segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Lua de Sangue reúne textos de Garcia Lorca em encenação da Escola de Atores Wolf Maya


A Escola de Atores Wolf Maya apresenta espetáculo Lua de Sangue, concebido por sua Turma M6A, inspirado em obras de Frederico Garcia Lorca.

Com direção de Kleber Montanheiro, as apresentações acontecem nos dias 9 e 10 de março (sábado e domingo) e entre os dias 14 e 17 de março (quinta a domigo), no Teatro Nair Bello.

A montagem é um estudo que celebra o universo de García Lorca (1898-1936). O grupo de formandos coloca em cena um diálogo cruzado que se estabelece entre três importantes obras do poeta e dramaturgo espanhol: Bodas de Sangue, Yerma e A Casa de Bernarda Alba. Segundo o diretor, a peça traz as relações existentes nos três textos. A história se passa em uma aldeia por onde circulam personagens de Bodas de Sangue que se relacionam com outros de Yerma e A Casa de Bernarda Alba.

Kleber Montanheiro é produtor, ator, diretor, cenógrafo, figurinista e iluminador. Com formação plural, trabalhou como assistente e criador de mestres do teatro nacional como Gianni Ratto, Roberto Lage, Wagner Freire, Antônio Abujamra, Myriam Muniz e Naum Alves de Souza. Ganhou os prêmios: APCA 2008 por Sonho de Uma Noite de Verão e FEMSA 2009 por A Odisséia de Arlequino, ambos de melhor diretor; APCA e FEMSA 2012 pelos cenários e figurinos de A História do Incrível Peixe Orelha; e FEMSA 2013 de melhor iluminação por Crônicas de Cavaleiros e Dragões, de Paulo Rogério Lopes - inspirado em livro A Saga de Siegfried, de Tatiana Belinky.

Ficha técnica - Texto: Frederico García Lorca (adaptação coletiva de Bodas de Sangue, Yerma e A Casa de Bernarda Alba). Direção, cenário e desenho de luz: Kleber Montanheiro. Elenco: Turma M6A da Escola de Atores Wolf Maya - André Albuquerque, Andressa Miranda, Bruno Peres, Carolinne Assis, Carol Meyer, Giovanna Paola, Giovanni Pilan, Larissa Antonello, Layla Faraj, Liz Olivier, Lucas Amorim, Luiza Loup, Luiza Martucci, Marcela Fernandes, Marcela Furlan, Natália Melli, Rafael Licks, Rayssa Emy, Thaisa Carvalho e Thiago Lima. Trilha sonora: criação coletiva. Figurino: criação coletiva com apoio do acervo da Cia. da Revista. Preparação vocal: Alessandra Zalaf. Operação de luz: Beto Martins. Assistência de direção: Luana Pessi e Sarah Angelis. Produção executiva: Maristela Bueno. Produção: Rodrigo Trevisan e Renato Campagnoli. Design gráfico: Felipe Barros. Coordenação pedagógica: Josemir Kowalick. Coordenação geral: Hudson Glauber. Realização: Escola de Atores Wolf Maya.

Serviço

Espetáculo: Lua de Sangue
Dias 9 e 10 de março - sábado (21h) e domingo (às 19h)
Dias 14, 15, 16 e 17 de março - quinta a sábado (às 21h) e domingo (às 19h)
Ingressos: R$ 15,00 - Vendas na bilheteria do teatro.
Duração: 80 min. Gênero: Drama. Não recomendado para menores de 12 anos.
Bilheteria: quarta a sábado (15h às 21h) e domingo (15h às 19h)

Teatro Nair Bello
Rua Frei Caneca, 569 - Shopping Frei Caneca, 3º Piso. Centro - SP/SP.
Tel: (11) 3472-2442. Capacidade: 201 lugares.
Ar condicionado. Acessibilidade.

Darson Ribeiro leva O HOMEM QUE QUERIA SER LIVRO às bibliotecas municipais em apresentações grátis, em março

Darson Ribeiro apresenta, em março, seu espetáculo solo no circuito
Biblioteca Viva, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo,
passando por Itaquera, Ermelino Matarazzo, Vila Prudente, Santana,
Aricanduva, São Miguel Paulista, Pinheiros, Tatuapé, Perus e Vila Carrão.

Foto de Eliana Souza
O Homem que Queria Ser Livro é um título criado por Darson Ribeiro diante de um misto de história pessoal da infância e o seu atual momento, sempre tendo o teatro como meio de vida e expressão. Convidou Flavio de Souza para desenvolvê-lo, diante do que o próprio autor chama de “ótima embocadura para o ator”. Flávio é autor premiado com Fica Comigo Essa Noite e Castelo Ra Tim Bum. “Flavio consegue tratar de assuntos atuais e atemporais com dramaticidade e bom humor”, explica Darson.

Foi diante dessa contemporaneidade de pensamentos, mesclada a ensinamentos milenares e, ao mesmo tempo, extratemporais, que surgiu o convite para que Rubens Rusche assumisse a direção. “Rubens é um tipo de diretor que já quase não há. Ele pensa primeiro na lógica da escrita e vai, aos poucos, criando e demarcando laços de vogais a sentenças, dando volume, peso e dramaticidade ao que se lê, com o foco sempre no corpo do ator. O que se fala deve ser sentido primeiramente no corpo, só assim a voz se torna crível para contagiar as pessoas e, consequentemente, a emoção”, diz Darson. “E para fechar essa produção com chave de ouro, convidei Ney Matogrosso para gravar a canção ‘Coração de Luto’, do Teixeirinha, que abre a peça”, finaliza.

