Em cartaz no Sesc
Belenzinho, até o dia 24 de novembro
de 2019, a Meta-Arquivo: 1964-1985 - Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da
Ditadura desenvolve atividades gratuitas, complementares aos temas abordados na exposição, realizadas por
meio de Programação Integrada e Programas Públicos.
Na
Programação Integrada, os Debates-Itinerantes (dias 9 e 16/11) ocorrem em percursos pela
região leste e centro expandido da cidade, que apresentam na paisagem urbana
questões levantadas nos Laboratórios
Desarquivos (encontros semanais que discutiram a relação entre arquivos,
documentos e memória com a história). Os debates têm como objetivo refletir
acerca das especificidades da organização da vida em períodos ditatoriais e
autoritários. Nesta programação, o Sesc Belenzinho conta com a parceria do História da Disputa: disputa da história,
coletivo composto pelos historiadores Carolina Oliveira Ressurreição , Victor
Leite de Oliveira e Lucas Sanches.
Os próximos eventos dos Programas
Públicos trazem encontros com artistas da mostra, abertos aos
visitantes e interessados. No dia 9/11, às 16h, o Grupo Contrafilé
faz uma aula-performance em que se pergunta como a experiência traumática pode
se transformar de forma pedagógica e educativa, com as presenças de dois
convidados: Roberta Estrela D’Alva e MC Kirc. No mesmo dia, às 18h, Traplev
convida a historiadora Marília Bonas para uma conversa sobre a memória das
organizações clandestinas do período de 1960 a 1970. E Giselle Beiguelman fala
com o público, no dia 23/11, sobre a tradução do texto An archival impulse, do historiador e crítico de arte, Hal Foster, publicado
na revista
de arte October. Em sua publicação, batizada Agosto, Giselle indaga a partir da obra de três artistas
brasileiros. Após a fala, a autora realiza sessão de autógrafos de seu mais
recente livro lançado pelas Edições Sesc: Memória
da Amnésia.
A exposição Meta-Arquivo: 1964-1985 - Espaço de Escuta
e Leitura de Histórias da Ditadura, com curadoria e pesquisa de Ana Pato e em parceria com o Memorial da Resistência, reúne nove
obras inéditas, elaboradas a partir dessas pesquisas junto aos arquivos
públicos sobre o período da Ditadura Civil Militar Brasileira (1964-1985). Com
caráter pedagógico, a mostra surge como um espaço expandido de aprendizado,
cujo objetivo primordial é despertar a reflexão acerca da documentação pública
arquivada pelo Estado Brasileiro: como ler esses arquivos? Como construir
memória a partir deles? Como aprender coletivamente sobre a história do país e
de seu povo, a partir de sua análise? Como preservar esses acervos e, como
consequência, a memória dos processos civilizatórios que alicerçam a sociedade
atual?
Debates-itinerantes
9 de novembro. Sábado,
às 14h
Debate-itinerante II – Tema: Como falar de um patrimônio que não existe?
Ponto
de encontro: Metrô Liberdade. Duração: 3h. Vagas: 25.
Os
interessados devem fazer inscrição
prévia até 2 dias antes da atividade
e aguardar confirmação: itinerariosmetarquivo@belenzinho.sescsp.org.br
De
cima da colina onde foi fundada a cidade de São Paulo, os indígenas que aqui
moravam viram chegar os primeiros negro(a)s que fariam companhia a eles na
escravidão. Foram suas vivências em comunidade, suas práticas culturais nativas
e trazidas da África, a amálgama com outras culturas e sua luta por uma vida
possível e digna que fizeram desta cidade o que ela é. Por que existe tão pouco
desta memória preservada na arquitetura do centro? O que foi feito dos espaços
históricos de resistência dessas populações? Que memórias foram construídas
para "substituir" estas?
16 de novembro.
Sábado, às 14h
Debate-itinerante III
–
Tema: Como observar no tecido urbano
memórias que não foram arquivadas?
Ponto
de encontro: Sesc Belenzinho. Duração: 3h. Vagas: 25.
Os
interessados devem fazer inscrição
prévia até 2 dias antes da atividade
e aguardar confirmação: itinerariosmetarquivo@belenzinho.sescsp.org.br
A
cidade é uma constante na vida humana há alguns milhares de anos. É possível
afirmar, portanto, que ela acumula camadas de lembranças, monumentos, práticas
e indícios do passado que mantêm visível parte de nossa história. Esse encontro
busca perceber elementos que, junto a memórias, contêm a história individual e
coletiva das pessoas participantes.
Encontros / Programas
Públicos
Obra:
Escola de Testemunho
Aula-performance
com o Grupo Contrafilé
Dia 9 de novembro.
Sábado, às 16h.
Local:
Galpão. Grátis. Livre.
A
Coleta Regular de Testemunhos é um projeto do Memorial da Resistência de São
Paulo para ampliar o conhecimento sobre a história do Departamento Estadual de
Ordem Política e Social (Deops), a partir dos testemunhos de ex-presos e perseguidos
políticos, de familiares de mortos e desaparecidos, ou de trabalhadores e
frequentadores dessa instituição.
