quarta-feira, 16 de março de 2022

Teatro do Incêndio promove roda de conversa sobre adereços e alegorias das escolas de samba

O Teatro do Incêndio realiza, no dia 20 de março (domingo, a partir das 14h) uma Roda de Conversa com o tema Adereços e Alegorias, dando sequência aos encontros com mestres da cultura popular, ligados ao carnaval e à construção da identidade cultural do bairro paulistano Bixiga. Aberto à comunidade, o evento acontece na sede do teatro com performance final ao ar livre, na Rua 13 de Maio, nº 48.

Participam desta roda de conversa a modelista
Sonia Branco, o carnavalesco André Machado, o coordenador de alegorias José Pedrosa, o diretor de alegoria Gláucio Roberto e o artesão de alegorias Paulo Vieira Brum (o Ney). Na mediação do bate-papo tem Mestre Thiago (Thiago Praxedes) - ritmista e diretor de bateria com longa trajetória no carnaval de São Paulo e Rio de Janeiro. 

Esta atividade integra uma série de sete rodas de conversa (mensais), sendo esta a sexta, que fazem parte do projeto Sou Encruzilhada, Sou Porta de Entrada. Sou Correnteza da Vida, Esquina Cortada: Ave Bixiga! - contemplado pela 36ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura. O propósito final desta atual jornada do Teatro do Incêndio é a montagem de seu novo espetáculo.

Sonia Branco - Sonia Maria de Souza Branco, 66 anos, é modelista de vestuário e piloteira de profissão. Reside na Vila Carioca, Ipiranga, Zona Sul. Trabalhou, em boa parte da sua história, prestando serviços para empresas de moda e para o carnaval paulista, em escolas de samba como: Imperador do Ipiranga, Nenê de Vila Matilde, Águia de Ouro, Vai-Vai, Gaviões da Fiel, Rosas de Ouro e Liga das Escolas de Samba SP. Também assina criações para outros segmentos de vestuários como ballet, teatro, corais de igreja e alfaiataria. Atuou como diretora de carnaval e, hoje em dia, faz parte da Diretoria Executiva da Sociedade Escola de Samba Imperador do Ipiranga, além e ser batizada na velha guarda da escola.

André Machado - Começou no carnaval aos 13 anos, na escola de samba carioca Em Cima da Hora, onde se tornou carnavalesco aos 21. Nesse período, formou-se desenhista de moda e figurinista pelo Senac/RJ, além de modelista e costureiro pelo Projeto Ação da Cidadania, do sociólogo Betinho. Chegou à Escola de Samba Barroca da Zona Sul, em São Paulo, em 1998, onde ficou até o ano 2000. Foi carnavalesco da Imperador do Ipiranga, tendo a oportunidade de estrear no Grupo Especial de São Paulo; desenvolveu os carnavais da Nenê de Vila Matilde; e em 2008 trabalhou pela Império de Casa Verde, com a qual conquistou o Troféu Nota 10 de Melhor Alegoria e Melhor Enredo. Como carnavalesco da Pérola Negra conquistou um campeonato do Grupo de Acesso (2013) e prêmios de melhor alegoria, fantasia, carnavalesco e outros. Posteriormente, foi carnavalesco na X9-Paulistana e Rosas de Ouro. Em 2020, entrou na Colorado do Brás para desenvolver o carnaval de 2021, adiado em decorrência da pandemia e que acontecerá em abril de 2022, quando assinará o enredo "Carolina, a Cinderela Negra do Canindé", homenagem à escritora e poetisa Carolina Maria de Jesus.

José Pedrosa - Nascido e Criado no Bixiga (bairro Bela Vista), desde cedo frequentava a Rua São Vicente, 276, onde ficava a quadra do Vai-Vai. Sua primeira experiência na escola foi na Ala de Sonia Baiana, em 1996, desfilando por dois anos. Em 1998, passou a desfilar em uma ala de passo marcado, chamada Sente o Drama. Foi por apoio de ala e merenda (pessoas que empurram o carro na avenida), até que, em 2014, recebeu convite para entrar no departamento de alegoria, do qual faz parte até hoje. Começou como apoio de alegoria, depois alegoria, coordenação de carro e, desde 2019, atua como diretor de alegoria junto com o Gláucio Santiago. A atividade principal, consiste em conferir a construção das alegorias no barracão, entender todas técnicas de efeitos especiais para o dia do desfile, assim como toda a logística de transporte das alegorias. Profissionalmente, trabalha como gerente financeiro, e o carnaval é uma paixão.

Gláucio Roberto Santiago - Sua experiência no carnaval teve início, em 1998, no departamento de Harmonia como apoio de Alegoria, na Vai-Vai. Em 2000, tornou-se Harmonia, sendo que, de 2002 até 2012, desempenhou a função no departamento financeiro. Em 2015, assumiu a Direção do Departamento de Alegoria. Com a experiência 24 anos de Vai-Vai e conhecendo as virtudes e paradigmas da Escola, a partir de 2020 tornou-se conselheiro do Conselho Deliberativo da Escola, além de ser membro do Conselho Fiscal que é responsável por auditar / apoiar as prestações de conta e contratos gerais da agremiação. Profissionalmente, tem vasta experiência em processos de tecnologia, finanças e governanças que vem aplicando na Vai-Vai com o objetivo de escrever uma história de êxitos.

Paulo Vieira Brum (Ney) - Iniciou sua trajetória no setor de Alegorias carnavalescas na Camisa Verde e Branco, em 1977, onde permaneceu por 8 anos. Em seguida, trabalhou na Barroca da Zona Sul e Colorado Brás. Foi pioneiro da construção de Alegoria com fibra em São Paulo, quando confeccionou esculturas para o desfile da Camisa Verde e Branco (Mônica de Ouro, quando os desfiles aconteciam na Avenida Tiradentes), em 1978. Retornou para a Brinco da Marquesa, escola de samba onde, além de ser um dos fundadores, foi também carnavalesco e diretor de barracão. Atualmente, além de alegoria para o carnaval, faz esculturas para eventos em geral. Sua última participação no Carnaval de São Paulo foi em 2018, na execução das esculturas da Leandro de Itaquera e Barroca da Zona Sul.

Thiago Praxedes - Mestre Thiago iniciou sua trajetória no samba ainda garoto quando a Unidos do Peruche realizava na terça de carnaval o desfile na Rua Zilda onde aqueles que não conseguiam ir pra avenida brincavam o carnaval. Como ritmista, além da Barroca, desfilou pelo Peruche, Leandro, Mocidade Alegre e Vai-Vai. Participou dos blocos Flor de Liz, Me Engana que Eu Gosto, Caprichosos da Zona Sul e Torcida Jovem. No Rio de Janeiro, desfilou pelo Império Serrano, Portela e Mangueira, como ritmista, e Vila Isabel como folião. Foi fundador, presidente e mestre de bateria do GRES Quilombo, escola que desfila uma semana após os desfiles oficiais, e hoje cuida da parte cultural da entidade. Na Barroca, foi ritmista e diretor de bateria (o mais jovem da história a adentrar o sambódromo, aos 21 anos; na ocasião, elogiado por Leci Brandão pela postura e disciplina apesar da pouca idade). Foi diretor da Imperador do Ipiranga com Mestre Dentinho, em 2009 e 2010.

Ave, Bixiga!

Iniciado em abril de 2021, o projeto Sou Encruzilhada, Sou Porta de Entrada. Sou Correnteza da Vida, Esquina Cortada: Ave Bixiga! engloba vivência artística para jovens, residência artística para coletivos teatrais, teatro para crianças e adolescentes (Sol-te) e rodas de conversa. Sua principal atividade é a montagem de um espetáculo sobre o Bixiga, que resultará de treinamento e pesquisa dramatúrgica, explorando a prática criativa do grupo, cuja estreia será em 2022. “A estética fica gasta. A linguagem de um grupo também precisa ser questionada constantemente. Assim, nos propusemos o desafio de nos reaprender”, diz Marcelo Marcus Fonseca, diretor e fundador do Teatro do Incêndio. “Na verdade será um espetáculo feito com o Bixiga e não sobre ele”, completa. Desde o início do projeto, o elenco vem participando de aulas de ritmo, trabalhando na formação de uma pequena e simbólica bateria de escola de samba para compor as sonoridades cênicas do espetáculo.

As Rodas de Conversa compreendem vidas que se manifestam no carnaval, artistas de tradição cujas histórias servem de estímulo em parte importante da dramaturgia e referencial para a atuação no novo espetáculo da companhia. A presença de mestres de velha guarda e de outros componentes de escolas de samba têm como valor agregador não somente histórias da cultura popular, mas principalmente a vida subterrânea que sustenta as manifestações. Entre os convidados estão expoentes vivos do samba paulista, “pastoras” da velha guarda, compositores, responsáveis por alas, trabalhadoras e trabalhadores da harmonia, porta-bandeira e mestre-sala, passistas e ritmistas.

Os encontros funcionam como resistência cultural popular ao confrontar o ontem e o hoje, o Brasil, o bairro e a cidade. Busca debater e orientar o processo, como fluxo e refluxo, sobre a cultura e sabedoria popular, diante da transformação social e habitacional. “Como toda ação de diálogo proposta pelo grupo, esses encontros sobre a riqueza inesgotável da raiz, da cultura e da vida brasileira continuam na trilha da discussão sobre identidade e tensão de um povo em constante construção. Desta vez afunilando o tema para carnaval, cortejos, desfiles e variações do samba”, afirma Marcelo Marcus Fonseca.

Serviço

Roda de conversa: Adereços e Alegorias

Projeto: Sou Encruzilhada, Sou Porta de Entrada. Sou Correnteza da Vida, Esquina Cortada: Ave Bixiga!
Convidados: André Machado, José Pedrosa, Gláucio Roberto e Paulo Vieira Brum
Mediação: Mestre Thiago
Data: 20 de março. Domingo, a partir das 14h.
Local: Teatro do Incêndio
Rua 13 de Maio, 48 - Bela Vista / Bixiga. São Paulo/SP.
Gratuito. Livre. Evento ao ar livre.

 

Informações à imprensa: VERBENA Assessoria
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2548-8409 / 99373-0181- verbena@verbena.com.brDescrição: Share Button

 

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