Vencedora do Prêmio Profissionais da Música 2023 como Melhor Cantora de Samba, Luana apresenta trabalho regado pelo feminino e por sonoridades afrodiaspóricas.
Capa Abebé (foto de José de Hollanda) |
O show de lançamento acontece na Comedoria do Sesc Pompeia, no dia 21 de novembro, quinta-feira, às 21h30. A banda que acompanha Luana Bayô é formada por músicos que também tocam no disco - Liw Ferreira (baixo e bandolim), Helô Ferreira (violão), Nichollas Maia (piano), Matheus Marinho (bateria), Lucas Alakofá e Simone Gonçalves (percussões), à exceção de Valber Oliveira (trombone). O show tem direção cênica e de palco de Rubens Oliveira.
Com nove faixas, o álbum traduz a força e beleza da artista, e conduz o ouvinte a uma conexão com a África e toda sua influência na música popular brasileira, refletindo a ancestralidade e a espiritualidade das culturas negras. Inspirada nas simbologias de Oxum e Yemanjá, Luana dedica sua obra à força do feminino, das Águas e das Yabás, mulheres de liderança no panteão da cultura afro-brasileira.
O novo trabalho de Luana Bayô, dona de uma voz grave e potente, ao mesmo tempo em que possui timbre aveludado e singular, tem como tema central o ‘espelho’ e seus reflexos. Segundo a cantora, “Abebé (espelho de oxum) mergulha no feminino com músicas que falam das diversas águas que nos habitam e das várias facetas de ser mulher, sobretudo, de ser uma mulher negra”. Para compor esse meandros de reflexos e reflexões a intérprete selecionou um repertório que contempla, em sua maioria, compositores paulistas contemporâneos. No contexto geral, Abebé traz temas que envolvem uma mulher múltipla. “São canções que me revelam, que trouxeram olhares para minhas diversas nuances como mulher, passando pela minha ancestralidade, naturalmente”, revela.
As faixas de Abebé
Luana Bayô escolheu “Cantos para Exu e Bombogira” (D.P.)
para abrir o disco, como se pedisse licença aos ancestrais para comunicar sua
arte, sua música, seu canto. Sua voz impacta ao entrar à capela como se
harmonizasse o ‘ambiente’, antes do batuque africano que predomina na faixa. Tata
Kamuanga e Makotas, integrantes do grupo Kyloatala, entoam esse cântico junto com
Luana. Na segunda faixa, “O Sobrado de
Mamãe É Debaixo D’água”, uma delicada canção também de domínio público,
Luana recita um trecho do poema Osun Hum
Hum Hum, de Madevi. “Porto dos Desejos”
(Matheus Crippa, Gabriel Muca e Abidu) chega reverenciando as águas do rio e do
mar. A letra faz um laço entre as águas e seu elementos com a vontade de
assumir os desejos.
A quarta
composição - “Tem Dendê” (Nei Lopes
e Reginaldo Bessa) - foi lançada em single, recentemente, e ganhou destaque no
The Brazilian Channel como seleção da ABMI (Associação Brasileira de Música
Independente). A canção leva Luana Bayô à Bahia, com seu tempero e remelexo. “A
Bahia simboliza meu reencontro, o encontro com minha ancestralidade. Essa
canção, em sua simplicidade, traduz a leveza de saber quem somos”, comenta a
cantora. “Mourão que Não Cai”
(Douglas Germano) é um samba que já faz parte dos show de Luana; trata da
temática do disco usando a metáfora do mourão como a viga que nos mantém de pé.
A música ganhou arranjo de samba-jazz com destaque para repique de mão e cuíca.
“Vento Norte” (Luana Bayô e Bruna
Black) é a única composição autoral do álbum, na qual Luana divide os vocais
com Bruna Black. A canção fala sobre se
redescobrir, sobre o recomeço quando um romance termina.
A sétima faixa é “Desatadora de Nós” (Jonathan Silva), uma cadenciada
reverência às avós que entram na roda para dançar ao ritmo do tambú, já anunciando
o início da despedida de Luana nessa viagem sonora. “Antes de Salvar o Mundo” (Mariana Per e Carmen Faustino) traz uma
sonoridade jazzística para adornar o ‘decreto’ desta canção, segundo a
intérprete: “antes de salvar o mundo as mulheres negras precisam salvar a si
próprias”. Luana escolheu o coco de roda “Água
Quando Cai do Céu” (Naruna Costa) para fechar o roteiro de Abebé,
um festejo sobre a terra e sobre a água, e um alerta sobre como vemos o mundo e
como ele realmente é. “Naruna Costa, a autora, é cofundadora do Clarianas,
grupo que me ensinou muito sobre a música afro-indígena. Ela foi minha mestra,
apresentou-me o universo da música em um outro lugar. Esta canção representa ou
pouco disso”, declara Luana Bayô.
