quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Mariana Lima encena Cérebro_Coração no Sesc Belenzinho com direção de Enrique Diaz e Renato Linhares


Dirigido por Enrique Diaz e Renato Linhares, primeiro texto teatral de
Mariana concorre ao Prêmio Shell nas categorias melhor dramaturgia e atriz.
Foto de Leo Aversa
A aula-performance Cérebro_Coração - resultado de um longo processo criativo que Mariana Lima experimentou nos últimos sete anos – estreia temporada no Sesc Belenzinho, no dia 24 de agosto, sexta, às 21h30. O espetáculo fica em cartaz na unidade até o dia 23 de setembro: sextas e sábados, às 21h30, e domingos e feriados, às 18h30.

Motivada pela leitura de Em Busca do Tempo Perdido, de M.Proust, e por uma série de acontecimentos pessoais, ela começou a pesquisar, improvisar e escrever sobre memória, linguagem e neurociência. A versão final do texto foi construída no período de ensaios, com a colaboração de Enrique Diaz e Renato Linhares, também diretores do espetáculo. No palco, a atriz encena o que definiu como ‘aula-performance’, ao borrar a fronteira entre o teatro e a sala de aula.

“Eu sempre escrevi muito, mas em cadernos que só eu acessava. Tentei compensar de algum modo minha lacuna de não ter feito universidade com o autodidatismo, lendo e participando de aulas como ouvinte. Algumas delas me transformaram profundamente. Aquilo me despertou um interesse novo e muito pulsante na performance de um professor na sala de aula, tensionando o mundo das ideias com a presença dele e a dos alunos, despertando interesses e provocando erupções inesperadas. Fiquei com vontade de experimentar o que seria fazer uma aula como um espetáculo e fui juntando tudo neste formato”, conta Mariana.

Não à toa, durante o período de ensaios, o espetáculo foi apresentado para alunos do Ensino Médio em algumas escolas da Rede Estadual do Rio de Janeiro (São João de Meriti e Nova Iguaçu). O texto foi mostrado, ainda em processo, em salas de aula, sem nenhuma maquiagem cênica, contando apenas com a força da palavra. As muitas conversas com estudantes e professores também foram fundamentais para a versão final da peça. Ao longo da temporada, os encontros pelos colégios vão continuar.

“Em alguns casos, os alunos acharam que era uma aula de verdade, foi muito bonito. Viram ali uma cientista falando de cérebro, de neurologia. Só acharam que era uma aula diferente, onde estavam sendo convidados para fechar os olhos e olhar para dentro”, relembra Mariana, cujo desejo de levar teatro para as salas de aula vem ao encontro de furar uma certa bolha que separa o teatro da juventude e de uma massa muito carente de cultura no País. “Não me interessa fazer espetáculo para uma bolha de gente, feita de pares e algoritmos. Como fazer para que a massa fora da bolha vá ao teatro e se interesse? Penso que ir até eles pode ajudar a responder essa pergunta”, analisa.

Perguntas não faltam no texto de Mariana. A partir de algumas informações científicas, ela compartilha uma série de questionamentos, expõe pensamentos, fragilidades e verdades ambíguas. Para ela, tanto o teatro como a sala de aula são lugares de transformação e de troca, onde você nunca sai da mesma forma que entrou. 

“Não tenho desejos e inclinações messiânicas, de querer expor a minha verdade. O espetáculo é mais um compartilhamento de perguntas do que de respostas.  Tem mais a ver com expor a falha do que expor certezas e pensamentos bem acabados”, sugere.

Entre as referências usadas na concepção do espetáculo, está a obra de Leonilson (José Leonilson Bezerra Dias (1957-1993), artista visual cujo trabalho é, predominantemente, autobiográfico e movido pela necessidade de registrar sua subjetividade. ‘É bom lembrar de olhar para você mesmo, não o você que se expõe midiaticamente o tempo todo. É poder olhar para o que você seria bem lá dentro, do jeito que o Proust, a Clarice, o Leonilson e a Hilda Hilst olharam’, conclui Mariana.

