terça-feira, 11 de novembro de 2014

Alaíde Costa faz dois shows em dezembro para lançar primeiro CD autoral da carreira

Figura ímpar na história da música popular brasileira, a cantora e compositora Alaíde Costa realiza, aos 78 anos, o antigo sonho de gravar um disco somente com composições próprias. Com a mesma afinação e interpretação personalíssima dos tempos pré-bossa nova, quando iniciou a carreira como crooner do Avenida Dancing no Rio de Janeiro, há 60 anos, a intérprete se consagra também como autora com o lançamento do CD Canções de Alaíde (selo Nova Estação), que tem produção musical de Thiago Marques Luiz.

Em dezembro, a cantora se apresenta no Teatro Décio de Almeida Prado (dia 2, às 21 horas) e na Galeria Olido (dia 3, às 20 horas) com entrada franca. Os shows de lançamento têm participação dos músicos Giba Estebez (piano), Conrado Paulino e Fernando Corrêa (violões) e Vitor Alcântara (flauta).

Alaíde compôs a sua primeira canção aos 16 anos. Mesmo tendo se destacado mais como intérprete, as novas melodias sempre permearam sua carreira. Várias de suas canções foram feitas em parceria com amigos, ilustres poetas e compositores e alguns estão no CD: Vinícius de Moraes, Antônio Carlos Jobim, Johnny Alf, Hermínio Bello de Carvalho e Geraldo Vandré, além de Geraldo Julião, José Márcio Pereira, João Magalhães e Paulo Alberto Ventura.

A cantora gravou Canções de Alaíde acompanhada por músicos com quem trabalha há muito tempo: o pianista Giba Estebez (que também assina a direção musical do CD e a maioria dos arranjos), o flautista Vitor Alcântara e os violonistas Conrado Paulino e Fernando Corrêa (também arranjadores de algumas faixas). O disco tem ainda participação especial do pianista Gilson Peranzzeta em “Amigo Amado”, da cantora Adyel Silva em “Banzo”, do cantor e violonista Marcelo Lima (filho de Alaíde) em “Meu Sonho” e do baixista Mário Andreotti.

A capa do CD também representa uma passagem importante em sua história musical. Nela, Alaíde aparece ao lado do piano que utiliza para compor suas melodias, e não é um piano qualquer. Foi nele que começou a tomar aulas com o maestro Moacir Santos e, mais tarde, o instrumento lhe foi dado de presente pelo amigo e parceiro Vinícius de Moraes.

Canções de Alaíde mostra uma cantora autêntica que nunca se dobrou aos modismos comerciais, mantendo-se fiel ao seu próprio estilo. Ela revela que enfrentou dificuldades na profissão por buscar por “uma música que fosse diferente”. “O que me fascinava era o que soava diferente aos meus ouvidos”, confessa. E se lembra de quando conheceu Johnny Alf, grande parceiro e amigo com quem trabalhou no Brasil e na Europa. “Eu gostava de sue estilo de música”. Eles se conheceram em 1952, no Rio de Janeiro, quando ela o ouviu tocando “O Que é Amar” em um programa de TV: “fiquei encantada com aquela música, ele tinha uma forma única de tocar”. Mas, com a timidez mútua, só foram se aproximar anos depois, em São Paulo. A primeira vez que ela cantou ao seu lado foi dando uma canja em uma boate onde Johnny se apresentava. Ela escolheu “Dindi” (Tom Jobim), mas pediu que fosse em si maior. E ele retrucou: “não tinha um tom melhor não?”, diverte-se Alaíde ao lembrar.

A semente desse disco foi lançada no final da década de 90, quando Alaíde Costa fez um show no Teatro Denoy de Oliveira cantando suas músicas a convite de Luiz Carlos Bahia com produção de Nelson Valência. Poucos sabiam, até então, que ela é a autora de todas as melodias de suas composições. Anos se passaram e muitas pessoas estavam interessadas em realizar esse sonho da artista: Cervantes Sobrinho e Paulo Gomes (produtores executivos de Canções de Alaíde), Thiago Marques Luiz, Gilson Peranzzetta.

Em 2012, Valência produziu um novo show de Alaíde com repertório autoral. Paulo e Cervantes então constataram que o CD já estava delineado; show e repertório, prontos; músicos e cantora, afinados. Faltava o registro. “Era o momento”, comenta Cervantes. Amigos e admiradores da cantora, empenharam-se na busca de recursos para fazer o disco, que foi viabilizado com o apoio do ProAC. “Alaíde sempre se destacou pelo timbre e afinação impecável. No início, ela encantava - e até intrigava - pela erudição que emanava naturalmente de seu canto: uma cantora de música popular com requintes próprios do canto lírico na interpretação.” Comenta Cervantes, fã declarado de Alaíde Costa.

Repertório / Canções de Alaíde: “Qual a Palavra” (Alaíde Costa), “Tudo o Que É Meu” (Alaíde Costa e Vinícius de Moraes), “Ternura” (A. C. e Geraldo Julião), “Cadarços” (A. C. e Hermínio Bello de Carvalho), “Afinal” (A. C.), “Meu Sonho” (A. C. e Johnny Alf), “Tempo Calado” (A. C. e Paulo Alberto Ventura), “Saída” (A. C.), “Banzo” – (A. C. e José Márcio Pereira), “Apesar de Tudo” (A. C. e João Magalhães), “Você é Amor” (A. C. e Tom Jobim), “Canção do Breve Amor” (A. C. e Geraldo Vandré) e “Amigo Amado” (A. C. e Vinícius de Moraes).

Ficha Técnica

CD: Canções de Alaíde
Repertório e interpretação: Alaíde Costa
Direção musical, arranjos e piano: Giba Estebez
Violões: Fernando Corrêa e Conrado Paulino
Flauta: Vitor Alcântara
Arranjos: Conrado Paulino (faixas 1 e 5), Fernando Corrêa (faixas 6 e 9), Giba Esteves (faixas 2, 4, 7, 8, 10, 11 e 12) e Gilson Peranzzetta (3 e 13).
Produção: Thiago Marques Luiz
Produção executiva: Cervantes Sobrinho e Paulo Gomes
Participação especial: Adyel Silva, Gilson Peranzzetta, Marcelo Lima e Mário Andreotti
Administração: PG Music
Design gráfico / capa: Paulo Neto
Selo: Nova Estação
Distribuição: Eldorado
Preço sugerido / CD: R$ 27,00

Serviço - SHOWS

2 de dezembro (terça-feira, às 21 horas)
Teatro Décio de Almeida Prado
Rua Cojuba, 45-B. Itaim Bibi. Tel: (11) 3079-3438
Grátis (ingressos 1h antes do show).
Duração: 75 min. Classificação: livre. Capacidade: 170 lugares.

3 de dezembro (quarta-feira, às 20 horas)
Galeria Olido (Sala Olido)
Av. São João, 473. República. Tel: (11) 3331-8399
Grátis (ingressos 1h antes do show).
Duração: 75 min. Classificação: livre. Capacidade: 298 lugares.

Um comentário: