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Danúbio - Sutil Ato (foto de Jéssica Lima) |
A
quarta edição do Dona Ruth: Festival de
Teatro Negro de São Paulo (Dona
Ruth: FTNsp) vai acontecer entre os
dias 17 a 26 outubro de 2025, após um hiato de três anos. A programação
ocorre em espaços como Itaú Cultural,
Sesc 24 de Maio, Sesc Bom Retiro, Complexo Cultural Funarte SP
e iBT - Instituto Brasileiro de Teatro,
com programação inteiramente gratuita e
recursos de acessibilidade.
Pela
primeira vez, a programação conta com espetáculos internacionais, tendo como foco uma mirada pela ‘Améfrica
Ladina’, conforme conceitua a intelectual Lélia Gonzalez, com duas obras, uma
colombiana e outra cubana, ambas inéditas no Brasil. De Cuba, o grupo Ritual Cubano Teatro traz a montagem Kid
Chocolate, obra protagonizada pelo premiado ator Jorge Enrique
Cabellero Elizarde, inspirada na vida do famoso boxeador cubano homônimo. Na
encenação acompanhamos a saga do personagem em busca do paraíso. Da Colômbia, a
Fundación Afrocolombiana Casa Tumac
chega com Atarugao Rostros Invisibles, montagem que explora a dança
contemporânea, o teatro e a música afro-colombiana da região do Pacífico para
dar luz à história de seis homens negros que, ao chegarem numa metrópole,
enfrentam os desafios em busca de oportunidades para as suas vidas.
Os
espetáculos nacionais que compõem o Dona Ruth: FTNsp - 4ª Edição são: Herança, da Cia.
Burlantis (Belo Horizonte/MG), que celebra os 50 anos de carreira do ícone da cultura afro
mineira Maurício Tizumba; Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica, da Cia. Sacana de Teatro e Dança (São
Paulo/SP), que retrata a disputa de narrativas em um Brasil paralelo,
sedimentado nas vivências entre pessoas trans e travestis; Danúbio, do Grupo Sutil Ato (Sobradinho/DF), inédito em São Paulo, que traz para a
cena a relação com tempo por meio de um encontro lírico e de diferentes
gerações; outro inédito na cidade, o Vamos pra Costa?, do Núcleo da Tribo (Itacaré/BA), traz a
dança como ferramenta de visibilidade para os modos de organização e ações
cotidianas em Itacaré; o infantil Gotas de Saberes, da Cia. Arteatro (Boa Vista/RR), também
inédito em São Paulo, é uma obra inspirada em histórias do povo Makuxi; e Samba
de Muriquinho, do Núcleo Abre
Caminhos (São Paulo/SP), faz uma roda de samba com composições autorais
para crianças de todas as idades.
Além
dos espetáculos nacionais e internacionais, a programação conta com atividades
formativas do Quilombo Artístico-pedagógico,
que totalizam quatro ações abertas ao público com inscrições prévias. Serão três
oficinas, ministradas pelos grupos Ritual Cubano Teatro (Cuba), Casa Tumac
(Colômbia) e Núcleo da Tribo (BA). E, por fim, uma residência artística,
conduzida pela Cia. Arteatro (RR) e pelo Núcleo Abre Caminhos (SP), tendo como
tema as infâncias indígenas e negras brasileiras, público para o qual os grupos
dedicam suas criações.
Completam
a programação as Giras de Conversa,
com debates conduzidos pelos críticos convidados Deise de Brito e Guilherme
Diniz junto a convidados e artistas presentes na programação, e diversos lançamentos de livros. O Festival terá
ainda a Casa de Francisca e a Aparelha Luzia como como Pontos de Encontros
durante os dias do evento.
Para
o diretor geral e curador do Dona Ruth: FTNsp, Gabriel Cândido, a
4ª edição “traz outras possibilidades de olharmos para as elaborações poéticas,
estéticas e éticas das cenas negras diaspóricas contemporâneas. Essa é a
principal razão de ser do festival. Por isso, é uma alegria imensa fazer esse
evento, retornar após três anos com uma programação tão provocante. Ganha a
cultura do país, a cidade, o teatro brasileiro e, principalmente, o público.” A
curadora convidada desta edição, Soraya Martins, espera com essa
programação “poder fazer pulsar um festival em que as subjetividades e
estéticas são celebradas na sua multiplicidade e diferença como traço
distintivo, com dias de festas, potências, criatividade, muitos encantamentos e
de renovação de desejos para continuarmos recriando as formas infinitas de
estarmos em cena e no mundo.”
Permanentemente,
o festival homenageia a atriz Ruth de Souza (1921-2019) como um gesto
afetivo, dando a este território o nome de “Dona Ruth”, reconhecendo esta
mulher negra e artista como uma das atrizes mais importantes da história do
teatro, cinema e teledramaturgia do Brasil, que através de sua excelência técnica
e ativismo, tornou-se uma referência ética, artística e intelectual, bem como
um símbolo de abertura de caminhos para pessoas negras artistas de diferentes
gerações.
O
Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de
São Paulo é uma idealização da atriz e gestora cultural Ellen de Paula e do
diretor e dramaturgo Gabriel Cândido, cujas três primeiras edições ocorreram em
2019, 2020 (online) e 2021 (híbrido). O festival
ainda promoveu atividades
como 100 Anos de Ruth de Souza: um sonho que se no tempo (2021), lançamento do livro Entre
Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita: a trajetória e o protagonismo de Léa Garcia, de Júlio Claudio da Silva
com participação da própria atriz e do cineasta Joelzito Araújo (2023); e a
edição Pré-Festival: compartilhamentos curatoriais (2023). Com curadoria do
idealizador Gabriel Cândido, também à frente da direção geral do evento, e pela
curadora convidada Soraya Martins, a quarta edição do Dona Ruth: FTNsp tem
patrocínio do Banco Itaú por
meio da Lei Rouanet e apoio do Programa Iberescena e sua
realização é em parceria com o Sesc SP.
Serviço | Programação
Dona Ruth: Festival
de Teatro Negro de São Paulo - 4ª
edição
De 17 a 26 de outubro
de 2025
Ingressos gratuitos. Sessões com
intérprete de Libras.
Acesse
toda a programação: https://donaruthftnsp.com.br
| instagram.com/donaruth.ftnsp
FOTOS - Espetáculos e
participantes: Dona Ruth: FTNsp - Clique aqui!
Lançamento da
programação: 9 de outubro – Quinta
15h às 17h - Gira de Conversa: O Pensamento Curatorial como Guia da
Programação
Com: Gabriel Cândido (curador e diretor
geral) e Soraya
Martins (curadora) e Ellen de Paula (idealizadora). Apresentação: APÊAGÁ.
Local:
Itaú Cultural - Sala Vermelha (70
lugares). Classificação: Livre.
Entrada gratuita - Retire seu ingresso a
partir de 7/10, às 12h.
17 de outubro - Sexta
19h - Abertura
20h - Espetáculo:
Herança
- Cia. Burlantins (Belo Horizonte/MG)
Duração:
45 min. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama.
Local: Itaú Cultural - Sala Itaú
Cultural (224 lugares)
Entrada gratuita - Retire seu
ingresso a partir de 14 de outubro, às 12h.
18 de outubro - Sábado
14h - Lançamento/Livro:
Dramas
para Negros e Prólogo para Brancos: antologia de teatro negro-brasileiro (Ed. Temporal, 2024)
Organização: Abdias Nascimento. Bate-papo com Christian Moura (autor das
biografias do livro). Medição: Deise de Brito.
15h30
- Relançamento/Livro: Comicidades e Palhaçarias Negras
(Catappum!, 2024)
Organização: Chico Vinícius, Fagner Saraiva e Mafalda Pequenino.
Bate-papo com Chico Vinicius e Fagner Saraiva.
Mediação: Deise de Brito.
17h - Lançamento/Livro:
Teatro
Experimental do Negro: histórias, críticas e outros dramas (Ed. Temporal, 2025)
Autor: Guilherme Diniz. Bate-papo
com Guilherme Diniz. Mediação: Soraya
Martins Apresentação: APÊAGÁ.
Local: iBT - Instituto Brasileiro de Teatro
Gratuito. Sem retirada de ingressos.
20h - Espetáculo: Vamos
pra Costa? - Núcleo
da Tribo (Itacaré/BA)
Duração:
40 minutos. Classificação: Livre. Gênero: Dança.
Local: Itaú Cultural - Sala Itaú
Cultural (224 lugares)
Entrada gratuita - Retire seu
ingresso a partir de 14 de outubro, às 12h.
19 de outubro - Domingo
19h - Espetáculo: Vamos
pra Costa? - Núcleo
da Tribo (Itacaré/BA)
Duração:
40 minutos. Classificação: Livre. Gênero: Dança.
Local: Itaú Cultural - Sala Itaú
Cultural (224 lugares)
Entrada gratuita - Retire seu
ingresso a partir de 2 de outubro, às 12h.
20 de outubro - Segunda
10h às 14h - Quilombo
Artístico-pedagógico:
A Pie Pelao va con música en vivo
Com Casa Tumac (Colômbia)
Local:
Complexo Cultural Funarte SP
Gratuito.
