quinta-feira, 21 de junho de 2018

Segundas de julho têm sessões extras do espetáculo À Espera


Remencius, Dandrah e Bellissoni - foto por Heloisa Bortz
Nos dias 2, 9 e 16 de julho (segundas-feiras), espetáculo À Espera, faz sessões extras na Oficina Cultural Oswald de Andrade, às 20h. A montagem – que tem texto de Sérgio Roveri e direção de Hugo Coelho -segue em cartaz até o dia 21 de julho, com apresentações às quintas e sextas (às 20h) e sábados (às 18h). Os ingressos são grátis.

Com elenco formado por Ella Bellissoni, Jean Dandrah e Regina Maria Remencius, a história traz três personagens que podem estar em qualquer lugar, em qualquer tempo: duas mulheres, sem nenhum tipo de memória acordam sempre na mesma hora, à espera de algo, até que um dia recebem a visita inesperada de um homem que veio comemorar um aniversário.

A ação acontece no despertar do que deveria ser um sono profundo, Uma (Remencius) e Outra (Bellissoni) se deparam com o sol que insiste em nascer todos os dias, numa indecifrável realidade. Uma é a mais velha. Não anda, vive na cadeira de rodas, não dorme nunca, não sonha e gosta de falar. À noite, conta os pingos que caem de uma torneira e, durante o dia, ocupa-se ouvindo relatos dos sonhos de Outra. Uma não tem memória, nem lembrança do passado. Outra é jovem e cuida de Uma. Sente medo. Dorme, sonha e inventa sonhos para entreter Uma. Ela também não tem memória de quem foi. Ambas não sabem como foram parar ali e esperam que um dia haja explicação para tamanha espera.

Ele (Dandrah) chega sem avisar para uma festa de aniversário, trazendo duas garrafas de bebida, a promessa de um bolo e algumas histórias. Ele conta que em uma festa já foi capaz de cantar 137 vezes uma mesma canção. Logo após sua chegada, Outra aproveita para sair e conhecer o mundo lá fora, e volta com algumas respostas.

Sérgio Roveri diz que o texto, escrito há cerca de dois anos, foi inspirado em uma imagem do juízo final que sempre o perseguiu, desde criança. “Como seria acordar em um (não) lugar apocalíptico e nada acontecer? Embora não saibam exatamente o que estão fazendo ali, os personagens têm as mesmas inquietações, têm a consciência de que haja algum propósito. Estariam aguardando o tal dia do juízo final?”. Ele explica ainda que, nessa espera atemporal, o que os une talvez seja a esperança. “Eles podem representar o fim, mas nada impede que seja também um início. Ainda que o juízo final seja um conceito muito ligado à religião, não é esta particularidade que o texto aborda, completa o autor”.

Ao contrário do que seria um espetáculo realista, À Espera coloca o espectador diante da intrigante historia dessas personagens que se encontram em lugar e tempo indefinidos. “Apesar de não terem qualquer pista que as remetam a alguma ideia de tempo e identidade, essas mulheres não se desesperam”, diz Bellissoni. “Ao levar uma existência misteriosamente rotineira, acreditam que algo maior está por acontecer, que alguma coisa pode alterar ou mesmo dar um sentido a um cotidiano tão vazio. Não é uma espera por acomodação. Não tem outra possibilidade”, diz Remencius.

Regina Maria Remencius - foto por Heloisa Bortz
Embora se encontrem em uma situação de contornos extremados, os três personagens podem ser uma metáfora do ser humano diante do risco, do perigo, do desconhecido e, principalmente, diante da necessidade de reconstrução. Abordando a impossibilidade de entendimento da vida, do significado da nossa existência, a peça questiona dois caminhos possíveis, o da desistência ou da possibilidade de enfrentá-la. Para o diretor Hugo Coelho, “À Espera é um texto que induz à reflexão. Não reafirma certezas, propõe questionamentos sobre nossos posicionamentos diante da vida, fazendo do teatro um espaço de reflexão crítica sobre a realidade. A falta de memória - dos personagens assim como da nossa história - nos impossibilita de construirmos uma identidade e decidirmos o nosso destino”.

Ficha técnica / Serviço

Texto: Sergio Roveri. Direção: Hugo Coelho. Elenco: Ella Bellissoni, Jean Dandrah e Regina Maria Remencius. Cenário: David Schumaker. Iluminação: Fran Barros. Design de aparência de atores: Adriana Vaz Ramos. Música original, produção musical e desenho de som: Ricardo Severo e Rafael Thomazini. Assistência de direção: Fernanda Lorenzoni e Larissa Matheus. Direção de produção: Fernanda Moura. Produção: Palimpsesto Produções Artísticas. Assistência de produção: Fernanda Ramos. Fotos: Heloísa Bortz. Identidade visual: Denise Bacellar. Mídias sociais: Verá Papini. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Realização: Ella Bellissoni, RMR Produção Artística e Núcleo 137.

Sinopse - Duas mulheres acordadas do que deveria ser um sono profundo se deparam com o sol que insiste em nascer, todos os dias, na mesma hora numa indecifrável realidade. Elas recebem a visita inesperada de um homem para uma festa de aniversário. Embora não saibam exatamente o que estão fazendo naquele lugar, os personagens têm consciência de que estão ali por algum propósito.

Espetáculo: À Espera
Temporada: 8 de junho a 21 de julho 
Horários: Quintas e sextas (às 20h) e sábados (às 18h)
Apresentações extras: 2, 9 e 16 de julho – segundas, às 20h
Ingressos: Grátis - Retirar com 1h de antecedência.
Classificação: de 14 anos. Gênero: Drama. Duração: 60 min.
Oficina Cultural Oswald de Andrade (Sala 7)
Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - São Paulo/SP
Tel: (11) 3221­5558. Capacidade: 30 lugares.
Acessibilidade. Café. Não possui estacionamento.

Assessoria de imprensa: VERBENA Comunicação

Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181 - verbena@verbena.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário