terça-feira, 5 de novembro de 2019

Em novembro, no Sesc Belenzinho tem debates e encontros com artistas da exposição Meta-Arquivo: 1964-1985


Em cartaz no Sesc Belenzinho, até o dia 24 de novembro de 2019, a Meta-Arquivo: 1964-1985 - Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da Ditadura desenvolve atividades gratuitas, complementares aos temas abordados na exposição, realizadas por meio de Programação Integrada e Programas Públicos.

Na Programação Integrada, os Debates-Itinerantes (dias 9 e 16/11) ocorrem em percursos pela região leste e centro expandido da cidade, que apresentam na paisagem urbana questões levantadas nos Laboratórios Desarquivos (encontros semanais que discutiram a relação entre arquivos, documentos e memória com a história). Os debates têm como objetivo refletir acerca das especificidades da organização da vida em períodos ditatoriais e autoritários. Nesta programação, o Sesc Belenzinho conta com a parceria do História da Disputa: disputa da história, coletivo composto pelos historiadores Carolina Oliveira Ressurreição , Victor Leite de Oliveira e Lucas Sanches.

Os próximos eventos dos Programas Públicos trazem encontros com artistas da mostra, abertos aos visitantes e interessados. No dia 9/11, às 16h, o Grupo Contrafilé faz uma aula-performance em que se pergunta como a experiência traumática pode se transformar de forma pedagógica e educativa, com as presenças de dois convidados: Roberta Estrela D’Alva e MC Kirc. No mesmo dia, às 18h, Traplev convida a historiadora Marília Bonas para uma conversa sobre a memória das organizações clandestinas do período de 1960 a 1970. E Giselle Beiguelman fala com o público, no dia 23/11, sobre a tradução do texto An archival impulse, do historiador e crítico de arte, Hal Foster, publicado na revista de arte October. Em sua publicação, batizada Agosto, Giselle indaga a partir da obra de três artistas brasileiros. Após a fala, a autora realiza sessão de autógrafos de seu mais recente livro lançado pelas Edições Sesc: Memória da Amnésia.

A exposição Meta-Arquivo: 1964-1985 - Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da Ditadura, com curadoria e pesquisa de Ana Pato e em parceria com o Memorial da Resistência, reúne nove obras inéditas, elaboradas a partir dessas pesquisas junto aos arquivos públicos sobre o período da Ditadura Civil Militar Brasileira (1964-1985). Com caráter pedagógico, a mostra surge como um espaço expandido de aprendizado, cujo objetivo primordial é despertar a reflexão acerca da documentação pública arquivada pelo Estado Brasileiro: como ler esses arquivos? Como construir memória a partir deles? Como aprender coletivamente sobre a história do país e de seu povo, a partir de sua análise? Como preservar esses acervos e, como consequência, a memória dos processos civilizatórios que alicerçam a sociedade atual?

Debates-itinerantes

9 de novembro. Sábado, às 14h
Debate-itinerante II – Tema: Como falar de um patrimônio que não existe?
Ponto de encontro: Metrô Liberdade. Duração: 3h. Vagas: 25.
Os interessados devem fazer inscrição prévia até 2 dias antes da atividade e aguardar confirmação: itinerariosmetarquivo@belenzinho.sescsp.org.br

De cima da colina onde foi fundada a cidade de São Paulo, os indígenas que aqui moravam viram chegar os primeiros negro(a)s que fariam companhia a eles na escravidão. Foram suas vivências em comunidade, suas práticas culturais nativas e trazidas da África, a amálgama com outras culturas e sua luta por uma vida possível e digna que fizeram desta cidade o que ela é. Por que existe tão pouco desta memória preservada na arquitetura do centro? O que foi feito dos espaços históricos de resistência dessas populações? Que memórias foram construídas para "substituir" estas?

16 de novembro. Sábado, às 14h
Debate-itinerante III – Tema: Como observar no tecido urbano memórias que não foram arquivadas?
Ponto de encontro: Sesc Belenzinho. Duração: 3h. Vagas: 25.
Os interessados devem fazer inscrição prévia até 2 dias antes da atividade e aguardar confirmação: itinerariosmetarquivo@belenzinho.sescsp.org.br

A cidade é uma constante na vida humana há alguns milhares de anos. É possível afirmar, portanto, que ela acumula camadas de lembranças, monumentos, práticas e indícios do passado que mantêm visível parte de nossa história. Esse encontro busca perceber elementos que, junto a memórias, contêm a história individual e coletiva das pessoas participantes.

Encontros / Programas Públicos

Obra: Escola de Testemunho
Aula-performance com o Grupo Contrafilé
Dia 9 de novembro. Sábado, às 16h.
Local: Galpão. Grátis. Livre.

A Coleta Regular de Testemunhos é um projeto do Memorial da Resistência de São Paulo para ampliar o conhecimento sobre a história do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), a partir dos testemunhos de ex-presos e perseguidos políticos, de familiares de mortos e desaparecidos, ou de trabalhadores e frequentadores dessa instituição.

A partir do processo de pesquisa nesse arquivo, o Grupo Contrafilé se pergunta como a experiência traumática pode se transformar em uma experiência educativa e pedagógica. O que uma testemunha está ensinando? Como aprender com essas memórias da ditadura? Como propor uma aula a partir delas? Escola de testemunhos parte de relatos de ativistas LGBTQ, negros/as, feministas e educadores/as pertencentes ao arquivo do programa Coleta Regular de Testemunhos que se desdobram em aulas-performance: reuniões abertas com uma testemunha e um interlocutor, para aprender, escutar e refletir sobre questões da memória e da resistência na presença desse corpo-testemunho, que é a matéria que alimenta a aula. Participam da atividade a atriz, slammer, apresentadora e MC Roberta Estrela D’Alva e o MC Kric (Claudio Cruz).

Grupo Contrafilé é um coletivo transdisciplinar, formado por Cibele Lucena, Joana Zatz Mussi e Rafael Leona, que investiga as possíveis relações entre arte, política e educação, e indaga como essas relações ampliam o direito à produção criativa da/na cidade. Entre seus projetos, destacam-se: Programa para a descatracalização da própria vida, 2004; A rebelião das crianças, 2005, que deu origem a Parque para brincar e pensar, 2011, e aQuintal, 2013; A árvore-escola, 2014; A batalha do vivo, 2016. O grupo participou de mostras como Arte-Veículo(Sesc, 2018/2019); Talking to Action(Art, Pedagogy and Activism in the Americas, Los Angeles, Chicago, Nova York, 2017-2019); Playgrounds 2016(masp, 2016); 31ª Bienal de São Paulo (2014); Radical Education (Eslovênia, 2008); If You See Something Say Something (Austrália, 2007); La normalidade (Argentina, 2006); e Collective Creativity (Alemanha, 2005).

Obra: Memória e Resistência
Encontro com Traplev e Marília Bonas
Dia 9 de novembro de 2019. Sábado, às 18h.
Local: Galpão. Grátis. Livre.

A partir de sua pesquisa sobre a memória das organizações clandestinas do período de 1960 a 1970 que lutaram contra a Ditadura Civil Militar no Brasil, Traplev propõe uma conversa com Marília Bonas, historiadora e coordenadora do Memorial da Resistência.

Traplev (SC) realiza pesquisas sobre outras formas de narrar os acontecimentos políticos, e o artista discute as estratégias de comunicação da grande mídia, a partir da apropriação e da interferência gráfica em material jornalístico e notícias compartilhadas em redes sociais. É editor geral e cofundador da publicação Recibo, com mais de 74 mil exemplares distribuídos gratuitamente de 2002 a 2016. Entre as exposições recentes, destacam-se as Individuais Novas Bandeiras entre Almofadas Pedagógicas, na Sé Galeria, e Sistemas de Estruturas e Elementos de Fachada, Sala 7, na Galeria Fayga Ostrower em Brasília (DF) / Funarte, e as coletivas Mitomotim, no Galpão Videobrasil, e Trienal Frestas de Arte Contemporânea, em Sorocaba (SP).

Obra: Impulso Historiográfico
Encontro com Giselle Beiguelman
Dia 23 de novembro. Sábados, às 18h.
Local: Galpão. Grátis. Livre.

Giselle Beiguelman toma como ponto de partida o texto, ainda inédito em português, An Archival Impulse, de Hal Foster, publicado na revista estadunidense de crítica de arte October. A artista propõe uma tradução, em forma de paráfrase e fac-símile, indagando, a partir da obra dos brasileiros Bruno Moreschi, Bianca Turner e Tiago Sant’ana, o impulso historiográfico, que levaria ao artista do Sul Global contemporâneo de volta à história e ao (re)processamento dos documentos. Após a atividade, a autora realiza sessão de autógrafos de seu mais recente livro lançado pelas Edições Sesc: "Memória da Amnésia".

Giselle Beiguelman (SP) é artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU USP). Pesquisa a preservação de arte digital, arte e ativismo na cidade em rede e as estéticas da memória no século 21. Desenvolve intervenções artísticas no espaço público e com mídias digitais. Entre seus projetos artísticos recentes destacam-se Odiolândia (2017); Memória da Amnésia (2015); e as exposições individuais Monumento nenhum (2019), Cinema Lascado e Quanto pesa uma Nuvem? (2016). É autora de Memória da Amnésia: Políticas do Esquecimento (Edições Sesc, 2019), entre outros livros, artigos e ensaios.

Serviço

Exposição:
Meta-Arquivo: 1964–1985 - Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da Ditadura
Curadoria e pesquisa: Ana Pato
Artistas convidados: Ana Vaz, Contrafilé, Giselle Beiguelman, O grupo inteiro, Ícaro Lira, Mabe Bethônico, Paulo Nazareth, Rafael Pagatini e Traplev.
Visitação: 23 de agosto a 24 de novembro de 2019
Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 19h30
Local: Galpão.
Grátis. Livre para todos os públicos

Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700

Estacionamento - Terça a sábado (9h às 22h). Domingos e feriados (9h às 20h).
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional.
Transporte Público - Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)

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