20 vagas. Inscrições prévias - formulário online: https://forms.gle/L8ytCdTVeCnWBWkJ7
16h - Gira de Conversa: Abre-Alas - Festivais
em Aquilombamento
Participantes: Aline
Mohamad (IBT), Aline Vila Real (Funarte), Carlos Gomes (Itaú Cultural), Gabriel
Cândido (Dona Ruth: FTNsp), Natalia Martins (Sesc SP), Thiago
Pirajira (Mostra Cura de Artes Cênicas Negras - Porto Alegre e Pelotas/RS),
Verusya Correa (Festival de Dança Itacaré/BA) e Soraya Martins (Dona Ruth:
FTNsp)
Mediação: Deise de Brito e Guilherme
Diniz. Apresentação: APÊAGÁ.
Local:
Complexo Cultural Funarte SP
Gratuito. Sem retirada de ingressos.
20h - Conferência: Nas Dobras do Real: o
fictício, o imaginário e as subjetivações em cena
Com Leda
Maria Martins
Local: iBT - Instituto Brasileiro de Teatro
Gratuito. Ingressos distribuídos 1h antes
da atividade.
21 de outubro - Terça
11h
às 14h30 - Quilombo Artístico-pedagógico: Encantamento e
imaginação - Infâncias Indígenas e Negras
Com Cia. Arteatro
(Boa Vista/RR) e Núcleo Abre Caminhos (SP)
Local: Sesc 24 de Maio
Gratuito. Ingressões prévias - formulário
online: https://forms.gle/m9EwZCsmaiWHuTTt9
15h - Gira de Conversa: Fissurar Olhares
Com Deise de Brito, Guilherme Diniz e artistas convidados da programação
Local:
Complexo
Cultural Funarte SP
Gratuito. Sem retirada de ingressos.
20h - Espetáculo: Atarugao
Rostros Invisibles - Casa Tumac
(Colômbia)
Duração:
45 minutos. Classificação: Livre. Gênero: Dança-teatro.
Local: Itaú Cultural - Sala Itaú Cultural (224 lugares)
Entrada gratuita - Retire seu
ingresso a partir de 22 de outubro, às 12h.
22 de outubro - Quarta
10h às 14h - Quilombo
Artístico-pedagógico: Da
Totalidade ao Vamos Pra Costa? Uma Experiência Dançante com a Corda. Topa? - Com Núcleo da Tribo (Itacaré/BA).
Local: Complexo
Cultural Funarte SP
Gratuito.
20 vagas. Ingressões prévias - formulário online: https://forms.gle/zqut7Uj5qr3FQACHA
11h
às 14h30 - Quilombo Artístico-pedagógico: Encantamento e
imaginação - Infâncias Indígenas e Negras - Com Cia. Arteatro (Boa Vista/RR) e
Núcleo Abre Caminhos (SP)
Local: Sesc 24 de Maio
Gratuito. Ingressões prévias - formulário
online: https://forms.gle/m9EwZCsmaiWHuTTt9
15h - Gira de Conversa: Fabulação de Imagens
Com Deise de Brito, Guilherme Diniz e artistas convidados
da programação
Local:
Complexo Cultural Funarte SP
Gratuito. Sem retirada de ingressos.
20h - Espetáculo: Atarugao
Rostros Invisibles - Casa Tumac (Colômbia)
Duração:
45 minutos. Classificação: Livre. Gênero: Dança-teatro.
Local: Itaú Cultural - Sala
Itaú Cultural (224 lugares)
Entrada gratuita - Retire seu
ingresso a partir de 22 de outubro, às 12h.
23 de outubro - Quinta
11h
às 14h30 - Quilombo Artístico-pedagógico: Encantamento e
imaginação - Infâncias Indígenas e Negras
Com Cia.
Arteatro (Boa Vista/RR) e Núcleo Abre Caminhos (SP)
Local: Sesc 24 de Maio
Gratuito. Inscrições de 30/9 a 21/10 pelo
formulário https://forms.gle/m9EwZCsmaiWHuTTt9.
15h - Gira de Conversa: A
Crítica como Imaginação
Com Deise de Brito, Guilherme Diniz e artistas convidados da programação
Local:
Complexo Cultural Funarte SP
Gratuito. Sem retirada de ingressos.
20h - Espetáculo: Terra
Brasilis Top Trans Pindorâmica -
Cia. Sacana de Teatro e Dança (SP)
Duração:
75 minutos. Classificação: 16 anos. Gênero: Drama.
Local: iBT - Instituto Brasileiro
de Teatro
Gratuito. Retirar na bilheteria 1 hora antes da
sessão.
24 de outubro - Sexta
10h às 14h - Quilombo
Artístico-pedagógico: Caminos Hacia una Vivencia Emocional del Movimiento Danzario
Com
Ritual Cubano Teatro (Cuba)
Local:
Complexo Cultural Funarte SP
Gratuito.
20 vagas. Ingressões prévias - formulário online: https://forms.gle/27MYAFefEs6CQmLZ9
11h às 14h30 - Quilombo Artístico-pedagógico: Encantamento e imaginação -
Infâncias Indígenas e Negras
Com Cia.
Arteatro (Boa Vista/RR) e Núcleo Abre Caminhos (SP)
Local: Sesc 24 de Maio
Gratuito. Inscrições de 30/9 a 21/10 pelo
formulário https://forms.gle/m9EwZCsmaiWHuTTt9.
20h - Espetáculo: Danúbio
- Grupo Sutil Ato (Sobradinho/DF)
Duração:
55 minutos. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama.
Local: Sesc Bom Retiro
Gratuito - Retirar ingressos na bilheteria 1
hora antes da sessão.
25 de outubro - Sábado
11h às 13h30 - Quilombo Artístico-Pedagógico:
Encantamento e imaginação - Infâncias indígenas e negras - Com Cia
Arteatro (Boa Vista/RR)
e Núcleo Abre Caminhos (SP)
Local:
Sesc 24 de Maio
Gratuito. Inscrições de 30/9 a 21/10 pelo
formulário https://forms.gle/m9EwZCsmaiWHuTTt9.
16h - Espetáculo: Gotas
de Saberes - Cia.
Arteatro (Boa Vista/RR)
Duração:
55 minutos. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama.
Local: Sesc 24 de Maio
Gratuito. Sem retirada de ingressos.
20h - Espetáculo: Danúbio
- Grupo Sutil Ato (Sobradinho/DF)
Duração:
55 minutos. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama.
Local: Sesc Bom Retiro
Gratuito - Retirar ingressos na bilheteria 1
hora antes da sessão.
20h - Espetáculo: Kid
Chocolate - Ritual
Cubano Teatro (Cuba)
Duração: 75 min. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama.
Local: Sesc 24 de Maio
Gratuito - Retirar ingressos na bilheteria 1
hora antes da sessão.
26 de outubro - Domingo
16h - Espetáculo: Samba
de Muriquinho - Núcleo Abre Caminhos (SP)
Local: Sesc Bom Retiro (Praça de Convivência)
Gratuito. Sem retirada de ingressos.
16h - Espetáculo: Gotas
de Saberes - Cia.
Arteatro (Boa Vista/RR)
Duração:
55 minutos. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama.
Local: Sesc 24 de Maio
Gratuito. Sem retirada de ingressos.
17h – Espetáculo: Kid
Chocolate - Ritual
Cubano Teatro (Cuba)
Duração:
75 min. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama.
Local: Sesc 24 de Maio
Gratuito - Retirar ingressos na bilheteria 1
hora antes da sessão.
Locais / Endereços
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149
- Bela Vista. SP/SP.
Tel.: (11) 2168-
1777. 224 lugares. Acessibilidade. Na rede: @itaucultural.
Sesc 24 de Maio
Rua 24 de Maio, 109,
República. SP/SP.
Tel.: (11)
3350-6300. 245 lugares. Acessibilidade.
Na rede: @sesc24demaio.
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185
- Campos Elíseos. SP/SP.
Tel.: (11) 3332-3600.
297 lugares. Acessibilidade. Na rede: @sescbomretiro.
Complexo Cultural Funarte SP
Alameda
Nothmann, 1058 - Campos Elíseos. SP/SP.
Tel.: (11) 3662-5177.
Acessibilidade.
iBT - Instituto Brasileiro de Teatro
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 277 - Bela
Vista. SP/SP.
Tel.: (11)
91571-3614. Acessibilidade. Na rede: @ibteatro.
Casa de Francisca
Rua
Quintino Bocaiúva, 22 - Sé. SP/SP
Tel.:
(11) 3052-0547. Na rede: @casadefrancisca.
OS ESPETÁCULOS / AS
ATRAÇÕES
Espetáculo:
Kid
Chocolate - Ritual Cubano Teatro (Cuba)
Duração:
75 min. Ano: 2012. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama.
Com
direção, dramaturgia e atuação de Jorge Enrique Caballero,
Kid Chocolate - Ritual Cubano traz a história de Eligio Sardiñas
Montalvo (o boxeador Kid Chocolate / 1910-1988) que, de para conquistar o
paraíso, revive e analisa momentos de sua vida, em vários âmbitos, com o
objetivo de alcançar o arrependimento, renunciar ao seu passado na Terra e,
assim, conquistar seu caminho para o paraíso. Isso o colocará em um dilema.
Jorge
Enrique Caballero é formado em Artes Cênicas, com ênfase em atuação, pelo
Instituto Superior de Arte de Cuba (ISA). Participou de workshops de teatro,
dança e cinema. Integrou o elenco da Cia. de Teatro Rita Montaner, da Cia de
Teatro Mefisto, da Cia. de Teatro Yoldance, do Teatro Aire Frío, do Teatro
Buendía, da 3pasos/2 Movimientos (Cia. de Burkina Faso), do Teatro Espiral
(Suíça), da TeamSunshine Performance Corporations (EUA) e da BB Promotions
(Alemanha). No cinema, destaque apra filmes como Kangamba, 7 Días en La Habana, Hormigas
en La Boca (Espanha), Case Depart (França), Larga Distancia, Sumbe, Melaza, Bailando con
Margot, Inocencia, Nido de Mantis, Vientos
de La Habana (Espanha) e Eres Tú
Papá? (Reino Unido). Em séries de TV, A
Pesar de Todo, El que Debe Vivir,
Bajo el Mismo Sol e De Amores y Esperanzas I y II. Lecionou no Instituto
Superior de Arte (ISA), Escuela Pro-Danza e Escuela Nacional de Teatro (ENT).
Ministrou palestras e workshops sobre atuação e expressão corporal em Cuba,
México, EUA e Suíça. Em 2012, foi premiado com a Residência Artística para
Jovens da América Latina e Haiti, México, por Kid Chocolate. Recebeu o Prêmio Adolfo Llauradó de melhor atuação
masculina em cinema (2008) e em teatro (2013). É membro da União Nacional de
Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC). É criador da Trilogía Teatral Ritual
Cubano (Kid Chocolate, Le Chevalier Brindis de Salas e 1912),
que reúne as vidas e obras de cubanos negros com significado histórico.
FICHA
TÉCNICA - Autor, ator e diretor:
Jorge Enrique Caballero. Percussão:
José del Pilar Suárez Entenza. Técnico
de luz: Reginal Javier Rodríguez. Audiovisual
e som: Lucy R. Ramos. Som:
Leyris Guerrero Mora.
Espetáculo:
Atarugao
Rostros Invisibles - Fundación Afrocolombiana Casa Tumac (Colômbia)
Duração:
45 minutos. Classificação: Livre. Gênero: Dança-teatro. Ano: 2020.
Atarugao Rostros
Invisibles conta a história de
seis homens negros que chegam de suas regiões a uma cidade em busca de
"progresso", trazendo consigo seus sonhos, suas histórias e sua
cultura materializada em seus modos de andar, falar, ouvir música e dançar. O
encontro desse homens com o ambiente urbano se torna hostil, pois oferece
poucas oportunidades e os confronta cotidianamente com a discriminação e a
segregação, forçando-os a desenvolver formas de resistência.
A
cidade, que os estigmatiza e segrega pela cor de pele e origem, é construída
pelas mãos desses homens migrantes. Eles trabalham de baixo para cima, como
pedreiros, toupeiras, vendedores e coletores de lixo. Esses homens,
estigmatizados como preguiçosos, são os mesmos que realizam o trabalho mais
árduo, construindo as casas onde residem aqueles que os discriminam, cuidando
da cidade que lhes é hostil. São as mãos e a força desses homens que constroem
cidades que lhes negam acesso e dignidade mesmo diante das suas contribuições.
Esses homens decidem investir em um futuro, mesmo nas condições adversas. A
partir de suas histórias, corpos e musicalidade, criam suas próprias
narrativas. Atarugao Rostros Invisibles é uma performance que, por meio da
dança, presta homenagem a esses homens comprometidos em construir vidas na
cidade. Os homens de Atarugao se
adaptam à cidade, buscam se reconectar com seu território aos domingos a partir
do meio-dia, quando seus corpos descansam, e reservam um tempo para celebrar e
honrar sua própria resiliência.
A
Fundación Afrocolombiana Casa Tumac é um coletivo, fundado em 2016, como
resultado da Fundação Afro-Colombiana Casa Tumac, em parceria com o Centro de
Desenvolvimento Cultural Moravia. O trabalho busca reflexão por meio de
performances com foco nas perspectivas das mulheres sobre resistência, identidade
e expressão da feminilidade, a partir das diversas possibilidades que nos
cercam. Promovem o diálogo intercultural em novos contextos. Atualmente,
trabalha com base em técnicas afrocontemporâneas, contemporâneas e
tradicionais. Possui três obras e quatro vídeos de dança com viés de gênero,
tendo a música ao vivo criada especialmente para cada obra e interpretada pelas
próprias integrantes.
FICHA
TÉCNICA - Direção: Francisco
Alexander Tenorio Quiñones. Artistas em
cena / músicos bailarinos: Francisco Tenorio Quiñones, Oscar Andrés Ângulo,
Jair Parmenio Ângulo, Kevin Leandro Cortes, Jesús Alberto e Mario Andrés
Cortes. Iluminação: Isabel Montoya. Assistência de direção: Paola Vargas.
Espetáculo:
Terra
Brasilis Top Trans Pindorâmica -
Cia. Sacana de Teatro e Dança (São Paulo/SP)
Duração:
75 minutos. Classificação: 16 anos. Gênero: Drama.
Em
Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica,
com dramaturgia e direção de Ymoirá Micall, um programa de rádio anuncia a
“hora da história”. No microfone, a Cantora Careca, locutora da atração, narra
em detalhes a passagem da Santa Profana, figura icônica deste conto distópico.
Após ser proclamada Santa pela população do Distrito PS, a protetora vive sua
ressurreição ao mesmo tempo em que deve se defender dos ataques iniciados por
seguidores de um Rei Colônia.
O
espetáculo, que abriu a 9ª edição da Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos
Cênicos do CCSP, em 2023, retrata a disputa de narrativas em um Brasil paralelo
totalmente atemporal, sedimentado nas vivências entre pessoas trans e
travestis. O trabalho da Cia. Sacana é uma distopia. A obra está situada no
mesmo universo do experimento cênico Distrito
T - cap. 1, premiado em 2022 no 30º Festival Mix Brasil, na categoria
Dramática. Na trama de Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica o
público conhece a história da Santa Profana, convidado a adentrar aos limites
do Distrito PS, bem quando ela decide ser livre. No entanto, essa atitude
fragiliza o círculo de proteção local, deixando os moradores em estado de
alerta. Ao mesmo tempo, uma refugiada precisa ganhar a confiança dessa entidade
para se manter viva. A montagem
desmistifica qualquer impossibilidade de afeto sobre a população trans e
travesti e busca se afastar de uma binariedade intrínseca à sociedade.
Na
ativa desde 2020, composta por artistas negros e LGBTQIAP+, a Cia Sacana tem a
missão de produzir conteúdo em múltiplas linguagens para garantir o acesso de
artistas negros e LGBTQIAPN+ a qualquer espaço artístico e educacional. O lado
imagético foi fundamental para o trabalho. Muito da moda e do design foi
incorporado à encenação, quase como um manifesto. O figurino (Kyra Reis -
criação é coletiva) remete ao movimento Ballroom e utiliza peças em upclycling
(reaproveitadas). Também so cenário, pensado por Mauro Pucci, a Cia. Sacana
optou pelo mesmo caminho do reaproveitamento. A montagem imersiva ocupa os
espaços de forma diferente. Nas primeiras cenas, os espectadores transitam pelo
lugar, conhecendo o distrito que compõe a distopia, depois senta-se em
arquibancadas. Diferentes elevações e estruturas determinam essas fronteiras.
FICHA
TÉCNICA - Direção e dramaturgia:
Ymoirá Micall. Assistência de direção:
PHVerissima. Elenco: Kyra Reis, Ayo
Kalunga, Kaiala de Oliveira, Leonora Braz, Alice Guél, Wini Lipe, Zara Dobura,
Venâncio Cruz, Tata Nzinga e Nu Abe. Direção
de produção: Carmen Mawu Lima. Direção
de arte: Mauro Pucci. Trilha sonora
e operação: Maia Caos. Desenho e
operação de luz: Verena Teixeira. Assistência
de arte: Luccas Caetano. Assistência
de som: Ewe Pixain. Assistência de
produção: Veni. Gestão institucional:
Associação SÙ de Educação e Cultura.
Espetáculo:
Herança
- Cia. Burlantis (Belo
Horizonte/MG)
Duração:
72 minutos. Classificação: Livre. Gênero: Drama
Com
direção de Grace Passô
Herança tem a
busca e o resgate da herança cultural afro-brasileira como bússola para a
diáspora negra. A peça celebra os 50 anos de carreira do ícone da cultura
afro-mineira, Maurício Tizumba. Em cena estão três multiartistas, Júlia
Tizumba, Sérgio Pererê e o próprio Maurício Tizumba. Criando uma trama de
enredos pessoais, documentais e oníricos, o trio escava histórias íntimas
enquanto mira a África como se olhassem em um espelho. Entre as muitas maneiras
de contar histórias, o som, o movimento e os objetos de família são elementos
poéticos do novo espetáculo cênico-musical da Cia. Burlantins.
FICHA
TÉCNICA - Dramaturgia: Aline Vila
Real, Grace Passô e Tomás Sarquis - Elaborada a partir de narrativas produzidas
por Júlia Tizumba, Mauricio Tizumba, Rosa Moreira e Sérgio Pererê. Direção: Grace Passô. Elenco: Júlia Tizumba, Sérgio Pererê e
Mauricio Tizumba. Participação especial:
Rosa Moreira. Direção musical:
Sérgio Pererê. Músicas: Sérgio
Pererê e Mauricio Tizumba. Assistência
de movimento: Sérgio Penna. Vídeo-arte:
Renato Pascoal. Intervenções visuais:
Desali. Projeções: Vjs Bah e Kraken.
Cenário e figurino: Alexandre
Tavera. Iluminação: Edmar Pinto. Sonorização: André Cabelo, Cahuê
Teixeira e Marquinhos. Gestão e produção
executiva: Elias Gibran e Karú Torres (Napele Produções Artísticas). Assistência de produção: Eurídes Máximo
(Juninho). Fotos: Pablo Bernardo. Idealização: Pedro Kalil. Realização: Cia Burlantins e Napele
Produções Artísticas.
Espetáculo:
Danúbio
- Grupo Sutil Ato (Sobradinho/DF)
Duração:
55 minutos. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama.
Dois
atores, um adulto e uma criança, percorrem uma jornada lírica e lúdica que
brinca diálogos entre uma mesma pessoa em diferentes tempos de vida. Danúbio é
o protagonista negro que busca sua própria voz, história e identidade entre as
muitas vozes e memórias que habitam seu corpo. As contradições e embates entre
a criança e o adulto, convidam o público a mergulhar na complexidade de
sentimentos, emoções, cosmologias e ancestralidades que atravessam as memórias
e subjetividades pretas.
FICHA
TÉCNICA - Direção e dramaturgia:
Jonathan Andrade. Atuação: Kalebe
Lizan e Malik Gomes Leôncio. Participação
especial: Genison Pereira (vídeo e voz), Adinelson de Souza Filho (voz) e
Raio Gomes (voz). Cenografia e figurino:
Auana Borém e Jonathan Andrade. Colaboração
na execução do cenário: Aroldo Lopes e Marno Matte. Colaboração no figurino: Priscila Gomes Mariano. Iluminação: Jonathan Andrade. Consultoria de luz: Jeferson Landin. Composição e direção musical: Felipe
Kiluandê Fiúza. Músicos convidados:
Bruno Yakalos, Mar Nóbrega e Pedro Badke. Operação
de som: Ãna do Quartinho. Professor
e tradutor de Iorubá: Adinelson de Souza Filho. Captação, edição de vídeo e videomapping: Bruno Zakarewicz, Elias
Kioshi e Fernando Gutiérrez. Produção
executiva: Wellington Oliveira.
Espetáculo:
Vamos
pra Costa? - Núcleo da Tribo
(Itacaré/BA)
Duração:
40 minutos. Classificação: Livre. Gênero: Dança.
Três
pescadores-dançarinos em cena descrevem suas funções na pescaria artesanal, que
acontece entre outubro e março no litoral baiano, na cidade de Itacaré/BA. A
partir de suas experiências, o público conhece um pouco sobre a pesca da Costa:
a relação de hierarquia e de confiança, o poder da visibilidade, a
especificidade de cada corpo em executar uma determinada ação, temporalidades.
Em um espaço múltiplo de troca, pessoas de diferentes regiões se encontram para
realizar a pesca artesanal. O alimento, os encontros, a disputa, a
sobrevivência, a vivência e a união, tudo em cena. Mas sem peixes não tem canoa
na arrebentação, sem peixes não tem rede bem costurada, sem peixes não tem
piageiros, sem peixes não tem histórias.
No
espetáculo, a dança gera visibilidades e apresenta os modos de organização e
ações cotidianas da/na cidade de Itacaré, BA. O processo de criação de Vamos pra Costa? começou em janeiro de
2015, como um desejo do Magno Rocha (Miquiba), um dos dançarinos, em produzir
um espetáculo de dança sobre a pesca artesanal - feita por homens moradores do
bairro Porto de Trás e de outros bairros e outas regiões - na praia da costa,
localizada na outra margem do Rio de Contas, em Itacaré. Os três dançarinos em
cena também são pescadores, integrantes dessa atividade artesanal. Durante
o processo, o Núcleo da Tribo fez um relatório sobre a organização desta pesca,
quem participa, por que o bairro Porto de Trás localizado no Quilombo Urbano,
os elementos necessários para atividade, o que acontece em alto mar e o que
ocorre quando a rede chega em terra. Registros fotográficos dos três pescadores
dançarinos foi realizado, por meio da improvisação, seleções de materiais para
a composição das cenas e análise dos modos de organização da atividade. A
corda, um elemento de extrema importância para o bom resultado da pescaria,
ascendeu na cena.
FICHA
TÉCNICA - Direção artística e criação:
Verusya Correia. Criação e performance:
Arionilson Xixito, Guilherme Pitche e Valmilson Pericles Nascimento. Designer e operação de luz: Márcio
Nonato. Cenário e figurino: Núcleo
da Tribo. Produção: Casa Ver Arte. Trilha sonora: “DeluxeJoyPilot by
Felix Ruckert” (Christian Meyer), “Paris, Texas” (Gotan Project), “Beira”
(Lucas Oliveira Rosário) e “Percussion Storm” (Baaba Maal Yiriyaro).
Espetáculo:
Gotas
de Saberes - Cia. Arteatro (Boa
Vista/PR)
Duração:
40 minutos. Classificação: Livre. Gênero: Infantil.
Gotas de Saberes tem texto inspirado
em histórias do povo originário da etnia Makuxi. A narrativa foi elaborada
pelos atores Anderson Nascimento, Márcio Sergino e Silmara Costa, a partir das
histórias originárias e do processo de experimentação e vivência pessoal de
cada um. Três histórias pouco conhecidas em Roraima integram o espetáculo: Kaikusi Moropai Wayumuri Pantoni:
Eka’tunpînen (Mito de Jabuti e Onça:
a Corrida), Musu Pantoni (O Jogo dos Olhos Entre o Camarão e a Onça)
e Yei yare pantoni (A Origem dos Timbós), que estiveram por
muitas gerações nos quintais e terreiros dos lavrados e das serras de RR,
contadas por ancestrais e avós Makuxis.
A
adaptação Gotas de Saberes - que faz
parte do projeto homônimo que propõe a contação de histórias em forma de
espetáculo - traz elementos da infância, de experiências vividas e da
ancestralidade dos atores. A peça é a concretização do desejo da companhia de
realizar um espetáculo que abordasse suas raízes, sua identidade amazônica e
roraimense e contou com a assessoria do dramaturgo e encenador Márcio Marciano
na direção e na dramaturgia.
FICHA
TÉCNICA - Direção geral: Márcio
Sergino. Consultoria em direção e
dramaturgia: Marcio Marciano. Texto
e dramaturgia: Anderson do Nascimento, Silmara Costa e Victor Manoel. Elenco: Anderson Nascimento, Márcio
Sergino e Silmara Costa. Percussão e
apoio: Márcio Sergino. Iluminação:
Baronso Lucena. Pesquisa e produção
musical: Victor Manoel. Produção
executiva: Silmara Costa. Fotografia: Lary Gaynett.
Espetáculo:
Samba
de Muriquinho - Núcleo Abre
Caminhos (São Paulo/SP)
Duração:
60 minutos. Classificação: Livre. Gênero: Infantil.
O
Samba de Muriquinho é uma roda de
samba feita para crianças. Concebida pelo Núcleo Abre Caminhos, em 2023,
durante a pesquisa sonora do projeto Erês, Muriquinhos e Mulekagens, no qual o
Núcleo pesquisa, há cerca de três anos, as infâncias negras em cena, a partir
da obra literária infantil
Kuami, de
Cidinha da Silva. O repertório é composto por músicas autorais do primeiro
espetáculo do grupo,
Kuami - Caminhos
para Identidade, e por cantigas populares das culturas tradicionais
afro-brasileiras de diversas regiões - norte, nordeste, Minas Gerais e interior
de São Paulo.
O
espetáculo é estruturado para incluir toda a família durante a atividade por
meio interações com a plateia e dinâmicas lúdicas. Pais, mães, tios, avôs são
também convidados a visitarem suas infâncias. O Samba de Muriquinho é realizado como as tradicionais rodas de
samba, no formato de meia lua junto ao público e instrumentos percussivos e
melódicos. O meio da roda fica livre para que o público dance e interaja entre
si e com o grupo. O movimento circular e espiral é sagrado para as culturas
afro-brasileiras, presentes em vários tipos de festas populares e religiosas. O
Núcleo Abre Caminhos atua na pesquisa em teatralidade e musicalidade negra,
dedicado à investigação cênica, musical e dramatúrgica, formado por Lucaz
Eusébio e Miranda Gonçalves.
FICHA
TÉCNICA - Direção musical: Miranda
Gonçalves. Concepção artística:
Lucaz Eusébio. Cavaco e violão:
Samuel Silva. Vozes, percussão e efeitos:
Iraci Estrela, Lucaz Eusébio, Miranda Gonçalves e Vicente Kayodê. Técnica de som: André Papi. Produção: Lucas Cardoso - Corpo
Rastreado. Direção geral e realização:
Núcleo Abre Caminhos.
Conferência: Nas Dobras do
Real: o fictício, o imaginário e as subjetivações em cena
Com: Leda Maria Martins
Leda Maria Martins reflete,
especialmente no Dona Ruth: FTNsp - 4ª Edição, sobre as tensas relações entre o
real e o ficcional, explorando os modos pelos quais se performam os perfis e os
contornos das subjetivações e o lugar do imaginário nas cenas negras e
indígenas da atualidade.
Leda Maria Martins
nasceu no Rio de Janeiro e vive em Belo Horizonte, Brasil. Poeta, dramaturga,
ensaista e professora. Doutora em Letras/Literatura Comparada pela Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Artes pela Indiana University e
formada em Letras pela UFMG. Possui pós-doutorados em Performance Studies pela
New York University e em Performance e Rito pela Universidade Federal
Fluminense (UFF). Docente aposentada da Universidade Federal de Minas Gerais,
também lecionou na Universidade Federal de Ouro Preto. Professora Visitante da
Tisch Shool of the Arts e da Universidade Federal Fluminense. Algumas de suas
áreas de pesquisa incluem: teatro, performance, estudos comparados de literatura,
estudos culturais. Entre seus conceitos e noções teóricas destacam-se:
afrografias, teatro negro, encruzilhadas, oralituras, tempo espiralar e
corpo-tela. Entre seus livros, constam: Performances
of Spiral Time (Duke University Press, 2025); Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela (Editora
Cobogó, 2021); Afrografias da memória
(Editoras Perspectiva/ Mazza, (2021 e 1997); A cena em sombras (Editora Perspectiva, 2023 e 1995), O Moderno Teatro de Qorpo Santo (Ed.
UFMG, 1991) e Os dias anônimos (Ed.
Sette Letras, 1999). Em 2022, Leda recebeu o Prêmio Milu Villela pela Fundação
Itaú Cultural. Em 2023, foi outorgada com o Prêmio Mestre em Artes Integradas
da Funarte. De março de 2024 a março de 2025, foi homenageada com a Ocupação
Leda Maria Martins, pelo Itaú Cultural (SP). Desde 2005, é Rainha de Nossa
Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo
Horizonte.
Quilombo Artístico-pedagógico: Encantamento e imaginação - Infâncias Indígenas
e Negras
Com: Cia. Arteatro
(Boa Vista-RR), e do Núcleo Abre Caminhos (São Paulo-SP).
Esta
residência artística se propõe a pensar ética, estética, poética e
politicamente as artes da cena dedicada às infâncias. Para tanto, têm como
fundamento o encontro, a troca e o compartilhamento dos processos de criação e
de metodologias artístico-pedagógicas dos grupos Cia. Arteatro (Boa Vista-RR),
e do Núcleo Abre Caminhos (São Paulo-SP). A atividade, conduzida pelos artistas
integrantes de ambos os grupos, é aberta ao público e gratuita, mediante
inscrição prévia. Destinado para crianças acompanhadas de responsáveis maiores
de idade, jovens, adultos de todas as idades interessados em infâncias, teatro,
artes, culturas indígenas e negras e educação.
Cada
grupo, ao longo das suas trajetórias pesquisam, sonham e inventam, de
diferentes formas, as suas criações cênicas dedicadas às infâncias indígenas e
negras no Brasil numa dimensão contra-colonial. Nesse espaço de criação, como
esses grupos podem imaginar juntos as múltiplas infâncias afro-indígenas
brasileiras? Quais as confluências, contrastes e tensões dos seus processos de
criação e metodologias a partir dos seus territórios? É possível propor um
olhar que rompa com as concepções hegemônicas e eurocêntricas e que reconhece a
infância como potência política, cultural e ancestral? Como compreender as
crianças como parte fundamental da vida comunitária em vez de isolada em
espaços artificiais? Quais são os caminhos para imaginar infâncias que não
sejam forjadas pelo capitalismo e pelo neoliberalismo? Essas e outras questões
estarão em jogo e, por isso, serão responsáveis por mobilizar os encontros
entre os artistas e participantes.
Nesse
espaço de criação, compreenderemos, como uma provocação inicial, a infância
como um campo de disputa política e de produção de conhecimento, articulada
para além da faixa etária que determina certa idade para ser uma criança no
mundo. Portanto, a infância também é compreendida como um conceito transversal
preenchido com amplos significados que qualificam múltiplas formas de ser e
estar no mundo. Ao longo dos encontros, os grupos
conduzem processos criativos que elucidem as possibilidades crítico-criativas
que as artes da cena, aliadas a outros saberes que produzem, podem oferecer
para ampliar as noções das infâncias indígenas e afro-diaspóricas como um
projeto para o Brasil.
Quilombo Artístico-Pedagógico: A Pie Pelao va con música en vivo
Com Casa Tumac (Colômbia) - Paola Vargas e Francisco Alexander Tenorio
A oficina utiliza a dança
tradicional do Pacífico Sul colombiano e movimentos cotidianos como ferramentas
criativas para a construção de uma linguagem contemporânea. Busca destacar
questões enfrentadas pela comunidade afro-colombiana do Pacífico e por aqueles
que migram para as grandes cidades. Esta iniciativa é um trabalho da Fundação
Afro-Colombiana Casa Tumac, desde 2008, liderada pelo maestro e fundador
Francisco Alexander Tenorio e, posteriormente, apoiada pela maestrina Paola
Vargas. A oficina nasceu das reflexões do maestro, que observou como a
colonização por outras técnicas de dança coloca em risco a permanência das
tradições do Pacífico Sul colombiano. A proposta consiste em tomar os passos
pré-estabelecidos da dança tradicional e interpretá-los com as necessidades
expressivas de cada obra ou performance, incorporando também gestos e elementos
do cotidiano como propulsores da criação.
Francisco Alexander Tenorio é licenciado em Dança e
engenheiro químico formado pela Universidade de Antioquia, com sólida
trajetória como bailarino, coreógrafo e pesquisador das danças tradicionais do
Pacífico Sul colombiano. Desde 1988, formou-se em música e dança com a Fundação
Escola Folclórica do Pacífico Sul Tumac, que atualmente dirige artisticamente.
Sua busca criativa o levou a desenvolver uma proposta cênica que funde danças
tradicionais afro com elementos contemporâneos e gestos cotidianos do
território. Fundador da Fundação Afrocolombiana Casa Tumac, em Medellín (2009),
lidera processos de formação e criação artística com jovens afrodescendentes.
Foi vencedor de diversos prêmios e bolsas, incluindo o Prêmio Nacional de Dança
da Universidade de Antioquia - como coreógrafo da obra Atarugao - rostros invisiblesI, em 2023.
Paola Vargas é mestre em Estudos Culturais, coreógrafa
e intérprete profissional de dança Afrocontemporânea, formada na África (EDIT -
Burkina Faso), licenciada em Educação com ênfase em Dança e designer de moda.
Codiretora da Fundação Afrocolombiana Casa Tumac e diretora artística e
pedagógica da mesma. Possui mais de 30 anos de trajetória artística e 20 anos
como formadora. Seu trabalho está enraizado nas heranças africanas e
afrocolombianas, fundindo o tradicional e o contemporâneo para gerar reflexões
corporais sobre identidade, território e transformação social. Representou a
Colômbia em palcos nacionais e internacionais como bailarina, coreógrafa,
docente e pesquisadora, desenvolvendo uma visão crítica e criativa da dança
afro e afrocolombiana. Lidera um elenco feminino, que também faz parte da
Fundação.
Quilombo
Artístico-pedagógico: Caminos Hacia una Vivencia Emocional del Movimiento
Danzario
Com Ritual Cubano Teatro (Cuba) - Jorge Enrique Caballero
Oficina
destinada a atores/atrizes,
bailarinas/es/os, performers, estudantes de artes cênicas e demais interessados
com ou sem experiência prévia. Condição física extraordinária, condicionamento
ideal do corpo como elemento expressivo e técnica apurada são, em linhas
gerais, os princípios básicos da dança. Mas o poder da interpretação - aquilo
que nos ajuda a transcender a barreira do meramente técnico e conectar o
público com o sensorial e o emocional - só pode ser alcançado se o intérprete
conhecer, dominar e fundir a técnica da atuação com a dança; o uso do corpo de
forma substancial na elaboração de ações físicas, histórias, personagens,
situações etc. Este workshop visa facilitar e expor os participantes a algumas
das ferramentas e elementos do trabalho do ator como complemento à arte da
dança: Trabalho do ator/atriz sobre si mesmo (adquirindo as habilidades de
relaxamento, concentração e desinibição por meio de exercícios de solidão em
público e jogos de imaginação); Trabalho sobre ação e relacionamentos
(adquirindo as habilidades de mimese e incorporando o personagem por meio de
exercícios de caracterização física, composição animal e associações);
Abordagem das Emoções (habilidades emocionais e sensoriais por meio do
reconhecimento e exercício da memória emocional, das relações sujeito-objeto e
sujeito-sujeito, da materialização de histórias e conflitos, utilizando
exercícios básicos de silêncio orgânico); Elaboração da Obra (Permite ao aluno
aplicar as habilidades adquiridas nas etapas anteriores por meio da recriação
coreográfica de obras dramáticas ou literárias).