A
partir do processo de pesquisa nesse arquivo, o Grupo Contrafilé se pergunta
como a experiência traumática pode se transformar em uma experiência educativa
e pedagógica. O que uma testemunha está ensinando? Como aprender com essas
memórias da ditadura? Como propor uma aula a partir delas? Escola de
testemunhos parte de relatos de ativistas LGBTQ, negros/as, feministas e
educadores/as pertencentes ao arquivo do programa Coleta Regular de Testemunhos
que se desdobram em aulas-performance: reuniões abertas com uma testemunha e um
interlocutor, para aprender, escutar e refletir sobre questões da memória e da
resistência na presença desse corpo-testemunho, que é a matéria que alimenta a
aula. Participam da atividade a atriz, slammer, apresentadora e MC Roberta
Estrela D’Alva e o MC Kric (Claudio Cruz).
Grupo
Contrafilé é um coletivo transdisciplinar, formado por Cibele Lucena, Joana
Zatz Mussi e Rafael Leona, que investiga as possíveis relações entre arte,
política e educação, e indaga como essas relações ampliam o direito à produção
criativa da/na cidade. Entre seus projetos, destacam-se: Programa para a
descatracalização da própria vida, 2004; A rebelião das crianças, 2005, que deu
origem a Parque para brincar e pensar, 2011, e aQuintal, 2013; A árvore-escola,
2014; A batalha do vivo, 2016. O grupo participou de mostras como
Arte-Veículo(Sesc, 2018/2019); Talking to Action(Art, Pedagogy and Activism in
the Americas, Los Angeles, Chicago, Nova York, 2017-2019); Playgrounds
2016(masp, 2016); 31ª Bienal de São Paulo (2014); Radical Education (Eslovênia,
2008); If You See Something Say Something (Austrália, 2007); La normalidade (Argentina,
2006); e Collective Creativity (Alemanha, 2005).
Obra:
Memória e Resistência
Encontro
com Traplev e Marília Bonas
Dia 9 de novembro de
2019. Sábado, às 18h.
Local:
Galpão. Grátis. Livre.
A
partir de sua pesquisa sobre a memória das organizações clandestinas do período
de 1960 a 1970 que lutaram contra a Ditadura Civil Militar no Brasil, Traplev
propõe uma conversa com Marília Bonas, historiadora e coordenadora do Memorial
da Resistência.
Traplev
(SC) realiza pesquisas sobre outras formas de narrar os acontecimentos
políticos, e o artista discute as estratégias de comunicação da grande mídia, a
partir da apropriação e da interferência gráfica em material jornalístico e
notícias compartilhadas em redes sociais. É editor geral e cofundador da
publicação Recibo, com mais de 74 mil
exemplares distribuídos gratuitamente de 2002 a 2016. Entre as exposições
recentes, destacam-se as Individuais
Novas Bandeiras entre Almofadas Pedagógicas, na Sé Galeria, e Sistemas de Estruturas e Elementos de
Fachada, Sala 7, na Galeria Fayga
Ostrower em Brasília (DF) / Funarte, e as coletivas Mitomotim, no Galpão Videobrasil, e Trienal Frestas de Arte Contemporânea, em Sorocaba (SP).
Obra:
Impulso Historiográfico
Encontro
com Giselle Beiguelman
Dia 23 de novembro.
Sábados, às 18h.
Local:
Galpão. Grátis. Livre.
Giselle
Beiguelman toma como ponto de partida o texto, ainda inédito em
português, An Archival Impulse, de Hal Foster, publicado na revista
estadunidense de crítica de arte October. A artista propõe uma tradução,
em forma de paráfrase e fac-símile, indagando, a partir da obra dos brasileiros
Bruno Moreschi, Bianca Turner e Tiago Sant’ana, o impulso historiográfico, que
levaria ao artista do Sul Global contemporâneo de volta à história e ao
(re)processamento dos documentos. Após a atividade, a autora realiza sessão de
autógrafos de seu mais recente livro lançado pelas Edições Sesc: "Memória
da Amnésia".
Giselle Beiguelman (SP) é artista e
professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
(FAU USP). Pesquisa a preservação de arte digital, arte e ativismo na cidade em
rede e as estéticas da memória no século 21. Desenvolve intervenções artísticas
no espaço público e com mídias digitais. Entre seus projetos artísticos
recentes destacam-se Odiolândia (2017);
Memória da Amnésia (2015); e as
exposições individuais Monumento nenhum
(2019), Cinema Lascado e Quanto pesa uma Nuvem? (2016). É autora
de Memória da Amnésia: Políticas do
Esquecimento (Edições Sesc, 2019), entre outros livros, artigos e ensaios.
Serviço
Exposição:
Meta-Arquivo: 1964–1985 - Espaço de Escuta e Leitura de
Histórias da Ditadura
Curadoria e pesquisa: Ana Pato
Artistas convidados: Ana Vaz, Contrafilé,
Giselle Beiguelman, O grupo inteiro, Ícaro Lira, Mabe Bethônico, Paulo
Nazareth, Rafael Pagatini e Traplev.
Visitação: 23 de agosto a 24 de novembro de 2019
Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e
feriados, das 10h às 19h30
Local: Galpão.
Grátis. Livre para todos os públicos
Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
Estacionamento - Terça a
sábado (9h às 22h). Domingos e feriados (9h às 20h).
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50
a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados: R$ 12,00 a
primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional.
Transporte Público - Metro
Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)
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