996 viveu em Berlim trabalhando com Johann Kresnik, coreógrafo da German Dance Theatre, e com Ushiu Amagatsu, diretor e coreógrafo do grupo Sankai Juku. Por dez anos foi diretor artístico do International Festival Tanzwochen, em Viena. Em 2005 foi nomeado curador do Festival Internacional de Dança Contemporânea da Bienal de Veneza.
 
Deborah Colker cursou Psicologia, foi jogadora de vôlei e estudou piano por 10 anos. A partir de 1980 dançou, coreografou e deu aulas durante oito anos no Grupo Coringa. Convidada para coreografar os movimentos da peça A Irresistível Aventura, em 1984, deu início à vertente mais importante de sua carreira nos anos seguintes - diretora de movimento -, vindo a trabalhar com grandes diretores e atores do País. Em 1994 fundou sua própria companhia de dança. Em 2009 criou e dirigiu "Ovo", espetáculo do Cirque Du Soleil.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Nunca Mais, de Leo Chacra, trata da relação afetiva no universo do teatro



Com texto e direção de Leo Chacra, o espetáculo Nunca Mais estreia no dia 2 de novembro, sábado, no Teatro da Livraria da Vila, às 18 horas. A peça conta a história de um casal - interpretado por Lívia Prestes e Tiago Moraes - que ensaia uma peça de teatro, na qual os personagens estão terminando uma relação amorosa e eles, atores, iniciando uma história na vida real.
 
O diretor conta que para compor seus personagens, os atores foram buscar referências em suas memórias pessoais da vivência no meio teatral. Eles podem ser classificados como típicos atores da atualidade. Ele está na faixa dos 35 anos e ela tem pouco mais de 20. O ambiente de trabalho, no caso o teatro, mistura-se com o cotidiano dos dois, com a afetividade, com a vida sexual e particular do casal.
 
A história é contada com leveza e até mesmo com um pouco de humor. Segundo Leo Chacra, “este casal de atores prova que o cenário e os personagens das relações afetivas podem mudar, mas as pessoas são sempre pessoas, com suas brigas, erros, desejos e sonhos”.
 
Para escrever o texto, Chacra buscou inspiração em filmes e peças que tratam desse universo particular do amor entre atores e do trabalho autoral do ator, que também escreve seus textos. Na direção, ele optou por uma encenação naturalista e por um único cenário. Sutilezas no figurino, em detalhes do ambiente e na trilha sonora levam o público a identificar o universo contemporâneo das personagens. “Estamos discutindo uma história afetiva e não a estética do teatro. No centro do enredo está a condição humana - de qualquer pessoa - diante do impasse, quando não há mais chance de mudar uma situação”. Argumenta Leo Chacra.
 
Roberta está fazendo sua primeira peça. E nesta estreia ela vive uma personagem que é real nas ilusões do autor, também seu parceiro de cena. A atriz e a personagem têm muita coisa em comum. Roberta vai descobrindo isto. Para Livia Prestes, a peça deixa bem clara a dimensão da loucura e da paixão que os atores têm pela profissão. “Relacionamentos afetivos no ambiente de trabalho é muito comum. No teatro isto também se dá, por meio da convivência, da descoberta do outro. E esta proximidade profissional pode tanto unir como distanciar os amantes. Nunca Mais fala de vida, em especial, da vida e da ética no teatro.” Comenta a atriz.
 
Também o ator Tiago Moraes reforça que ponto forte da peça é mostrar as relações humanas além do universo teatral. “A intensidade do relacionamento dessa atriz com esse autor faz o trabalho valer a pena. O modo como eles vão se apaixonando e as dificuldades, provocadas pela perda de um outro amor, torna ainda mais envolvente esse choque na relação dos dois”. Livia e Tiago afirmam que a possibilidade de interpretar o papel de um ator (ou atriz) e viver o mesmo personagem em dimensões e tempos diferentes (na história atual e no passado) é um dos prazeres que encontram neste trabalho.

O enredo

Marcelo vem ensaiando o seu texto de teatro com Roberta. Eles são os atores de uma história onde os personagens estão passando por uma crise conjugal. Quanto mais Marcelo e Roberta se aproximam no processo dos ensaios (na vida real), mais os protagonistas da história (na ficção) se afastam.

A relação deste atores está evoluindo, estão se envolvendo. Parece que ela, finalmente, vai ceder aos encantos do rapaz e aceitar o convite para jantar, após o ensaio. Neste momento da trama eles começam a se desentender. Discordam sobre o rumo dos sentimentos das personagens e também do estilo do espetáculo. Ela ameaça abandonar os ensaios e chega a pedir que ele reescreva a peça.

Marcelo - que já vive uma relação indefinida com outra jovem atriz - descobre que Roberta está envolvida com um diretor de teatro, homem mais experiente que o vê como um ingênuo amador. Enquanto os problemas afloram e suas vidas se aproximam, Roberta descobre que a peça é uma história verdadeira, mas com final diferente do ocorrido. “O texto que o personagem Marcelo escreveu é um fato real de sua vida, cujo final foi trágico. Agora ele quer reescrever a sua história”. Afirma o autor. A imagem da mulher que ele amou na vida real o assombra até ser “exorcizada” no final da peça.

Ficha técnica

Espetáculo: Nunca Mais

Texto e direção: Leo Chacra

Elenco: Livia Prestes e Tiago Moraes

Cenário: Leo Chacra

Iluminação: Tiago Moraes

Figurino e visagismo: Maraí Senkevics e Lila Guimarães

Trilha sonora: Régis Trovão

Assistente de direção: Lila Guimarães

Arte: Diego Basanelli

Fotos: Tiago Moraes

Produção geral: Grupo Tetrófilos e Unósso de Teatro

Produção executiva: Leo Chacra e Livia Prestes

Serviço

Estreia: 2 de novembro – sábado – às 18 horas (horário excepcional no feriado)
Teatro Livraria da Vila – Shopping Pátio Higienópolis
Avenida Higienópolis, 618 – Higienópolis/SP. Tel: (11) 3660-0230
Temporada: sábado (20 horas) e domingos (às 18 horas) – Até 15/12
Ingresso: R$ 40,00 (meia: R$ 20,00)
Gênero: Drama. Duração: 60 min. Classificação etária: 12 anos. Capacidade: 65 lugares.
Aceita cartões: crédito débito e crédito (V, MC, Ax). Bilheteria: seg. a sáb. (10h às 22h), dom. e feriados (13h às 21h). Também na bilheteria Teatro da Livraria da Vila - Shopping Jk Iguatemi (seg. a sáb., das 10h30 às 22h, e dom., 12h às 20h). www.ingressorapido.com.br (tel: 4003-1212). Ar Condicionado. Acesso universal. Site: www.livrariadavila.com.br

Leo Chacra – autor e diretor
O paulistano Leo Chacra é formado em Artes Cênicas pelo Teatro Escola Célia Helena. Autor do romance Road Movie Doméstico, tem mais de 10 anos de carreira atuando como ator, autor de diretor teatral. Leo é também o palhaço Leleco, tendo como mestres Bete Dorgan e Roger Avansi, e artista de  stand up comedy, sendo um dos fundadores do grupo Clownbaret. Atuou em Estado de Sítio, sob a direção de Maecelo Lazzaratto, e Jardim das Cerejeiras, com direção de Luciano Chirolli; dirigiu o Grupo Sete em Seis Atrizes em Busca de Um Diretor, de Felipe Sant'Ângelo; atuou e dirigiu a peça Falecida Senhora Sua Mãe, de Georges Feydeau. Como dramaturgo, assina os textos România (também diretor), Sessão da Tarde (ainda como ator e diretor), Comédia dos Esquemas (na qual atuou sob direção de Antonio Rocco), Esconderijo (também diretor) e Epidemia Franciscana, que será encenada por Roney Facchini.
Livia Prestes – atriz
Atriz formada pela Faculdade Paulista de Arte, Livia Prestes participou de leituras dramáticas no Sesc-SP como atriz e pesquisadora do grupo Teatro D’adversidade, entre elas Memórias de um Sargento de Milícias e O Alienista.  Perticipou dos espetáculos Cacuriá, Pé no Terreiro (teatro folclórico com o Grupo Cupuaçu), O Casamento do Brasil (direção de Fábio Neppo), Joana do Mar (direção de Márcia Medina), Esconderijo (direção Leo Chacra), A Liga do Improviso (jogos de improvisação Teatro Silvio Romero), entre outros, além de escrever, atuar e dirigir no Angu Coletivo. Na televisão atuou no seriado Sandy e Jr. (rede Globo) e foi protagonista no seriado Galera (TV Cultura). Livia é apresentadora do programa Estilo Sony no canal Sony Etretaiment Television e possui no currículo diversos trabalhos em publicidade.
Tiago Moraes – ator
Vencedor do prêmio de Melhor Ator no Festival de Cinema de Natal com o filme Domésticas de Fernando Meireles, Tiago Moraes atuou ainda em Onde Anda Você (direção de Ségio Rezende), Cabra-Cega (direção de Toni Venturi), Os Doze Trabalhos (direção de Ricardo Elias), entre outros. Em TV, atuou na novela Jamais te Esquecerei (SBT), na mini-série Vento na Janela (TV Cultura) e na série Retrato Falado (Rede Globo), entre outros. No teatro, mais recentemente, trabalhou em Sobre a Neve em Frente à Torre Eiffel (como diretor), O Tempo não para Minha Flor (como diretor) e Cheiro de Céu (como ator).

