quinta-feira, 3 de maio de 2018

Teatro do Incêndio promove encontro com Bruno Magnata e os SambaRocker’s


Dando continuidade às Rodas de Conversas - A Gente Submersa, o Teatro do Incêndio promove no dia 4 de maio (sexta, às 20h) uma vivência compartilhada sobre a tradição do samba-rock.

Participam do evento o mestre Bruno Magnata e sua ‘família’ de  SambaRocker’s - representantes das comunidades populares desse estilo que revelam suas tradições por meio de seu bailado. A entrada é franca.

A tradição familiar desta dança urbana, hoje reconhecida como Patrimônio Imaterial da Cultura Paulista, vai das casas para as festas e das festas para rua. Esta manifestação – surgida no final dos anos 50 e início dos 60 - ganhou espaço na cidade de São Paulo trazendo a tradição familiar para os bailes, discotecas e festivais sem perder suas características originais. O samba-rock expressa na música e na dança a resistência paulista da cultura negra nacional que sobrevive ao preconceito e à exclusão.

Na impossibilidade de se contratar uma orquestra, estes bailes foram pioneiros na introdução da figura do discotecário, personagem que se tornaria o DJ, tendo papel fundamental na história da música popular mundial, a exemplo do discotecário Seu Oswaldo que figura entre os primeiros DJ’s. Foi no espaço ritualístico dos bailes que surgiram os movimentos do samba-rock, esse estilo único de dança de salão, praticado na capital paulista há várias gerações, que passa de pai para filho e está presente em casas noturnas, clubes e centros culturais, entre outros, tanto nas regiões centrais como nas periferias da cidade.

Dentro desse contexto é possível reconhecer a origem do samba-rock como dança. Atualmente, é reconhecido também como um estilo musical, a partir do surgimento de músicos e bandas com um som genuíno. No início não havia um estilo musical propriamente chamado samba-rock. Nos bailes se ouvia (e ainda se ouve) samba, bossa nova, jazz, swing, soul etc., sendo o discotecário (DJ) responsável por definir qual música dentro de cada estilo servia à prática da dança. Mais recentemente, depois que o samba-rock se consolidou como gênero musical, artistas começaram a criar um repertório específico para o baile. Entre os exemplos estão o cantor Branca di Neve (1989) e a banda Clube do Balanço (2001) que apresentaram o estilo para uma nova geração de adeptos de diferentes classes sociais.

Rodas de Conversa - A Gente Submersa

O projeto A Gente Submersa foi contemplado pela 29ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, em comemoração aos 21 anos da Cia. Teatro do Incêndio. A programação das Rodas de Conversa – que teve início em 2018 - prima pela diversidade saberes e fazeres tradicionais. São vivências com temas ligados à dança, música, religiosidade, dialeto e culinária. O projeto quer mostrar que as raízes da cultura brasileira se manifestam em grupos que resistem e mantém viva a nossa história.

Em parceria com a Comissão Paulista de Folclore, que ao longo de 67 anos vem mapeando, fomentando e salvaguardando as manifestações culturais tradicionais e os patrimônios culturais imateriais, o Teatro do Incêndio torna-se o terreiro, o quintal para esses encontros de artistas, públicos e griôs. Esta iniciativa vem de encontro à verticalização da busca de raízes brasileiras pelo Teatro do Incêndio que apontou caminhos necessários de aprimoramento e investigação, ações vitais para o presente do coletivo. Esses encontros com a cultura popular fazem parte da pesquisa para montagem dos espetáculos Rebelião – O Coro de Todos os Santos (que estreou em janeiro de 2018) e A Rainha Enterrada (que estreia em agosto deste ano).

Serviço

Rodas de Conversa / Vivência: A Gente Submersa
Data: 4 de maio. Sexta, às 20h
Tema: Samba-rock
Com Bruno Magnata e os SambaRocker’s

Local: Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 – Bela Vista/SP. Tel: (11) 2609 3730 / 2609 8561
Entrada franca (não há necessidade de retirar ingresso).
Duração: 2h. Capacidade: 90 lugares.

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