Sobre o espetáculo

O título O Homem que Queria Ser Livro é quase um trocadilho entre “li-vro” e “li-vre”. Segundo Darson Ribeiro, é o teatro em busca de algo que a maioria das pessoas, muitas vezes, esquece ou mesmo ignora: a retomada da criança interior, no sentido humanista da ação.

Com esta montagem, Darson não teve como objetivo realizar uma “ode” ao livro, mas utilizar-se desse instrumento milenar para, por meio do teatro, reforçar ao to de “pensar em si”. Para ele, “a sugestão fica: tudo está em nós mesmos”. Em 45 minutos, em um tom confessional, o ator apresenta de forma crua e sutil, em tons variantes entre drama, humor e poesia, um reverso desse mundo caótico, justamente pela falta de humanidade, e, consequentemente, por falta da leitura, o homem consigo mesmo. E ele cita Jorge Luis Borges: “Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria. ”

Esse ‘homem-livro’ do espetáculo se pendurou aos livros e ficou suspenso no ar – também no sentido metafórico do não alcance terreno, como se as palavras tivessem o poder de suspender, elevar, prum céu sonhado. “As pessoas já não sonham mais, sequer imaginam”, reflete o artista. Ao contrário de um ‘anjo caído’, o ‘homem-livro’ desobedeceu aos homens, não ao Divino, e flutuou nas letras usando as capas dos livros como alicerce. E, diante de tamanho embrenhamento nas histórias, vê-se como Dom Quixote. Mas, afinal, os livros são aquilo que também o faz sair da fantasia e entender a realidade. E aí, ele vence.

Sobre a participação de Ney Matogrosso - A ideia de Darson Ribeiro em convidar Ney Matogrosso foi pela neutralidade do que ele consegue fazer com a voz e, ao mesmo tempo, o tamanho de dramaticidade que ele impõe quando canta.  “Coração de Luto” nunca teve uma versão a capella. A primeira aparição de Darson no palco interpretando uma adaptação desta canção, feita pela sua mãe, aos cinco anos.

O texto, pelo autor Flavio de Souza - “O H. Q. Q. S. L. conta a trajetória de um homem que demorou para descobrir qual era sua missão na vida: fazer parte do grupo que mantém acesa a chama da sabedoria no mundo, neste momento histórico em que a falta de valores da maior parte da humanidade leva cada vez mais à desvalorização de virtudes e humanismo. A partir do título-ponto de partida criado pelo Darson, um ator-realizador, fiz um roteiro-enredo começando pelo amor de ambos pelos livros; e aí escrevi, usando quase que só a parte da minha mente-cérebro, onde atua a intuição, com a firme intenção de tornar divertida uma história um tanto pesada, com o maior número possível de brincadeiras com palavras.

O que diz o diretor Rubens Rusche - Após a perda de um ente querido, diante do enigma da morte e do nada, um homem sai em busca do sentido da vida, buscando nos livros seu alicerce. Nessa solidão, tornando-se um solitário e voraz leitor de livros para se defender da confusão mental que o invade, passa a encarnar, física e psicologicamente, diversos personagens de ficção, entre os quais, o cavaleiro da triste figura, Dom Quixote. No entanto, sofrerá um profundo e devastador abalo: a morte inesperada de sua mãe. Não reunindo mais forças para recorrer à imaginação e fugir assim da realidade, é por fim tragado por um escuro e profundo abismo, um poço sem fundo, que, milagrosamente, consegue superar e retornar à luz, transformado, renascido. O Homem que Queria Ser Livro fala sobre vida e morte, bem como da necessidade que temos de atar essas duas pontas de nossa existência, de modo a formar um eterno círculo, um eterno retorno. Fala da autossuperação através do amor, de como devemos deixar de ser demasiadamente humanos e tornarmo-nos verdadeiramente humanos. O teatro, para nós, não pode ser apenas um meio de expressão estética, um veículo de uma mensagem qualquer ou um local de mero entretenimento. Precisa ser, sobretudo, uma espécie de ferramenta cirúrgica para uma operação transcerebral, para uma descida até o âmago do Ser, até esse ponto imóvel onde jaz a verdadeira criação. Essa perfuração, essa imersão, essa descida até as profundezas do espírito, é o que deve constituir a única pesquisa fecunda do artista.

Ficah técnica: Idealização, título e interpretação: Darson Ribeiro. Texto: Flavio de Souza. Direção: Rubens Rusche. Participação especial: Ney Matogrosso (na canção “Coração de Luto”, de Teixeirinha. Assistentência de Direção: Arnaldo D’Avila. Cenário e figurino: Darson Ribeiro. Fotografia: Eliana Souza. Design gráfico: Iago Sartini. Diagramação: Torino Comunicação. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Visagismo: Claudio Germano. Design de luz: Rodrigo Souza. Iluminotécnica: Ednei Valdoski LPL Lighting Productions. Operação de luz e som: João Marcos Barbosa. Edição de som: Lalá Moreira DJ. Gravação: Estúdio Alma Sintética (RJ). Trilha sonora: Rubens Rusche. Vozes em off: Arnaldo D’Ávila, Juju Bac, João Marcos Costa, Rodrigo Souza e Cris Broilo. Armazenamento e logística: Personnalite Transportes & Mudanças. Produção: Dr Produções. Realização: Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Serviço / BIBLIOTECA VIVA

Cronograma de apresentações:

7 de março (quinta, às 14h30) - Biblioteca Vinicius de Moraes           
Av. Jd Tamoio, 1119, Cj. José Bonifácio, Itaquera. Tel: (11) 2521-6914

9 de março (sábado, às 14h) - Biblioteca Rubens Borba
Rua Sampei Sato, 440, Ermelino Matarazzo. Tel: (11) 2943-5255

10 de março (domingo, às 11h) - Biblioteca Ricardo Ramos
Pça. Centenário de Vila Prudente, 25, Vila Prudente. Tel: (11) 2273-4860

16 de março (sábado, às 11h) - Biblioteca Narbal Fontes
Rua Cons. Moreira de Barros, 170, Santana. Tel: (11) 2973-4461

17 de março (domingo, às 11h) - Biblioteca Milton Santos
Av. Aricanduva, 5777, Jd. Aricanduva. Tel: (11) 2726-4882

20 de março (quarta, às 14h30) - Biblioteca Raimundo de Menezes
Av. Nordestina, 780, São Miguel Paulista. Tel: (11) 2297-4053

23 de março (sábado, às 14h) - Biblioteca Álvaro Guerra
Av. Pedroso de Moraes, 1919, Pinheiros. Tel: (11) 3031-7784

29 de março (sexta, às 14h) - Biblioteca Prof. Arnaldo Giácomo Magalhães
Rua Restinga, 136, Tatuapé. Tel: (11) 2295-0785

30 de março (sábado, às 14h) - Biblioteca Padre José de Anchieta
Rua Antonio Maia, 651, Perus. Tel: (11) 3917-0751

31 de março (domingo, às 11h) - Biblioteca Lenyra Fraccarolli
Pça. Haroldo Daltro, 451, Vila Nova Manchester, Carrão. Tel: (11) 2295-2295


Espetáculo: O Homem que Queria Ser Livro
Idealização, título e interpretação: Darson Ribeiro
Texto: Flavio de Souza. Direção: Rubens Rusche. Participação especial: Ney Matogrosso.
Duração: 45 minutos. Gênero: Drama. Classificação: Livre

Programa: Biblioteca Viva
Temporada: de 7 a 31 de março/2019
Local: Bibliotecas Municipais da Secretaria Municipal de Cultura
Ingressos: Grátis

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Hugo Coelho dirige peça de Aristófanes na formação de atores da Escola Wolf Maya


A Escola de Atores Wolf Maya apresenta espetáculo concebido por sua Turma M6B, A Greve do Sexo, obra de Aristófanes com direção de Hugo Coelho. As apresentações acontecem no período de 22 a 31 de março (de sexta a domingos), no Teatro Nair Bello.

No enredo, exausta das consequências da guerra, Lisístrata, uma ateniense, resolve convocar as mulheres gregas para convencê-las a fazer uma greve de sexo até que seus maridos resolvam assinar um tratado de paz. A montagem um estudo sobre o texto, também conhecido como Lisístrata, do dramaturgo grego (que viveu entre 447 385 a.C.). “Nossa montagem faz uma leitura contemporânea, procurando manter viva a essência provocadora e debochada da obra original", comenta o diretor Hugo Coelho.

Hugo Coelho é formado em filosofia, e ator e diretor de teatro e televisão. No teatro, recentemente dirigiu e adaptou o conto homônimo de Sergio Sant’Anna, O Monstro, com Genezio de Barros no Teatro Vivo. É ganhador do premio Myriam Muniz com o projeto de pesquisa Paixões Humanas, uma breve história do teatro ocidental. Dirigiu, mais recentemente, os espetáculos: À Espera, de Sergio Roveri; Morte Acidental de um Anarquista, de Dario Fo com Dan Stulbach; (Selvagens) Homem de Olhos Tristes, de Händl Klaus, texto comtemporâneo inédito no Brasil; Hoje Tem Mazzaropi, de Mario Viana; Retratos, de William Douglas Home; e Os Jogadores, de Nikolai Gogol. Atuou nos espetáculos: Assim é (se lhe Parece), de Luigi Pirandello, direção de Marco Antônio Pâmio; O Terraço, de Jean Claude Carrière, direção de Alexandre Reinecke; e Motel Paradiso, de Juca de Oliveira, direção de Roberto Lage. Na televisão, trabalhou na Bandeirantes, no SBT e na Rede Globo, nas áreas de teledramaturgia e teleducação como diretor; já como ator, participou das novelas Revelação e Amor e Revolução (SBT) e Água na Boca (TV Band).

Ficha técnica - Texto: Aristófanes. Direção e ambientação cênica: Hugo Coelho. Elenco: Turma M6B - Alexandre Ammano, Amanda Forte, Carolla de Rossi, Christiane Ohnmacht, Dayse Santos, Gabriella Oliveira, Giulia Lucci, Guilherme Hillwegg, Igor Berigo, Isabella Delalamo, Jarla Zimmer, Juliana Oliveira, Marcelo Ullmann, Monique Perdomo, Rafael Alvim, Rebeca Oliveira, Renata Aguirre, Rony Frauches, Vitor Nonno, Yasmine Salomão. Assistência de direção: Debora Rodrigues e Rodrigo Chueri. Preparação vocal: Adriana Pires. Figurino: Carolla de Rossi, Amanda Forte e Gabriella Oliveira. Maquiagem: Amanda Forte. Adereços: Luís Carlos Rossi. Trilha sonora: Marcelo Ulmann, Rony Frauchese e Giulia Lucci. Criação de luz: Rodrigo Alves. Operação de som: Rodrigo Chueri. Produção executiva: Maristela Bueno. Produção: Rodrigo Trevisan e Renato Campagnoli. Design gráfico: Felipe Barros. Coordenação pedagógica: Josemir Kowalick. Coordenação geral: Hudson Glauber. Realização: Escola de Atores Wolf Maya.