Jorge Enrique
Caballero
é formado em Artes Cênicas, com ênfase em atuação, pelo Instituto Superior de
Arte de Cuba (ISA). Participou de workshops de teatro, dança e cinema. Integrou
o elenco da Cia. de Teatro Rita Montaner, da Cia. de Teatro Mefisto, da Cia. de
Teatro Yoldance, do Teatro Aire Frío, do Teatro Buendía, da 3pasos/2
Movimientos (Cia. de Burkina Faso), do Teatro Espiral (Suíça), da TeamSunshine
Performance Corporations (EUA) e da BB Promotions (Alemanha). No cinema, destaque apra filmes como Kangamba, 7 Días en La Habana, Hormigas
en La Boca (Espanha), Case Depart (França), Larga Distancia, Sumbe, Melaza, Bailando
con Margot, Inocencia, Nido de Mantis, Vientos
de La Habana (Espanha) e Eres Tú
Papá? (Reino Unido). Em séries de TV, A
Pesar de Todo, El que Debe Vivir,
Bajo el Mismo Sol e De Amores y Esperanzas I y II. Lecionou no Instituto
Superior de Arte (ISA), Escuela Pro-Danza e Escuela Nacional de Teatro (ENT).
Ministrou palestras e workshops sobre atuação e expressão corporal em Cuba,
México, EUA e Suíça. Em 2012, foi premiado com a Residência Artística para
Jovens da América Latina e Haiti, México, por Kid Chocolate. Recebeu o Prêmio Adolfo Llauradó de melhor atuação
masculina em cinema (2008) e em teatro (2013). É membro da União Nacional de
Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC). É criador da Trilogía Teatral Ritual
Cubano (Kid Chocolate, Le Chevalier Brindis de Salas e 1912),
que reúne as vidas e obras de cubanos negros com significado histórico.
Quilombo
Artístico-Pedagógico: Da Totalidade ao
Vamos Pra Costa? Uma Experiência Dançante com a Corda. Topa?
Com Núcleo da Tribo
(Itacaré/BA) - Verusya Correia
Atividade aberta para artistas e não artistas, para toda e qualquer
pessoa interessada em processos de criação, movimento e
dança. Esta oficina parte das elaborações do processo criativo do espetáculo Vamos pra costa?, do Núcleo da Tribo. Neste encontro é abordado e apresentada a
criação e as experiências desta ação de pesca no litoral do sul da Bahia. No espetáculo Vamos
pra Costa? o processo de criação começou
em 2015 como desejo do Magno Rocha (Miquiba), um dos dançarinos, em produzir um
espetáculo de dança sobre a pesca artesanal - sua composição é feita por
moradores do bairro Porto de trás, de outros bairros e convidados, que ocorre
na praia da costa, localizada na outra margem do Rio de Contas, em Itacaré/BA. Durante
o processo são abordadas as seguintes questões: como é a organização desta
pesca? Quem participa e qual a sua função? Quais os elementos necessários para
atividade? O que acontece em alto mar? E quando a rede chega em terra, o que
ocorre? A partir do trabalho de improvisação, da seleções de materiais e
da experiência dançante com a corda, serão analisados os modos de organização e
participação da oficina. Com as
experiências, podemos conhecer um pouco mais sobre a pesca da Costa, assim como
a nossa relação com o nosso cotidiano: a relação de hierarquia e de confiança,
o poder da visibilidade, os tensionamentos, a observação, a especificidade de
cada corpo em executar uma determinada ação, a temporalidade.
Verusya Correia - Doutoranda, bolsista
da FAPESB e Mestre do Programa de Pós-Graduação em Dança na UFBA, idealizadora,
diretora artística e curadora do Festival de Dança Itacaré, integrante da
Associação Casa Ver Arte / Núcleo da Tribo, autora do livro Pilates & Dança: livro-aula para práticas
de Coreotonia. Nos últimos anos o grupo Núcleo
da Tribo produziu quatro espetáculos de dança contemporânea: Os filhos os contos, Vamos pra costa?, Toque de Guerra e o Samba que Soma; oficina Da
Totalidade ao Vamos pra costa?; duas danças filmadas e intervenções
artísticas. As investigações cênicas
partiram das análises do contexto local, relatos das experiências vividas pelos
moradores do bairro Porto de Trás - Quilombo Urbano. Hoje é professora
substituta da UFSB/CJA. E tem em sua investigação a
relação entre dança, cidade e corpo dissidente.
GIRAS DE CONVERSA
As Giras de Conversa
são espaços de reflexões críticas acerca do teatro, da sociedade e da cultura.
Elas promovem também encontros com artistas, críticos, pesquisadores e público
em geral, para percorrer os caminhos visíveis e invisíveis evocados pelos espetáculos
presentes na programação. As conversas serão conduzidas por Deise de Brito e
Guilherme Diniz, a partir do processo de pesquisa para a elaboração do
Pensamento Curatorial da 4ª edição do Dona Ruth: FTNsp.
O Pensamento Curatorial como Guia da Programação - Com Gabriel Cândido (curador e diretor
geral), Soraya
Martins (curadora), e Ellen de Paula (idealizadora). Apresentação: APÊAGÁ.
Após três anos de hiato,
o Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo voltou! Neste encontro, o
diretor e curador do festival, Gabriel Cândido, e a curadora convidada Soraya
Martins, compartilham e refletem sobre os processos criativos que conduziram o
Pensamento Curatorial da 4ª edição, mostrando oficialmente toda a programação.
A conversa terá a apresentação e mediação de Ellen de Paula, idealizadora do
Dona Ruth: FTNsp e diretora e curadora das edições anteriores. A 4ª edição do
Dona Ruth: FTNsp, com programação inteiramente gratuita e com recursos de
acessibilidades, acontece de 17 a 26 de outubro e está cheia de novidades. Pela
primeira vez, o festival terá espetáculos internacionais, tendo como foco uma
mirada pela Améfrica Ladina com duas obras, uma colombiana e outra cubana,
ambas inéditas no Brasil. Além dos espetáculos nacionais e internacionais, a programação
conta com atividades formativas do Quilombo Artístico-Pedagógico, em formato de
oficinas e residências artísticas, e Giras de Conversa com debates conduzidos
por críticos convidados e artistas presentes na programação.
Gira Fissurar Olhares - Com Deise de Brito
e Guilherme Diniz. Participação de Ymoirá Micall (Cia. Sacana/SP) e Lucaz
Eusébio (Núcleo Abre Caminhos/SP). Apresentação: APÊAGÁ.
A
gira Fissurar Olhares tem como provocação as seguintes questões: como fissurar
olhares pretos acostumados e treinados a ver e enxergar somente um tipo de
persona negra na cena? Através das imagens, como traçar outras rotas/olhares
mais fugazes e insubmissos?
Gira Fabulação de Imagens - Com Deise de Brito e Guilherme Diniz. Participação:
Verusya Correia e Pericles (Núcleo da Tribo/BA), F. Tenório Quiñones e Paola
Vargas (Casa Tumac/Colômbia). Apresentação: APÊAGÁ.
Nesta
Gira, a conversa tem como objetivo pensar as imagens como texto fundamental,
simbólico e potente para criarmos imagens que nos faltam, imagens para
fabularmos coisas que ainda nem imaginamos. Imagens para dar nós no imaginário
coletivo sobre o universo complexo da população negra, a partir de questões
transversais para todas as pessoas.
Gira
Crítica como criação -
Com Deise de Brito e Guilherme Diniz. Participação: Jonathan Andrade (Grupo
Sutil Ato/DF) e Silmara Costa (Cia Arteatro/RR). Apresentação: APÊAGÁ.
Nesta Gira,
pensaremos a crítica para as artes da cena como lugar de onde se pode criar,
refletir e discutir a pluralidade das estéticas e poéticas produzidas por
pessoas negras e indígenas. Visa também e, principalmente, pensar a crítica
como espaço de produção de pensamento complexo, implicada em imaginar outras
histórias e teorias sobre o que compreendemos como teatro brasileiro, ler a
contrapelo a própria ideia de Brasil e redistribuir/criar imagens e imaginários
políticos, éticos e estéticos, desde perspectivas negras e indígenas.
Gira Abre-Alas
- Festivais em Aquilombamento -
Participantes: Aline Mohamad (IBT), Aline Vila Real
(Funarte), Carlos Gomes (Itaú Cultural), Gabriel Cândido (Dona Ruth: FTNsp), Natalia Martins (Sesc
SP), Thiago Pirajira (Mostra Cura de Artes Cênicas
Negras - Porto Alegre e Pelotas/RS), Verusya Correa (Festival de Dança
Itacaré/BA) e Soraya Martins (Dona Ruth: FTNsp). Mediação: Deise de Brito e Guilherme Diniz. Apresentação: APÊAGÁ.