Trajetória

A trajetória de Cérebro_Coração começou em São Paulo, há cerca de sete anos. Neste período, Mariana gravava uma série de improvisos em uma sala de ensaio e enviava para a atriz e dramaturga Isabel Teixeira, que transcrevia e retornava com outras propostas e estímulo de escrita. O resultado do trabalho gerou um texto chamado Câmera Escura, que foi apresentado para amigos em sessões íntimas. Além de o processo ser determinante para o desenvolvimento da sua personalidade como escritora, parte do material escrito foi levado para a peça atual.

Em paralelo, Mariana leu os sete volumes de Em Busca do Tempo Perdido, de Proust, e expandiu os seus horizontes no campo relacionado à memória e lembranças. A pesquisa foi atravessada por uma intensa crise pessoal: “Comecei a tomar remédios e a me interessar por esse desvio, essa falha no funcionamento da máquina que é a nossa cabeça. Era como se eu estivesse sendo comandada pelo meu coração. Como se ele estivesse na minha cabeça, um coração pulsante, machucado e sensível”, relembra a atriz.

O percurso chegou à etapa final com a chegada de Enrique Diaz e Renato Linhares, que assumiram a direção e a colaboração dramatúrgica. Já trabalhamos muito juntos. Por isso mesmo queríamos navegar em mares desconhecidos e estar em outro lugar agora, diferente e novo. Os dois foram muito ativos no processo de escrita, fui muito desafiada e estimulada por eles’, conta a atriz, que dividiu o palco com Renato em A Mulher que Matou os Peixes... E Outros Bichos (2009) e foi dirigida por Diaz em A Primeira Vista (2012), A Paixão Segundo G.H. (2002) e Gaivota – Tema para um Conto Curto (2006).

Ficha técnica

Atuação e dramaturgia: Mariana Lima
Direção e colaboração dramatúrgica: Renato Linhares e Enrique Diaz
Cenografia: Dina Salem Levy
Iluminação: Beto Bruel
Projeções: Mídias Organizadas | Paola Barreto, Lucas Canavarro, João Iglesias e Jonathan Nunes
Trilha sonora: Lucas Marcier
Assistência de direção: Luisa Espindula
Figurinos: Marina Franco
Preparação Corporal: Laura Samy
Consultoria em arte contemporânea: Luisa Duarte
Operação de som: Joana Guimarães
Operação de luz: Luana Della Crist
Operação de projeção: Lina Kaplan
Camareira: Conceição Telles
Captação de imagens em estúdio: Théo Tajes
Construção de cenografia: Camuflagem
Cenotécnico responsável: Wilker Barros
Visagismo: Brenno Santos
Arte gráfica: Cubículo | Fábio Arruda e Rodrigo Bleque
Assessoria de imprensa: Factoria Comunicação 
Realização: Sesc SP

Equipe Quintal Produções 
Produção e administração: Quintal Produções
Direção geral: Verônica Prates
Coordenação artística: Valencia Losada
Produção executiva: Thiago Miyamoto
Assistência de produção: Eduardo Alves
Direção de palco: Iuri Wander 

Serviço

Espetáculo: Cérebro_Coração
Temporada: 24 de agosto a 23 de setembro
Horários: Sextas e sábados, às 21h30. Domingos e feriados, às 18h30
Duração: 70 minutos. Classificação indicativa: 14 anos. Gênero: Drama
Local: Sala de Espetáculos (90 pessoas)
Não recomendado para menores de 12. Duração: 1h30.
Ingressos: R$ 30,00 (inteira); 15,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante) e R$ 9,00 (credencial plena do Sesc: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes). Venda pelo Portal e unidades do Sesc.

Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000
Belenzinho – São Paulo (SP). Telefone: (11) 2076-9700

Estacionamento: Para espetáculos com venda de ingressos após as 17h: R$ 15,00 (não matriculado); R$ 7,50 (credencial plena no SESC - trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo/ usuário).

Assessoria de imprensa – Período: 15/07 a 02/12/2018
VERBENA Comunicação
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