Serviço

Espetáculo: A Greve do Sexo
Temporada: 22 a 31 de março
Horários: sextas e sábados (às 21h) e domingos (às 19h)
Ingressos: R$ 15,00 (vendas na bilheteria do teatro)
Gênero: Comédia. Duração: 80 min. Classificação: 12 anos.
Bilheteria: quarta a sábado (15h às 21h) e domingo (15h às 19h).

Teatro Nair Bello
Rua Frei Caneca, 569 - Shopping Frei Caneca, 3º Piso. Centro - SP/SP.
Tel: (11) 3472-2442. Capacidade: 201 lugares.
Ar condicionado. Acessibilidade.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Relação complexa entre Van Gogh e Gauguin aparece de forma poética em ficção de Thelma Guedes com direção de Roberto Lage

Montagem protagonizada por Alex Morenno e Augusto Zacchi estreia no dia 22 de abril, no Teatro Sérgio Cardoso.
           
De outubro a dezembro de 1888, na pequena Arles, na França, dá-se um encontro explosivo entre aqueles que viriam a ser considerados, futuramente, como dois dos maiores artistas da história da humanidade: o holandês Vincent Van Gogh (1853-1890) e o francês Paul Gauguin (1848-1903).

Escrito por Thelma Guedes para o diretor Roberto Lage, o espetáculo Van Gogh por Gauguin é uma ficção na qual Gauguin, em um agonizante delírio, vive sob o peso de sua responsabilidade em relação ao final de vida trágico do amigo Vincent. A peça, que estreia no dia 22 de abril, segunda (às 20h), na Sala Paschoal Carlos Magno do Teatro Sérgio Cardoso, personifica de forma poética, simbólica e onírica os conflitos e a admiração incondicional entre os pintores.

Como não se trata de um espetáculo biográfico, mas de um encontro ficcional entre os artistas - vividos por Alex Morenno e Augusto Zacchi, respectivamente -, a direção priorizou o trabalho de interpretação para criar um universo cênico que remeta aos padrões cromáticos dos dois pintores, levando o espectador a refletir sobre o que levou essa grande amizade a um trágico fim. Tendo como apoio a pesquisa biográfica que traz à luz, sobretudo, os pensamentos artísticos divergentes de ambos, a peça privilegia questões humanas com a força de seu alcance na vida dos criadores.

Em um febril período de apenas dois meses, em que eles dividem a pequena Casa Amarela, em Arles, na isolada região rural francesa, vivendo e pintando juntos, as profundas diferenças de temperamento e de visão artística provocam embates, muitas vezes violentos, culminando no famoso e terrível desfecho no qual, após uma forte discussão, Paul decide partir de volta a Paris e Vincent reage, intempestivamente, decepando a própria orelha.

Em 1890, o atormentado Van Gogh tenta suicídio com um tiro na barriga, que o levaria à morte no dia seguinte. Gauguin, por sua vez, em 1891, depois de uma bem sucedida exposição, realiza o sonho de ir morar no Taiti. Lá, produz vigorosamente até que, abatido por uma sífilis não diagnosticada, vai sendo excluído da sociedade e abandonado pelos seus. É sobre esse episódio mal sucedido que se pauta o espetáculo Van Gogh por Gauguin. “A intenção é trazer para cena um Van Gogh espectral, fruto do inconsciente delirante de Gauguin que, sofrendo com as consequências da sífilis, acredita estar morrendo”, comenta o diretor Roberto Lage.

Por meio de um exercício dramatúrgico de imaginação, a encenação reinventa o momento em que o efeito delirante do arsênico sobre o pintor o leva a acreditar que Van Gogh está ao seu lado, acompanhado o instante de sua morte e, ao mesmo tempo, forçando-o a se lembrar dos momentos que passaram juntos. Em um ambiente decadente, deteriorado e sujo, ele sente fome e muita dor. E seus delírios colocam o público frente às diferenças entre eles, tanto no modo de ver a vida, de agir e de fazer arte, como na evidente admiração de um pelo outro - assumida por Van Gogh, mas dissimulada por Gauguin, numa mistura de inveja com incômoda admiração.

A culpa de Gauguin em relação ao amigo morto, que fora por ele magoado, abandonado e esquecido, e cuja presença e memória servem como acusação e sentença de morte, revela sua incapacidade de comunicação e afeto com aquele que tinha tanta coisa dele mesmo, mas que também seria o seu oposto, a sua sombra. Vive uma culpa sobre aquele que lhe causou, por fim, tantos sentimentos intensos, profundos e contraditórios, como o amor e a repulsa.

Van Gogh foi considerado um artista maldito, louco; um homem incompreendido pelo seu tempo. Frente a todo o tipo de infortúnio - como miséria, fome, frio e solidão - ele conseguiu deixar um legado de pinturas e desenhos não compreendidos na época em que viveu, mas aclamado após a sua morte. Os vários episódios de sua vida construíram um artista ávido por um amor que nunca foi correspondido, fosse ele a prima que não o quis, o amigo Paul Gauguin por quem tinha profunda admiração ou mesmo a fé que durante muito tempo buscou, mas acabou se rendendo à arte como forma de expressão.