Esta Gira
de Conversa tem como foco da discussão as possibilidades de articulação,
cooperação e produção para criar estratégias curatoriais para a circulação e
descentralização das artes das cenas negras no Brasil e no mundo. O Abre-Alas: Festivais em Aquilombamento
nasce no desejo de evidenciar as convergências, confluências e diferenças do Festival de Dança Itacaré/BA, da Mostra Cura de Artes Cênicas Negras (Porto
Alegre e Pelotas - RS) e do Dona
Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo. O encontro tem como
base o ajuntamento movido pelo desejo de movimento como noção típica da
diáspora negra, que trança possibilidades de se relacionar, criar e recriar em
comunidade. A partir desse encontro, interessa criar um campo de possibilidades
de produção, curadoria, descentralização e circulação que colaborem para o
fortalecimento artístico e político das artes da cenas negras. Este
aquilombamento é em movimento, passa por Itacaré, Minas Gerais, São Paulo,
Porto Alegre e Pelotas, mas não só, pois não se limita a esses
territórios. Como primeiras ações do Abre-Alas estão programações dos três
festivais, trocas ideias e debates com os representantes dos eventos, da
participação de gestores culturais de instituições, artistas das artes da cena,
críticos, professores etc, bem como a curadoria compartilhada do espetáculo Danúbio, do Grupo Sutil Ato de
Sobradinho/DF, como obra em fluxo.
LIVROS
Dramas para Negros
e Prólogo para Brancos: antologia de teatro negro-brasileiro
Organização: Abdias Nascimento. Prefácio: Leda Maria
Martins. Ensaio: Carmen Luz. Textos biográficos: Christian
Moura. Editor: Philippe Curimbaba Freitas. Coordenação editorial:
Amanda Negri. Ano: 2024. Editora Temporal.
A Temporal, em parceria com o Instituto de Pesquisas e Estudos
Afro-Brasileiros (Ipeafro), anuncia a esperada reedição da antologia Dramas
para negros e prólogo para brancos. Esta coletânea, composta por nove peças
escritas especialmente para o Teatro Experimental do Negro (TEN), tem
organização de Abdias Nascimento, um dos fundadores e principal articulador do
grupo. O lançamento em outubro comemora os 80 anos da fundação do TEN e traz de
volta às prateleiras essa obra histórica e essencial para o cenário cultural e
social brasileiro. A nova edição inclui as nove peças e prólogo, presentes na
edição original, de 1961, além de textos inéditos que evidenciam a trajetória e
a relevância do TEN, tanto no contexto da dramaturgia quanto na luta contra o
racismo. Entre as peças reunidas estão títulos como O Filho Pródigo, de Lúcio Cardoso, Sortilégio, Mistério Negro, de Abdias Nascimento (em sua primeira
versão), Anjo Negro, de Nelson
Rodrigues, e outros. O volume conta ainda com apresentação de Elisa Larkin
Nascimento, diretora do Ipeafro; prefácio da pesquisadora e dramaturga Leda
Maria Martins; e um ensaio da coreógrafa e multiartista Carmen Luz; além de
escritos do próprio Abdias e textos biográficos sobre os autores, produzidos
pelo historiador Christian Moura. Fotos históricas das primeiras montagens das
peças, de autoria de José Medeiros e Carlos Moskovics, também foram incluídas à
edição.
Christian Moura - Pai de Maiysha, historiador graduado pela Faculdade
de História, Direito e Serviço Social da Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho (UNESP), campus de Franca. Mestre em Artes pelo Instituto de
Artes da UNESP e doutor em Artes pela Escola de Belas Artes da Universidade
Federal de Minas Gerais (EBA/UFMG). Atualmente, é professor de História no
Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e pesquisador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros
e Indígenas (Neabi/IFSP). É autor de textos biográficos na reedição do livro
Drama para negros e prólogo para brancos (Temporal e Ipeafro, 2024). Roteirista
do documentário Ecos do Teatro Experimental do Negro, dirigido por Daniel Solá
Santiago, também desenvolve pesquisas e é autor de uma obra inédita sobre a
história do TEN, a ser lançada pela Editora Objetiva.
Comicidades e
Palhaçarias Negras
Autoria: Coletivo Catappum. Ano: 2024.
Organizado por Chico Vinicius, Fagner Saraiva e Mafalda Pequenino,
integrantes do Coletivo Catappum, Comicidades e Palhaçarias Negras reúne
textos, ensaios e artigos inéditos de 21 artistas e pensadores de diferentes
regiões do Brasil (Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco,
Rio de Janeiro e São Paulo). A obra está dividida em cinco capítulos - Exu,
Terreiros, Festas e Alegria, Risos Ancestrais de Pretos(as) Velhos(as), Onde
Gargalham as Culturas Populares, Experiências Contra Estereótipos e Humor
Racista e Encruzilhada de Nomenclaturas. Em cada seção, múltiplas vozes
constroem um panorama amplo e profundo sobre a comicidade e a palhaçaria negra,
abordando dimensões históricas, culturais, espirituais e políticas. Mais do que
um registro, o livro se apresenta como ferramenta de resistência e afirmação.
Ele tensiona imaginários estabelecidos, expande referências e evidencia a
contribuição decisiva de artistas negros no circo, no teatro e em outras
linguagens do riso. Também busca preencher lacunas da formação artística
institucional, oferecendo fundamentos enraizados em tradições afro-indígenas
frequentemente invisibilizadas. Comicidades e Palhaçarias Negras é, assim, um marco para pesquisadores,
educadores, roteiristas e artistas que desejam compreender o riso como potência
ancestral, campo de representatividade e prática política.
Chico Vinicius - Ator, palhaço, dramaturgo e produtor cultural, natural de
Pedreiras-MA, criado em Teresina-PI e residente em São Paulo desde 2008. É
cofundador do Coletivo Catappum e dedica-se à pesquisa das comicidades e
palhaçarias negras. Licenciado em Educação Artística com habilitação em Artes
Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes, possui também formação em Humor pela
SP Escola de Teatro, onde hoje leciona. Autor e intérprete de projetos de
circo-teatro, levou o espetáculo “Jujuba La Luchadora X Chicote La Muerte” a
Cabo Verde (Motim – Mostra de Teatro Infantil de Mindelo) e ao 5º Congresso de
Cultura Viva Comunitária, em Lima, no Peru.
Fagner Saraiva - Artista e pesquisador das comicidades, nascido no Mato Grosso do Sul
e atuante em São Paulo. Cofundador do Coletivo Catappum, roteirizou e
protagonizou a série Papona – Vida de uma Dragqueen em Isolamento (YouTube).
Criador de conteúdo digital e drag queen, atuou também como Mateus em festivais
internacionais de cultura popular brasileira em Lisboa, Madrid, Roma e Londres.
Foi apresentador do programa infantil Mini Beat Power Rockers (Discovery Kids).
É autor e organizador desta publicação e dramaturgo do espetáculo Na Lona de Benjamim (Catappum). Integra
o elenco dos Doutores da Alegria em São Paulo e é formador em palhaçaria,
colaborando com instituições como SP Escola de Teatro, Folia Escola de Circo,
Sesc-SP, Circo do Mato-MS, Grupo Ubu-MS, Canto Cidadão-SP, Nariz Solidário-PR e
Doutores da Alegria.
Mafalda Pequenino - Atriz, apresentadora, diretora, produtora,
escritora, dançarina, arte-educadora, pernalta e dirigente cultural. Sua
trajetória tem como foco a difusão da cultura e das artes de matriz africana,
dialogando com públicos de todas as idades. É uma das apresentadoras do
programa infantil Quintal da Cultura (TV Cultura, em rede nacional), e atua
também em produções audiovisuais, circenses e teatrais. Liderança do movimento
cultural, é diretora artística do Ilú Obá de Min – Educação, Cultura e Arte
Negra, entidade feminina de referência na cena cultural paulistana e
nacional.
Teatro Experimental
do Negro: histórias, críticas e outros dramas
Autor: Guilherme Diniz. Prefácio: Leda Maria Martins. Editor: Philippe Curimbaba
Freitas. Coord. editorial: Amanda Negri e Bruno Rodrigues. Editora Temporal. 2025.
Teatro Experimental do Negro: histórias, críticas e outros dramas, de Guilherme Diniz,
mergulha na trajetória do grupo de atores negros, encabeçado por Abdias Nascimento
e um dos movimentos mais inovadores do teatro moderno brasileiro. Além de
apresentar uma análise das peças e da recepção do TEN pela crítica
especializada da época, com minucioso trabalho bibliográfico, o autor propõe
uma leitura que considera as lentes ideológicas que moldaram essas
interpretações, revelando nuances e desafios enfrentados pelo grupo.
Sobre Guilherme Diniz - Abaixo.
PERFIS – Críticos e
participantes
Guilherme
Diniz - é pesquisador, professor e crítico teatral, mestre e doutorando em
Estudos Literários e bacharel em Teatro pela Universidade Federal de Minas
Gerais. Seu trabalho foca nas dramaturgias e teatralidades negras, com
publicações acadêmicas e experiência internacional na Universidade de Coimbra,
onde estudou Literaturas e Dramaturgias Africanas. Atuou como crítico em
festivais renomados, coedita o site Horizonte da Cena e integra a Associação
Internacional de Críticos Teatrais. Além disso, foi diretor do Teatro Municipal
Geraldina Campos de Almeida e do Centro Literário Pedro Nestor, promovendo
iniciativas culturais em Pará de Minas. Este é seu primeiro livro publicado,
fruto de sua extensa pesquisa de mestrado.