FICHA TÉCNICA | Abebé (2024) - Intérprete: Luana Bayô. Direção musical e arranjos: Liw Ferreira. Violão: Helô Ferreira. Baixo e bandolim: Liw Ferreira. Piano: Nichollas Maia. Bateria: Matheus Marinho. Percussão: Lucas Alakofá e Simone Gonçalves. Trombone: Heloísa Alvino. Participações: Tata Kamuanga, Bruna Black e Makotas (Mina Samboé e Olumbungo). Direção artística: Luana Bayô. Gravação, mixagem e masterização: Estúdio 185 Apodi. Produção executiva: Sérgio Mendonça. Direção de produção: Leonardo Escobar. Produção: Jaqueline Rosa. Técnico de som: Rodrigo Carraro. Foto/capa: José de Hollanda. Make: Sarah Elizabeth. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Selo: Pôr do Som
FAIXAS: 1 - Cantos para Exu e Bombogira (D.P.) - feat Tata Kamuanga, Makotas (Mina Samboé e Olumbungo). 2 - O Sobrado de Mamãe É Debaixo D’água (D.P. / trecho de poema - Osun Hum Hum Hum, de Madevi). 3 - Porto dos Desejos (Matheus Crippa, Gabriel Muca e Abidu). 4 - Tem Dendê (Nei Lopes e Reginaldo Bessa). 5 - Mourão que Não Cai (Douglas Germano). 6 - Vento Norte (Luana Bayô e Bruna Black) - feat Bruna Black. 7 - Desatadora de Nós (Jonathan Silva). 8 - Antes de Salvar o Mundo (Mariana Per e Carmen Faustino). 9 - Água Quando Cai do Céu (Naruna Costa).
Luana Bayô
Luana Bayô é mulher negra, cantora, compositora e educadora. Nascida no bairro Bela Vista, reduto do samba de São Paulo, e criada no Campo Limpo. Teve seus primeiros contatos com a música a partir das vivências dos terreiros e quintais da família. Sua formação musical teve início aos 12 anos, na antiga ULM (Universidade Livre de Música), atual EMESP. Em 2016, produziu seu primeiro EP, Voz Negra (independente), dirigido pelo percussionista Abuhl Júnior. Em 2018, foi convidada pelo Projeto SIM para fazer a releitura do disco Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus. Em 2022, lançou o disco Tambú - uma homenagem aos batuques paulista, lançado pelo selo Pôr do Som. No mesmo ano, foi convidada pelo Sesc Campo Limpo para ser mediadora do projeto Primorosa Roda, dividindo o palco com nomes como BNegão, Mestre Sapopemba, Allan Abadia, Victória dos Santos, Verônica Ferriani e Tereza Gama. Em 2023, ganhou o Prêmio Profissionais da Música, na categoria Melhor Cantora de Samba. E em 2024, trabalha o lançamento do novo disco, Abebé, dedicado ao feminino, à força das águas e às Yabás do panteão africano Oxum e Yemanjá. Luana Bayô já se apresentou em espaços como Centro Cultural São Paulo, MASP, unidades do Sesc SP, Instituto Moreira Salles, Festival Afrolatinas (Brasília) e em vários Centros Culturais do Estado de São Paulo. A cantora é formada em Letras - Português / Espanhol e Arte-educação. Atualmente, é professora de Língua Portuguesa na Rede Municipal de Educação de São Paulo. Também foi aluna de Fabiana Cozza, nas oficinas O Corpo da Voz. Integrou grupos Cia. Treme Terra e Bloco Afro Afirmativo Ilu Inã; integra, como cantora e diretora musical, o grupo Massembas de Ialodês, um projeto de valorização da mulher negra no samba.
Serviço
Lançamento/disco:
Abebé
Artista: Luana Bayô
Nas
plataformas: 8 de novembro de 2024
Show
de lançamento: 21 de novembro de 2024 -
Sesc Pompeia (Comedoria, às 21h30 - Rua Clélia, 93. SP/SP)
Selo: Por do Som - https://pordosom.com.br | @pordosomcultural
Luana Bayô nas redes: FB - @ luanabayocantora
| IG - @luana_bayo
Assista: Show ABEBÉ no
YouTube
Informações à imprensa:
VERBENA ASSESSORIA
Eliane Verbena
Tel.: (11) 99373-0181 -verbena@verbena.com.br
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