As apresentações acontecem entre os dias 28 de março e 24 de abril,
na Favela Galeria e na Casa de Cultura São Rafael com entrada franca.
Estreia adiada!
Tecendo Diálogos é resultado de um
trabalho de pesquisa em movimento com foco nas lutas e os saberes das mulheres residentes
no Parque São Rafael e imediações. O universo dos valores femininos norteia o
espetáculo como uma procura pela força da resistência e do cuidado, pela paixão
e inocência - dualidade peculiar ao feminino.
A linguagem cênica é híbrida; reúne artifícios teatrais (incluindo o
teatro narrativo) junto às danças populares brasileiras e ao canto, dialogando
com a estética contemporânea. As cenas foram alinhavadas por esses elementos
para tecer o caminho da dramaturgia. A força e, ao mesmo tempo, a leveza da
dança e do trabalho de corpo são fundamentais para as histórias dessas 12
mulheres que se apresentam: histórias que invertem os valores machistas,
traçando paralelos e unindo mulheres em suas diversidades. “O corpo feminino carrega
muitos traços tanto do cerceamento quanto da expressividade; ele pode ser fechado
ou aberto para o que está a sua volta”, comenta Ester Lopes.
Monica e Ester recriam e rememoram as vivências dessas mulheres criando
diálogos cênicos a partir das lembranças da infância e da juventude e também da
sabedoria trazida pelo tempo. O espetáculo mergulha no estado do corpo em cada
expressão de vida, seja ela alegre, agitada, tímida, cuidadosa ou acanhada.
“São personagens reais e corajosas que carregam a simplicidade como beleza, que
espelham um mundo futuro de igualdades, desejos comuns à maioria de nós”,
reflete Monica Soares. As expressões do corpo são o principal artifício usado
pelas atrizes/dançarinas para mostrar o lugar que cada uma dessas mulheres
habita no mundo, mas também que mundo habita suas almas. O enredo passa pelos
lugares do trabalho, da relação com o próprio corpo, da violência sexual, da
fé, da espiritualidade e da maternidade.
Em Tecendo Diálogos cada personalidade é também traduzida por um
ritmo da tradição popular brasileira (jongo, frevo, carimbó, samba, coco,
maracatu rural, batuque de umbigada, ijexá, caboclinho, capoeira). “Para contar
as histórias dessas mulheres, vamos além do corpo, usando nossos corpos como
instrumento em cada cena”, explicam as atrizes, que se conheceram quando faziam
curso de formação no Instituto Brincante. “Foi realmente um encontro: os
caminhos de duas atrizes da periferia se cruzando na Vila Madalena, no
Brincante, era um sinal de que algo bom viria dali”, brincam elas e dividem a
emoção do encontro.
A ambientação cênica é marcada pela linha, pelo fio que remete aos
diálogos que vão sendo ‘tecidos’ no espetáculo. Os ambientes partem da sala de
uma casa que se transforma em quintal, bar, cozinha e no lugar de fé (com
referências ao sincretismo religioso, característica inerente à população
periférica, à população brasileira). E as músicas cantadas por Monica e Ester
em cena são canções da tradição cultural brasileira ao lado de composições
autorais da orientadora cênica Mika Rodrigues.
O projeto para este espetáculo
foi contemplado pelo VAI - Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais
2019, da Prefeitura Municipal de São Paulo.
FICHA TÉCNICA – Texto, dramaturgia e direção: As Caracutás. Elenco: Ester Lopes e Monica Soares. Preparação corporal: Mika Rodrigues. Orientação de iluminação: Gabriela
Cerqueira. Iluminação: As Caracutás
e Everton Santos. Cenografia: As
Caracutás. Sonoplastia: Mika
Rodrigues e Rodrigo Dias. Figurinos e
adereços: Isa Santos. Depoimentos:
Adriana da Silva, Celeide da Silva Lyrio dos Santos, Clotilde Luiza de França,
Elza Maria Lopes de Souza, Erineide dos Santos Almeida, Ester Lopes, Francisca
Pereira Barbosa, Jacira Celestino Ribeiro da Silva, Maria Terezinha Pedro,
Maria Eliza da Silva Lyrio e Monica Soares. Fotografia e filmagem de entrevistas: Andressa Santos. Filmagem do espetáculo: Coletivo Via. Produção gráfica: Valter de Oliveira
Silva. Assessoria de imprensa:
Eliane Verbena. Produção geral e idealização: As Caracutás. Produção executiva: Pião Produções.
Serviço
Espetáculo: Tecendo
Diálogos
Com As
Caracutás - Nas redes: @ascaracutas
Classificação:
12 anos. Duração: 60 minutos. Gênero: Teatro-dança.
Ingressos:
Grátis. Informações: (11)
97983-4902
28 de março (sábado, às 20h) - Favela
Galeria
3 de abril (sexta, às 20h) - Casa de Cultura São Rafael
4 de abril (sábado, às 19h) - Casa de Cultura São Rafael
9 de abril (quinta, às 20h) - Casa de Cultura São Rafael
11 de abril (sábado, às 19h) -
Casa de Cultura São Rafael
17 de abril (sexta, às 20h) - Favela Galeria
18 de abril (sábado, às 20h) - Favela Galeria
24 de abril (sábado, às 20h) - Favela Galeria
Favela Galeria (sede do Grupo Opni)
Rua
Archângelo Archiná, 587 – São Mateus. Tel: (11) 2011-5884
Casa de Cultura São Rafael
Rua
Quaresma Delgado, 354 - Jardim Vera Cruz. Tel: (11) 3793-1071
As Caracutás
O
coletivo As Caracutás, desde 2017, pesquisa as artes do corpo (dança e teatro)
com foco na cultura popular brasileira e suas intersecções com o contemporâneo
nas grandes cidades. Ester
Lopes e Monica Soares - artistas e educadoras
residentes em regiões periféricas - notaram a dificuldade dos habitantes em ter
acesso às artes (teatro, exposições, shows), bem como à possibilidade de estudá-las,
diante da escassez de equipamentos culturais nessas regiões. Partilhando dessas
questões, durante o Curso de Formação de Novos Brincantes, em 2016, no
Instituto Brincante, zona oeste de São Paulo, elas sentiram que era possível fazer
das vivências algo transformador de suas realidades. O coletivo já realizou a vivência
Caracutando no bairro Parque São
Rafael, em parceria com o Grupo Rosas Periféricas, e no Centro de Pesquisa da
Máscara (evento Aglutinação). Ministrou a Oficina de Samba de Coco na Universidade
Nove de Julho (Semana da Pedagogia) e na Formação Na Quebrada o Espelho Reflete,
em parceria com o Coletivo Espelho, Espelho Meu. Apresentou a performance Elas, Todas Elas, baseada na poesia de
Ester Lopes, no Sarau da Galeria CRUA. Em 2018, iniciou os estudos (abertos ao
público) de Tecendo Diálogos, que
incluiu encontros entre ritmos brasileiros, brincadeiras e cena teatral,
utilizando ritmos jongo, cacuriá, carimbó, batuque de umbigada, cavalo marinho
e maracatu. Em 2019, o coletivo foi contemplado pelo VAI – Programa para a Valorização
de Iniciativas Culturais e iniciou o processo de criação do espetáculo Tecendo Diálogos.
Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2548-38409 / 99373-0181- verbena@verbena.com.br
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