quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Teatro do Incêndio estreia parte 2 de São Paulo Surrealista: A Poesia Feita Espuma

No espetáculo de estreia, os poetas paulistas Claudio Willer e Roberto Bicelli, ícones da geração beat no Brasil, fazem participação especial interpretando a si próprios.

A Poesia Feita Espuma é a segunda parte do espetáculo São Paulo Surrealista, da Cia. Teatro do Incêndio, que cumpriu temporada de março a agosto, na casa noturna Madame.  A montagem, sob direção de Marcelo Marcus Fonseca, estreia dia 17 de agosto, sexta-feira, no mesmo espaço, às 21 horas. A montagem, amparada pela estética do Surrealismo, nesta edição viaja pelo submundo paulista pela ótica poética do poeta paulista Roberto Piva.

A primeira parte do projeto apresentava um mergulho no Inferno de Dante Alighieri, mostrando a capital paulista inserida nos nove círculos da Divina Comédia, observada por Pagu e André Breton. Em São Paulo Surrealista 2: A Poesia Feita Espuma, a saga surrealista sobre a cidade prossegue, agora pelo purgatório e a caminho do céu. Apesar de se tratar de uma continuação, as peças podem ser vistas como espetáculos independentes, sem que um necessite do outro para o acompanhamento do espectador.

Segundo o diretor Marcelo Marcus Fonseca, os diálogos são baseados em depoimentos de pessoas que conviveram com Roberto Piva e na sua própria experiência ao lado dele, pois mantiveram anos de amizade. “São Paulo Surrealista 2: A Poesia Feita Espuma é um espetáculo regado pelo humor dos absurdos religiosos e pela poesia seca do submundo da capital. Tudo em um universo onírico que retrata uma cidade possível de ser vista a olhos nus, somente pela visão mística e/ou mítica de suas esquinas e cidadãos.” Argumenta o diretor.

O projeto foi contemplado com a 18ª edição da Lei de Fomento ao Teatro. A segunda parte da peça é um passo evolutivo na pesquisa do grupo que conta com a curadoria de Claudio Willer (também transformado em personagem no espetáculo).

 
O enredo

No início do enredo, Fernando Pessoa chega à capital paulista trazido pelo mar, sendo recebido por Beatriz, musa irreal e amada de Dante. Ela reflete sobre o cidadão mecânico, que gesticula por obrigação e anuncia o teatro como salvação: neste momento uma peça do espanhol Salvador Dalí, inédita no Brasil, é representada dentro da própria encenação sob direção do mestre da pintura surrealista.

Dante surge à procura de Beatriz. Ela está pregada em um quadro, mas se desprende para seguir com ele os caminhos que levam ao paraíso. Nessa trajetória invocam, do fogo, o poeta Roberto Piva e com ele parte da geração beat paulista, além do americano Allen Ginsberg. Piva tem seu tão sonhado encontro com Dante e Beatriz, envolve-se com a cidade de rap, com chacina de adolescentes e com muitas prostitutas (inclusive Neusa Sueli, personagem de Plínio Marcos). O poeta vive a deformação poética de cada rua em que passa.

A caminho do céu, depois de perder de vista Dante e Beatriz, Roberto Piva vê o alinhamento dos planetas, anunciando o fim do mundo. Ele chega às portas do Paraíso onde é recebido por São Bernardo, Santo André e São Caetano, enquanto Deus dorme entediado: uma figura surpreendente, a partir da descoberta recente de “sua partícula” (quase impossível de se achar). Roberto Piva – embriagado de fogo paulista - trava um diálogo com Deus sobre a cidade. E lixo invade a cena como um temporal. Garis montam suas esculturas com os restos deixados pelos cidadãos, anunciando o fim do mundo.

Espetáculo: São Paulo Surrealista 2: A Poesia Feita Espuma
Roteiro e direção geral: Marcelo Marcus Fonseca
Direção Musical: Wanderley Martins
Iluminação: Rodrigo Alves
Curadoria poética e suporte teórico: Claudio Willer
Espaço Cênico: Sérgio Ricardo e Marcelo Marcus Fonseca
Assistência de direção: Paula Micchi
Debatedor de ensaios: Paulo Sposati Ortiz
Fotos: Bob Sousa
Arte gráfica: Giuliano Henrique
Composições originais: Wanderley Martins e Marcelo Marcus Fonseca
Projeções: Vinícius Gusman
Produção e realização: Cia. Teatro do Incêndio www.teatrodoincendio.com.br
Apoio: Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo

Elenco: João Sant’Ana, Wanderley Martins, Marcelo Marcus Fonseca, Sergio Ricardo, Giulia Lancellotti, David Guimarães, Sonia Molfi, Tássia Melo, Camila Araujo, Tais Luna, Lillian Almeida, Yasmine Colucci, Laís Thales, Vinícius Gusman, Barbara de Almeida, Pedro Casali, Diego Freire, Bárbara Santos, Talita Righini, Antonio Motta, Vinicius Pimentel, Cláudia Motta, Beatriz Malagueta, Pricila Lima, Caroline Marques e Vanessa Klitzke.

Local: Madame
Rua Conselheiro Ramalho, 873 - Bela Vista/SP - Tel: (11) 2592-4474
Estreia dia 17 de agosto – sexta-feira – às 21 horas
Temporada: sextas-feiras e sábados – às 21 horas – até 15/12
Ingressos: R$ 30,00 (meia: R$ 15,00), o ingresso dá direito à balada após sessão.
Bilheteria: 1h antes da sessão - Aceita somente dinheiro - Duração: 70 min.
Gênero: Surrealismo - Classificação etária: 18 anos - 120 lugares - Ar condicionado
Acesso universal - Estacionamento (R. Conselheiro Ramalho, 853): R$ 20,00.

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