Do ponto de vista realista, a encenação se passa no atelier deteriorado de Paul, nas Ilhas Marquesas. O tratamento cênico busca, pelas nuances da luz (de Kleber Montanheiro), explorando a paleta de cores dos pintores, uma estética posterior ao impressionismo de Van Gogh ou ao pós-impressionismo de Gauguin. O cenário realista (de Paula De Paoli, também figurinista) é ambientado com moldura, cavaletes e tintas; estruturas de quadros e telas aparecem em outra dimensão, sem revelar as supostas obras. Os figurinos recebem o mesmo tratamento realista, sendo o de Van Gogh um pouco mais lúdico.

A ideia desse projeto partiu do desejo de Alex Morenno, Roberto Lage e da assistente de direção Joanah Rosa em retratá-lo no palco. “Acho que Van Gogh me escolheu”, confessa o ator Alex Morenno. “Já estive muito ruivo e as pessoas me associavam a ele. Isso despertou em mim o interesse por sua vida e obra”, completa. E resolveram, então, dar corpo a esse desejo, sendo Thelma Guedes convidada para criar o texto. “Van Gogh por Gauguin é um trabalho puramente emocional. Não passa pela ‘tese’ sociopolítica que sempre defendi no palco”, revela o diretor. Já Alex conta que sempre se interessou em falar sobre loucura, solidão e inquietação artística. “Quando penso em Van Gogh, essas três coisas me vêm à cabeça, assuntos tão pertinentes em tempos tão difíceis”, ele reflete.

Augusto Zacchi conta que não conhecia muito da história de seu personagem. Para ele, a entrega de Gauguin a uma busca incondicional pela arte é o que pauta sua composição. “Meu olhar é para o humano desse indivíduo que foi buscar sua razão de vida e pagou o preço. Ambos foram forjados na vida em função da busca, da obsessão e da paixão”, comenta o ator. E Roberto Lage finaliza: “essa é só mais uma história sobre os pintores, uma defesa do ‘homoternurismo’ (termo de Mário Prata), pois creio que o preconceito social da época seja responsável pela dificuldade que eles tiveram de se relacionarem em sociedade”.

Ficha técnica

Texto: Thelma Guedes
Direção: Roberto Lage
Diretora assistente: Joanah Rosa
Elenco: Alex Morenno e Augusto Zacchi
Cenografia e figurino: Paula De Paoli
Iluminação: Kleber Montanheiro
Trilha sonora: Aline Meyer
Projeto gráfico: Paula De Paoli
Fotos e vídeos: Leekyung Kim
Produção executiva: Regilson Feliciano
Operação de luz: Matheus Macedo
Operação de som: Anderson Franco
Direção de produção e administração: Maurício Inafre
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Realização: Roberto Lage Produções Artísticas

Serviço

Espetáculo: Van Gogh por Gauguin
Estreia: 22 de abril. Segunda, às 20h
Temporada: 22/04 a 10/06 – Sábado 18h30, domingo 19h e Segunda 20h.
Ingressos: R$ 50,00 (meia entrada: R$ 25,00)
Gênero: Drama. Duração: 75 minutos. Classificação: 14 anos

Teatro Sérgio Cardoso
Sala Paschoal Carlos Magno (144 lugares)
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista. São Paulo/SP.
Tel: (11) 5061-1132