‘Frank-¹’, peça inédita da Cia. Teatral Arnesto nos Convidou, integra o projeto ‘Imersão Samir Yazbek’ no Sesc Santana

Helio Cicero, Samir Yazbek, Djin Sganzerla - fotos: Fernando Stankuns
Além do novo espetáculo, a programação do projeto ‘Imersão Samir Yazbek’ traz apresentações de outras três peças da Companhia, leitura de textos de Yazbek e workshops com integrantes do grupo.

‘Frank –1’ é o mais recente trabalho da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou. Com texto de Samir Yazbek, a montagem ganhou direção conjunta de Helio Cicero e do próprio Samir Yazbek. Ambos também atuam na peça ao lado da atriz Djin Sganzerla.

O espetáculo inspira-se na engenharia genética para contar, por meio do Homem (papel de Samir Yazbek), a história do Cientista (interpretado por Helio Cicero) e da Criatura (vivida por Djin Sganzerla), primeiro ‘ser humano’ gerado em laboratório. A estreia acontece no dia 31 de outubro, quinta-feira, às 21 horas, no Sesc Santana. A temporada segue até 15 de dezembro, sempre aos sábados (21 horas) e domingos (18 horas). Haverá espetáculo, excepcionalmente, no dia 1º de novembro, sexta-feira, às 21 horas.

‘Frank –1’ reúne artistas que participaram dos dois trabalhos mais recentes da Companhia (‘As Folhas do Cedro’ e ‘Fogo-Fátuo’), Telumi Hellen (Cenografia e Figurino) e Osvaldo Gazotti (Iluminação), além da produção e administração de Silvia Marcondes Machado (Mecenato Moderno). A trilha sonora é composta por Gregory Slivar.

Durante a temporada de ‘Frank –1 será apresentado (às sextas-feiras) o repertório da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou: dia 8 de novembro às 21h e 15 de novembro às 18h – ‘As Folhas do Cedro’ (Prêmio APCA 2010 de Melhor Autor); dia 22 de novembro às 21h – ‘Fogo-Fátuo’ (2012); dias 29 de novembro, 6 e 13 de dezembro às 21h – ‘O Fingidor’ (Prêmio Shell 1999 de Melhor Autor). ‘Fogo-Fátuo’ e ‘As Folhas do Cedro’ contam com o elenco original e ‘O Fingidor’ com parte do elenco original (Helio Cicero e Douglas Simon), além de atores de ‘As Folhas do Cedro’, como Daniela Duarte e Gabriela Flores. Samir Yazbek faz uma participação especial em ‘O Fingidor’, como Alberto Caeiro.

A programação de ‘Imersão Samir Yazbek’ traz também leituras dramáticas (dias 9, 16 e 23 de novembro, sábados, às 15 horas) de outros textos do autor, com participação de artistas convidados, alguns deles envolvidos com as montagens originais das peças. São elas, respectivamente: ‘A Entrevista’ (2004), com Lígia Cortez e Marcelo Lazzaratto (também direção); ‘A Terra Prometida’ (2001), com Luiz Damasceno e Marco Antônio Pâmio, direção de Luiz Arthur Nunes; e o inédito ‘Os Gerentes’ (2009), com a Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes, direção de Ednaldo Freire.

Destaque também para workshops (sábados, às 13h), ministrados por integrantes da Companhia e um de seus principais colaboradores, cujos temas são ligados às suas áreas de atuação: ‘Presença e Transfiguração’ (30 de novembro), com Antônio Januzelli; ‘Dramaturgia em Movimento’ (7 de dezembro), com Samir Yazbek; ‘A Palavra Poética em Cena’ (14 de dezembro), com Helio Cicero.

Enredo


A história de ‘Frank-1’ é narrada pelo Homem, um autor teatral que, diante de uma Comissão de Ética do Senado, por meio de suas memórias e reflexões, conta a história do Cientista e da Criatura.
A narrativa acompanha a trajetória da Criatura, desde o momento em que ela descobre ter sido gerada em laboratório por um homem que acreditava ser seu pai, passa pelo enfrentamento de terríveis mutações genéticas em seu corpo, e culmina na busca de um sentido para a sua existência. Ao mesmo tempo em que se mostra cúmplice da Criatura, o Homem compreende o sonho prometéico da ciência moderna, representado pelo Cientista. 

O enredo, pontuado pelo humor, culmina com uma licença poética do narrador, que se contagia pelas personagens ao criar um final inspirador, sobretudo para a Criatura. Há pelo menos três níveis possíveis de leitura em ‘Frank-1’: o diálogo entre pai e filha; entre o cientista e a criatura; e entre o criador e o ser humano.

Encenação

Sem se ater às características da ficção científica, presentes no cinema e na literatura do gênero, ‘Frank-1 se ampara em uma cenografia minimalista que valoriza o espaço cênico, além de um figurino que destaca o aspecto mítico das personagens.

Através de elementos épicos e dramáticos da narrativa, a montagem aprofunda as questões éticas implicadas na reinvenção do ser humano por meio da engenharia genética. A peça também explora as complexas relações entre o dramaturgo/narrador e suas personagens, durante a criação da peça.

Considerando a estética do film noir, a iluminação pontua o suspense do thriller, e reforça a metalinguagem por meio da manipulação dos refletores pelo autor. A trilha sonora colabora com a ambientação do thriller, além de reverberar as consciências dilaceradas das personagens, em suas tortuosas relações.

Pesquisa

‘Frank-1’ insere-se na linha de trabalhos da Companhia Teatral Arnesto nos Convidou que busca amalgamar elementos épicos e dramáticos do Teatro, servindo-se da metalinguagem para traduzir as inquietações do autor, como ocorria em ‘O Fingidor’ e ‘As Folhas do Cedro’. Assim como se deu em ‘Fogo-Fátuo’, ‘Frank-1’ traz Yazbek de volta aos palcos, agora como dramaturgo/narrador, mesclando seu depoimento pessoal a uma ficção que teatraliza, em forma de parábola, a revolução que a engenharia genética vem promovendo nas últimas décadas.

‘Frank-1’ fecha a tetralogia de uma obra que tem se caracterizado pela complementaridade das funções em Yazbek, como autor, diretor e ator. Essa trajetória começa com ‘O Fingidor’, peça em que o dramaturgo dialoga com a poética de Fernando Pessoa através da criação de um ‘heterônimo vivo’, passa por ‘As Folhas do Cedro’, em que a narradora, ao investigar sua ascendência libanesa, revela-se o alter ego do autor, e culmina em ‘Fogo-Fátuo’, em que o metateatro se evidencia com a presença de Yazbek em cena, discutindo o fazer artístico no mundo contemporâneo.

Em ‘Frank-1’, o autor assume a integralidade do jogo teatral, enfrentando o desafio de contar, como ator, uma história de interesse social premente. Para a realização desses trabalhos, é de fundamental importância a parceria com Helio Cicero, seja como ator, coautor e agora diretor teatral.

A peça teve sua primeira leitura dramática no Auditório da Folha de S.Paulo, em junho de 2013.

Título

O título da peça é uma alusão ao livro ‘Frankenstein ou o Moderno Prometeu’ (1831), de Mary Shelley, em que se apresenta uma criatura monstruosa, mas de boa índole. ‘Frank-1’, ao trazer o ‘menos um’ como potência de ‘Frank’, retrata uma criatura inversa da original - que mais parece se aproximar do espírito de nosso tempo -, ou seja, um ser belo de alma atormentada. 

Ficha técnica / serviço

Espetáculo: ‘Frank-1’
Texto: Samir Yazbek
Direção: Helio Cicero e Samir Yazbek
Elenco: Helio Cicero, Djin Sganzerla e Samir Yazbek
Cenografia e figurino: Telumi Hellen
Iluminação: Osvaldo Gazotti
Trilha sonora original: Gregory Slivar
Projeções: Geandre Tomazoni
Voz em off: Marina Flores
Assistência de direção: Izabel Hart
Visagismo: Emerson Murad
Programação visual: Diego Spino
Operação de luz: Osvaldo Gazotti
Operação de som e montagem de palco: Vinícius Andrade
Vídeo: Daniel Lopes
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicações
Assistência de produção: Patricia Borba e Henrique Alves
Produção executiva: Marcela Sanchez Cappabianco
Produção e administração: Silvia Marcondes Machado/Mecenato Moderno
 
Sinopse: O próprio dramaturgo narra a história de sua amizade com um geneticista que gerou o primeiro ‘ser humano’ em laboratório.
 
Estreia: 31 de outubro- quinta-feira – às 21 horas
Sesc Santana (Teatro) - www.sescsp.org.br
Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Santana/SP - (11) 2971-8700
Temporada: de 31 de outubro a 15 de dezembro
1ª semana (31/10 a 3/11): quinta, sexta e sábado (às 21h) e domingo (às 18h)
2ª semana em diante: sábados (às 21h) e domingo (às 18h)
Ingressos: R$ 24,00, R$ 12,00, R$ 4,80 - Unidades ou Portal Sesc.
Gênero: drama cômico. Duração: 50 min. Classificação etária: 14 anos.
Estacionamento - R$ 7,00 p/ período (desc. 50% p/ matriculados no Sesc).
Bilheteria/Sesc Santana: de ter. a sáb. (10h às 21h) e dom. (10h às 19h).
Aceita cheque, cartões/crédito (V, MC, DC e AE) e débito (VE, MCE, M, RS e CE).