Temporada adiada!
A montagem é uma adaptação do diretor Elias Andreato para o livro homônimo de
Vinícius Márquez, cuja estreia foi
em 2016.
Com uma abordagem contemporânea, o enredo apresenta um escritor de meia idade em momentos de solidão, vivenciando o amor
em seus múltiplos sentidos. Amor em 79:05” mostra os
sentimentos, as frustrações, os desejos e as derrotas da personagem sob intensa
égide poética.
E em pleno momento criativo, o homem imagina seu
encontro com um jovem e belo rapaz (vivido por Eduardo Ximenes) e relata um cotidiano fictício desse
relacionamento homoafetivo. Ele expõe as dificuldades da relação, alternando
devaneios, discussões e momentos de ternura. As imagens são difusas. O jogo
entre imaginação e realidade sugere também a possibilidade de ser o jovem quem
escreve a história. “O que fica claro na peça é a certeza de que o artista é
capaz de todas as fantasias. Para falar de uma dor é preciso inventar uma
história”, comenta o diretor Elias Andreato.
A presença desse jovem em cena não tira o
caráter de monólogo da peça, pois sua presença é quase etérea. Os diálogos não
chegam a ocorrer, são solitários. A presença do interlocutor - imaginário ou
não - reforça o sentido das palavras e atinge de forma eficaz aquele a quem são
destinadas. “O jovem representa a presença da ausência nesse momento de amor e
dor”, explica Josemir Kowalick. “Esse rapaz pode representar também um desejo
do escritor, projetado em sua cama”, completa o diretor.
Andreato argumenta que Amor em 79:05” discute a relação do tempo com o amor e
a solidão. “O texto mostra a intensidade de um relacionamento, independente da
opção sexual, e nos faz pensar nas relações afetivas que, hoje, são tão
efêmeras, quando não se valoriza o contato direto, quando a tecnologia pode
substituir a intensidade do toque, do olhar próximo”. Ele completa: “há falta
de tempo para falar de si, das angústias; muitas pessoas querem mesmo é provar
publicamente, nas redes sociais, o quanto são felizes”.
A trilha sonora original do espetáculo -
assinada por Fábio Sá - traz duas
canções com letras de Elias Andreato, interpretadas (em gravação) por Josemir
Kowalick. O diretor também criou o cenário (o quarto do escritor) com poucos
objetos: poltrona, cama e persiana (esta possibilita frestas e transparências
sem delimitar ou fechar o ambiente). A cenografia é composta também por
projeções que reportam à natureza, sugerindo um universo lúdico em contaste com
as dores expostas pela personagem. A ficha técnica
tem ainda Leo Sgarbo no figurino, Rodrigo Alves “Salsicha” na iluminação
e Daniel Torrieri Baldi na produção.
Para Josemir Kowalick, a montagem propõe
cumplicidade com o público, ao apresentar questões afetivas inerentes a todas
as pessoas de forma sensível e, ao mesmo tempo, dura e direta. “Sempre é
importante falar de amor, em todos os tempos, principalmente agora”.
Este é um momento ímpar para Josemir Kowalick
em 29 anos de carreira como ator e diretor teatral, 19 deles dedicados também à
docência em artes cênicas. Seus trabalhos mais recentes foram Ator Mente (de Steven Berkoff, direção
de Marco Antônio Pâmio), Abajur Lilás (de Plínio Marcos, direção de André Garolli), Os Anjos da Praga (de Marcelo Marcus
Fonseca) e Pano de Boca (de Fauzi
Arap, direção de Marcelo Marcus Fonseca). O artista lembra também com afeto que
dirigiu ator e crítico teatral Alberto Guzik (1944-2010) em O Monólogo da Velha Apresentadora, sua
última incursão em cena.
Sobre o livro, por Elias Andreato - Quando li o livro de Vinícius Márquez pensei
em todos os amores que perdi e tantos que não tive coragem de viver
intensamente por medo ou preconceito meu ou dos outros. Senti um profundo
desprezo por mim mesmo. Chorei até sentir dó de mim. Busquei Oscar Wilde,
Clarice Lispector e Pessoa, quando diz que a vida chega a ranger... A dor de
quem ama é imensa... Mas a felicidade do enquanto dure é eterna. Mesmo sendo a
solidão o fim de quem ama, preciso me arriscar mais e não importa a idade do
meu coração. E daí se eu ouvir um não? Quero amar e isto basta. Amar ainda é
melhor do que não amar e não ser amado. O teatro sobrevive há séculos falando
de amor. Como artista, tenho estudado esta matéria obcecadamente... Não é
possível que eu fique de recuperação para sempre.
Ficha técnica
Autor:
Vinícius Marquez
Direção
e adaptação: Elias Andreato
Elenco:
Josemir Kowalick e Eduardo Ximenes
Cenografia:
Elias Andreato
Figurino:
Leo Sgarbo
Iluminação:
Rodrigo Alves (Salsicha)
Canções: Elias Andreato e
Fábio Sá
Trilha
composta: Fábio Sá
Preparação
corporal: André Capuano
Direção
de produção: Daniel Torrieri Baldi
Assistente
de produção: Sabrina Nask
Design
gráfico: Alexandre Muner
Fotografia
artística: Rodrigo Chueri e Francisco Júnior
Assessoria
de imprensa: Verbena Comunicação
Realização:
Desembuxa Entretenimento
Serviço
Reestreia: 7 de março, sábado, às 21h
Temporada:
7 de março a 26 de abril, sábados (21h) e domingos (20h)
Ingressos: R$ 60,00
(meia-entrada: R$ 30,00)
Bilheteria: 1
hora antes das sessões
Aceita dinheiro e
cartões. Ar condicionado.
Gênero:
Drama. Duração: 60 minutos. Classificação: 14 anos.
Giostri Livraria Teatro
R. Rui Barbosa, 201 - Bela Vista, São Paulo/SP
Tel: (11)
2309-4102. Capacidade: 50
lugares
PERFIS
Elias Andreato (diretor) - Elias Andreato é ator e diretor. Como intérprete,
transita com desenvoltura nos variados estilos da cena contemporânea,
destacando-se nas atuações em personagens densas, comprometidas com o ato de
viver. Como diretor, distingue-se, sobretudo, nas produções de comédias,
buscando efeitos de leveza e entretenimento. Seus principais trabalhos como
diretor de teatro são: Não Tenha Medo de
Virgínia Woolf (com Esther Góes), Arte
Oculta (de Cristina Mutarelli, com Carlos Moreno e Cristina Mutarelli), Rimbaud - Fragmentos da Obra e Vida de
Rambaud (roteiro de Andreato, com Ariel Borghi, Nilton Bicudo e Vitória
Camargo), A Lista de Alice” (de
Betinho, com Ângelo Antônio), Visitando o
Sr. Green (de Jeff Baron, com Paulo Autran e Cassio Scapin), Eu Não Sou Cachorro (de Fernando
Bonassi, com Celso Frateschi), A Filha da
... (de Carlos Eduardo Silva, com Marília Pêra, Luciana Coutinho, Nina
Morena e Luciano Barbalho), Elas Cantam
Chico (show com Ana Carolina, Zizi Possi, Elba Ramalho, Zélia Duncan,
Fernanda Abreu, Wanderléa, Alcione, Elza Soares e outras), 3 Versões da Vida (de Yasmina Reza, com Denise Fraga, Marco Ricca,
Mário Schoemberger e Ilana Kaplan), O Rim
(de Patrícia Melo, com Carolina Ferraz, Ivone Hoffmann, Marcelo Serrado e
Heitor Martinez), Adivinhe Quem Vem Para
Rezar (de Dib Carneiro Neto, com Paulo Autran e Cláudio Fontana), Operação Abafa (de Jandira Martini e
Marcos Caruso, com Miguel Magno, Jandira Martini, Marcos Caruso, Tânia
Bondezan, Noemi Marinho, Francarlos Reis e Diego Leiva), Andaime (de Sérgio Roveri, com Cassio Scapin e Cláudio Fontana) e Alma Despejada (de Andréa Bassitt, com
Irene Ravache). Nos últimos anos, dirigiu importantes montagens, em cartaz no
eixo Rio-São Paulo, entre elas Cruel (com
Reynaldo Gianecchini, Maria Manoella e Erik Marmo), Meu Deus (com Irene Ravache e Dan Stulbach), A Casa de Bernarda Alba (com Walderez de Barros e grande elenco) e Rei Lear (com Juca de Oliveira). Atualmente,
apresenta o monólogo Arap, criação do
ator e diretor em homenagem a Fauzi Arap.
Josemir
Kowalick (ator)
- Josemir Kowalick é ator formado em artes cênicas, com especialização no
Método Stanislawski pela Escola de Arte Dramática de Moscou. Como Diretor,
desenvolveu projetos e montagens como Toda
Nudez Será Castigada, O Monólogo da
Velha Apresentadora, Atire a Primeira
Pedra, Traições, As Mulheres de Shakespeare, A Margem do Desejo e Gritos Andaluzes. É professor desde
1998, tendo passado pela reformulação pedagógica de uma escola de teatro de São
Paulo e acompanhado, desde o princípio, o surgimento da Escola de Atores Wolf
Maya. Atuou em peças como Ator Mente,
Mulher Sem Pecado, Diálogos, O Despertar da Primavera, Fogo
Morto, A Gaivota, Aurora da Minha Vida, O Sol Está Quente e a Água Esta Ótima, O Grande Dia, O Inspetor, Os Anjos da Praga,
Abajur Lilás, Pano de Boca e Ator Mente
entre outros. Atualmente, é o Coordenador Pedagógico da Escola Wolf Maya e
professor das disciplinas de Interpretação Teatral e Improvisação.
Eduardo
Ximenes
(ator) - Eduardo Ximenes é formado nos cursos
de especialização em Interpretação para Televisão (nível profissional) e
Profissionalizante de Ator, ambos pela Escola de Atores Wolf Maya, além de ser
formado e em Administração com ênfase em Comércio Exterior. Estudou também
atuação para cinema e participou de oficinas ministradas por Ariane Mnouchkine,
Jair Assumpção, Erick Gallani e Eve Doe Bruce (Théâtre du Soleil), em espaços
como Teatro Escola Macunaima e Indac. Eduardo é protagonista no curta-metragem Caerostris Darwini, dirigido por Jair
Assumpção, e, atualmente, atua na peça Amor
em 79:05", de Vinícius Marquez e direção de Elias Andreato, ao lado de
Josemir Kowalick.
Assessoria
de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane
Verbena / João Pedro
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