PERFIS

Roberto Lage - O diretor paulista – também fundador, junto com Celso Frateschi, do Ágora, Centro para o Desenvolvimento Teatral, iniciou a carreira como ator, em 1962, e começou a dirigir, em 1969. Seu primeiro sucesso foi Mrozek (1974), reunião dos textos Strip-Tease e Em Alto Mar, de Slawomir Mrozek. À Flor da PeleI (1976), de Consuelo de Castro, rendeu-lhe o Prêmio Molière de Melhor Direção. Noa anos 80 e 90, dirigiu dezenas de peças, entre elas Mãos ao Alto, São Paulo! (de Paulo Goulart,1980), Besame Mucho (de Mario Prata, 1982), Escola de Mulheres (de Molière, 1984), Tanzi - Uma Mulher no Ringue (de Clara Luckhan)e O Gosto da Própria Carne (de Albert Innaurato), estas duas, de 1985, foram premiadas e o consolidaram como encenador, O Colecionador Playwrighting (de John Fowles) e Meu Tio, o Lauaretê (de Guimarães Rosa, por Walter George Durst, que deu a Cacá Carvalho o Prêmio Molière), Dores de Amores (de Léo Lama), Decifra-me ou Devoro-te (de José Rubens Siqueira e Renato Borghi), Peer Gynt (sucesso, de Henrik Ibsen), Os Amores Abandonados de Jennifer R. (de Randy Buck, livre versão da biografia de Fassbinder), Diana (monólogo de Celso Frateschi), Para Tão Longo Amor (de Maria Adelaide Amaral, em Portugal e no Brasil), Beijo no Asfalto (de Nelson Rodrigues) e A Ópera do Malandro (de Chico Buarque), Anchieta 400 Anos (performance de Arrigo Barnabé), Cheque ou Mate (de Ricardo Semler, com Raul Cortez), Anjo na Contramão (de Gianfrancesco Guarnieri), Clips e Clops (Prêmio da APCA de Melhor Diretor), Foi Ela Que Começou... (Prêmio Apetesp de Melhor Direção). Nos anos 2000, destaque, entre outras para A Mancha Roxa (de Plínio Marcos), A Mandrágora (de Maquiavel), Orgia (de Pier Paolo Pasolini, no CCBB-SP), textos para o projeto Royal Court Theatre (centro britânico de intercâmbio com o Teatro Popular do Sesi), Um Merlin (com Antonio Petrin, por Luís Alberto de Abreu, também em Portugal), Os Justos (inédita no Brasil, de A. Camus), Sonho de um Homem Ridículo (de Dostoïevski, com Celso Frateschi), Ricardo III (de Shakespeare, com C. Frateschi e Renata Zhaneta), Pente Fino (de Christopher Welzenbach, espetáculo encenado no banheiro do hotel Renaissance em SP), A Flauta Mágica (de Vladimir Capela), Don de Juan de Moliére (com Jairo Mattos), Motel Paradiso (de Juca de Oliveira), Dois Irmãos (de Milton Hatoum), O Bailado de Flavio de Carvalho (Sesi-SP) e Teatro Para Pássaros (do argentino Daniel Veronese). A partir de 2010, vieram: Zorro (de Gipsy King), Dos Escombros de Pagu (homenagem ao centenário de Patricia Galvão), Carmen (ópera de G. Bizet), Francesca (de Luís Alberto de Abreu), Quarto 77 (de Leonardo Alckmin), Tic Tic Tati (textos de Tatiana Belinky e músicas de Helio Ziskind), Coração Bandoleiro (de José Antônio de Souza), Toda Donzela Tem Um Pai que É Uma Fera (de Gláucio Gill), Não Existe Mulher Difícil (de André Aguiar Marques, adaptação de Lucio Mauro Filho, com André Bankoff), Cartola, o Musical (dramaturgia de Artur Xexéo), Diálogo Noturno com um Homem Vil (do suíço Friedrich Dürrenma).

Thelma Guedes -  É escritora, dramaturga e autora/roteirista de televisão. Thelma lançou, entre outros, os livros Cidadela Ardente (Ateliê, 1997), Pagu: literatura e revolução (ensaios, Ateliê/Nankin, 2003), Atrás do Osso (poesia, Nankin, 2007) e O Outro Escritor (contos, Nankin, 2009). Autora da Rede Globo de Televisão, desde 1997, assinou em parceria com Duca Rachid as novelas: Órfãos da Terra (atualmente), O ProfetaCama de GatoCordel Encantado Joia Rara, esta última vencedora do Emmy International Awards, em 2014. Assina também a dramaturgia do musical Garota de Ipanema - O Amor é Bossa, que estreou em 2016, inaugurando o Teatro Riachuelo (Rio de janeiro), além dos espetáculos atuais: Damas de Shakespeare e Van Gogh por Gauguin.

Augusto Zacchi - No teatro, seus espetáculos mais recentes são Gata em Telhado de Zinco Quente (Tennessee Williams, dir. Eduardo Tolentino), Chuva Constante (de o Keith Huff, dir. Paulo de Moraes), As Viúvas (de Artur Azevedo, dir. Sandra Corveloni), Anti-Nelson Rodrigues (de Nelson Rodrigues, dir. Eduardo Tolentino) e Senhorita Júlia (de August Strinberg, dir. de Eduardo Tolentino). Em 2018, Zacchi dirigiu o espetáculo Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos. Outros destaques como ator são: Mente Mentira (de Sam Sheppard, dir. Paulo de Moraes), 19 Centímetros (de Lauro Cesar Muniz, dir. Bárbara Bruno), Os Especialistas (de Adriano Shaplin, dir. de Barbara Bruno), A Moratória (de Jorge Andrade, dir. de Eduardo Tolentino), Bent (de Martin Sherman, dir. Luis Furlaneto), Indecência Clamorosa (de Moises Kaufman, dir. Jackeline Laurence), Laranja Mecânica (de Anthony Burges, dir. Paulo Afonso de Lima), Trainspotting (de Harry Gibson, dir. Luis Furlanetto), Fausto Gastrônomo (de Richard Scheschner, dir. Luis Furlaneto - indicado ao Prêmio Ibeu de Melhor Ator) e Um Homem Chamado Shakespeare (texto e dir. Bárbara Heliodora). Na televisão, participou das novelas Rock Story, Malhação e Lara com Z (Rede Globo), Apocalípse, José do Egito, Máscaras, Poder Paralelo e Luz do Sol (Rede Record) e Maria Esperança (SBT). No cinema, atuou em Paredes de Papel (2018/19, dir. Marco Schiavon), Mentiras Sinceras (2011, de Pedro Asberg), Era uma Vez... (2008, dir. Breno Silveira), Olga (2004, de Jayme Monjardim) e Foliar Brasil (2003, de Carolina Paiva).