Deise de Brito -
Nordestina, de Salvador, BA, nascida e criada no Engenho Velho de Brotas. Morou
em São Paulo durante 16 anos. Atualmente, está nômade - reside no próprio corpo
e mora no mundo. Namora quadril, ocupa-se de si quando escreve, é tia de
08, madrinha derretida de duas piscianas, artista do corpo, educadora, autora e
crítica cultural. Graduada em Licenciatura em Teatro pela UFBA. Formada pela
Escola de Dança da FUNCEB. Especialista em História, Sociedade e Cultura pela
PUC-SP. Mestra em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP e
Doutora em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP. É professora
colaboradora do Mestrado em Artes da Cena da Célia Helena Centro de Artes e
Educação (SP). Possui experiência em investigação, imersão e compartilhamentos
na Áustria, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Equador, Peru Paraguai
e Uruguai. Neste sentido, vive amores- pesquisas a respeito de artistas negres
a partir de diálogos entre corpo, ancestralidade, memória e arquivo nas
diásporas negras das Américas - Latina, Caribenha e do Norte - sendo
idealizadora e matrigestora do site Arquivos de Okan.
Ellen de Paula - Ellen de Paula é idealizadora e diretora do Dona
Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo e diretora executiva da Viração
Educomunicação. Mestra em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia, é
pós-graduanda em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e em Educação
em Direitos Humanos pela Universidade Federal da Paraíba. Gestora em direitos
humanos, produtora cultural, educadora e atriz, atua há 18 anos nos campos da
arte, cultura e educação, com foco na promoção de direitos de adolescentes e
jovens, gestão criativa e criação artística.
Gabriel Cândido - Diretor, dramaturgo, performer e produtor. Autor
das dramaturgias “Fala das Profundezas” (Editora Javali/ 2019), “Socorro! Tem
uma cidade entalada na minha garganta” (Editora Letramento/2019) e “Nossa Conquista”
(Editora Entremares/ 2023). Formado pela SP Escola de Teatro no curdo de
Atuação (2015), é integrante e co-fundador do Núcleo Negro de Pesquisa e
Criação (NNPC), e idealizador, diretor e curador do Dona Ruth: Festival de
Teatro Negro de São Paulo. Em 2023 e 2024 foi curador convidado do Festival de
Teatro de Araraquara (SLAMC). Atualmente é estudante de História na
Universidade de São Paulo (FFLCH/USP).
Soraya Martins - Artista-pesquisadora-docente/crítica/ curadora
independente. Professora de Teatro da Universidade Estadual do Paraná -
UNESPAR. É autora do livro “Teatralidades-Aquilombamento: várias formas de
pensar-ser-estar em cena e no mundo” (Editora Javali/ 2023). É a curadora
convidada da 4ª edição do Dona Ruth: FTNsp, curou o Festival Internacional de
Teatro de Belo Horizonte- FIT-BH 2024 e 2018 e integrou a equipe curatorial do
Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia-FIAC de 2019 a 2021. É
pós-doutora em Literatura, Outras Artes e Mídia (UFMG).
Aline
Mohamad - Produtora cultural há 25
anos, integrou o núcleo de curadoria do Centro Cultural São Paulo por 5 anos,
sendo 3 como Curadora de Teatro. Atualmente é Diretora de Curadoria do
Instituto Brasileiro de Teatro - iBT. Idealizadora e autora do espetáculos Oz e JORGE
pra sempre VERÃO, com direção de Rodrigo França; e idealizadora dos
espetáculos O Encontro - Malcolm X e
Martin Luther King, de Jeff Stetson, com direção de Isaac Bernat (primeira
montagem brasileira do espetáculo) e Eu,
Moby Dick, de Pedro Kosóvski, com direção de Renato Rocha. Aline é
ainda idealizadora e curadora da Ocupação Ovárias, que foi indicada ao Prêmio
Shell de Teatro 2019 na categoria inovação por fomentar o protagonismo
estético-político das mulheres. Durante a pandemia fundou o Sarau Possível, um
experimento cênico pandêmico, que ficou em cartaz por 7 semanas consecutivas e
teve sua estreia em maio de 2020. Já assinou a produção de mais de 30
espetáculos.
Aline
Vila Real - Gestora cultural, curadora e
diretora artística, com ampla atuação nas artes cênicas e na gestão
pública. Foi integrante do grupo teatral Espanca! por dez anos,
coordenando a produção do coletivo e do Teatro Espanca!, em Belo Horizonte.
Atua ainda com dramaturgia e assistência de direção em projetos teatrais e audiovisuais.
Atuou na curadoria e direção artística de importantes festivais, como o
Festival Internacional de Arte Negra (BH), Encuentro Mujeres Afro en Escena -
América Latina y Caribe, no Peru, a mostra Polifônica Negra, Festival de Teatro
Negro da Universidade Federal de Minas Gerais, Porto Alegre em Cena (RS) e o
Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga (CE). Na gestão pública, foi
diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura de BH
(2017-2022), sendo responsável pela gestão dos teatros municipais e por
projetos como o Circuito Municipal de Cultura e o Centro de Referência da
Dança. Também colaborou na implementação da Lei Aldir Blanc. Atualmente, é
diretora do Centro de Teatro da Funarte e articuladora do Programa de
Interancionalização das Artes, no eixo de Difusão da Política Nacional das
Artes.
Carlos
Gomes - Carlos Gomes é bacharel em Artes
Cênicas pela Unicamp desde 2001 e formado em Pedagogia pela UFSCar desde 2016.
Mestre em Economia pela UFRGS. Foi integrante do Grupo do Santo (1998 a 2005).
Autor da pesquisa que resultou em1 livro e 7 curtas documentários “Um batuque
memorável no Samba Paulistano”. Coordenou o programa de Fomento ao Teatro
(2014-2015). É coordenador do núcleo de Curadorias e Programação
Artística
no Itaú Cultural (desde 2016).
Natália Martins - Natural de
Ribeirão Preto, é bacharela em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da USP e mestra em Educação: Currículo pela PUC SP. Atualmente
integra a equipe de teatro do Sesc SP. Foi programadora das unidades Sesc Campo
Limpo e Sesc Santana onde desenvolveu ações nas linguagens de artes visuais,
música, circo, dança, teatro e educação em saúde. Passou por outras
instituições culturais trabalhando em áreas diversas, como Museu Paulista,
Fundação Bienal, MAC-USP e MIS-SP.
Thiago Pirajira - Artista cênico, professor,
curador e pesquisador. Doutor em Artes Cênicas, mestre em Educação e bacharel
em Teatro pela UFRGS. É professor na graduação em Teatro e na pós-graduação em
Artes no Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Artista
nos grupos e coletivos Pretagô e Usina do Trabalho do Ator. É diretor artístico
da CURA- Mostra de Artes Cênicas Negras. Pesquisa experiências e práticas
performativas negras em perspectiva multidisciplinar.
Verusya
Correia - Doutoranda, bolsista da
FAPESB e Mestre do Programa de Pós-Graduação em Dança na UFBA, idealizadora,
diretora artística e curadora do Festival de Dança Itacaré, integrante da
Associação Casa Ver Arte/ Núcleo da Tribo – grupo de dança, autora do livro
Pilates & Dança: livro-aula para práticas de Coreotonia. Nos últimos anos o
grupo Núcleo da Tribo produziu quatro espetáculos de dança contemporânea: Os filhos os contos, Vamos pra costa?, o
Toque de guerra e o Samba que Soma; a
oficina Da Totalidade ao Vamos pra costa?; duas danças filmadas e intervenções
artísticas. Esatas investigações cênicas partiram das análises do contexto
local, relatos das experiências vividas pelos moradores do bairro Porto de Trás
- Quilombo Urbano. Dando visibilidade aos modos de organização e composição das
poéticas relacionado ao cotidiano, os corpos negros dos moradores do bairro
Porto de trás, no município de Itacaré/BA. Hoje é professora substituta da
UFSB/CJA. E tem em sua investigação a relação entre dança, cidade e corpo
dissidente.
Ficha técnica: Dona Ruth: FTNsp - 4ª edição
Idealização:
Ellen de Paula e Gabriel Cândido
Direção
geral: Gabriel Cândido
Curadoria:
Gabriel Cândido e Soraya Martins
Direção
de produção: Lucas Ferrazza
Produção executiva: Ketully Oliveira
Assistência
de direção: Kauanda Rosa
Identidade
visual e design gráfico: Silvana Martins
Assessoria
de imprensa: Eliane Verbena
Social
media: Gabriela Coniutti
Edição
de vídeo: AYM Produção
Produção
técnica: Afonso Costa
Apresentação: APÊAGÁ
Gerenciamento
de site: Agência Krioh
Desenvolvimento de site: Myace.digital
Assessoria jurídica: Davi Tekle Scherer
Gestão financeira e administrativa: Tatu Cult
Realização:
Aquariane, Casa Cume Produções,
Sesc SP, Funarte e Ministério da Cultura - Governo Federal.
Informações à imprensa: VERBENA ASSESSORIA
Eliane Verbena
(11) 99373-0181 - verbena@verbena.com.br