quarta-feira, 15 de abril de 2015

O Corcunda Quaquá, inspirado em clássico de Victor Hugo, estreia com direção de Ricardo Ripa

Montagem - vencedora do Prêmio Zé Renato de Teatro, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo – aborda com bom humor a aceitação das diferenças.

O espetáculo para crianças O Corcunda Quaquá estreia no dia 16 de maio, sábado, no Teatro Viradalata, às 12 horas. Com texto e direção de Ricardo Ripa, a montagem foi inspirada no livro O Corcunda de Notre-Dame, do francês Victor Hugo (1802-1830). O enredo conta a história de Quaquá, um rapaz feio e corcunda que se revela doce e carismático, além de corajoso na hora de salvar a bela dançarina Esmeralda.

O Corcunda Quaquá é uma comédia recheada de músicas originais, compostas por Ricardo Severo (vencedor do Prêmio Shell 2015), e de coreografias criadas por Eder Cardoso. A cenografia e o figurino são assinados por Rosa Berger, conhecida por usar em suas obras materiais inusitados, de uso cotidiano. A iluminação, de Will Damas, traz algumas cenas em luz negra. O elenco é formado por Joca Andreazza, Paulo Vasconcelos, Carlos Baldim, Dani Nega, Carmo Murano e Vitor Bassi.

Esta versão de Ricardo Ripa preserva uma importante característica da obra original: a deficiência auditiva do personagem principal (Quasímodo) que fala de modo peculiar e se comunica também por meio da linguagem de sinais (Libras) - fato não retratado na maioria dos filmes, animações e adaptações teatrais conhecidas.

De forma muito divertida, a montagem apresenta esse “herói” que foge ao estereótipo do “príncipe”, retratado nas histórias para crianças. Esse novo Quasímodo, o carismático Quaquá, é eloquente à sua maneira e não sofre nenhuma transformação estética no final da história. Ele se impõe apenas pelos valores pessoais, pela pureza de seus sentimentos. O diretor explica que buscou uma encenação que ressalte a aceitação das diferenças, onde a intolerância não se estabelece porque as qualidades do protagonista estão em valores que vão além das aparências.

Segundo Ricardo Ripa, a estética da montagem reflete também a nossa brasilidade, marcada pela mistura de raças e culturas, não só na música e na dança, como também nos tipos físicos das personagens. A bela cigana Esmeralda, por exemplo, é interpretada por uma atriz afrodescendente. Além de divertir, O Corcunda Quaquá trata essas diferenças de maneira lúdica, como simples características individuais. “Queremos ir além da mera inclusão social. As crianças vão se divertir não só com história de Quaquá, mas também com a linguagem de sinais, que será interligada à dramaturgia, não se resumindo a uma mera tradução simultânea. O protagonista também usa modernas pernas articuladas (jumping stilt) que ficam aparentes, em referência aos equipamentos ortopédicos”. Explica o diretor.

Segundo Rosa Berger, a cenografia é conceitual, segue uma linha moderna e nada óbvia.  O cenário consiste num penetrável transparente com cores alusivas aos vitrais da catedral de Notre-Dame e um grande móbile que faz referência às praças parisienses.  Para o figurino, Rosa partiu de materiais nada usuais, como pneus, plásticos e arames, entre outros, que foram modificados antes de se transformarem em peças do vestuário. 

Sinopse

Quaquá é um rapaz que vive recluso no campanário de uma catedral. Ele é alto e forte, mas sofre com deformidades físicas e também perdeu a audição ao tocar os sinos da igreja. Seus amigos imaginários são os falantes Gárgula, uma estátua alada, e Belém, o sino principal da catedral. Seu padrasto, o perverso Rollo, esconde um terrível segredo e impede que o rapaz conviva com as pessoas da cidade. Porém, durante a festa do Dia de Reis, ele aparece na praça e vence, involuntariamente, o concurso da máscara mais horrenda da festa, sendo eleito e coroado o Rei dos Bobos. A bela cigana Esmeralda encanta a todos ao dançar para esse novo rei bufão. Entre seus admiradores estão o Soldado Sol e o próprio Rollo. Depois de sofrer com a zombaria do público, ao perceber que ele não usava máscara nenhuma, Quaquá é repreendido por Rollo e volta para a torre onde recebe a visita de Esmeralda, que lhe trata com naturalidade e afeto. Rollo fica furioso com a audácia da jovem em invadir o esconderijo e manda prendê-la. O Soldado Sol também é preso ao tentar salvar a amada. Somente o corcunda Quaquá pode libertá-los, mas para isso terá que descobrir o segredo de Rollo e se envolver em uma grande enrascada, cheia de humor e aventura.

Ficha técnica

Espetáculo: O Corcunda Quaquá
Livremente inspirado em O Corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo
Texto e direção: Ricardo Ripa
Elenco: Joca Andreazza (Quaquá), Paulo Vasconcelos (Gárgula), Carlos Baldim (Rollo), Dani Nega (Esmeralda), Carmo Murano (Belém) e Vitor Bassi (Soldado Sol).
Cenário e figurino: Rosa Berger
Trilha sonora: Ricardo Severo
Iluminação: Will Damas
Coreografia: Eder Cardoso
Assistente de direção: Luciana Azevedo
Assistente de cenário e figurino: Eliana Liu
Adereços: Palhassada Ateliê
Estagiárias/cenografia: Laura Pappalardo e Gabriella Gonçales
Fotografia: Ricardo Ferreira
Direção de produção: Adriano Faria
Produção executiva: Hamilton Feltrin
Produção: Dinâmica Eventos e Notábile Filmes
Realização: Prêmio Zé Renato de Teatro

Serviço

Estreia: Dia 16 de maio – sábado – às 12 horas
Teatro Viradalata - http://viradalata.com.br/
Rua Apinajés, 1387. Sumaré/SP. Tel: (11) 3868-2535
Temporada: de 16 de maio a 5 de julho
Horários: sábados e domingos, às 12 horas
Ingressos: R$ 30,00 (meia: R$ 15,00)
Promoção: aos sábados, os adultos pagam meia entrada (R$ 15,00)
Gênero: infantil. Indicação de idade: 5 anos. Duração: 55 minutos.
Capacidade: 273 lugares. Bilheteria: quarta (19h-21h), sábado (14h-21h) e domingo (10h-20h). Ingressos antecipados: www.ingressorapido.com.br (tel: 4003-1212).
Aceita cartões de débito/crédito (MC, RC, V, VE). Não aceita cheques.
Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento / vallet no local: R$ 15,00. 

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