Alex Morenno - Formou-se em 2002 no INDAC, curso Técnico Profissionalizante para Atores, depois integrou o Núcleo Experimental do Teatro Popular do Sesi, tendo oficinas com Juliana Carneiro da Cunha, Cacá Carvalho e Denise Stoklos, entre outros. Na televisão, atualmente, integra o elenco da novela Órfãos da Terra (personagem Robson, direção de Gustavo Fernandez) e participou também de Novo Mundo (2017, personagem Francisco Castro, direção de Vinicius Coimbra) e Cama de Gato (2010, personagem Luck, direção de Amora Mautner), produções da Rede Globo. No teatro, participou dos seguintes trabalhos: Menino Maluquinho - O Musical (2014, direção Daniela Stirbulov), Mambo Italiano (2010, direção Marcos Caruso), Advocacia Segundo Os Irmãos Marx (2009, direção João Fonseca), A Flauta Mágica (2008, musical, direção Roberto Lage), B. Encontros Com Caio Fernando Abreu (2007, direção Francisco Medeiros) e outros. Atuou também como coreógrafo e preparador corporal do musical Cartola - O Mundo É Um Moinho (direção Roberto Lage) e foi apresentador do Canal Nexo Proibído, do Youtube.


Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181- verbena@verbena.com.br
Eliane Verbena / João Pedro

Sesc Belenzinho recebe show de Zé Guilherme que lança quarto disco e comemora 20 anos de carreira

Zé Guilherme (foto de Alessandra Fratus)

Artista que sempre se destacou como intérprete, Zé Guilherme, comemora 20 anos de carreira com o lançando de Alumia, seu quarto disco composto por músicas autorais em sua maioria. O show acontece no dia 29 de março, sexta, no Teatro do Sesc Belenzinho, às 21 horas.

Após lançar, em 2015, um disco em homenagem ao “cantor das multidões”, o artista cearense, radicado em São Paulo, registrou nesse trabalho canções autorais e parcerias. No show, além de faixas de Alumia, Zé Guilherme mostra composições dos três discos anteriores: Recipiente, Tempo ao Tempo e Abre a Janela - Zé Guilherme Canta Orlando Silva.

Nesse novo álbum, Zé Guilherme assina letra e melodia das composições “Alumia”, “Teus Passos” e “Canção de Você”. As letras são frutos de seus poemas. “As melodias nasceram intuitivamente, pois não sou instrumentista”, afirma. Ele ainda divide a autoria de “Espelho” com Luis Felipe Gama, de “Ave Solitária” e “Teu Cheiro” com Cris Aflalo, de “Laço” com Marcelo Quintanilha e de “Oferendas” com Cezinha Oliveira, que é o produtor musical e arranjador do álbum. Completando o repertório, Luis Felipe, Quintanilha e Cezinha aparecem novamente como autores de “Franqueza”, “A Voz do Rio” e “Cesta Básica”, respectivamente, ao lado do baiano Péri, compositor de “Clarão” e “Paixão Elétrica”.

“Nunca tive pretensões de ser um compositor, pois meu ofício maior é o de cantor. A poesia é um exercício que me acompanha desde a adolescência, mas só agora, depois de 20 anos de dedicação à música, sinto-me mais à vontade para mostrar também o meu lado autoral”, comenta.

Alumia registra o amadurecimento artístico de Zé Guilherme, não só pelo fato dele se mostrar também como compositor, mas também pela própria trajetória musical. O primeiro CD, Recipiente (Lua Discos, 2000), com arranjos de Swami Jr., apresentava sua origem nordestina e sua música universal brasileira em um trabalho com a força da raiz e do pop brasileiro. Seis anos depois, o disco Tempo ao Tempo chega com uma linguagem pop mais contemporânea nos arranjos de Serginho R. O terceiro disco viaja no tempo e o artista faz um pouso na época mais romântica da música brasileira com Abre a Janela - Zé Guilherme Canta Orlando Silva (2015), trabalho que também tem produção musical e arranjos de Cezinha Oliveira.

O novo CD faz um sobrevoo por esses caminhos e apresenta a música de Zé Guilherme, agora mais romântica, que envereda por uma sonoridade acústica mais jazzística. “Os arranjos trazem como unidade estética a sonoridade característica do piano, executado de forma primorosa por Jonas Dantas (também no acordeon), e do baixo acústico tocado por Johnny Frateschi”, justifica o produtor musical. É possível perceber que todas as canções se harmonizam como células dentro da estrutura musical do disco. Os demais instrumentos que aparecem são: bateria e percussão (por Adriano Busko), violão e guitarra (por Cezinha Oliveira) e sopros (por Walter Pinheiro). “Esse trabalho pode ser considerado uma declaração de amor, amor a outras pessoas e à minha própria vida”, confessa o intérprete.

O show de Zé Guilherme no Sesc Belenzinho tem participação dos mesmos músicos que gravaram nas faixas do CD Alumia. A direção artísitica é de Maurício Inafre e a iluminação tem assinatura de Silvestre Garcia.

As canções de Alumia

A faixa “Oferendas” (Cezinha Oliveira e Zé Guilherme) traz arranjo elaborado para essa letra que fala do encontro carnal, da viagem pelo corpo da pessoa amada. “Espelho” (Luis Felipe Gama e Zé Guilherme) é uma composição que se assemelha à “lide” alemã. Composta para voz e piano, o lirismo nasce da tensão entre a execução do instrumento e a voz do intérprete. Fala do encantamento sentido na manhã seguinte à noite de amor.

“Ave Solitária” (Cris Aflalo e Zé Guilherme) tem o sotaque nordestino do baião. Essa canção brejeira canta a alma solitária que, como uma ave, busca um lugar para pousar. A romântica “Canção de Você” (Zé Guilherme) é um poema sobre a saudade e as ilusões do amor. “Teu Cheiro” (Cris Aflalo e Zé Guilherme) é também uma canção de amor, em ritmo de bossa nova, que fala sobre a espera pela pessoa amada.

A música “Alumia” (Zé Guilherme), que dá nome ao CD, remete à origem nordestina do autor. Concebida originalmente como coco com toques de carimbó, ela ganhou arranjo com destaque para o piano de Jonas Dantas. A faixa “Teus Passos” também fala de amor, de sedução, de conquista. O samba-choro “Franqueza” (Luis Felipe Gama e João P. de Souza) traz na letra um soneto escrito, em 1918, por João Pinto (avô das cantoras Ana Luiza e Juliana Amaral) e registrado em um livreto artesanal. “A Voz do Rio” (Marcelo Quintanilha) é uma homenagem a Oxum (orixá das águas doces, das cachoeiras; protetor da voz, do amor). “Escolhi esta música porque também sou filho de Oxum”, comenta o artista.

Com uma pegada mais pop, vem “Laço” (Marcelo Quintanilha e Zé Guilherme), outra canção romântica, cuja letra discorre sobre as possibilidades e impossibilidades do amor. “Clarão” (Péri) é uma homenagem a Oxalufan pela suprema criação (no candomblé ele é Deus, um Oxalá velho e sábio). “Com esta música agradeço por estar vivo, pela proteção nos momentos difíceis e por estar completando 20 anos de carreira artística”, confessa o cantor. “Paixão Elétrica” (Péri), como o próprio nome sugere, canta a paixão e as armadilhas do amor. Estava na seleção de músicas do segundo CD de Zé Guilherme, mas só agora a ideia de gravá-la se concretizou. E “Cesta Básica” (Cezinha Oliveira) é a faixa mais pop de Alumia. A letra fala de sentimentos, sensações da vida, da busca pela felicidade. “Esta composição faz uma síntese do que repertório do disco aborta. Tinha que estar nesse roteiro, para amarrá-lo”, finaliza Zé Guilherme.

Lançamento/CD: Alumia
Artista: Zé Guilherme
Selo: Independente / Distribuição: Tratore / Preço sugerido: R$ 25,00

Twitter: @zeguilhermeofic | Instagram: @zeguilhermeoficial | Youtube: Zé Guilherme Oficial

Serviço / show

Show: Zé Guilherme
Dia: 29 de março. Sexta-feira, às 21h
Local: Teatro (392 lugares).
Não recomendado para menores de 12. Duração: 1h30.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira); 10,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante) e R$ 6,00 (credencial plena do Sesc - trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes). Venda no Portal e unidades do Sesc.

Sesc Belenzinho
Rua Padre Adelino, 1000. Belenzinho. São Paulo/SP.
Tel: (11) 2076-9700
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Zé Guilherme

Cearense nascido em Juazeiro do Norte, Zé Guilherme cresceu ouvindo grandes nomes do cenário musical brasileiro como Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, entre outros, além de cantadores, repentistas, violeiros, banda cabaçal, maracatu, frevo e boi-bumbá, influências fundamentais para a realização do sonho de ser cantor. Em São Paulo, desde 1982, cantou no circuito de casas noturnas, participando de shows ao lado de amigos e parceiros musicais como Maurício Pereira, Cris Aflalo, Madan, Cezinha Oliveira, Marcelo Quintanilha, Péri e outros.

Em 1998, estreou o show Clandestino, no Espaço Anexo Domus, com direção musical de Swami Jr. e direção geral do ator Luiz Furlanetto. Mais tarde, apresentou o show Zé Guilherme e Convidados no Teatro Crowne Plaza com a participação especial de Carlos Careqa, Maurício Pereira, Vânia Abreu, Zé Terra e René de França. Cantou nos projetos Arte nas Ruas, Clima do Som no Parque da Aclimação e MPB nas Bibliotecas, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo; Quinta Mariana, do SESC Vila Mariana; e Quatro Vozes, do Centro Experimental de Música do Sesc Consolação.

Em 2000, Zé Guilherme lançou seu primeiro CD, Recipiente (Lua Discos) com produção musical e arranjos de Swami Jr., que foi apresentado no Teatro Crowne Plaza, Sesc’s Ipiranga, Vila Mariana e Pompeia (Prata da Casa), Supremo Musical, Centro Cultural São Paulo e outros. Em 2002, a interpretação de Zé Guilherme para Mosquito Elétrico, de Carlos Careqa, foi incluída na coletânea Brazil Lounge: New Electro-ambient Rhythms from Brazil, lançada pela gravadora portuguesa Música Alternativa. Em 2003 participou do CD homônimo do mineiro Cezinha Oliveira (faixa “Seca”).


Em 2004, estreou o show Canto Geral com canções de seu CD de estreia e músicas inéditas de Marcelo Quintanilha, Carlos Careqa, Péri, Alexandre Leão e outros. Em 2005, apresentou-se no projeto Música no Museu, do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. Lançou, em 2006, o segundo CD, Tempo ao Tempo, com produção e arranjos de Serginho R., direção artística do próprio Zé Guilherme, que assina também a coprodução em parceria com Marcelo Quintanilha. Em 2007, cantou no CD ao vivo Com os Dentes - Poesias Musicadas, de Reynaldo Bessa. Em 2015, lançou o disco Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva, uma releitura da obra do cantor Orlando Silva em comemoração ao centenário de nascimento do Cantor das Multidões, que faria 100 anos em 2015. Atualmente, o artista trabalha no lançamento de Alumia, que mostra também seu lado autoral, na maioria das canções.

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